O Garoto e o saxofone [29] ~ Penúltimo capítulo

Um conto erótico de Marlon
Categoria: Gay
Contém 8983 palavras
Data: 26/12/2023 21:39:08
Assuntos: Gay, Início, Sexo, Traição

Ao acordar, vejo o Caio ainda na cama, me olhando. Eu estava largado de um lado e ele de bruços, com o pescoço erguido e me vigiando com seus grandes olhos castanhos. Ele esboçava um sorriso débil e com os pés, ainda nas meias, juntos no alto. Ele agitava os pés e os chocava através dos calcanhares.

Eu abri os olhos e foi essa a visão que tive. A de um rapazinho branquinho, todo lisinho e com cara de sapeca.

Espreguicei-me, espremi os olhos, bocejei e com a maior calma do mundo e perguntei:

- Manda, Caio, o que você fez dessa vez?

- Hã? Hahahahaha, nada.

- Caio...

- Sério, não fiz nada.

- O que você faz acordado aqui na cama?

- Estava te esperando acordar.

- Mentiroso!

- Sério, seu bobão, - ele riu - fiquei vigiando o seu sono. Esperei você acordar porque queria agradecer a noite de ontem e também porque não resisti te olhar mais um pouco.

- Por que será que eu ainda não acredito?

Ele só riu amigavelmente. Não havia malícia nem qualquer outra coisa que denunciasse que ele tinha me pregado alguma peça. Aos poucos o sorriso dele se tornou o meu também e eu acreditei nele.

- Então você só ficou me esperando acordar?

- Sim.

- Por que não me acordou antes, então?

- Já disse o porquê: fiquei te admirando um pouco.

- Me admirando?

- É, Marlon. - disse fingindo impaciência.

- E o que você ficou admirando?

- Você está cada dia mais lindo. Está mais homem. Se eu pegar uma das fotos que temos, juntos, ano passado, qualquer uma, você verá que estou certo.

- Você também mudou.

- O meu cabelo cresceu? Isso não conta. Não pode ser comparada à mudança que te ocorreu. Você está com pelos, sabia?

Ele começou a acariciar o meu peito, que estava totalmente exposto, pois eu estava com os braços erguidos e jogados em cima da cabeceira da cama.

- Eu ainda lembro de você com a tesoura de unha tentando aparar os pelos do peito e do abdômen no banheiro.

- Eu achava que você não gostava de muitos pelos, lembra? - disse rindo.

- Sim, lembro.

- Mas eu também não gostava muito de ter pelos.

- E agora gosta?

- Bem, é mais fácil gostar né? Não preciso ficar me iludindo com a tesourinha e preocupado com o seu gosto pessoal.

- Mas não é só o peito. O queixo também está um pouco acinzentado. Mesmo que você vá agora fazer a barba, não conseguirá tirar esse cinza do rosto.

- Já isso eu sei que você gosta, não é?

- Sim. É sexy. E quando você me beija, eu fico sentido a barba roçando.

- E o que mais mudou em mim? - perguntei me espreguiçando mais uma vez.

- Sei lá... Você está mais homem. Suas pernas, seu tórax, seus braços... tudo parece maior.

- Ou seja, eu estou gordo.

- Pode ser.

- Como é?

- Ai, Marlon. E quem te falou que eu não gosto?

- Gosta de gordos?

- Gosto de você. E gosto de homens que são homens de verdade e dos homens que aparentam serem homens de verdade. Antes você só era homem de verdade, agora você também está no corpo de um homem de verdade. Você antes era só sexy, hoje você está um perigo.

- Hahahahahaha.

- Ai, é engraçado sim, mas é só olhar para você e perceber o quanto você pode me fazer feliz. E não digo isso só pelo sexo. O seu corpo está me mostrando que o tempo está passando e nós ainda estamos juntos. Teremos uma vida segura juntos e... olha só, você será um coroa gatíssimo.

- Mas eu ainda não quero ser um coroa.

- Tanto faz.

- Acho que você nunca será um coroa.

- Não levo jeito para a coisa.

- Não mesmo - falei.

- E você não liga?

- De você?

- Sim.

- Claro que não! O que eu mais gosto em você é esse seu jeitinho e seu corpinho de rapazinho de dezesseis anos. De você ser todo lisinho, sem nem penugem e todo rosadinho assim. Eu adoro isso! - falei.

Ainda estávamos separados. Eu estava descoberto, estirado na cama, com os braços erguidos e em uma posição vulnerável para qualquer examinada feita pelo Caio. Já ele estava coberto com o lençol da cintura até a parte de trás dos joelhos. Falávamos carinhosamente sobre um assunto de teor bastante sexual, mas não nos tocávamos (exceto pela mão do Caio, que passou rapidamente pelo meu peito).

Evidentemente estávamos excitados, mas aparentemente estávamos mais interessados em falar que fazer amor.

- Então... tudo em mim está maior?

- Hahahahahaha, para, não força.

- Você parece estar mais homem também.

- Isso não é verdade.

- Eu me lembro das vezes em que eu era hétero e dormia com você na cama. Eu ficava observando o seu corpo também. Você tem pés grandes e ombros largos. O seu maxilar com certeza vai ficar maior e você vai ficar com um rosto mais masculino.

- Isso é verdade. Mas é só isso.

- Também não quero que você mude mesmo. Gosto de você assim, já te disse isso.

- Disse que gosta dos garotinhos, mas não serei garotinho a vida toda.

- Será o meu garotinho a vida toda. Você já está nessa idade e nenhum pelo nasceu no seu corpo todo. É provável que não nasça mais. É provável também que você não engorde como eu. E que nem tenha barba e nem pelos na virilha.

- Não disse que você engordou.

- Eu sei... você entendeu o que eu quis dizer. - quis dizer que “era provável que ele não ganhasse tanta massa, seja muscular ou gordurosa” - e é bem provável também que você não fique careca.

- Isso também é verdade. Não conheço casos de calvície na minha família e não tenho aquelas entradinhas no cabelo.

- Já eu tenho. - falei.

- Mas o seu pai não está careca.

- Eu sei que eu posso engordar, ficar careca e perder os dentes, pois você nunca vai me abandonar.

- É... - disse ele fingindo estar distraído.

- Hahahahahaha, safado, me iludindo.

- Eu?

- Hahahahahahaha.

- Sabe o que mais? O seu cheiro também está mudando. - ele disse.

- Isso é bom?

- Nem é bom, nem é ruim. Você está ficando com um cheiro parecido com o do meu pai. Não o mesmo, exatamente. É um cheiro amadeirado... sei lá.

Isso com certeza tem a ver com o fato de você estar trabalhando.

- Percebi que estou com o cheiro do meu pai... como é que você disse? “Amadeirado”? Deve ser porque ele trabalha muito e precisa não estar fedendo. Assim como todo mundo que trabalha muito.

- Além do mais, seu pai veste farda. Imaginou ele fedendo e de farda? Tiraria todo o encanto do seu pai.

- “Encanto do meu pai”?

- Sim. Não posso negar que os homens da família Silva são homens de verdade. Homens machos. Homens com hagá maiúsculo. Homens brutos, que nos pegam, nos jogam no Google e dizem que nós somos tudo o que eles procuravam.

- Hahahahahahaha.

