Acasos #2

Um conto erótico de Patrícia
Categoria: Lésbicas
Contém 1599 palavras
Data: 06/11/2023 14:13:00
Última revisão: 28/12/2023 21:00:55

Meus dias ali naquele hospital seguiam e não estava nada fácil para mim, não tinha muito o que fazer a não ser dormir, comer e olhar pro teto, algumas vezes aparecia uma enfermeira ou outra para me dar meus remédios e trocar os curativos da minha cirurgia, minha costela já não doía mais e eu já conseguia me movimentar e tomar banho sozinha

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Eu tinha dificuldades para dormir, eu ficava lembrando da Jéssica e dos momentos que passei ao lado dela, era difícil acreditar que eu nunca mais iria vê-la, eu perguntei para uma enfermeira se tinha como ela conseguir informação dela para mim, talvez por milagre ela estivesse sobrevivido, Davi disse que ela estava morta e eu vi de longe o corpo dela imóvel no chão mas eu não tinha certeza absoluta de que que ela tinha realmente morrido

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A enfermeira me contou no outro dia que ela foi trazida para o mesmo hospital que a gente estava mas que infelizmente ela já chegou aqui morta, ela levou um tiro na cabeça e não iria me dar detalhes porque era algo muito triste e era melhor eu rezar pela alma dela e não procurar mais saber de como foi que ela morreu

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Eu agradeci e comecei a chorar, provavelmente foi um tiro de fuzil porque eu senti o arranco da mão dela soltando da minha, se foi na cabeça provavelmente ela ficou irreconhecível, por isso Davi não quis deixar eu ver ela, a vida realmente era cruel comigo, não sei o que fiz de errado para merecer tanta desgraça de uma vez

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Depois de 7 dias tiraram os pontos da minha cirurgia, eu já estava praticamente bem, acho que só queriam deixar eu recuperar mais um pouco minhas forças, eu estava bem magra quando acordei e não tinha forças para quase nada, a primeira vez que levantei da cama quase cai mas agora eu já andava sem dificuldades

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Eu já tinha até me esquecido do policial mas no décimo dia ele apareceu, ele tinha um rosto vamos dizer amigável, não era daqueles polícias com a cara fechada e como usava uma roupa normal eu achei menos intimidador, assim que se aproximou perguntou como eu estava me sentindo, eu respondi e ele disse que torceu muito por minha recuperação

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Me contou que eu dei muita sorte porque o meu amigo achou eles e pediu ajuda, eu perguntei exatamente o que tinha acontecido, ele disse que foi uma guerra pelo comando da favela e que a polícia subiu para tentar conter os traficantes, mas infelizmente quando a polícia chegou foi recebida a bala e demorou para as coisas se acalmarem, muita gente morreu e teve vários feridos e eu só não morri porque eu estava perto de um local que a polícia já tinha contido o conflito e meu amigo conseguiu me trazer nos braços até onde eles estavam

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Ele disse que ajudou nos primeiros socorros e me trouxeram na viatura mesmo para o hospital, disse que achou que eu não ia sobreviver mas que graças a Deus ele estava enganado, eu não sei o porque mas vi sinceridade nos olhos deles, aquele policial realmente parecia ter se preocupado comigo

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Ele disse que precisava do meu depoimento, que eu podia dar ali no hospital ou ser encaminhada até uma delegacia, eu disse que preferia ali no hospital mesmo, ele me explicou que meu depoimento seria gravado e já ligou um pequeno gravador, perguntou meu nome completo e eu falei, não ia mentir já que eu estava com minha carteira no bolso quando levei o tiro e provavelmente ela foi encontrada pela polícia ou no hospital, ele pediu para eu contar o que aconteceu naquela noite

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Eu contei tudo a ele com detalhes, só que não contei que Davi e Rogério meu cunhado estavam armados, também me referi a Jessica como minha amiga e não namorada, geralmente as pessoas não reage bem ao saber que duas mulheres namoram, então preferi ocultar esse detalhe

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Quando terminei ele perguntou se eu queria acrescentar algo e eu disse que não, ele foi me mostrando algumas fotos e perguntando se eu conhecia as pessoas, era todos meus conhecidos, um era o chefe do tráfico e os outros todos trabalhava com ele, eu disse que conhecia de vista, que já tinha visto eles na favela mas não tinha amizade com eles nem sabia o que fazia da vida mas sempre via eles ali no morro

