E se... (Capitulo 1)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4189 palavras
Data: 21/10/2023 18:51:33
Assuntos: Amigo, Amor, bar, Gay, Sexo, Traição

— Chico duas cervejas. — Pediu a loira peituda se debruçando no balcão.

— Opa está na mão. — Ela toca meus dedos ao pegar as cervejas, isso acontece muito, o que é bom e ruim, bom nas gorjetas e ruim porque sou gay não curto minas.

Trabalhar num bar tem dessas, muito sexo, dinheiro é bom, mas você não tem vida, ainda mais se você trabalha a semana toda, no dia da minha folga que normalmente é as terças quero só dormir, mas minha colega de quarto recém chegada na cidade e universitaria, insisti em fazer festinhas em casa.

— Está com uma cara horrível. — Disse o cara que trabalha comigo como barman e que também virou meu amigo.

— É porque não dormir de novo.

— Você tem que falar com ela amigo. — Fabim fala terminando de preparar uma caipirinha.

— Eu já falei, mas a criatura diz que não vai mais fazer quando estou em casa e depois volta a aprontar dessas, mas logo vou me mudar, Máx disse que o nosso ap vai ser entregue no final do mês.

— Isso demora mesmo amigo, lembro que quando o Di e eu estavamos comprando o nosso foi uma loucura para ficar pronto atrasou e tudo.

— Vocês deviam ter ido para a vila militar mesmo Fabim. — Digo isso entregando outra cerveja para outro cliente.

— Ah ia ser tudo, os chefes do meu homem tendo dois viados como vizinhos, e outro nosso ap é pertinho do quartel e perto daqui, então é só sucesso.

Fábio era uma das pessoas mais incríveis que conheci esse ano, o cara tem uma puta história de amor, ele e o marido quase não ficaram juntos, e mesmo assim estão aí na luta a cinco anos já, o marido dele é militar e um puta gostoso com todo respeito é claro, Fábio até tentou faculdade, mas se encontrou mesmo trabalhando de barman, quando ficamos amigos descobrimos que compartilhamos o mesmo sonho que é ser donos de um bar, desde então estamos juntando dinheiro para sermos sócios.

— Vocês tem que convidar a gente quando o ap estiver pronto. — Disse meu amigo.

— Claro, tenho certeza de que o Dí dará o melhor presente.

— Óbvio, e para constar o presente será nosso, as vantagens de se ter um homem em casa vadia. — Disse meu amigo rindo.

Conheci o Max quando fui expulso de casa, minha mãe me pegou com meu vizinho casado na cama e não acabou bem, foi um escandalo generalizado, a mulher dele tentou me agredir, enfim nem vale a pena lembrar, a parte foda é que era uma adolecente completamente apaixonado e iludido que tomou no cu, pois o cara sumiu e fiquei sem ter para onde ir, sofre muito, morava no interior do estado, me mudei para a capital, morei na rua nos primeiros meses até conhecer uma travestir que fazia programa na rua e ela meio que me adotou, a chamo de mãe até hoje.

Nunca precisei me prostituir, e quando comecei a morar com a Mãe ela me ensinou a fazer drinks e começou a me arrumar bicos nas boates em que ela se apresentava, foi num desses dias de trabalho que conheci o amor da minha vida, Max estava com os amigos e veio comprar cervejas, nos olhamos e foi amor à primeira vista, ele passou a frequentar a boate todos os fins de semana, até que criou coragem e me chamou para sair.

Estamos juntos a dois anos e tem sido um sonho, ainda mais quando ele passou num concurso público desses que paga bem e me pediu em casamento ano passado, fiquei pálido, já estava trabalhando no bar e ele me pediu em casamento aqui, foi tudo tão lindo e mágico, disse sim na hora, combinamos comprar o apartamento primeiro e fazer a festa depois, como ele sabe que não ganho tanto dinheiro assim é que estou juntando para abrir meu próprio bar, ele me propôs comprar o ap sozinho e quando abrir meu bar vou pagando ele de volta metade do valor do ap, Max sempre apoiou meus sonhos por isso amo tanto ele.

— Chico outra cerveja.

— Já vai.

— Amigo sério se quiser pode dormir no meu sofá hoje, você precisa dormir ou amanhã nem vai conseguir ficar de pé. — Ofereceu Fábio vendo que estou lutando para não despencar no chão.

— Agradeço, mas hoje vou dormir no Max, ele combinou comigo de irmos amanhã comprar a cama de casal nova pro ap.

— Uhh que maravilha, ele vem te buscar? — Perguntou meu amigo.

— Não, acho que vou pegar um uber. — Já que trabalhávamos até às três da manhã.

— Se quiser peço pro Di deixar você lá.

— Jamais amigo, nunca que vou dar trabalho para o Sargento Freitas. — Chamávamos o Di pela patente dele no exército porque deixava ele puto, Di falava que fora do quartel ele era só o Di e pronto, mesmo assim o bullying com ele era constante.

— Ele vai, até porque uber nessas horas é muito caro, e quero abrir meu bar ano que vem. — Fábio usava a desculpa do bar quando queria fazer algo por mim e sabia que eu recusaria.