- Sua mãe deve ir à loucura com aquele policial de farda, chegando com a camisa um pouco aberta, mostrando os pelos do peito, com a calça justinha exibindo a mala e com as algemas penduradas e gritando “Mulher, cadê a minha janta?”.

- Ai. - ri um pouco - nem sei se eles ainda têm alguma vida sexual.

- Como não? Que desperdício!

- Ô, quer parar de falar do meu pai? - fingi estar bravo.

- Oh, meu amor, só estou tentando imaginar como você será daqui a alguns anos.

- Agora eu percebo como a minha vida era gay e eu não sabia... - falei.

- Como assim?

- Sei lá. Você disse isso do meu pai e é exatamente assim que ele chega em casa: todo suado, fardado, as algemas penduradas... O meu irmão também era um estereótipo ambulante: ele era o típico galãzinho da escola, aquele que é o primeiro a nascer barba, aquele que pode sair à noite, todo largadão, andando de skate e tals. E eu lembro que, quando éramos pequenos, tomávamos banho juntos, nós três, e o meu pai ensinava como era que lavava o pinto. - o Caio começou a rir - É sério! E aí meu irmão e eu ficávamos abismados com o tamanho do pinto do meu pai.

- Ai... - ele não parou de rir - eu não aguento isso!

- Muito gay, não é?

- Sabe que não? Esses são estereótipos gays porque os próprios gays, pelo menos a maioria, não passa por essas situações. Os gays têm muitos desejos onde os cenários são ambientes e situações dos héteros. Tipo a farda, o menino pegador da escola, homens tomando banho juntos... isso é o desejo da maioria dos gays. Os héteros não veem nada de mais nessas coisas. Ai, mas é engraçado hahahahahahaha. Como era que o seu pai ensinava?

- Não, Caio, para!

- Ah, vai, Marlon, vai, me mostra - choramingando.

- Não - disse rindo.

- Me mostra, vai. Eu aprendi sozinho e talvez não tenha aprendido direito.

- Mentira. Já vi você tomando banho e você se lava direitinho.

- Me mostra, Marlon, por favor!

- Não e não!

Ele começou a pôr a mão na minha cueca.

- Marlon, não seja malvado!

- Caio, para! - tirando a mão dele de mim.

- Me mostra e eu paro.

- Não.

- Por quê?

- Que mico!

- Mico por quê? Eu não já vi isso umas mil vezes ou mais?

- “Isso”?

- Desculpa: eu não já vi “issão” umas mil vezes ou mais? Essa coisa enorme, essa coisa grossa, esse músculo protuberante e cheio de veias, essa coisa pontiaguda, esse canhão francês, essa bazuca boliviana, esse mastro wiking?

- Hahahahahahahaha.

- Esse supositório de gigante, esse... - interrompi.

- Chega, Caio!

Eu já estava chorando de tanto rir. Ele falava de forma sequencial, como se estivesse enumerando tens de uma feira doméstica. Por exemplo: um quilo de feijão, doze potes de manteiga, três cachos de uva, uma sardinha em lata...

O engraçado do Caio (e creio já ter dito isso muitas vezes) é que ele fala coisas relacionadas ao sexo como se não fosse nada demais.

Tudo isso misturado com o rostinho de ingênuo que ele tem, resulta numa engraçada prosa.

E na verdade o sexo não deveria ser nada demais.

Se o sexo fosse tratado de forma natural e as pessoas soubessem os benefícios que uma boa noite de amor proporciona, com certeza não haveria tanta falta de tolerância no mundo.

É mais comum ver na sessão da tarde na televisão um filme onde alguém explode a cabeça de outra pessoa que fazendo amor. Desde pequenos aprendemos que bombas e revólveres são coisas comuns e naturais e o sexo é uma coisa feia e suja. Principalmente se for sexo gay.

Mas sexo é tão bom... Imagina então rir dele, ou melhor, rir com ele.

- Para, para, para. Sai! - e me ergui um pouco para me proteger.

O Caio começa a exibir uma expressão maliciosa e começa a se erguer também. Ele fica de joelhos em cima do colchão e se aproxima de mim.

- Sai, Caio!

Ele então põe o pênis fora, levanta-o com a mão e diz:

- Então me ensina aqui!

- Caio...!

- Me ensina.

Então eu o olho nos olhos e vejo o que eu sempre costumo ver quando ele está excitado. Eu começo a me arrumar na cama e o olho mais uma vez. Depois eu pego o pênis dele e começo a pôr a glande para fora, pois o Caio não é circuncidado.

- Quer mesmo que eu mostre?

- Anda logo!

- Foi assim que meu pai ensinou: você põe a cabecinha para fora e segura, depois você pega o sabonete, uma esponja ou até mesmo a mão e passa nesse espaço entre a cabecinha e a pelezinha do pinto, pois aqui se acumula muita sujeirinha.

- Seu pai falava “sujeirinha”?

- Hahahaha, preste atenção no professor.

- Ele não falava “mijo e esperma” não?

- E eu lá sabia o que era esperma?

- Oh, que fofo, que criancinha mais boboquinha!

- Aí, depois que você tira a sujeirinha, vê se não ficou sujeirinha no prepúcio.

- Duvido que o seu pai falava “prepúcio”!

- Psiu, silêncio. Depois disso, você lava o resto normalmente, como se fosse um braço.

- Que braço minúsculo!

- Mas ele fica maior, não fica? - perguntei maliciosamente olhando-o nos olhos.

- Não sei. - fingindo ingenuidade - quer testar para ver se cresce?

Você pode se testar, ensaiar, treinar... Mas algumas pessoas têm o talento para serem rápidas no raciocínio. Quando ouvimos, vemos ou sentimos algo, em geral associamos essa experiência a alguma coisa, dependendo da situação e do humor.

Mas até que essa associação se conclua, demoram-se alguns segundos.

Talvez para o Caio essa associação seja instantânea.

Não conseguiria ser tão rápido no gatilho como ele é. Quando ele me provocou desse jeito, senti que deveria ser quem eu costumava ser quando estávamos na cama. Então me pus de joelhos em cima da cama também e fiquei de frente a ele. O puxei levemente pela cintura e o beijei.

Foi um beijo longo, que começou com um selinho e estalos de lábios, depois eu introduzi a língua e senti que ele fazia o mesmo. A boca dele era pequena e não dava espaço para minha língua ficar no mesmo lugar que a dele.

Disputávamos lugar na boca do Caio. Eu senti que o pênis dele, que se encontrava para fora da cueca, ganhava vida e roçava no meu umbigo.

Então parei de beijá-lo e sentei na cama, mas ainda de frente para ele, peguei o pau endurecido com a palma da minha mão, segurei com força e disse:

- Já que não estamos debaixo do chuveiro...

E pus na minha boca. Ele se aproximou um pouco mais e começou a puxar algumas mexas do meu cabelo.

- Marlon, devagar!

- Devagar?

- Senão vou gemer muito alto.

Suguei mais uma vez o seu pauzinho e o abandonei na cama. Fui até o seu guarda-roupas e peguei uma meia limpa.

- Para quê isso?

Subi na cama e pus a meia na boca do Caio, amarrando suas extremidades na nuca dele.

- Pronto!

