Bernardo [41] ~ Sexo com Tom

Um conto erótico de Bernardo
Categoria: Gay
Contém 2274 palavras
Data: 05/12/2023 13:38:43
Assuntos: Gay, Início, Sexo, Traição

Eu passei todo o domingo posterior àquela festa deitado na minha cama e curtindo minha própria tristeza. O soco de Pedro tinha deixado uma marca roxa no meu ombro, mas dava para ser disfarçada com a camisa. Agora, a marca psicológica que ele deixou, não havia nada que eu pudesse fazer para disfarçar. Se já era uma coisa cruel ser agredido por ser gay, o que dizer quando a agressão parte de uma pessoa que você considerava como um dos seus melhores amigos?

Eu nunca esperei aquela reação de Pedro. Sempre achei que quando ele descobrisse sobre mim, ele simplesmente viraria as costas e nunca mais falaria comigo, o que já seria muito pra mim. Mas ele me deu um soco. E por mais que eu quisesse pensar que o soco foi por ele estar acuado com minha “ameaça”, isso não era verdade. Ele tinha raiva de mim por tê-lo enganado durante tantos meses. Eu não era a pessoa que ele pensava que eu era. Eu era uma coisa que ele desprezava. Pedro tinha nojo de mim, e isso é mil vezes pior do que a raiva.

Eu decidi não contar nada do que aconteceu para Alice e Rafael. Isso os deixaria loucos de raiva de Pedro e eles iriam querer tirar satisfação com ele, o que era só colocar lenha na fogueira que era aquela briga. Além do mais, eu tinha vergonha de dizer o que aconteceu em voz alta. Eu só queria poder esquecer de tudo aquilo. Mas isso não era possível, porque eu teria que olhar para Pedro todo dia pelos próximos quatro anos.

[...]

Quando cheguei à faculdade na segunda-feira, encontrei Alice, Carolina Rafael e Marcos conversando animadamente. Confesso que senti ciúme da cena. Era como se eu tivesse sido substituído ali. Me aproximei com cuidado.

_Bom dia._ falei.

Minha voz soou triste, mas torci para que eles não viessem me perguntar o motivo.

_Bom dia._ eles responderam.

Se antes eles estavam rindo, eu vi eles perderam a graça um pouco. Foi como se a minha presença tivesse interrompido a piada.

_Bom, a gente se vê_ falou Rafa indo embora com Marcos e Carolina.

Para Alice não perceber meu desconforto, tentei ser o mais casual possível.

_Senti um clima entre você e o Marcos...

Ela riu discretamente.

_Estamos nos conhecendo.

_E já estava na hora, né? Desde Pedro que você não...

_Estávamos tendo um bom momento, porque você estragou falando dele?

Tentei contornar a situação com bom humor.

_Estou notando um certo padrão aqui, senhorita Alice. Alto, musculoso, liso, cara de mal...

_Ah, cala a boca!_ ela ficou envergonhada e virou o jogo _Você por outro lado, parece estar diversificando. Eu vi você saindo do prédio com um calouro no sábado.

Eu devo ter ficado da cor de um tomate de vergonha e ela começou a rir. Eu achei que ninguém mais tinha nos visto.

_Ah, Bernardo! Isso pode ser considerado pedofilia, não? Ele parece ter cinco anos de idade. Ele já tem pentelho pelo menos?

_Para com isso! Não aconteceu nada de mais.

_Não?_ perguntou descrente.

_Bom, só um beijo.

_Ah, Bernardo!

Ela riu e eu a acompanhei. Ela ficou séria de repente.

_Que bom que você está conseguindo superar o negócio do Eric.

_É...

Eu não via as coisas assim. Eu não estava superando nada. A ferida dentro de mim estava do mesmo tamanho do dia que eu descobri que ele tinha morrido. Tom não era eu seguindo em frente. Em nenhum momento eu olhei pra ele e pensei “meu próximo namorado”. Eu estava muito distante disso naquele momento, eu não queria me aproximar romanticamente de ninguém. Nem de Rafael. O que eu procurava era sexo. Mas não sexo no sentido mais banal e corriqueiro da coisa. Eu procurava o sexo que Eric me ensinou a usar como anestesia. E como eu estava precisando me anestesiar no momento!

[...]

Encontrei com Tom no intervalo da aula. Ele sorriu nervoso quando me viu. Nos seus olhos eu via a indecisão de vir ou não até mim. Percebendo o que estava acontecendo, eu me adiantei e fui até ele.

_Oi.

_Oi._ ele respondeu com um sorriso.

_Desculpa por sábado._ falei, apesar de não achar que tivesse culpa alguma.

_Ah. O seu amigo...

_Eu conversei com ele. Ele não vai falar nada com ninguém, pode ficar tranquilo.