— Vocês são os melhores gays do mundo, sabia. — Falo mandando um beijinho para ele.

— Claro que sei amor, sou maravilhoso. — Ele fala fazendo cara de deboche.

— Fábio três doses e seu telefone para o meu amigo aqui.

— As três doses podem até ser, agora o número eu vou ficar devendo. — Respondeu Fábio.

— Que isso, posso te dar uma noite inesquecível. — O cara insiste.

— Oi Sargento, esse cara quer dar uma noite inesquecível para o seu marido. — Falo comprimentando o Di que acabou de chegar.

— Ah é. — Di não é muito alto, mas o cara é bem forte e intimidador quando quer, ele toca no ombro do cara e o olha com um olhar de militar.

— Desculpe, não sabia que ele tinha namorado. — O cara fala tremendo.

— Marido. — Corrijo porque amo ver caras babacas tomando no cu.

— Deixa ele, o cara já entendeu amor. — Fábio fala e Di o solta. — Chegou cedo amor, não estava de plantão hoje?

— O Bernardo me liberou do plantão, tive que ficar fazendo um trabalho burocrático, aí só passei em casa para trocar de roupa e vir aqui ver meu Fabim e tomar uma dose.

— Só uma mesmo porque vamos deixar o Chico no Max depois do trabalho.

— Sim senhor! — Di bate continencia para o marido, acho foda o lance deles sempre fazerem coisas um para o outro sem reclamar.

Amo trabalhar no bar, mas é bem cansativo esse trampo, minha sorte é que me divirto muito e temos uma equipe bem unida, o dono é um italiano, além da gente, tem dois seguranças o Oscar e o seu Raimundo, na cozinha tem a dona Lourdes que é esposa do seu Raimundo e a Maria Ana e por último tem o Jefferson que cuida da limpeza do bar, ele dá suporte para gente recolhendo os cacos espalhados pelo salão.

As quintas tem karaokê o que significa que é difícil fechar o bar nas quintas, os clientes precisam ser expulsos literalmente, hoje fechamos já passando das três e meia, como dias de Karaokê são movimentados não tive tempo de olhar no celular em momento algum, depois de limpar tudo enviar uma mensagem avisando ao Max que estou saindo e vou me trocar no deposito, temos um armário para funcionários e um banheiro só nosso, pequeno, mas tem um chuveiro então quebra o galho, por esta tarde eu vou deixar para tomar banho na casa do meu noivo mesmo.

— Gente sério eu posso pedir um carro. — Falo, até porque já está tarde e seu quê Di trabalha mais tarde.

— Negado. — Di responde e vai indo para o carro.

— Vocês são maravilhosos. — Falo abraçando os dois e depois todos entramos no carro.

Vamos ouvindo música, Fábio canta a plenos pulmões enquanto Di e eu rimos das desafinadas dele, momentos assim sempre me fazem lembrar da minha mãe, dos meus parentes e amigos, já faz tanto tempo e agora sinto que tenho uma família de verdade e que tudo que passei antes está no passado, ninguém da minha cidade ou da minha família faria por mim o que a Mãe fez, Fabim e Di são os irmãos que nunca tive, minha vida é boa, e sou grato por isso, em breve vou poder dormir a acordar todos os dias do lado do homem mais perfeito que já conheci.

Pelo horario tive que acordar o Max, ele achava que eu não iria mais dormir na casa dele, então dormiu e não me esperou, foda, mas acontece de vez em quando, Di e Fabim são uns fofos e esperam até que meu noivo abra a porta para só então iriem embora, a cara de noso do meu noivo é a coisa mais fofa do mundo, dou um beijo nele e entro fechando a porta atrás de mim.

— Pensei que você não vinha mais. — Ele disse ainda dormindo em pé.

— Karaokê sabe como é, mas pode ir deitar amor, estou morrendo de sono também, vou só banhar e deito com você.

— Tá bom amor, te amo. — Nos beijamos de novo e ele volta para o quarto.

Vou na cozinha tomar uma água, vejo uma garrafa de vinho na geladeira, ele deve ter comprado pra gente mais não se segurou e abriu sem mim, sorte dele que não sou tão fã de vinho, esse sempre foi o lance dele, mas até que tomar uma tacinha não vai fazer mal, então pego a garrafa e vou até o escorredor na pia para pegar uma taça que ele deve ter usado, porém no escorredor tem duas taças limpas, ele deve ter pego uma para mim também, mas aí por que estaria no escorredor?

Ele pode ter precisado usar outra, não sei, pode ser coisa da minha cabeça, vai ver estou tão cansado, no dia seguinte penso melhor ou até mesmo perguntou ele e tiro a duvida da minha mente e aí vou ver que é só bobeira minha, estou tão cansado que apago assim que deito, no dia seguinte Max estava tão animado falando sobre a reforma do ap que a gente vai morar que não fazia mais sentido falar sobre ontem, achei que isso só iria trazer uma briga sem sentido, então esqueci.

— Amor hoje vou passar lá com o Pedro para ver os ultimos detalhes. — Pedro é o arquiteto e melhor amigo do Max.