E voltei a chupá-lo. Claro que um pedaço de pano não cala ninguém, mas nos dava mais gás e isso me ajudava a incorporar o “Homem do Caio”. Ele voltou a puxar o meu cabelo e eu continuei acariciando o seu pau com a boca.

Ora beijava a sua barriga, ora mordia a parte interna das suas coxas. Depois parei e tirei a minha cueca rapidamente. Quando estava completamente nu, o Caio pegou o meu pau. Eu, no entanto, bati em sua mão, como um sinal de repreensão.

- Não! - ordenei.

O deitei na cama e, ainda de joelhos, fui aproximando o meu quadril do rosto dele. Explicando melhor, ele estava deitado e eu por cima, ajoelhado, na altura do rosto dele. Pus um travesseiro atrás da cabeça do Caio, para erguê-la um pouco e tirei a meia da boca dele.

- Me prometa ficar calado.

- Prometo!

- Promete?

- Sim.

- Tá. Mas se você fizer qualquer ruído, eu ponho a meia de volta, ouviu?

Ele balançou a cabeça em sinal positivo, mas para mim não era o bastante:

- Ouviu, Caio?

- Sim.

- Sim o quê?

- Hã?

- Sim o quê?

- Não sei...

- Diga “Sim, senhor!”.

- Sim, senhor!

Então enfiei o meu pau na boca dele. Ele veio com as mãos para cima de mim. Uma seguraria o meu membro e a outra, a minha cintura. Mas não deixei de novo.

- Não!

Peguei suas mãos pelo pulso e as levantei na altura da cabeça dele. Voltei a me introduzir dentro da boca dele, como se estivesse fazendo um movimento convencional de sexo. Ele me olhava nos olhos com uma expressão de submissão. Fiquei mais excitado ainda, então acelerei os movimentos. Comecei a fazer biquinho para ele e a gemer baixinho. Os movimentos foram acelerando e eu comecei a projetar um dos meus braços para trás, para masturbá-lo. Então ele começou a gemer de leve e eu parei imediatamente.

- O que eu disse antes?

- Desculpa, Marlon!

- Marlon?

- Senhor. Desculpa, senhor - corrigiu-se.

Voltei a fazer o de antes. Introduzia-me na boca dele, enquanto o tocava. Comecei a esticar demais a pele do pênis dele, provocando certa dor. Eu sabia que o Caio gostava disso e fazia sem pena de machucá-lo. Fiz de propósito, para que ele gritasse. Pois foi o que ele fez. Soltou um grito de leve, um “Ai!” contido, temendo as consequências. Eu parei e saí de cima dele.

- Não, Marlon, eu me calo, juro!

- Marlon?

- Senhor, senhor!

Sem dizer mais nada, peguei a meia e pus na boca dele. Mas antes disso, ele ainda insistia.

- Desculpa, eu me calo, juro!

Amarrei sua boca e me deitei em cima dele, fazendo pressão contra o colchão. Passei a beijar o pescoço dele com agressividade e ele soltou um leve gemido. Parei e o olhei com raiva nos olhos. Ele encolheu o seu pescoço e subiu os ombros. Entendi aquilo como um pedido de desculpas e voltei a chupá-lo. Parei um pouco e fui até o criado mudo.

- Você ainda guarda o creme aqui?

Ele balançou a cabeça em sinal positivo. Peguei o potinho e lambuzei meu cacete todo. Subi na cama e comecei a puxar o Caio por uma das pernas.

- Aprendi uma coisa nova!

Eu o puxava com uma mão e com a outra eu pegava os travesseiros. O pus de bruços e comecei a enfiar os travesseiros entre a barriga dele e o colchão, fazendo com que as suas nádegas ficassem erguidas. Era como a posição de quatro, mas ele fica muito mais deitado. Fui me deitando de leve em cima das costas dele, mas não me introduzi. Pus meus lábios próximos ao seu ouvido e sussurrei:

- Isso vai doer!

Após algumas mordiscadas na orelha dele, iniciei a transa. Essa geralmente é uma posição que machuca porque o cu fica muito exposto. Parecíamos duas tartarugas copulando. Como sou bem maior que ele, meu corpo o cobriu quase todo. Ele começou a sentir a dor e passou a puxar os travesseiros ainda mais para si, como forma de exteriorizar a dor.

Eu o abraçava com força, mas me movimentava com leveza. Mesmo que não quisesse, devido à posição, eu detinha todo o controle sobre ele.

Ele tentava não gemer, mas não conseguia. Soltava alguns gritinhos abafados pela meia. Eu parava e o repreendia.

- Caio, o que eu disse antes?

Depois continuava. Como não dava para acelerar naquela posição e eu já estava ficando muito cheio de tesão, quis mudar.

Ele continuou agarrado aos travesseiros. Tirei-os dele e o deitei de costas. Fiquei de joelhos e pus os travesseiros nas costas dele, erguendo-o mais uma vez. O famoso “frango assado”.

Peguei os calcanhares e os coloquei em cima dos meus ombros. Então, os travesseiros foram inúteis, pois ele ficou mais levantado ainda. Entrei com violência e ele gritou. Soltei seus calcanhares em cima da cama, fazendo o cair em cima dos travesseiros.

- O que eu disse, Caio? Hein?

Puxei a meia da boca dele, arranquei meu pau do seu cu e o puxei pelos cabelos. Pus a boca dele próxima ao meu pau e o ordenei que lambesse. Ficamos alguns minutos assim. Depois, enquanto ele ainda me lambia, me estiquei para o criado mudo, para pegar mais creme.

Peguei a meia e amarrei na boca dele e voltamos ao frango assado. Entrei do mesmo jeito que antes, mas ele conseguiu se conter. Comecei de leve, para ganhar impulso e garantir a segurança do movimento, depois acelerei.

O Caio levou as duas mãos á boca e segurou os ruídos. Como eu o segurava pelos ombros, as mãos ficaram livres, então o masturbei. Vez ou outra eu esticava demais a pele dele, mas decidi não o maltratar tanto.

Às vezes, até eu tinha medo de machucá-lo, mesmo ele pedindo. Ele gozou primeiro que eu e o seu esperma escorreu entre os meus dedos. Ele fechou os olhos quando chegou ao orgasmo.

Senti-me satisfeito. Poderia acabar ali mesmo. Acelerei mais um pouco, para acabar logo. Quando percebei que estava chegando a hora, desci as pernas do Caio e fui me deitando sobre ele. Abraçamo-nos e eu gozei.

.

Joguei-me para o lado dele e tentei buscar o fôlego. Ele buscava a minha mão com a sua, pois ambos olhávamos para o teto. Quando ele achou, levou-a até o seu coração.

- O que foi isso?

- Isso o quê?

- Isso o que você fez... Foi tão bom. - dizia ofegando.

Girei o meu pescoço para enxergá-lo. Ele fez o mesmo. Olhamo-nos e sorrimos.

- Foi tão bom assim?

- Foi. Foi o melhor!

- Ai, Caio, não me diz isso, senão vou ter que passar o resto da vida tentando me superar.

- E isso não é bom? Morreremos tentando.

- Daqui para lá espero que a minha bengala seja bem lubrificada e que a minha dentadura esteja firme.

