O Filho do chefe [27] ~ Travessia

Um conto erótico de Diego
Categoria: Gay
Contém 3812 palavras
Data: 26/11/2023 18:45:16
Assuntos: Gay, Início, Sexo, Traição

Acabei adormecendo ali perto do Rodrigo. Eu tinha muitas coisas a fazer ainda, tinha que me estabilizar de alguma forma. Perdi meu emprego, no fim das contas. Mas creio que rapidamente arranjo outroEu pensei que a convivência com o Rodrigo não seria muito fácil, porém ele estava tão desanimado que às vezes nem parecia que eu estava dividindo meu apartamento com ele.

Em uma semana que ficamos juntos nem passamos noites juntos, se é que vocês me entendem. E olha que em uma semana muita coisa aconteceu. Eu fui à empresa falar com o Sr. Martins. Ele ainda disse para eu ficar lá, que esqueceria tudo, mas enfim. Eu neguei. Acabei recebendo uma grana e nunca mais gostaria de ter que falar com o Roberto, porque honestamente o que ele fez me fez sentir repulsa.

Em uma semana também fui chamado para uma entrevista na semana seguinte. Em uma semana a Stella veio nos visitar, falando que o pai dela falava mal do Rodrigo, foi contar tudo a ela e ela contou que já sabia e que apoiava o irmão. Com isso ela acabou ficando sem falar com o pai. Mas uma coisa curiosa que ela nos contou é que sempre o ouvia chorando.

Isso que eu não entendo, como o preconceito pode ser maior que o amor por um filho?

A Nadir e o Murilo também vieram nos visitar. Tentaram distrair o Rodrigo, mas nada dava certo! Ele nem procurar emprego, estava procurando! Pô, a vida não para, para tentarmos nos reerguer. Mas tudo o que eu sei é que não estava gostando nada de ver o Rodrigo daquele jeito, tão diferente de como ele realmente era.

Era sexta-feira de noite quando tive a ideia de sair com ele. Afinal, creio que ele precisa espairecer.

Havia ido visitar meu pai, e acabei contando a ele tudo o que tinha acontecido.

Quando voltei, Rodrigo estava deitado no sofá da sala assistindo televisão. Vestia uma calça de moletom, uma camiseta e meias.

- Vai tomar um banho que nós vamos sair! - falei batendo em seu pé para me dar espaço. Ele retirou os pés do sofá, sentei, e ele os colocou em meu colo.

- Não estou muito a fim não, Dieguinho. Vamos deixar para a próxima. - Eele falou com aquele desanimo dele.

- Não foi um pedido, Rodrigo. - eu falei, sério.

- Ah, então você vai querer mandar em mim agora? - ele perguntou, mas não parecia bravo.

- É, ou seja, ou você vai tomar um banho por bem, ou vai tomar um banho por mal! - falei ainda sério.

- Ah Diego, estou cansado! - ele disse se espreguiçando.

Cansado do quê?

Num só movimento levantei-me do sofá e o ergui para cima. Ele quase tropeçou pela força que eu usei e foi tentando se soltar enquanto eu o arrastava.

- Você vai por mal, então. - falei tacando-o dentro do banheiro e trancando a porta. Ele me olhava um pouco irritado.

- Isso é ridículo! Você não vai me forçar a tomar banho!

- Ah, como você é ingênuo!

Falei avançando sobre ele e com dificuldades retirando a camiseta dele. Enquanto ele tentava colocá-la de novo eu fui tirando a sua calça. De tanto ele se mexer acabou caindo de bunda dentro do box.

- Ai!

Ele disse vestindo apenas a camiseta, as meias e a cueca. Estava tentador daquele jeito. Eu entrei no box e fechei a porta. Liguei o chuveiro e enquanto ele tentava se levantar eu tirei a camiseta dele.

- Você vai mesmo me obrigar então, né? - ele perguntou irritado e eu fiquei olhando para o corpo dele.

O corpo dele era muito bem trabalhado, mas parecia que ele estava um pouco mais magro.

- Você emagreceu?

- Acho que sim. - ele comentou em descaso.

Foi eu dar uma brecha que ele tentou sair. Empurrei o corpo dele usando o meu. Prensei-o na parede.

