E se... (Capitulo 6.1)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 2241 palavras
Data: 05/12/2023 00:14:07
Assuntos: Amigo, Amor, bar, Gay, Sexo, Traição

Adoro trabalhar em um bar e quero muito ser dono do meu próprio bar, sou um barman foda, faço marabalismo com garrafas, conheço os drinks como a palma da minha mão, consigo preparar qualquer coisa que me peçam, trabalho sobre presão e ganho as melhores gorjetas, porém a quinta feira do karaokê é o momento em que Lucifer permite que os demonios saim do inferno e venham me torturar com um microfone, nesse momento tem uma garota destruindo um classico da Cindy Lauper.

Minha vontade é jogar uma garra nela, é irônico que a letra diga que garotas só querem se divertir quando o que ela está fazendo é tortura, mas hoje em especifico não é só a desafinação que me incomoda, estou meio triste em saber que Ryan vai passar a noite com Santi, cheguei a conclusão que não estou com ciúmes de fato, na real estou mas puto comigo mesmo, porque sei que Ryan cancelaria se pedisse, mas não consigo, pedir para que ele dispense o Santi é o mesmo que pedir uma chance para gente.

Sei que é paranoia minha, mas ainda sonho com o dia em que encontrei Max com outro no que seria nosso apartamento, ele foi a pessoa mais importante na minha vida depois que me mudei para cá e me traiu, sem motivo, simplesmente acordou um dia e decidiu que não tinha o bastante, que o que tínhamos não o deixava satisfeito, como posso acreditar que Ryan que é anos luz mais bonito e interessante que o Max não vai ficar entediado comigo.

Estou preocupado também que a adoção do Fabim adiem mais ainda nosso plano de abrir nosso bar, estou feliz por ele e não quero ser babaca, mas é que esse bar é meu sonho é preciso muito que alguma coisa na minha vida comece a dar certo, ele me disse que nosso plano continua, mas ter um filho muda tudo, principalmente quando ambos os pais estão se esforçando para fazer dar certo, que é o caso deles, nem conheço o Maike e já tenho inveja dele, meus pais me largaram para fora de casa como se eu não fosse nada deles.

Abandonado pelos pais, traído pelo namorado como que eu conseguiria ter alto confiança assim para relacionamento, enfim não é o momento para me deprimir, o bar está super lotado e tenho que preparar uma fila de drinks, resolvi focar cem por cento no trabalho que assim não fico pensando besteria, aproveito que uma pessoa que realmente sabe cantar pegou o microfone, Ryan está do meu lado dando o nome, ele progrediu muito rápido no balcão, já está sabendo onde estão as bebidas que ele precisa, embora não seja tão habilidoso ele cumpri bem o papel de barman.

— Ryan pega as cervejas e deixa esses drinks que eu agilizo. — Falo para ele.

— Valeu. — Ele agradece, afinal dá muito trabalho preparar uma caipirinha com três bêbados enchendo seu saco para trabalhar mais rápido.

Fabim pegou uma folga para resolver o assunto da adoção, ele está fazendo falta aqui mais pelo menos faltou por um motivo nobre, como felicidade de pobre dura pouco agora tem duas garotas gritando uma música da Kelly Clarkson, não sei o que esse povo tem na cabeça.

— Chico delicia, me faz aquela caipirinha que só você sabe. — Um cliente que sempre está por aqui vem me fazer um pedido.

— Claro, é para já. — Coloco meu melhor sorriso porque esse sempre deixa gorjeta quando pede a caipirinha no capricho.

Mas minha felicidade não dura muito, quando olho para a porta vejo Otavio entrando no bar, ele é o melhor amigo do meu ex, eles são unha e carne, logo vejo meu ex entrando no bar seguido de outros amigos, esses filhos da puta escolheram exatamente o bar que trabalho para vir beber.

Pedro entra um pouco depois com umas amigas e vão todos para uma mesa, vejo ele dando um beijão no Max, isso me ferve o sangue de tal forma, Ryan percebe e puxa minha atenção, voltei o foca no que estou fazendo e evito ficar olhando para a mesa eu que estão, com a casa lotada fica até que fácil ignorá-los, mas o cão sempre encontra um jeito e vejo quando Pedro e uma garota se aproximam do balcão, aqui não temos garçons então os cliente é quem comprar suas bebidas direto no balcão, só passam no caixa para comprar as fichas, caso queiram podem pôr dinheiro na nossa caixinha das gorjetas.

— Amiga sério aqui tem a melhor caipirinha da cidade. —Pedro fala para sua amiga.

— Sério, olha que meu gosto é refinado. — Eles dois riem.

— Chico duas caipirinhas e quarto budweiser. — Pedro fala como se não fosse o filho da puta que dormiu com meu noivo.

— Claro. — Respondo pegando as fichas.

— Eu posso fazer. — Ryan tenta me tirar dessa situação merda.