Ele respirou aliviado como se tirasse um enorme peso das costas.

_Assim é melhor. Não quero ficar com fama de... Você sabe. Eu sou discreto.

Eu não achava ele tão discreto assim. Ele não era afeminado, mas tinha uma coisa fofa demais, risonho demais, enfim, ele não era o estereótipo do macho típico. Mas achei mais educado apenas concordar.

_Sem problema.

Eu ainda queria ele. Eu precisava urgentemente da minha anestesia.

_Então,_ falei usando uma desenvoltura que eu não tenho _estando tudo esclarecido, você ainda precisa de uma carona?

Ele riu e desviou os olhos. Achei uma graça, com seu jeito todo tímido, o que só me fez querê-lo ainda mais. Mas era só tipo. Eu não percebi na hora, lógico. Eis aqui uma informação sobre Tom: ele era um dos maiores conhecedores sobre psicologia do homem que eu conheci, mesmo sem jamais ter feito um curso sobre isso. E ele usava seus poderes para o mal. A habilidade de Tom em manipular as pessoas com seu jeitinho era uma coisa incrível, sem igual para mim. Ele tinha todos exatamente onde os queria. O seu mundo era um imenso tabuleiro de xadrez e eu era seu peão. Se eu soubesse disso antes, eu teria evitado muita coisa ruim que viria a me acontecer, mas não tinha como. Tom era muito bom no que fazia.

_Uai, se não for te incomodar...

_Tenho certeza que você vai arranjar um jeito de me retribuir.

Vejam bem, a essa altura da história, vocês já me conhecem o bastante para saber que essa não era uma atitude típica minha. Eu não tão atirado assim. Mas era onde a minha cabeça estava me jogando. Eu precisava tão desesperadamente daquilo, que eu comecei a virar outra pessoa. Claro, estamos sempre em transformação, sempre nos tornando pessoas diferentes do que éramos no dia anterior. Mas a mudança que se inicia com a morte de Eric era muito brusca e para pior.

_Me espera na saída?

_Ansiosamente._ ele respondeu e saiu andando de costas para mim ainda sorrindo.

_Pedófilo._ falou Alice ao meu ouvido e eu em assustei.

_Desde quando você está aí?

_Não o bastante para ouvir as safadezas de você, mas o suficiente para flagrar esses sorrisinhos de quem vai fazer uma coisa pouco católica...

Ri em resposta, mas não respondi. Neste momento, Pedro passou por nós e nos dirigiu um olhar duro. Como se tornou de costume, estava cheio de nojo e raiva. Pedro podia até demonstrar algum tipo de mágoa quando ele me via frágil, de guarda abaixada, mas quando ele me via como naquele momento, rindo com Alice, todo aquele sentimento ruim voltava com força.

_Deixa pra lá._ falou Alice ao vê-lo _Você está melhor sem ele. Aliás, nós dois estamos melhor sem ele.

_É..._ respondi disfarçando muito mal aquele aperto no meu coração.

[...]

_Então, para onde?_ perguntei quando Tom entrou no carro.

_Eu moro aqui perto, eu te guio.

_Certo.

Ficamos em silêncio por um tempo, antes dele começar a falar:

_Então, seu amigo...

_Pedro._ falei dando um longo suspiro _Ele é homofóbico.

_E como você fez quando ele viu a gente?

_Ele já sabia de mim. Descobriu nas férias.

Sua expressão mudou um pouco.

_Então, as pessoas sabem de você?

Eu entendi sua pergunta, e não pude deixar de pensar que estive naquele mesmo lugar com Eric.

_Não sou assumido._ falei _Só três pessoas sabem de mim, tirando Pedro, e todos descobriram sem querer. Aliás, só contei mesmo para Alice, aquela menina de cabelo castanho claro que sempre anda comigo.

_Ah, sim...

_E você?

Ele demorou um tempo para entender a pergunta.

_Ah, ninguém sabe de mim! Eu sou muito discreto.

_Hum...

Pensei a mesma coisa de antes sobre sua discrição, mas guardei minha opinião pra mim mesmo, mais uma vez.

_Eu não faço muito isso, sabe?_ ele continuou _Caras são só um diversão ocasional pra mim. Eu sou hétero, eu namorava uma garota até dois meses atrás.

_Ah...

Eu quase ri. Ele não era hétero de jeito nenhum. O jeito como ele avançou em cima de mim naquele dia no estacionamento me deixou isso bem claro. Ele estava se enganando ao tentar me enganar, e isso era triste. Por mais paranoico que eu fosse com minha sexualidade, eu nunca repetiria o que ele tinha acabado de me dizer. O que me apavorava era a ideia do mundo saber como eu sou, mas eu sabia muito bem do que eu gostava, isso eu não negava. Eu fiquei com pena dele, mas não era da minha conta.