- Rodrigo. - sussurrei no ouvido dele. A água caía sobre nossos corpos. Eu ainda estava completamente vestido. - Eu só não quero te ver assim desanimado.

- Você não precisa mandar em mim para me ver animado, Diego. - ele comentou, ainda meio irritado. Eu beijei o ombro dele.

- Desculpe. É que já estou acostumado com o meu namorado, sabe? Daí esse novo Rodrigo cheio de não me toques e totalmente desanimado eu não conheço ainda. - falei alisando o braço dele com as pontas dos meus dedos.

Ele ficou sem falar por um instante. Continuei com o carinho até que ele suspirou e disse:

- Eu estou um saco, né?

- É pra falar a verdade? - perguntei e ele deu uma leve risada.

- Seu idiota, era para você falar que não e que me ama. - ele falou e riu.

- Você está um saco Rodrigo, mas eu te amo. - falei e dei um breve beijo nos lábios dele.

- Ah está bem vai... Vamos sair hoje. - ele falou. - Acho que preciso espairecer mesmo. - ele comentou fechando os olhos embaixo da água. - Agora me dá licença que eu tenho que tomar meu banho. - eu apenas fiquei olhando-o fingindo indignação.

- Você não acha mesmo que eu vou sair daqui, né? - perguntei e ele sorriu.

- Eu estava brincando. - ele falou e me puxou para um beijo, tirando a minha roupa.

Nós acabamos segurando nosso fogo. Apenas trocamos alguns beijos e tomamos nosso banho. Eu saí primeiro da água, me enxuguei e já fui escolher a roupa que eu usaria. Vesti-me e ele logo foi se trocar também. Estava um pouco mais animado que antes, mas ainda não era aquele Rodrigo animado de sempre.

- Aonde você vai me levar? - ele perguntou.

- Você escolhe.

- Ah... Então podemos ir num bar que eu costumava ir.

- Está bem, é só você me falar onde é que vamos.

Terminamos de nos arrumar.

Ele estava lindo. Podia estar desanimado, mas não deixava de ser o rapaz atraente que ele era. Pensei em chamar a Stella, mas achei melhor não. Vamos só eu e o Rodrigo. Quero aproveitar a companhia dele já que ele resolveu sair comigo.

No carro trocamos apenas algumas palavras, ele me falando onde era o local, que era mais para o centro. Nosso assunto se resumiu a isso, porém não preferi falar nada, pelo menos ele já estava ali.

Paramos diante de um lugar simples, porém bonito. Estava escrito apenas ‘Snack Bar’ na entrada.

Saímos do carro e entramos no local. Era um ambiente muito agradável. Tinha um balcão logo na entrada, e era tudo bem claro e limpo. Algumas mesas ainda estavam vagas. Havia alguns sofás no fundo, um jukebox ao canto e no fim um palco.

- Eu costumava tocar aqui com a banda. - ele falou melancólico.

Eu não soube o que falar. Sei que ele gostava da banda, mas agora acho que o que ele menos queria era se encontrar com alguém dela. Sentamo-nos numa mesa um pouco mais no canto, assim poderíamos conversar em paz.

- Você era o vocalista, né?

- Uhum. - ele respondeu em descaso.

- Engraçado. Você tem cara de que canta mal. - falei para provocá-lo. Ele sorriu para mim.

- Você tem cara de que trepa mal, mas honestamente...

Ele comentou e eu dei risada. Esta aí um comentário que o Rodrigo de verdade faria.

- Quero te ver cantando um dia. - comentei.

- Um dia você vê. Quem sabe eu arranjo outra banda... - ele comentou em descaso.

- Você pensa em ter outra banda algum dia? - perguntei acenando para o garçom.

- Ah Dieguinho, é complicado... Por exemplo: Me dei bem na firma do meu pai, mas o que mais me incentivava a ficar lá era você. Sempre gostei de estar numa banda, você pode achar que é tudo meio infantil, que é uma coisa adolescente, mas...

- Se você quer isso como vida, Rodrigo, por que não começa a... Sei lá... Você toca algum instrumento? - perguntei.

- Violão e guitarra. - ele falou.