Ele ajeitou-se de bruços na cama, se aproximou, deitou sobre mim e me beijou. Eu demorei para recuperar o fôlego, mas depois eu o abracei de volta, rolamos na cama até ficarmos na posição certa. Ajeitamos os travesseiros, nos cobrimos com o lençol e namoramos um poucoA vida flui calmamente quando nada há que se temer e nada há pelo o que se reclamar.

As coisas pareciam se ajeitar a cada dia que se passava e, o que não tinha concerto, eu deixava de lado.

Exemplo: minha mãe, que a cada dia estava mais distante e, às vezes, eu nem lembrava que ela existia.

Mas, em relação à minha vida, tudo estava bem, eu tinha um emprego, um lar, amigos, estudava o que gostava, etc. E tinha também um namorado.

O que dizer do “namorado”? Acho que não é necessárioEm um dia qualquer, aula normal, alguém grita por mim:

- Marlonzinho-zinho-zinho!

Era a voz do Tom. Há tempos eu não ficava contente ao ouvir esse nome. Quando me virei, ele vinha correndo em minha direção.

- Será que estamos atrasados?

- Não, acho que não. - disse eu com um sorriso bobo.

- O que houve?

- Nada... Momento nostalgia!

- O quê? Me conta.

- Nada de mais. Você me chamando pelo apelido do Caio... sabe, sinto saudades de quando ele me chamava assim.

- Mas eu achei que vocês já tivessem superado aquilo tudo.

- E superamos, mas ele não quer mais me chamar assim.

- Besteira.

Subíamos as escadas enquanto conversávamos:

- Besteira em que sentido? - perguntei.

- Ah, é só um apelido.

- Não é só um apelido. Eu adorava, poxa, quando ele me chamava assim, quando ele gritava o meu nome, quando ele se aproximava todo serelepe e fazia charminho, ou até mesmo quando namorávamos debaixo do lençol. Eu sinto falta, sabe?

- Sei... - disse ele em um tom triste.

- No dia em que ele se inscreveu para o vestibular de Gastronomia, ele pulou no meu colo gritando “Marlonzinho-zinho-zinho!”.

Foi um dos últimos dias que eu o ouvi falando. Quer dizer, um dos últimos que ele falou de bom grado.

Às vezes ele deixa escapar, mas quando se toca, ele surta. Até sapato ele atira.

- Conversa com ele...

- Eu já conversei, não adianta.

- Então deixa para lá.

- Eu deixo, mas não posso parar de sentir saudades. Eu sei que é uma coisa estúpida, mas é que... sei lá. Não sei explicar.

- Não precisa explicar. Eu entendoCaio e eu fomos mais algumas vezes ao restaurante onde o velho saxofonista tocava.

Às vezes também íamos em grupo, os três casais de amigos: Tom & Luciano, Claudinha & Diogo, Caio & Marlon.

Sempre que íamos, o saxofonista tocava “Singing in the rain”. O Caio e ele estavam ficando amigos.

- Me esperem aqui, eu vou dar um “oi” para o saxofonista. - disse o Caio correndo.

- Vai depressa que a gente já está pedindo a conta. - eu disse.

- Eita, Marlon, quem diria, hein? Passado para trás por um velho muxiba... - brincou a Claudinha.

- É verdade. Nessa altura da vida, eu não me surpreendo com o Caio. - eu disse.

- Qual será a posição preferida do casal? - perguntou o Tom.

- Bem, pela idade que o cara do sax aparenta ter, acho que ele só aguenta papai e mamãe. - respondeu o Luciano.

- Vocês querem parar? - pedi já rindo.

- Mas 69 também é fácil. - retrucou o Tom - Basta deitar e tudo certo.

- Hum, deve ser uma delícia. Boca de velho, dentadura solta, salivando sem parar... imaginem uma oral agora! - disse a Claudinha.

- Minha filha! - disse o Tom fingindo estar horrorizado - Diogo, querido, depois dessa eu prenderia a sua mulher na corrente, ao pé da cama, viu?

- Que nojo! - disse o Luciano.

- Gente, olhem o ambiente no qual estamos, contenham-se! - pedi.

- Glam-sex é comigo mesmo. - disse o Tom.

O Caio se aproximava e ficamos quietos.

- Vamos?

- Fizemos um bolão - disse a Claudinha - e, antes de irmos, você vai ter que responder.

- Manda. - disse o Caio já entendendo a piada, afinal, essa piada era dele.

- Qual a posição que você pratica com o velho do sax?

- Nossa! - exclamou o Caio - Que horror! Até eu, que sei que sou pervertido, choquei com essa. Minha gente, olhem o respeito com o Seu Guilherme. Adoro o Seu Guilherme!

- “Ai, Seu Guilherme!” - imitou o Tom, a voz do Caio.

- Amor, você também entrou nesse bolão? - perguntou-me o Caio.

- Claro que não, né?

- Diz logo, Caio, para de enrolar! - pediu a Claudinha.

- Vai chupar um homem!

Descobrimos que o Seu Guilherme também tocava numa churrascaria, mas tocava acordeão. A churrascaria era decorada sob a temática de bar pirata, ou algo parecido.

Para o aniversário do Caio, que já se aproximava, ele fez um trato com o dono da churrascaria e com o Seu Guilherme: o dono do estabelecimento deixaria que, ao invés da sanfona, o Seu Guilherme tocasse saxofone e, em troca, o Caio faria a sua festa lá. Seria um almoço onde ele convidaria todos que pudesse. Tudo isso porque, no restaurante onde se tocava sax, não seria possível levar tanta gente e juntar as mesas. E também porque uma churrascaria dá um aspecto mais informal.

Como o Seu Guilherme só tocava duas horas na churrascaria e o Caio ficou com pena de explorar o velho saxofonista, ele fez um outro trato com o dono da churrascaria, pedindo para que ele também pudesse levar um DJ.

Eu não sabia como o Caio era espertinho e antenado para negociações. Nesse dia, fomos Caio, seu pai e eu conversar com o dono:

- Mas como assim, você pretende fechar a churrascaria só para a sua festa?

- Não... como é o nome do senhor mesmo? - perguntou o Caio.

- Ademar.

- Não, Seu Ademar, eu não quero prejudicar o senhor, só quero que o senhor permita que a gente traga um DJ.

- Mas não é prejuízo nenhum. O único problema é que os outros clientes geralmente não gostam de música de DJ. Mas, se você fechar a churrascaria, negócio fechado.

O Ademar também era um grande negociador, de fato. Na verdade ele aparentava ser aquele tipo de bicheiro que vemos em filmes, que engana a todos nas ruas, dando truques e golpes em garotinhos inocentes como o Caio. Mas, o Caio, de inocente não tinha exatamente nada.

- Ah, mas assim quem sai no prejuízo soy yo!

(...)

Já em casa:

- Caio, agora que estamos só nóso Caio me interrompe.

- Vamos trepar?

- Não. Me conta o que você está pensando em fazer.

- Eu? - fingindo inocência.

- Sim, o senhor mesmo, como pretende pagar o prejuízo?

- Não vai ter prejuízo!

- E você tem tanta certeza por que...

- Porque eu tenho um plano.

- Hum, me conta esse plano.

Haveria o saxofone por duas horas, haveria DJ antes do sax e depois até o início da noite.