— Ah não, faço questão de que o Chico faça, a dele é a melhor. — Senti a ironia vindo de cada palavra.

Olhei para o Max e o filho da puta estava lá sentado em sua mesa me deixando passar pela situação mas desgraçada da minha vida, servir esse filho da puta me deu tanta raiva, mas não iria cair tão fácil, coloquei um sorriso debochado no rosto e comecei a me exibir, se tem uma coisa em que sei que sou bom é em preparar drinks, então comecei meu show, girando as garrafas, fazendo malabarismo com elas, arrancando expressões de admiração dela, e uma de raiva dele.

— Pedro, você tem razão, ele é muito bom mesmo. — Ela fala encantada.

— Ele é bom, só não é bom em se manter longe do namorado dos outros. — Aquela frase me bateu forte.

— Oi, o que você disse? — Perguntei encarando ele diretamente.

— Max me contou que você foi lá em casa e tentou seduzilo, você não se manca não sua vagabunda. — Estou em choque.

— O que?

— Você vai se fazer de sonso, comigo não cola, sabe porque ele me quis? — Estou sem reação com a cara de pau desse cara. — Porque eu sou como ele, sou bem sucedido, comigo ele não precisa me carregar, nós nos ajudamos, já você era só encostado sem estudo e sem perspectivas de vida, você é um nada e vai continuar sendo, Max queria mais, e eu posso ser o que ele quer e precisa.

Quando fui expulso de casa meu pai me disse que nunca seria ninguém e nem teria uma família, pois as minhas escolhas de vida desagradam a Deus, entretanto a verdade é que Deus não liga se sou gay, quem realmente se incomoda com isso são eles, meus pais, Max apareceu em minha vida em um momento difícil e foi minha rocha, meu porto seguro, mesmo assim nunca foi sobre dinheiro, até o acordo da casa surgir nunca o pedi dinheiro.

Max sugeriu pagar pelo apartamento, mas ainda sim combinamos que eu o pagaria quando abrisse meu bar, quem esse merda acha que é para vir no meu trabalho e me chamar de vagabundo encostado, e ainda ficar com esse sorrisinho sacana se sentindo vitorioso, para piorar Max está lá sentado permitindo que todo esse circo que o Pedro está montando.

— Pare de procurar meu namorado se não nosso próximo encontro não vai ser tão amigável.

— Arrazou amigo. — A mulher fala dando apoio moral ao cretino.

— Espera aí . — Ryan abre a boca, mas ergo a mão indicando para que não se meta.

Pedro volta vitorioso com as bebidas fazendo questão de beijar o Max assim que chega na mesa deles, todos estão felizes, por que esses filhos da puta não saem da minha vida, por que Max tinha que ser um cretino, como pude não ter notado todos esses anos, as mentiras, as traições, Pedro não foi o primeiro, foi como se as peças de um grande quebra cabeças finalmente começasse a se encaixar, agora me lembrava de várias desculpas tolas que na época passaram, mas que agora enxergo através delas.

— Ryan segura as pontas só um minuto. — Falo indo na direção da mesa em que eles estão sentados. — Pedro.

— O que foi, não entendeu o que eu falei. — Ele respondeu com deboche arrancando risadas de todos na mesa, incluindo Max.

— Entendi sim querido, só vim te perguntar uma coisa. — Falei retribuindo seu deboche.

— Não tenho nada para falar com você, só aceita que Max não te quer mais.

— Primeiro eu não quero mais o Max. — Falo interrompendo ele.

— Para com isso Chico, está passando vergonha. — Max fala ríspido comigo.

Eles riem de mim ao me verem indo embora, mas não vou para o balcão, estou indo para o palco, mesmo assim eles param de me dar atenção, um erro que vou fazer com que se arrependam, eles não podem vir no meu trabalho e fazerem o que querem, não mais.

Aos poucos as pessoas do bar começam a me dar atenção quando escutam minha voz no microfone, incluindo o casal de ouro.

— Oi gente, só um segundo da atenção de vocês por favor, meu ex está aqui com o namorado dele, e eles me falaram para me manter afastado, mas o que achei estranho foi eles não terem pedido pro amante do meu ex se afastar. — A cara do Max começa a se desmanchar, mas Pedro não parece ter se ligado ainda, então prossigo. — Você não sabia Pedro que o Max fode com o Otavio desde que se conheceram, inclusive foi com ele que você perdeu o cabaço não foi Max. — Pedro se volta para eles, Max até tenta negar.

— Relaxa, o Otávio nem é o favorito dele, já que ele janta com o Chefe dele quase toda semana, espero que vocês usem camisinha até porque não é difícil levar o Max para cama e só para constar queridinho seu namorado me ligou e foi ele quem deu em cima de mim, obrigado gente e mais um vez perdão por interromper o show de vocês.