- Já que você toca pelo menos violão e sabe cantar, você podia se apresentar em alguns lugares. Você está novo, podia tentar entrar numa faculdade de música!

- Quer saber? Acho que você está certo. Meu pai era contra isso, mas agora não dependo mais dele. Não mesmo! É... É isso. Acho que vou fazer faculdade de música!

Ele sorriu de verdade pela primeira vez no dia.

- E eu vou ficar torcendo por você. Quando você fizer grandes shows vê se não se esquece de mim.

Falei colocando minha mão sobre a dele discretamente. Ele sorriu. Logo separamos nossas mãos porque o garçom chegou. Pedi uma caipirinha de kiwi e ele pediu uma dose de rum.

Ele começou a conversar comigo mais animadamente. Começamos a falar de bandas que gostávamos, fiquei feliz ao perceber que nosso gosto por música era bem parecido. Estávamos apenas beliscando algumas porções quando o celular dele tocou.

- A... Alô? Maninha? - ele perguntou sorridente. Eu não conseguia ouvir o que ela falava. - Ah... Estou naquele bar que eu costumava sempre tocar, lembra? - fiquei olhando-o querendo saber mais da conversa. - Isso, isso! Esse mesmo. Você quer vir para cá? - ele perguntou olhando para mim e eu acenei que sim com a cabeça. - Ah... A Nadir e o Murilo também? - ele ainda olhava para mim e eu acabei acenando que sim.

Lá se vai meu dia com o Rodrigo, mas pelo menos ele estaria com as pessoas que ele gosta, sei como ele é apegado à Stella.

- Ah, já estão vindo? Está bem, estamos esperando. - ele falou sorrindo e em seguida desligou o celular.

- Estou vendo que hoje você não vai ser só meu. - falei brincando.

- Como você ficou possessivo! - ele falou rindo.

- É a falta de sexo. - comentei. - Daqui a pouco você vai me dar a desculpa da dor de cabeça. - falei provocando-o. Ele sorriu malicioso.

- Pois bem Dieguinho, hoje você vai ter a melhor noite da sua vida, isso quando chegarmos em casa. - ele falou me olhando sedutoramente umedecendo seus lábios. - Isso se você quiser que seja mesmo em casa.

- Veremos. Estou quase te arrastando para fora daqui. - falei e ele riu divertido.

- Você é mesmo um puto safado.

- Olha como você fala comigo hein. Está cuspindo no prato que come!

- E eu falei que ser um puto safado é ruim para mim? - ele sussurrou e logo senti algo cutucando minha coxa.

Ficamos nos provocando assim até a Stella e os outros chegarem. Ah quando eu chegar em casa o Rodrigo vai ver o que é bom!

- Oi gente! - Nadir falou simpática.

- Oi gatões! - Murilo falou e Stella nos cumprimentou também.

Eu sentei-me ao lado do Rodrigo e os três ficaram à nossa frente.

- Ah priminho, fiquei sabendo de tudo, sinto muito. - Murilo falou.

- Ah, valeu Murilo. - ele sorriu melancólico. - Mas nem vamos falar disso.

- É... Nem vamos gente! Eu vim aqui para procurar um bofe! - Nadir falou rindo. - E a Stella precisa de um também, ou de uma. - Ela comentou.

- Stella queridinha, até agora NÃO acredito que você é flex! Sério, menina, no way I could believe it! - Murilo falou fazendo as caras e bocas de sempre. Até que ele era engraçado.

- Murilo, você é o único aqui nessa mesa que aparenta ter a sexualidade que tem. - Nadir falou e todos rimos.

- Ah gente, quero comer algo. Aqui tem pizza, né Rodrigo? - Stella perguntou e ele fez que sim com a cabeça.

Acabamos pedindo duas pizzas. Os três terem vindo foi até legal. Comecei a perceber que o Murilo era um cara legal, embora falasse oito gírias gays em cada dez palavras. Isso quando ele não misturava inglês com português e um francês péssimo na mesma frase! Estávamos todos tranquilos comendo quando ele espantado falou:

- Choquei bofes! Aquela ali não é a megera?