O plano do Caio consistia em pagar o DJ e não correr o risco de ainda pagar ao seu Ademar.

E como ele faria isso? Muito simples, ele usaria a sua popularidade. Como alguém como ele abandona Publicidade para fazer Gastronomia? Bem, eu não sei.

O Convite seria assim: uma garrafa vazia de vinho e dentro viria um papel envelhecido, como se fosse um pedaço de um mapa antigo; o escrito, com letras manuscritas, seria:

“Olá, marujos!

Hoje o mar não está pra peixe. Como somos todos lobos do mar e precisamos de carne, a minha festa será na churrascaria XXX.

Infelizmente o nosso capitão só liberou a primeira rodada de tubarões à milanesa, o resto deverá ser descontado dos nossos sacos de moedas de ouro. É uma pena, eu sei, mas sem isso, perderemos metade da tripulação na prancha.

O bom disso tudo é que pirata que se preza sempre tem amigos e os amigos dos seus amigos também estão convidados!

O DJ está garantido!

Tragam os seus bons gostos musicais, pois terá saxofone (e ai daquele que reclamar!).

Uha, marujo, tragam seus tapa-olhos, não se esqueçam da perna de pau!

Caio, o pirata caolho”

Depois que vi o convite pronto, que não custou quase nada para ser confeccionado, eu disse ao Caio:

- Isso nunca vai dar certo. Ninguém vai vir para a sua festa sabendo que vão pagar a partir da segunda rodada!

- Hum, ok, quer apostar?

Eu não apostaria. Não com o Caio!

Todas as pessoas íntimas disseram que não daria certo. Obviamente que iriam pessoas e possivelmente iriam muitas, mas não faria sucesso a ponto de não dar o tal prejuízo do Seu Ademar e ainda sobrar dinheiro para pagar o DJ.

Os pais do Caio foram os primeiros a dizerem que essa ideia era furada e de que ele deveria tomar cuidado, pois, se desse prejuízo, ele se responsabilizaria sozinho pelos gastos.

Depois vieram Claudinha e Tom alertando. Mas o Caio não ouvia ninguém. Enquanto os convites estavam sendo enviados, o Caio preparava a decoração com as próprias mãos (assim como foi na festa rave).

Tom, Claudinha e eu nos oferecemos para ajudá-lo, mas ele recusou. Disse que era questão de honra ele fazer essa festa dar certo. Minha única preocupação era com o meu bolso. Eu não conseguiria dar um presente do meu agrado. Eu sei, o Caio não liga e nunca ligou para dinheiro, no sentido de que ele economizava centavo por centavo de suas mesadas, fazia as suas próprias camisetas, customizava tênis e sempre teve uma visão diferente dos outros jovens que costumamos conhecer. Mas, apesar disso, eu queria, também por questão de honra, dar-lhe um bom presente.

Enquanto eu procurava algo barato, mas de bom gosto para presenteá-lo, recebia constantemente ligações como essa:

- Alô, Marlon?

- Oi, amor, tudo bem?

- Tudo, tudo. Me diz uma coisa: tem cabo de vassoura velho aí?

- Hã? Para quê você quer isso?

- Tem ou não?

- Não sei, depois eu dou uma olhada.

- Não, dê uma olhada agora!

- Agora?

- Dãã!

- Tá.

E lá vou eu procurar algum cabo de vassoura que não estivesse sendo usado.

- Não tem não, amor.

- Tá, tchau.

- Ei! - gritei.

- Oi.

- Liga, nem pergunta como eu estou, não sirvo para nada e se despede assim?

- Ai, que grudinho... você não vem aqui em casa hoje?

- Sim, mas... - me interrompe.

- Então, quando você chegar, eu pergunto como você está. - soltou uma gargalhada - Beijo me liga! - e desligou.

No dia seguinte:

- Amor único da minha vida!

- Diz, Caio.

- Tem roupa velha aí?

- Que tipo de roupa?

- Qualquer uma que seja de pano? - irônico.

- Grosso!

- Vai, Marlon, deixa de fazer doce.

- Espera... tem umas camisas minhas que não dão mais.

- Trás mais tarde?

- Tá. Mais alguma coisa?

- Tem garrafas aí?

- Pet, serve?

- Serve, serve. Tchau!

- Tchau amor da... - desligou.

Quando eu chegava à casa dele para namorarmos “de portão” (sim, fazíamos isso), ele nunca me deixava entrar no quarto dele. Aliás, nem eu nem ninguém.

Lá havia todo o tipo de lixo e porcarias possíveis.

- Quando a gente vai poder dormir na sua cama, hein?

- Ué, quer dormir comigo? Vamos para a sua.

- Não. Sinto falta da sua.

- E eu da sua.

- É sério, deixa eu ver?

- Tipo, não? - irônico.

- Tão engraçado você, né?

- Né? Também me acho engraçado pacas!

Mas enquanto ele causava toda essa curiosidade em mim, não se comentava outra coisa na faculdade. Afinal, ele ainda não estava estudando Gastronomia, então sua turma ainda era a de Marketing.

Calouros e veteranos estavam ansiosos: os calouros porque seria a primeira festa grande em que eles iriam e os veteranos por já conhecerem a fama do Caio em festas.

Depois que o Caio começou a estudar lá, era ele quem organizava as festas do nosso curso. Foram tempos de glória, sem exageros. Ele tirava patrocínio não sei de onde e toda a decoração sempre era reciclada.

Angariávamos fundos para as formaturas e tudo isso em conjunto com os alunos do centro acadêmico.

Já eu tentava achar um presente coerente. As primeiras coisas que surgem são os presentes comuns. Comum para o Caio é até piada. Vinha-me perfume, roupa, calçado, CD, celular..., mas nada disso me agradava. Eram coisas muito simples e coisas das quais ele não sentia necessidade. O Caio, assim como eu, adora arte. Quer dizer, eu aprendi a gostar mais ainda por causa dele.

Pensei em dar um quadro-cópia de um dos artistas que ele gostava, como Van Gogh, Kandinsky, Romero Brito, Andy Warhol... estive prestes a comprar um do Warhol, o da Jáck Onassis, ou o da Sopa Campbells, mas acabei não comprando.

Pensei em fazer algo, mas não tenho a mesma habilidade manual do Caio.

Passeando pelo centro, onde eu tinha que pagar umas contas, passei por uma loja que nunca me chamaria a atenção, se não fosse pela situação atual do Caio. Vi algo que me interessou e eu comprei. Ainda liguei para o Tom, para ver se ele me dava uma luz.

- Ah, eu achei bacana a ideia sim.

- Então você acha que eu devo comprar?

- Sim, sim. O Caio realmente não é alguém que você dá um vale-presente e solta ele dentro de um shopping. Eu também estou suando para comprar um, não está fácil.

- Compra um dos quadros que eu ia comprar.

- Pode ser. Estive mesmo pensando em comprar um Kandinsky para mim, talvez eu compre um para ele também.

- Beleza, tchau.

- Tchau, Marlon.

Eu ainda tinha que levar o que tinha comprado para outro lugar, para que o presente ficasse completo. Depois, sosseguei satisfeitoNo dia da festa, o Caio estava cedinho na churrascaria para arrumar os preparativos e todo o resto.