Os clientes que já me conhecem puxam palmas para mim o que deixa o Pedro ainda mais irritado, uma briga se inicia e agora o casal está saindo do bar, Ryan está com um cara de surpresa no rosto, volto para o trabalho, agora tem uma versão aceitava de forró das antigas rolando, os clientes aqui são mesmo ecléticos.

— Você já sabia que era corno esse tempo todo. — Ryan me pergunta.

— Pior que não, apostei e acertei no alvo. — Suspeitei que pudesse ser e agora muita coisa faz sentido.

— Me lembre de nunca te irritar. — Ele falou rindo.

— Anotado e os planos para hoje? — Antes que ele me responda uma cliente o chama, com esse movimento vai ser impossível terminar essa conversa agora.

Poucos antes do bar fechar Max entra no bar de novo, ele não está com uma cara boa, para minha infelicidade ele vem até o balcão, como o movimento já está mais controlado não consigo fingir está ocupado.

— Por que você falou aquilo para o Pedro?

— Vai se fuder Max, vocês vem até aqui para me encher, estou cansado da sua cara de pau.

— Chico, o Pedro está inseguro, ele acha que eu ainda gosto de você. — É inacreditável como a cara de pau do Max não tem limites.

— Max, vai embora e some da minha vida.

— Chico, vamos nos entender, você sabe que eu deixo o Pedro por você.

— Max vou considerar que você já está bêbado e ignorar o que você está me dizendo, o Pedro está longe de ser nosso problema, você é um puta de um mentiroso, não quero mais te ver por favor some da minha vida. — Mesmo sabendo quem ele é vê-lo nesse estado me deixa com o coração na mão, mas tenho que ser forte.

Ele foi embora, acredito que mais por medo do Ryan do que por vontade própria, já que ele não parece ter bom senso e muito menos consciência, essa noite está uma montanha russa de emoções e logo na noite em que o Fabim não está por perto para me dar um suporte, meu amigo está fazendo muita falta agora, ele vai ficar orgulhoso da vergonha que passei no bar hoje, me pergunto se alguém já foi fazer fofoca, porém acredito que não já que ele não ligou e nem mandou mensagem.

Até recebi uma mensagem, mas foi do Bernardo, ele estava de volta e queria me ver, disse a ele que estava saindo do trabalho e lhe perguntei se ele queria ir no meu apartamento, porém ele disse que não, pois não queria correr o risco de ser visto pelo Dia, ele ficou de me buscar no trabalho e aceitei, comentou algo sobre um motel, por mim de boas, só queria por esquecer tudo que aconteceu e principalmente que vai acontecer.

Quando o bar fechou Bernardo já estava me esperando na esquina, onde ninguém conhecido me veria entrando no carro dele, Ryan saiu pelo outro lado para encontrar com Santi, só de pensar neles transando a noite toda isso me subia uma raiva, é nisso que dá propor uma relação colorida, ele não é meu e dependendo do chá do Santi ele pode passar a ser do Santi a qualquer momento.

Encontrei Bernardo ele ainda estava de farda, o que deixou ele ainda mais gostoso, entrei no carro e saímos para o motel, ele me falou que tinha trabalhado até essa hora e que queria relaxar antes de dormir, por isso lembrou de mim, pelo jeito tinha mais de uma relação colorida só não tinha me dado conta disso.

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Comentários

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Esse Max é covarde, inseguro, traidor e falso. O Pedro, seu atual, é estúpido, burro. Quanto a Chico, espero que se ligue que sua insegurança poderá fazê-lo perder o Ryan de vez.

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Cara, mandou muito bem na escrita desse capítulo, me surpreendeu. Infelizmente, o Fábio parece ser tão inteligente para deduzir certos assuntos e tão cego para não ver outros. Sou capaz de apostar que Ryan tinha desfeito os planos com Santi e deve ter visto ou ouvido algo

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Lamentando muito pela falta de sorte do Chico. E lamentando mais ainda das fodas de Ryan com Santi. Isso está machucando o Chico. Tinha esperança que eles não estivessem transando. Se Ryan não se resolver tomara que apareça um anjo bom, se apaixone pelo Chico e faça ele muito feliz. Ele merece muito esse presente.

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KKK quem procura acha, quem mandou ir lá no bar humilhar o Chico, Max e Pedro tomaram mais que naquele lugar KKK, saíram humilhados com toda a verdade sendo vomitada na cara deles, é o pior com plateia rsrs, Chico e um banana ele propôs essa de amizade colorida, mais vai acabar se ferrando. Tomara que o Ryan e Fábio fazem ele acordar pra vida, ele dar um chance de ficar junto logo de vez com Ryan.

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Hahaha Chico mandou bem pra caramba!! Pena que ele ainda é tão inseguro. Tomara que o Ryan o faça resgatar a autoconfiança

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Obrigado por continuar, tinha acabado de ler o cap. 6, ja tava com lagrima no rosto. Eu sou mais trouxa o q o Chico, me envolvi com o historiam, vc escreve muito bem parabens e obrigado por essa maravilha.

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