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Ele guardou as fotos e desligou o gravador, disse para mim que tinha terminado, o que a gente fosse conversar dali para frente era extra oficial então ia ficar só entre nós, ele me mostrou algumas fotos minhas junto com Jéssica na porta de uma boate que a gente vendia drogas, umas na porta de uma universidade, várias fotos minha vendendo drogas e com o chefe do tráfico na casa dele no morro durante alguns churrascos que a gente ia, eu gelei na hora

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Ele me olhou e perguntou se eu tinha algo a dizer sobre aquilo, eu só balancei a cabeça negativamente, ele disse que sabia quem eu era, que eu era bem famosa naquele morro e na área que meu chefe comandava, disse que sabia que Jéssica não era minha amiga e sim minha namorada, que investigava a gente a alguns meses

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Me contou que ligou para meu pai e ele simplesmente falou que não tinha nada a ver com minha vida mais depois que eu fugi de casa, nessa hora me deu muita raiva, mas procurei não demonstrar, ele disse que não entendia como uma garota jovem, bonita e de uma boa família tinha ido parar na favela e virado traficante de drogas

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Disse que eu tinha tudo para ser alguém na vida porque minha família era muito rica, meu pai além de rico era muito influente na cidade e eu poderia ter escolhido outra opção para minha vida já que eu vim de uma boa família

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Ele perguntou de novo se eu tinha algo a dizer e eu novamente afirmei com a cabeça que não, aí ele falou que ficou muito intrigado comigo, que queria saber da minha história mas a verdade, ele falou que queria um motivo para não entregar aquelas fotos para o chefe dele porque não queria acabar com minha vida mas que precisava de um motivo para fazer isso

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Eu gelei de novo, se ele entregasse aqueles fotos para o chefe dele com certeza a chances de eu ser pressa por tráfico era enormes, aquelas fotos com certeza eram provas o suficiente para me condenar, eu não sabia o que fazer, me bateu o desespero e eu comecei a chorar

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Ele disse que era para eu me acalmar, que ele iria embora e ia deixar eu pensar com calma, que só estava tentando me ajudar, falou também que nem adiantava eu pensar em fugir porque tinha mais criminosos nos quartos daquela ala do hospital e o corredor estava cheio de polícias e ninguém entrava ou saia dali sem autorização dele

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Ele se foi e eu fiquei ali sem saber o que fazer, não queria ir pressa mas eu não queria falar da minha vida para um estranho, eu tinha dificuldades em falar da minha vida até com pessoas que eu tinha intimidade, imagina para alguém que eu não confiava, e qual é a desse policial querendo saber da minha vida!?!

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Era estranho, qualquer outro policial teria me entregado a muito tempo mas por algum motivo ele não tinha feito isso, mas iria fazer se eu não desse um motivo para ele mudar de ideia como ele disse, mas que motivo eu iria dar, falar que eu estava arrependida?

Isso era até verdade mas é o que todo criminoso fala quando é pego

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Bom ele provavelmente iria voltar só no outro dia, então eu tinha que pensar o que fazer, achei melhor esfriar a cabeça para pensar melhor, contar minha história para ele ou correr um risco enorme de passar meus próximos anos atrás das grades!?!

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Eu pensei e pensei e não cheguei a uma conclusão do que fazer, dormi mal a noite por causa disso e ainda não tinha uma decisão tomada até que ele entra no meu quarto e abre um pequeno sorriso, veio até mim e perguntou como eu estava, depois perguntou se eu tinha resolvido se ia contar a verdade ou não, eu disse que ainda não sabia, ele disse que tudo bem, que ia embora e não iria mais me chatear mas que só queria me ajudar, mas que como nem eu queria fazer isso ele não iria insistir, ele foi se levantar e eu pedi para ele esperar

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Perguntei ele o porque dele estar fazendo aquilo

Qual o motivo dele querer me ajudar ou saber a minha história

Ele me disse que me viu quase morta nos braços dele e que ver uma garota como eu naquela situação mexeu com ele, fora os outros jovens que ele viu mortos ou feridos ali no morro

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Mais uma vez eu vi sinceridade nos olhos dele e resolvi contar para ele tudo que ele quisesse saber, eu disse isso a ele mas disse que só diria se fosse extra oficial e se ele me desse a palavra dele que o que eu contasse nunca iria sair de dentro daquele quarto, ele concordou comigo e prometeu que não iria jamais contar nada a ninguém

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Respirei fundo e resolvi contar minha história a ele, eu sabia que ia ser complicado relembrar o que passei porque era algo que me machucava muito até porque era muito recente mas eu não via outra saída

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Continua

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Comentários

Foto de perfil de Paulo Taxista MG

Oba mais um capítulo, será que ele tá ajudando mesmo ela, lu isso é só uma forma de fazer ela contar toda a verdade.

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