Até então, pelo o que eu soube do Caio logo depois, era que o Seu Ademar não tinha gostado nada-nada dessa ideia de decoração, mesmo que ela combinasse com o estilo do restaurante.

Mas, com a lábia do Caio, o Seu Ademar foi deixando.

O Caio chegou à churrascaria umas cinco horas da manhã e saiu de lá às nove, hora essa em que a churrascaria é aberta.

Foi para casa descansar para a tarde. A festa estava programada para as treze horas. Para a festa, comprei um chapéu de pirata, estilo napoleônico. Tive medo que o Caio comprasse um chapéu parecido, mas como eu não pretendia ficar com o chapéu o dia todo, o levei assim mesmo.

Liguei para a casa dele:

- Alô?

- Oi Marlon.

- Oi sogrinha, cadê o Caio?

- Já foi.

- Já foi?

- Ele quis ir cedo, antes que todos.

- Para receber os convidados, não é?

- É.

- Bem... - ela me interrompe.

- Você iria passar aqui?

- É, eu estava pensando nisso.

- Se quiser, passamos aí para te buscar.

- Ah, eu gostaria sim, pois o Luciano foi buscar o Tom, aí eles vão de lá mesmo.

- Certo. Já-já passamos aí.

Eu sei que é tudo frescura minha e que a minha possessão me cega, mas me senti muito abandonado pelo Caio nesse período.

Quando eu entrei no carro, começamos a conversar sobre essa festa:

- Pois é, Marlon, não foi só você a quem ele abandonou esse mês. Ele trancou o quarto e levava a chave para onde quer que fosse. Para ir ao banheiro, ele trancava a porta do quarto. - disse a mãe dele.

- Eu nem me senti abandonado por isso, eu acho que foi mais essa autonomia dele de não pedir ajuda em nada e de fazer as coisas sem nem me informar, o que me deixou com pulgas atrás das orelhas.

- Eita namorado ciumento da poxa! - brincou meu sogro - A única coisa que eu quero mesmo é que essa festa vingue. Eu sei que o Caio é responsável e tals, mas eu não estou confianteQuando chegamos, já havia alguns carros no estacionamento. O DJ já tocava e não estava tão alto quanto pensei.

O Caio queria mesmo preservar os outros clientes, mas, ao mesmo tempo, assim que chegamos, percebi que ele andava por outras mesas, mesas de desconhecidos. Mas eu só via o Caio de longe, não conseguia ver como ele estava vestido. A roupa dele era um dos mistérios.

Mas a decoração logo se abriu aos nossos olhos e ficamos abismados com o que ele fez com o lixo.

Das pilastras da churrascaria desciam garrafas pet cortadas em formas helicoidais, para darem a impressão de algas marinhas. O fundo das garrafas com fitinhas de papel eram águas-vivas e as bolinhas de desodorantes roll-on eram bolhas.

Na entrada do restaurante havia um painel enorme de papelão, onde nele o Caio havia desenhado um velho pirata, que nos pedia para deixarmos um recado para o aniversariante.

As paredes também tinham fotos retrô de piratas, que pareciam tirados de filmes, desde Gregory Peck, em “Moby Dick”, até Johnny Depp em “Piratas do Caribe”.

Mas a decoração toda convergia para uma peça em especial. No centro, uma pilastra foi totalmente coberta com algum tipo de material que dava a impressão de madeira. Havia uma colcha de retalhos e dois bonecos infláveis.

Explicando melhor, a pilastra era um mastro de navio, a colcha eram as velas (tinha até caveira com dois ossos cruzados) e os bonecos... Bem, um dos bonecos na verdade era uma boneca. Ela vestia uma roupa de garçonete de taberna e ela estava de cabeça para baixo, como se ela estivesse fazendo pole-dance. O outro boneco era um pirata, que ficava no ponto mais alto do mastro, o ponto de observação, mas ele apontava a luneta para a saia levantada (ou seria caída?) da boneca. Ou seja, era uma enorme alegoria.

Quando olhamos aquilo, o pai do Caio exclamou:

- O que é que esse menino me aprontou?

Eu não conseguia dizer nada.

Depois de toda a surpresa, o que eu mais queria era abraçá-lo e desejar-lhe “Feliz aniversário!”.

Ele conversava com os outros clientes, era uma coisa que eu não entendia, mas fui.

Quando me aproximei, percebi que o Caio não estava de pirata e sim de marujo. Com aquelas roupas do Kiko do seriado Chaves, só que de branco. Ele também vestia um tapa-olho, e tinha uma placa pendurada ao pescoço:

“O Inocente Marujo Caolho”

- Inocente, é? - perguntei ironicamente.

- Marlon! - disse ele me abrindo o mais lindo sorriso de todos.

- Oi, marujo!

Ele me abraçou forte. Se não fossem as outras pessoas, teríamos nos beijado. Percebi que ele tinha dificuldade de andar.

- O que é isso?

Quando olhei para o seu pé, vi uma perna de pau. Ele dobrou o joelho direito e improvisou uma prótese com um cabo de vassoura.

- Nossa, tem perna de pau e tudo!

- Claro!

- Não está te incomodando isso?

- Não, está até confortável e é divertido também. Pensei que não vinha mais...

- É que seus pais ainda passaram lá em casa para me buscar. Eu pensei que vínhamos juntos.

- Eu tive que vir antes. Garantir que a decoração não fosse danificada e receber as pessoas.

- Aliás, que decoração, hein?

- Eu disse que não pouparia.

- Disse e cumpriu.

- Ah, você trouxe um chapéu de pirata. Que fofo!

- Eu tive medo de trazer, tive medo que você estivesse com um igual.

- Ué, e se tivesse? Que besteira.

- Não quis estragar a sua roupa.

- É uma festa pirata, o que não vai faltar são chapéus e tapa-olhos. Por isso vim de marujo.

- “O Inocente Marujo Caolho”? Não era pirata?

- Era, mas pirata é tão do mal, eu sou tão do bem, tão fofo, tão cuti-cuti, tão ingênuo, tão puro, tão casto...

- Ok, você bebeu?

- Vai, veste logo esse chapéu e vem tirar uma foto comigo.

- Não quer saber do presente?

- Oh, amor, não precisa me comprar nada. Juro!

- Eu sei, mas eu quis. Eu te... - percebi que estávamos em público - Por que você está com esse povo estranho?

- Estou convidando a todos os clientes.

- Por quê?

- Porque se eles colaborarem com a festa, ficam mais um pouco, gastam mais um pouco e ainda permitem que o DJ toque mais alto.

- Espera, ainda não entendi: “O Inocente Marujo...”? Inocente?

- Ah, inocente sim, burro nunca.

- Esse é o meu amor! - sussurrei.

- Tá, agora me dá meu presente.

Quando ele abriu, ficou surpreso, abriu um enorme sorriso:

- Caramba, esse é o melhor presente de todos os tempos!

Para mim, o início verdadeiro do nosso último desentendimento aconteceu no momento em que o Caio sentou abruptamente no meu colo e me contou cheio de felicidade que acabara de fazer a inscrição para o vestibular de Gastronomia. Para mim, isso foi o início de tudo, pois eu não fui muito receptivo a essa ideia e acabamos brigando rapidamente.

