Acasos #4

Um conto erótico de Patrícia
Categoria: Lésbicas
Contém 2230 palavras
Data: 08/11/2023 14:45:32
Última revisão: 28/12/2023 21:30:45

Os dias foram se passando, chegou meu último dia de ficar ali no hospital, o policial não apareceu e eu achei que ele tinha esquecido de mim, o médico veio me ver depois do almoço e me liberou, eu estava pronta para sair dali, era para eu estar feliz mas eu não estava, eu não tinha para onde eu ir, nem roupa para eu vestir eu tinha

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Logo depois que o médico saiu eu tomei um banho e quando voltei para minha cama para tentar decidir o que eu iria fazer o policial chegou, me trouxe minhas coisas que estavam comigo quando cheguei ali que era minha carteira com meus documentos, quase mil reais em dinheiro, uma calça jeans e um par de tênis, perguntei do meu celular e ele disse que provavelmente ficou no chão onde eu cai

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Ele me deu uma sacola e nela tinha um conjunto de roupas íntimas e uma camiseta, falou que comprou para mim, eu agradeci e fui no banheiro me trocar, voltei e ele falou para eu me sentar que precisava conversar comigo e assim eu fiz

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Ele disse que demorou e voltar porque estava resolvendo umas coisas, disse que tinha se separado a pouco tempo e comprou uma casa para morar já que deixou a outra para a ex esposa e a filha morar, falou que foi no meu antigo colégio e confirmou o que eu tinha falado, que eu era uma ótima aluna e sempre fui muito quieta

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Ele falou que a proposta dele era o seguinte, ele me daria um lugar para morar, me ajudaria nos meus estudos em troca eu iria cuidar da casa dele para ele já que ele não tinha tempo por causa do trabalho, eu perguntei se ele estava me propondo de morar com ele e ele disse que sim mas que não era para eu pensar besteira, que eu iria ficar em um quarto e ele em outro, que eu só iria fazer os trabalhos domésticos e estudar, só isso

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Eu perguntei porque ele estava fazendo aquilo, ele disse que me ver quase morta nos braços dele mexeu muito com ele, que torceu muito para eu sobreviver, ele disse que ficou muito feliz por eu ter conseguido ficar viva e bem, falou que ficou intrigado depois de saber que eu era de uma família rica, isso o deixou curioso por isso quis saber minha história e depois de ouviu resolveu me ajudar, ele disse que como ele também precisava de ajuda aí se eu topasse um ajudaria o outro

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Eu sinceramente fiquei desconfiada mas eu não tinha muita opção e falei que eu aceitava, aí ele perguntou se eu usava drogas e eu disse que não, que nem se quer experimentei, ele disse que iria me levar para casa dele mas se eu pisasse na bola ele me entregaria para o seu chefe, eu falei que tudo bem, era justo

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Depois daquele conversa minha vida mudou totalmente de novo, a minha desconfiança sumiu com o passar do tempo, Marcos era uma pessoa boa e realmente só queria me ajudar, a casa dele era simples mas eu tinha um teto, um lugar para viver sem precisar fazer coisas erradas, eu fazia tudo dentro de casa, Marcos teve que me ensinar algumas coisas porque eu não sabia cozinhar muito bem ainda, Jéssica tinha me ensinado algumas coisas mas algumas eu ainda não sabia

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Eu voltei a estudar, Marcos comprou algumas roupas para mim mas eram poucas porque ele tinha feito um empréstimo para completar o dinheiro que ele tinha para comprar a casa e seu salário era contado, deve que vender o carro e comprou uma moto usada, até me ensinou a pilotar

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Nos três primeiros meses eu trabalhei meio período em uma padaria na rua que a gente morava mas Marcos pediu para eu parar e focar só nos estudos porque se eu quisesse ir para uma universidade eu teria que ter as melhores notas possíveis para eu ganhar uma bolsa integral, Marcos era como eu, meio calado e a gente não falava muito de assuntos pessoais mas eu sabia que ele tinha uma filha que estudava fora do Brasil e não sei o porque mas não falava com ele

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Nas férias do meio do ano eu dei uma volta perto da favela que eu vivia para ver se via alguém conhecido para saber notícias dos meus amigos mas não vi ninguém, eu não cheguei muito perto por medo de arrumar algum problema, não queria arriscar a oportunidade que eu tive