_Eu pretendo namorar uma menina também quando eu encontrar a certa._ falei.

O meu plano estava em frangalhos. Eu nem tinha certeza se ainda existia um plano. Minha cabeça estava muito bagunçada para eu conseguir fazer planos de médio e longo prazo. No momento, eu estava preocupado apenas em sobreviver até o dia seguinte. Falei o que falei apenas para ele ouvir. Eu me pus no lugar dele e achei que era o que ele queria ouvir, que eu não o pediria em namoro, ou o pressionaria para me assumir para o mundo. Aliás, eu falei aquilo porque era a coisa mais confortável pra se dizer. Assim, eu pensei, eu poderia me divertir com ele de vez em quando, sem a necessidade de sustentar um relacionamento para o qual eu não tinha estrutura psicológica no momento. Era a situação perfeita!

A casa de Tom era bonita e simples, num bairro de classe média próximo a onde estudávamos. Ao estacionar, olhei pra ele com um sorriso sacana.

_Então, está entregue.

_Está calor. Não quer entrar pra tomar um copo de água?_ falou sorrindo também.

_Seus pais não vão se incomodar?

_Eles não vão saber. Não tem ninguém em casa.

Antes mesmo de cruzarmos a porta da entrada, já estávamos nos devorando num beijo raivoso. O tesão era enorme, como há muito eu não sentia. Eu queria devorar ele por inteiro. Nossas línguas duelavam ferozmente. As mãos dele agarravam a minha nuca e me puxava para seu encontro. Por instinto, agarrei suas pernas e as levantei, fazendo com que ele ficasse montado em mim, ainda que estivéssemos em pé. Ele era leve, mas suas pernas eram grossas, o que aumentava ainda mais meu desejo. Eu as apertava com violência.

_Você é gostoso demais!_ falei.

Ele respondeu rindo e mordendo minha orelha. Não tínhamos tempo nem de chegar ao seu quarto. Caí no sofá mais próximo com ele ainda no meu colo. Ainda me beijando, Tom começou a rebolar no meu colo com vontade, o que me deixou louco. Eu colocava as minhas mãos dentro da sua calça e apertava sua bunda com vontade. Ele gemia baixinho no meu ouvido enquanto eu beijava seu pescoço. Ele foi descendo pelo meu corpo e se concentrou em desabotoar a minha calça. Ele parecia estar com tanto ou mais tesão do que eu.

“Hétero, aham, sei!” pensei comigo.

Enquanto ele tirava a minha calça e minha cueca, eu fiz minha parte e eliminei a minha camisa, ficando completamente nu na sua sala. Ele agarrou a base do meu pau e ficou batendo ele no seu rosto, enquanto me olhava com um olhar angelicalmente safado. Quando ele o engoliu, eu vi estrelas. Já fazia uns meses desde a última vez, sem contar que Tom parecia ter muita experiência no que estava fazendo. Ele fazia movimentos rápidos e precisos com a língua no meu pau, e me deixava louco quando o engolia por inteiro.

_Vem cá!_ falei quando senti eu mais um tempo ali e eu iria gozar.

Eu o puxei para cima e arranquei todas as suas roupas de um modo quase agressivo. Quando terminei, tomei um tempo para admirá-lo. O ninfetinho me olhava com um olhar safado enquanto mexia nos próprios cabelos. Seu corpo era bem branco, quase como o de Eric. A diferença é que ele tinha muitos pelos pelo corpo e era pouco definido. Eu gostei, combinava com a imagem sexual que eu criei dele. Ele não era gordo, mas tinha pernas bem roliças e convidativas. Seu pau não era muito grande, mas era bem rosinha, assim como seus mamilos e sua boca. O virei de costas violentamente e ele não protestou, chegando a soltar um gemido abafado. Sua bunda era bem cheia e redonda, quase que feminina se não fosse pelos pelos que a cobriam. Eu não me aguentei e me coloquei a apertar e lamber aquela bundinha linda.

_Que delícia!_ ele falou entre gemidos.

Peguei uma camisinha na minha carteira, vesti no pau e o penetrei com cuidado. Ele estava deitado de bruços no sofá e eu deitado em cima dele. Eu logo senti ele rebolar e entendi como o sinal verde pra começar a bombar. Eu passei meu braço sobre seu pescoço o segurando ali e comecei a movimentar apenas a cintura violentamente. Tom gemia e gritava com vontade, o que só me dava mais tesão.

Ao gozar, tudo o que consegui fazer foi rolar para o lado e cair semi desmaiado no chão da sua sala. Eu encarava o teto enquanto tentava recobrar o fôlego. Não houve beijo, abraços ou carícias, afinal, não éramos namorados. Tudo o que houve foi aquela deliciosa sensação de ter a mente e o corpo sendo anestesiados.

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