Achei que aquele fosse o presente perfeito para o nosso atual momento. Quando ele desembrulhou e viu o seu nome bordado, com o nome “Chef” antecipadamente, emocionou-se:

- Não acredito, Marlon!

- Acredite!

Era uma roupa de chef, com o chapéu e tudo. No peito esquerdo estava bordado “Chef Caio XXX”.

Ele tirou a roupa da sacola, segurou-a com as duas mãos e ficou a observar. Parecia realmente não acreditar no que os seus olhos viam. Ficou boquiaberto. Eu fiquei surpreso com a reação dele. Não imaginei que ele fosse ficar tão tocado.

Ele começou a lacrimejar e enfiou cuidadosamente a roupa na sacola, mas fez isso o mais rápido que pôde.

Depois ele pegou minha mão e me arrastou para longe do salão. Ele me puxava para a rua. Decidi não perguntar para onde ele estava me levando.

Começamos a andar ligeiramente entre os carros no estacionamento. Foi então que ele parou, me empurrou contra um dos automóveis e me beijou.

Tomei um susto e permaneci por um bom tempo com os olhos abertos, mas depois, ao sentir aquele carinho, fechei os olhos e comecei a experimentar o mais doce agradecimento.

- Ai, como eu te odeio, sabia?

- Odeia nada!

- Odeio sim!

- Não esperava que você fosse ficar desse jeito.

- Você já está aceitando a minha mudança de curso!

- Sim, foi no que eu pensei quando comprei.

- Ah, foi lindo. Espero que não tenha sido muito caro.

- Caio! - em tom de bronca.

- Mas é verdade. Não quero você gastando comigo!

- Do meu dinheiro eu faço o que bem entender.

- Tá, não vamos falar disso agora.

- Certo.

Nos beijamos mais uma vez, depois ele foi correndo na frente, mas tropeçou no para-choque de um dos carros com a perna de pau e caiu. Corri para ajudá-lo, pensei que tinha sido grave.

- Caio, você está bem?

- Hahaha, que marujo mais molenga eu sou!

- Você não se machucou?

- Não, não.

- Tá, pega a minha mão para levantar.

Depois que ele levantou, saiu correndo outra vez. Parecia um manco com aquela prótese. Ficou até engraçadinho (o Caio ainda mais engraçado do que já é).

Sentei-me em uma das mesas preparadas para os convidados e fiquei esperando que o pessoal da turma chegasse. Parecia que ninguém queria atrasar, pois, foi só eu sentar para que as pessoas começassem a aparecer.

Chegaram algumas pessoas da sala, abraçavam o Caio, riam da roupa dele e lhe entregavam presentes. As carnes começaram a ser servidas, mas as pessoas só petiscavam e iam para uma área vaga na churrascaria, uma espécie de hall, para dançar. Como eram muitas pessoas, os outros clientes se sentiram à vontade para dançarem juntos também.

Quando vi esta cena, me veio de imediato à cabeça: “Caio, sacana, seu plano está dando certo!”. Não quis ir para a pista improvisada ainda, decidi esperar pelo Tom e pela Claudinha, ou pelo menos pelo meu irmão, a Gabriela e o Augusto.

Enquanto isso, comecei a almoçar de verdade.

Os pais do Caio começaram a se entrosar com os outros pais de convidados e ficaram também em pé, petiscando e bebendo. Fiquei sozinho na mesa. “Melhor, sobra mais!”, pensei eu com a minha cabeça gulosa.

Depois o Caio apareceu:

- Mozão, está aí sozinho por quê?

- Porque ainda não almocei e isso aqui está bom demais.

- Hoje você sabe que vai ter que dividir a minha atenção com trezentas mil pessoas né?

- Eu sei, pode ficar sossegado que eu deixei os meus ciúmes dormindo em casa.

- Certo. Coma tudo direitinho, ouviu?

- Caio!

- Oi.

- Quando a gente casar, você vai cozinhar assim para mim?

- Nunca, está louco?

- Por quê?

- Essa comida não é nada saudável.

- Hã? E por que trouxe a todos nós aqui?

- Ah, isso é outra história. Uma vez ou outra... que mal tem? Mas todo dia é de matar!

- Mas eu iria querer...

- Ó, está vendo ali? - apontou para a parede.

- O quê?

- O telefone do delivery. Anota aí e depois você pede nos almoços, joia?

- Hahahahahaha.

Ele saiu mancando com a sua perna de pau, eu engasguei um pouco, pois não parava de rir dele e depois voltei ao grafo e à faca.

Quando estava terminando de comer, os convidados começaram a ocupar as mesas e a almoçarem também. Mas os outros clientes continuaram dançando. Porém, a música ainda continuava baixa. Eu tinha certeza que, mais cedo ou mais tarde, todos pediriam por mais alguns decibéis. Aproximei-me do Caio:

- E você, já almoçou?

- Já.

E fui ter com o pessoal da sala. Logo em seguida chegaram o meu irmão, a Gabriela e o Augusto.

Os vi cumprimentando e entregando presentes ao Caio de longe. Levantei-me e me aproximei deles.

- CUNHADINHO! - gritou a Gabriela.

- Oi, cunhadinha! - disse abraçando-a - Oi, Augusto, tudo bem?

- Tudo, cara, e você?

- Tudo indo.

Meu irmão ainda conversava com o Caio, pareciam falar dos bonecos infláveis. Eles riram um pouco juntos e depois meu irmão me cumprimentou.

- Oi, mala!

- Oi, irmão querido! - disse irônico.

- Vamos sentar?

- Vamos.

- Preciso conversar com você. - disse em um tom simpático, mas com uma aparência séria.

- Sobre...?

- Conversamos quando um pedaço de contra filé pingar no meu prato, ok?

Fomos nós quatro para a mesa e o Caio foi atender a outros convidados. Gabriela e Augusto sentaram lado a lado e meu irmão e eu sentamos de frente para eles. O garçom começou a nos servir e eu repeti o prato, para acompanhar o meu irmão.

- Então...

- É sobre os nossos pais.

- Aconteceu alguma coisa?

- Acontecerá. Eles estão se separando.

- Por quê? - perguntei em choque.

- Papai pediu o divórcio. Depois que nós dois saímos de casa, mamãe parece que mudou muito.

- Me explica...

- Você sabe que apaixonados mesmo eles não eram, ou pelo menos não aparentavam ser na nossa frente. Mas tinha a gente lá em casa. Éramos dependentes deles e, de certa forma, nós ocupávamos as cabeças deles.

Mas papai, como você sabe, sempre trabalhou muito e mamãe sempre ficava em casa. Nada mudou, só que é como se eles estivessem entediados... sei lá.

- Mas isso não é motivo. Quer dizer, se eles estão sempre ocupados, cada um com seus afazeres, e nós dois longe, isso daria mais tempo para eles.

- Mas aí é que está. Parece que a mamãe esqueceu de ser esposa. Ela era só mãe e, agora que ela não é mais...digamos assim...ela meio que pirou.

- Quando você os viu?

- Não, papai foi lá em casa essa semana. Conversamos um pouco e ele me contou. Disse que ela está assim desde muito antes de eu sair de casa. Papai disse que ela ficou obcecada por você.

- Comigo? - perguntei abismado.