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Marcos ficava pouco em casa, praticamente ia jantar, tomar banho e dormir, ele me falou que era policial federal a mais de 20 anos, que estava trabalhando em conjunto com a polícia civil a 6 na guerra contra o tráfico mas que ficava mais na sede da polícia civil do que nas ruas, que no dia que me conheceu foi uma das poucas vezes que ele subiu em uma favela

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Eu continuava focada nos estudos, minhas notas eram perfeitas, no colégio eu ficava só no meu canto, não falava com ninguém, cumprimentava e pronto, em novembro Marcos estava bem animado, me disse que a filha dele iria voltar para o Brasil nas férias e queria muito ver ela para resolver um mal entendido que fez ela parar de falar com ele, disse que estava com muita saudade dela, até me mostrou uma foto dela, era uma menina morena muito bonita, provavelmente no início da adolescência, pelo jeito ele amava muito a filha

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Eu já tinha ganhado a confiança dele, ele deixava dinheiro para eu fazer compras, eu que fazia o depósito da pensão da filha e era uma boa grana, eu já saia na moto sozinha, Marcos falou que assim que ele visse que eu sabia pilotar o suficiente para ter uma careira iria arrumar uma para mim, e assim ele fez, não sei como mas ele era policial e só me levou em uma auto escola uma vez, eu assinei uns papéis e pronto, ele disse que isso era errado mas que tinha certeza que eu sabia pilotar melhor que ele então me ajudou

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No última final de semana do mês de novembro em uma quinta feira a noite Marcos me falou que na terça da outra semana a filha dele iria estar de volta, ele estava muito animado, na sexta ele foi trabalhar e eu fui no colégio pegar o resultado das minhas últimas notas, voltei toda feliz porque foram as melhores possíveis, provavelmente eu conseguiria uma bolsa para poder estudar no próximo ano

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Voltei para casa, arrumei tudo que tinha que arrumar e passei o resto do dia vendo tv e lendo, no início da noite fiz a janta e fiquei esperando Marcos chegar do trabalho para mostrar minhas notas, ale disse que iria me ajudar a conseguir uma bolsa, que conhecia algumas pessoas que podia ajudar

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Achei estranho porque ele chegava no máximo as dez da noite e deu meia noite e nada, fiquei no sofá e acabei dormindo ali esperando ele, acordei toda torta no outro dia, Marcos não tinha dormido em casa, eu fiquei bastante preocupada porque ele raramente fazia isso e quando fazia ele me avisava

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Passei o dia todo preocupada mas achei que talvez fosse coisa do trabalho e ele não conseguiu avisar, o dia passou, a noite chegou e nada dele aparecer, eu não consegui dormir direito, eu realmente comecei a pensar que algo grave tinha acontecido para ele sumir assim

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Assim que o dia amanheceu é fui até a padaria, eu tinha feito amizade com os filhos do Dono, Aline e Claudio, assim que entrei vi Aline no caixa, fui até ela e expliquei para ela a situação e perguntei se ela não podia me emprestar o telefone ou o celular para eu ligar para o Marcos ou na sede da polícia civil para saber o que tinha acontecido, ela me emprestou o celular dela e disse para eu ficar a vontade

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Liguei no celular de Marcos duas vezes mas nem chamou, foi direto para caixa postal, aí liguei na sede da polícia civil onde ele passava a maior parte do tempo, depois de 3 tentativas eu fui atendida, expliquei quem eu estava procurando e o homem que me atendeu pediu para eu esperar um pouco, depois de uns 5 minutos ele voltou e perguntou quem eu era e o que eu era do Marcos, aí expliquei e ele me deu a pior notícia que eu poderia receber, Marcos foi baleado quando estava voltando para casa, ele sofreu uma tentativa de assalto e tentou reagir, ele conseguir matar um dos assaltantes e feriu o outro que foi preso mas infelizmente ele levou dois tiros no abdômen e não resistiu

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Eu senti o chão sumir de debaixo dos meus pés naquele momento, só não cai porque eu escorrei na parede da padaria e me sentei em uma cadeira, respirei fundo e perguntei sobre o corpo, se alguém tinha ido no hospital ou algo assim, o homem me disse que a ex esposa e a filha tinha ido no hospital e o velório já estava acontecendo, eu perguntei onde e ele pediu para eu esperar um pouco, logo voltou e me explicou em qual cemitério o corpo estava sendo velado, eu agradeci e desliguei, com o resto de forças que ainda me restava eu devolvi o celular para Aline e agradeci, ela me perguntou o que tinha acontecido porque eu estava mais branca que o normal e eu expliquei e sai dali