Ele perguntou e olhamos para trás. Era a Larissa acompanhada de um rapaz. Ele era alto, forte, bonito. Tinha olhos claros e cabelos castanho-claros, quase loiros. Ela não nos percebeu de imediato.

- Rodrigo... O que foi? - Stella perguntou. Fiquei preocupado e olhei para o Rodrigo que estava em choque.

- Rodrigo... Você está bem? - perguntei e ele apenas respondeu:

- Daniel.

- Daniel! - Stella soltou num gritinho. - Aquele seu amigo de infância né? É ele ali com a vaca mor da Larissa!

Stella comentou inteligente. Pelo entusiasmo dela, ela não sabia o que esse Daniel tinha feito há alguns anos. Rodrigo começou a ficar vermelho. Suas mãos tremiam. Eu comecei a ficar com medo da cara que ele estava fazendo. Mas foi só eu olhar para a cara daquele Daniel e lembrar de tudo que ele tinha feito com o Di que eu também comecei a ficar com raiva.

- Meninos, o que aconteceu? - Nadir perguntou assustada. Creio que comecei a demonstrar raiva também.

- Gente, como essa Larissa tem cara de vadia de quinta! Vou me vestir de Drag e arregaçar a cara dela! - Murilo falou.

- Di... Di... Diego... Me segura se não eu vou fazer besteira. - ele falou cerrando os punhos. Eu coloquei minha mão sobre a dele.

- Em sã consciência eu te pararia, mas... Estou com você nessa. - falei me levantando. Ele sorriu para mim e se levantou também.

Foi nos virarmos para encararmos o olhar assustado de Larissa diante de nós dois. Aquele ser repugnante do Daniel estava de costas. Tudo bem que isso tem uns cinco anos, tudo bem que foi com o Rodrigo e não comigo, mas eu simplesmente não consigo explicar a raiva que estou sentindo. Ele vai se arrepender de ter relado o dedo no Rodrigo, te ter estragado o aniversário dele e ter tomado o lugar dele na banda.

- Murilo, pode por a maquiagem. - falei e ele riu.

- Falei brincando bofes, mas se quiserem que ela leve uma surra a Nadirzinha aqui é uma eximia lutadora. OH GOSH! Vai ter barraco. - ele falou.

Stella olhou para Nadir como se dissesse: “Pelo amor de Deus, não faça isso.” A garota apenas sorriu para a prima e se levantou com um sorriso nos lábios.

- Sempre quis bater sério em alguém. - ela falou isso e em seguida estalou o pescoço.

Eu e o Rodrigo fomos na frente. Larissa estava boquiaberta. Ela tentava deixar um sorriso estampado em sua face, mas não conseguia.

Quando chegamos, o Rodrigo colocou a mão no ombro daquele cara que estava de costas pra gente.

- Oi Daniel. - ele falou. O rapaz olhou espantado para ele.

- Ro... Ro... Rodrigo! Cara... Temos que conversar, eu queria falar que eu me arrep... - ele começou a falar, porém Rodrigo o cortou.

- Eu quero te apresentar meu namorado. - ele falou seco. Daniel olhou feio para mim.

- Diego. Ouvi falar de você. - ele se levantou. - Olha Rodrigo, você conseguia coisa melhor! - ele comentou dando leves tapas no ombro do Di.

Não sei explicar o que aconteceu. Só sei que quando me dei conta meu punho havia acertado em cheio a face daquele infeliz.

- Ora, seu viadinho! - Larissa tentou vir para cima de mim, porém Nadir a segurou.

- Nós vamos lá pra fora. - Nadir disse arrastando a vadia para a porta dos fundos.

- Ai meu braço! - Larissa reclamava.

Daniel se levantou e tentou desferir um soco em mim.

Ele podia ter braços grandes, porém técnica nenhuma. Após desviar agarrei-lhe o pescoço e levei sua face de encontro ao meu joelho.

- Ai filho da puta!

Ele falou se ajoelhando com as mãos no nariz, que sangrava.

Os seguranças vieram nos ameaçar e antes que nos expulsassem, eu arrastei aquele maldito para fora.

Eu estava irado como há muito tempo não ficava! Fomos para os fundos.

Larissa estava jogada ao chão. Violência não é o melhor caminho, e nem a vingança também. Mas como aliviar a raiva, exteriorizá-la, é algo bom... Ah como é bom!