- Sim. Ela parou no tempo...sei lá...papai disse que depois que você saiu de casa, ela entrou em depressão. Ela não consegue aceitar você de jeito nenhum. Por isso que o papai começou a te aceitar com o tempo. Pelo menos foi o que ele me disse. Ele disse que ela te rogava pragas, batia todo dia na mesma tecla e aí o papai não estava aguentando e começou a observar o que é que ela realmente criticava. Aí ele começou a perceber que sim, que era estranha essa coisa de você ser gay e tals, começou a se perguntar onde ele tinha errado e outras coisas mais.

Aí ele começou a sentir sua falta. De início ele disse que parecia que ele só estava te aceitando para provocar a mamãe, mas aí ele viu que não era, ele viu que ele realmente se incomodava com as coisas que ela dizia sobre você.

- Não entendo, sabe? Em geral são as mães que aceitam com mais facilidade, mas a minha...

- É, é uma pena.

- Sorte minha não sentir falta dela.

- Você não precisa dizer isso, Marlon.

- Mas é a verdade. Eu tento achar um motivo para não sentir falta dela. Tipo, eu fico tentando puxar no passado alguma coisa que me fez desgostar dela, mesmo quando eu era hétero e não acho nada. Do meu pai também não, mas dele, muito antes dele começar a me perdoar, eu percebi que sentia a falta dele.

- Para mim a mamãe deve ter alguma coisa no passado que está fazendo cometer essas coisas.

- Sabe, engraçado você dizer isso. Uma vez supus que algum ex-namorado da mamãe fosse gay.

- É, sabemos que o casamento deles foi quase que arranjado, pois o vovô queria porque queria que a mamãe se casasse com um militar.

- Enfim... Não vou dizer que não fico triste com essa notícia, afinal eles são meus pais e acho que o papai não merecia essa chateação da mamãe, mas...

Fiquei triste pelo papai por alguns segundos, pois ele deveria estar mesmo sofrendo. Imaginem ter um trabalho tenso como o de um policial militar. Você persegue gente perigosa, lida com o perigo o tempo todo, arrisca a vida e tudo mais que o cotidiano de um policial reserva e aí, quando ele chega em casa, onde ele deveria descansar e relaxar, tem uma esposa apática, que parou em algum tempo e que reclama o dia todo.

Escrevendo isso agora vejo como eu estou sendo frio em relação à minha mãe, mas não deixou de ser verdade o já exposto.

Enfim, peguei o meu grafo, peguei a minha faca e voltei a comer. Depois de voltar a gargalhar e a curtir a festa, percebi que Tom, Claudinha, Luciano e Diego demoravam muito.

Demoravam demais para quem eram os melhores amigos do aniversariante!

A festa, apesar de ter tudo para dar certo, ainda estava no início e não se parecia em nada com as tão famosas festas promovidas pelo Caio. Mas decidi não me preocupar. A fama de boas festas do Caio seguia em paralelo com as ideias e surpresas daquele garoto.

Depois de algum tempo, apareceu o Tom sozinho. Ele atravessou o salão, cochichou alguma coisa ao ouvido do DJ e correu para fora da churrascaria novamente. Creio que o Caio não tenha visto. Vi porque não parava de olhar para a porta, esperando por ele e os outros. Estranhei, mas resolvi esperar. Antes mesmo de ele aparecer, eu já previa que viria uma surpresa.

Segundos depois que o Tom saiu, ele reapareceu com a Claudinha e o Luciano. O Diego veio junto com eles, mas logo veio ter comigo.

- Oi! - me disse o Diego sentando-se ao meu lado.

- Oi. O que é tudo isso?

- Uma surpresa que eles prepararam para o Caio.

Claudinha e Luciano apareceram atrás do Tom empurrando uma mesa com rodinhas. Em cima havia um notebook e uma outra máquina, que não consegui identificar. Eles empurraram-na para perto da pick-up do DJ e conectaram alguns fios. O Caio percebeu a movimentação, parou e ficou a olhá-los. O Tom pegou o microfone, enquanto conectavam os fios:

- Alô...som...1,2,3.. Oi!

Todos na churrascaria responderam:

- Oi!

- Galera, eu sou o Tom, amigo desse menino vestido de marinheiro aí. - apontando para o Caio - Ele está fazendo 20 aninhos, nem parece né gente?

E nós viemos aqui fazer uma homenagem a esse pivete.

O Caio, que estava bem longe de mim, me olhou e fez expressões e gestos de “O que é isso?” e eu agitei a cabeça para um lado e para o outro, dizendo-lhe que não sabia de nada. Ele pôs a mão na boca e começou a olhar para os amigos malucos. O Tom pegou o microfone de novo e pediu ao Caio:

- Caio, olha para lá! - apontando para a parede.

Eles começaram a projetar um vídeo. Todos na churrascaria se calaram e olharam para a projeção. O Vídeo iniciava com uma foto do Caio de óculos roxo e com dois copos de chopp, um em cada mão, e ele gritava na foto.

Quando o Caio se viu, ele berrou. Alguns riram, outros só se espantaram. Quem conhecia aquela foto ou quem sabia que festa tinha sido aquela, riu bastante, assim como eu.

- TOM, EU TE MATO! - gritou o Caio longe.

Apareceram algumas palavras por cima da foto:

“Parabéns, Caio: 20 anos cozinhando a alegria de viver!”.

Não dá para contar muito do vídeo, pois seria por demais cansativo. Mas, em síntese, eram depoimentos do Tom, da Claudinha, do Luciano e de outras pessoas da turma da faculdade. Apareciam algumas fotos da turma, em especial, fotos onde estávamos fazendo trabalhos em grupos, na lanchonete da faculdade e nas festas. E tudo isso ao som de “Paint The Silence” da banda South.

No fim, eu apareci falando. Mas, detalhe, eu não sabia que apareceria, tão pouco como vídeo, falando sobre o Caio. E como eles fizeram isso? Um dia, na lanchonete, eles começaram a falar da falta que o Caio fazia em sala de aula e pediram a minha opinião sobre isso. Eu falei pouco, disse que também sentia muita falta, mas que precisava ser forte o bastante para entender que ele precisava partir, buscar o seu caminho, o seu futuro.

No fim, aparecíamos todos juntos, na mesma foto do início (a do chopp), pois essa foto havia sido cortada para a introdução do vídeo, mas na verdade, quando a tiramos, estávamos todos juntos e cada um fazia uma pose diferente. Surgia uma frase:

“Cozinhando a alegria em nossos coraçõezinhos de cogumelo!”.

(Percebi que talvez eu nunca tenha contado, mas o Caio, às vezes falava isso “Eu tenho coraçãozinho de cogumelo!”).

Obviamente o Caio caiu no choro. As pessoas que apareciam no vídeo se levantaram, reuniram-se no salão, Diego me chamou para compor também o grupo.

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Comentários

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Emocionei-me com esse capítulo. Tão bom ver como as verdadeiras amizades são importantes e nos trazem momentos inesquecíveis de felicidade. E esse capítulo também demonstrou como o sexo traduzido pelo amor é revigorante. E também se evidenciou que a cada dia, em qualquer relação amorosa, nossos corpos evoluem até a maturidade. E isso deve ser notado e valorizado. Obrigado, meu Lukas. Beijo!

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