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Fui para casa, vesti outra roupa e fui para o velório, o corpo estava sendo velado em uma capela dentro do cemitério, tinha muita gente ali, acho que a maioria policiais, eu entrei e fiquei de longe olhando e eu não conhecia ninguém, quando me aproximei mais vi uma mulher loira e uma garota morena abraçada com ela, as duas choravam muito, eu imaginei que era a ex mulher e sua filha, quando a garota levantou o rosto eu tive certeza que era a filha de Marcos mas ela não era uma pré adolescente, ela provavelmente tinha a minha idade, eu achei melhor não me aproximar, ninguém me conhecia ali, eu fiquei a uma certa distância, olhei ao redor para ver se via alguém conhecido mas todos aqueles rostos eram estranhos para mim, quando olhei novamente para o local onde estava o caixão a garota levantou o rosto e olhou na minha direção, eu acho que ela me viu ali mas eu abaixei a cabeça e não fiquei olhando

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Eu não consegui segurar as lágrimas, eu queria ir lá me despedir do meu amigo mas fiquei com medo, depois de um tempo a mulher e a garota saíram de perto do caixão, provavelmente foram beber uma água ou no banheiro, aproveitei e me aproximei, foi difícil ver meu amigo ali deitado sem vida, seu rosto estava muito diferente, nem parecia o Marcos, fechei os olhos e fiz uma pequena oração, as lágrimas já cobriam o meu rosto, eu me despedi do meu amigo e saí dali

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Voltei para casa e me acabei de chorar sentada no sofá, a vida realmente não era fácil para mim, outra vez eu perdi uma pessoa que eu gostava, mais uma vez eu estava sem rumo na vida, chorei muito o resto do dia, não consegui dormir a noite, os dias foram passando e eu não comia direito, não dormia direito, passava os dias sentada no sofá olhando pro teto e pensando o que fazer da minha vida, com certeza logo alguém iria aparecer e eu teria que deixar aquela casa, eu achei melhor sair antes, só ia tentar recuperar minhas forças um pouco e sair dali

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Já fazia uns 8 dias que Marcos tinha partido e eu estava deitada no sofá, acabei cochilando, acordei com alguém batendo na porta, fui ver quem era, quando abri vi a mulher loira que imaginei ser a ex do Marcos e a sua filha, a ex dele já foi entrando e começou a me xingar, foi dizendo que era para eu sumir daquela casa porque a casa era dela e eu não ia pegar mais nada do Marcos e foi falando e me xingando de um monte de nome, eu não estava entendendo nada, eu me assustei e não sabia como reagir, ela me deu um tapa no rosto e como eu estava meio fraca eu cai e ela veio para cima de mim

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A garota pulou na frente dela e não deixou ela fazer mais nada, a mulher foi reclamar mas a garota falou que era para ela voltar para casa já que ela não sabia conversar com os outros, ela tentou argumentar mas a garota nem quis ouvir e colocou ela para fora e falou que depois ia para casa mas era para ela ir naquele momento

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Ela me ajudou a levantar e eu agradeci, ela se desculpou pela sua mãe e disse que ela andava meio desequilibrada mas não justificava ela fazer o que fez, eu disse que estava tudo bem, ela disse que sentia muito mas o que a mãe falou era verdade, eu teria que sair da casa

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Bom eu não tinha opção, só concordei e falei que só iria pegar minhas coisa e iria sair, nesse momento a única coisa que pensei foi, sair para onde, eu teria que ir para rua, não tinha outra opção!

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Continua...

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Comentários

Foto de perfil de rbsm

mas que garota azarada espero que ache o caminho certo para vida dela

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Foto de perfil de Forrest_gump

O destino não tem ajudado muito ela não, mas uma hora da certo 🤭

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Foto de perfil genérica

Eu sei que cada um carrega sua cruz, mas eu acho que a dela é de chumbo, viu? Só porrada. Ansioso pela continuação 😁

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Foto de perfil de Paulo Taxista MG

O trem tá é feio cê tá doido, cada hora uma coisa, acredito que se a filha do Marcos não ajudar ela, ela vai ter que pedir ajuda pro pessoal da padaria. Posta mais um capítulo não deixa a gente curioso

PS a personagem lembra uma fase da minha vida, eu era de poucos amigos até a 5° série, conversava muito pouco, mais depois perdi um pouco da timidez e consegui fazer amizades, mais como diz os anos vão se passando acaba que perdemos contato com algumas pessoas.

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