- Rodrigo. Mande-o parar. - aquele ser repugnante falava enquanto eu desferia socos no seu abdômen.

- Por que eu deveria fazer isso? - Rodrigo perguntou agarrando Daniel pela camisa e jogando-o no chão. - Agora eu sou mais forte que você e conheço gente mais forte que você. - Rodrigo o encarava.

Só de olhar a cara de sonso daquele cara eu tinha vontade de quebrar a cara dele, porém Rodrigo me segurou.

- Por que eu devo parar se faz cinco anos que sonho com o dia em que eu quebraria a sua cara?

- Mas você já não fez isso? Achei que você estava satisfeito, Rodrigo. - Daniel se levantou. - Aquele dia você mal me viu e partiu para cima de mim. Você não deixou eu me explicar, nem... - ele não terminou a frase por um murro do Rodrigo. Ele cambaleou até cair novamente sentado no chão.

- Explicar o quê? Você já não tinha feito o suficiente há alguns anos? - eu vi as lágrimas de raiva rolarem pelas maçãs do Di.

- EU ME ARREPENDI! - ele gritou desistindo de se levantar. Com certeza levaria mais alguns murros.

- Se arrependeu e tomou meu lugar na banda?

- Eu não sabia de nada! O Fred havia me dito que você já havia concordado com isso, que fora uma decisão sua! - ele falava.

Estava vermelho também. Seu nariz sangrava, em sua bochecha havia alguns cortes e seu rosto estava todo roxo já. Em sua boca havia sangue também.

- Ah, me conta outra! Vocês eram inseparáveis. Os priminhos, amigos e tudo o mais. - Rodrigo o chutou. Começou a desferir chutes nele. Daniel colocou os braços na cabeça e levou todos aqueles chutes.

- Daniel! - Larissa que estava machucada correu até ele, entrando na frente daquele cara que eu, sem conhecer, já tanto odiava.

- Pare! Em mim você não vai bater! - ela ajoelhou-se frente a ele. Nadir apenas assistia a tudo. Rodrigo ameaçou acertá-la. - Você não vai querer perder sua dignidade! - ela falou chorando em desespero.

Rodrigo ia desferir um golpe nela, porém eu segurei seu braço antes que ele a acertasse.

- Você realmente não quer perder sua dignidade. - falei para o Rodrigo que me olhou raivoso. Larissa me olhou aliviada. - Mas eu não ando me importando muito...

Dei somente um tapa na face dela. Um tapa que expressou toda a minha raiva. O pescoço dela estralou e ela se jogou ao chão. Sua face estava com a marca de meus dedos.

- Agora vai embora Larissa. Eu vou resolver uns assuntos com esse tal de Daniel.

O peguei pela gola da camisa e o prensei na parede. Larissa tentou interromper de novo, porém Nadir a segurou.

- Você nunca mais vai fazer mal ao Rodrigo. - falei mortalmente olhando-o nos olhos. Ele olhava-me assustado, porém continuava a me desafiar.

- Eu não pretendo isso mesmo. CARALHO! Eu me arrependi! - ele falou.

Será mesmo? Eu resolvi soltá-lo. Ele ficou a nos olhar. Lágrimas rolavam pela face dele.

- Rodrigo... Eu... O Fred estava bravo comigo porque eu disse algo a ele que o incomodou! E... E...

- Sem essa! Aposto que foi você também quem mandou a Larissa fazer o que ela fez! - Di falou indignado.

- Sim fui eu! - ele falou, mas antes que eu avançasse sobre ele, ele falou: - Ela me contou que você estava com um namorado agora, Rodrigo. Eu... Eu... Eu queria fazer vocês dois se separarem, eu não sei o que ela fez, apenas pedi isso. E eu pedi isso Rodrigo, porque depois desses anos todos eu vi que eu te amo! EU TE AMO CARALHO! - ele falou tocando a face do Rodrigo com os dedos. Rodrigo deu um tapa na mão dele.

- Eu tenho nojo de você.

Daniel ajoelhou.

Ele falou o que eu ACHO que ele falou?

Eu apenas fiquei assistindo àquilo. A minha vontade era de espancá-lo, mas eu queria ver até onde isso ia.

- Rodrigo... Por favor. Eu... Eu sempre te amei. Eu te tratava diferente dos outros, não te tratava? Aquilo... Aquilo... Aquilo que eu fiz foi por impulso. Eu... Eu... Meu pai, meu pai é homofóbico, Rodrigo. Ele me ensinava que viado tinha que apanhar, ele saía comigo de noite e me obrigava a bater em qualquer casal de homens que aparecia... Ele... Ele... Você não sabe como ele era! Quando eu vi que você mexia comigo eu... Eu fiquei com raiva de você, raiva por te amar e por te querer. Eu era só um adolescente e escolhi o pior meio, Rodrigo. Mas depois de todos esses anos... Eu... Eu ainda te amo.

Ele se levantou. Eu não consegui desvendar o rosto do Rodrigo. Ele estava demorando demais para bater naquele ridículo.

- E eu sei que aí dentro você ainda me ama. Por dois anos... Por dois anos fomos inseparáveis... O que você sente por mim é apenas raiva, e eu entendo isso, mas por trás de toda essa raiva...

Ele tocou nas mechas do Rodrigo e de surpresa grudou os lábios aos lábios do meu Rodrigo.

Aí eu não me segurei. O puxei dali e o prensei a parede.

Por que o Rodrigo não havia feito NADA?

Eu o peguei pelos cabelos e bati a face dele contra a parede de tijolos várias vezes. Ele tentava sair, mas eu estava muito irritado. Eu... Eu... POR QUE O RODRIGO NÃO FEZ NADA?

Assim que senti um forte cheiro de sangue joguei-o ao chão e olhei para minhas mãos. Estavam imundas daquele líquido escarlate.

O... O... O que eu me tornei? Tornei-me um monstro por amor? MERDA! MERDA! Rodrigo me olhava perplexo.

- PUTA QUE PARIU! TRÊS VIADOS NA MINHA VIDA JÁ É DEMAIS! - Larissa falou virando-se para ir embora. Bem feito para ela!

- Diego... - ele falou.

- VOCÊ DEIXOU ELE TE BEIJAR! - Gritei e ele me olhou indignado.

Eu não consigo expressar a raiva que estava sentindo. Por que eu sentia isso? Isso faz parte de amar também?

- Ele me pegou de surpresa. Diego... Assim você me ofende! - ele falou.

Eu só sei que... Que o olhei e me lembrei do tal Daniel o beijando. Eu... Eu não sei o que fiz, mas minha mão foi de encontro à face do Rodrigo também.

Por que... Por quê? Por que estou agindo assim? Não consigo me controlar? Por que ele se deixou beijar, por quê? Será que... Será que... Será que ele está balançado? Será que ele ama esse tal de Daniel?

- DIEGO! OLHE SÓ PARA VOCÊ! VOCÊ ME... - eu pensei que ele fosse revidar, mas ele parecia surpreso.

- Me... Me desculp... Eu vou embora agora. - falei confuso.

Eu não sabia o que falar. Eu me arrependi do que fiz assim que o fiz. Eu estava me sentindo estranho. É como se não fosse eu ali.

- Eu não volto pra casa hoje! - ele falou.

Eu nem virei para trás para olhá-lo. Eu queria ir para a minha casa. O que eu fiz? Eu não sou mais eu mesmo. Eu sabia que amar não é somente uma coisa só boa! Eu não me conheço mais, é isso... Eu... Eu não me conheço mais!

No carro fui pensando nas burradas que eu fiz. Primeiro agredi uma mulher, depois esfolei o rosto de um cara na parede até... Até... Até manchar minhas mãos de sangue.

Depois... Depois desferi um tapa na face do cara que eu amo. MERDA! Sempre fui um cara racional, controlado... Um cara calmo! Se o amor faz isso com as pessoas eu... Eu não sei se quero mais amar.

Eu... Eu não quero que o Rodrigo fique com raiva de mim. Mas ele... Ele deixou o Daniel beijá-lo... Eu... Minha cabeça vai explodir!

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Que tormenta! Que furacão! Que reviravolta! Tensão no ar!

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