— Ah queria ir também amor. — Falo.

— Mas você não vai trabalhar hoje?

— Vocês vão a noite? — Pergunto.

— Pedro só pode ir depois das cinco, porque ele tem umas reuniões.

— Ah de boas, então lembra de falar com ele sobre as ideias que tivemos pro armário na cozinha. — Digo.

— Pode deixar.

Max saiu para trabalhar enquanto aproveitei para dormir mais um pouco, acordo perto da hora do almoço com uma ligação do Fabim, acordei meio atordoado tanto que preciso de um tempo para raciocinar.

— Bom dia. — Falo.

— Boa tarde vocês quis dizer né, já são quase uma da tarde homem. — Ele fala rindo de mim.

— O que aconteceu?

— Amigo o aniversário do Di está chegando e quero comprar uma furadeira que ele está namorando a dias na amazon, só que ele vai saber se eu comprar porque nosso cartão de credito é junto, tudo que a gente compra a porra do banco manda mensagem.

— Eita confiança. — Brinco.

— Não né, é que ele por ser militar tem um limite maior, ai sou dependente dele, mas isso nem vem ao caso, amigo por favor compra pra mim.

— Posso te dar meu cartão sem problema.

— Não, que ele pode ver, Di falou que não quer presente porque sabe que estou juntando dinheiro, ele está de olho e você sabe que o sargento tem faro para essas coisas. — Rimos, porque é verdade Di sempre sabe quando Fabim está preparando uma surpresa para ele.

— Tá bom, me manda o link que eu compro, o que eu não faço pelo meu sociol. — Falo tirando onda.

— Ai salvou minha vida, te amo, sério ele vai ficar tão feliz.

— E bravo. — Completo.

— Nada que um chá e uma furadeira nova não resolvam. — Fábio fala confiante e cai na risada.

— Vocês são perfeitos um para o outro. — Digo. — Vou comprar no perfil do Max que ele é assinante não paga frete.

— Ah perfeito, melhor ainda, tenho que ir a gente se ver no trabalho. — Fábio fala agradecendo mais uma vez e aí encerramos a ligação.

Sou um cara muito esquecido, já pedi a senha do computador do Max umas mil vezes, para não atrapalhar ele no trabalho, pego a senha no história da nossa conversa no whats, entro no pc tem uma foto nossa de uma viagem que fizemos no carnaval, sorriu bobo para a tela do pc, abro o navegador e entro no whats web para pegar o link da furadeira que o Fabim me mandou, mas quando abro já está logado na whats do Max, como o pc é dele faz todo sentido que esteja logado, só que antes de deslogar vejo uma coisa estranho não tem meu contato salvo nas conversas, tipo a gente tanto ele quanto eu temos nossos contatos fixados no início das conversas, justamente para sempre sabermos quando nos mandamos mensagens, pelos contatos parece um whats de trabalho, não sabia que ele estava usando outro número para trabalho, mas faz todo sentido.

Antes que eu consiga deslogar a conta dele para entrar na minha vejo uma mensagem chegando do Pedro, ele mandou uma foto, imagino que deva ser do ap ou sobre o mesmo então não vai ter problema se eu abrir, já que também me interessa, mas assim que abro meu coração para de bater, Pedro acabou de mandar uma nude para o meu noivo, minha pressão caiu, meu corpo está gelado, logo minha cabeça começa a processar que pode ter sido por engano, quem nunca mandou uma mensagem errado, mas aí ele vendo que a conta do meu noivo está online ele manda uma mensagem.

“Tá vendo como fico quando lembro de você, ontem foi incrível, ansioso para te ver hoje”

Não pode ser, leio e releio, mas o último prego é pregado no meu caixão quando vejo que meu noivo acaba de responder a mensagem do Pedro.

“Incrível é você, amei ficar com você ontem, pena que não conseguimos dormir juntos, mas hoje vamos ter o ap novo só para gente.”

Então Pedro responde.

“Ótimo, mas o Chico não vai com você?”

No que Max responde.

“Não, ele vai está no bar, trabalhando.”

As lágrimas estão descendo no meu rosto, ainda não estou acreditando, estou esperando que Max me mande uma mensagem dizendo se tratar de uma piada de muito mal gosto, mas a verdade é que eles não fazem ideia que eu vi essas mensagens, para completar Max acabou de retribuir a nude para o amigo, sendo que ele sempre me falou que detesta nudes, nossa limpo minhas lágrimas, e fecho o computador, nem lembro mais o que eu ia fazer meu chão se abriu diante de mim, não consigo parar de chorar.

O homem em quem mais confiei na vida estava me traindo, como ele podia fazer uma coisas dessas comigo, sempre fomos honestos, nunca faltou sexo e nem nada disso na nossa relação, estou tentando descobrir o que posso ter feito de errado, mas nada, nenhuma resposta para isso me ocorre, caralho vamos nos casar, por que ele fez isso, a quanto tempo isso está rolando? Mil coisas se passam na minha cabeça, estou ficando sem ar, arrumo minhas coisas, coloco tudo que é meu e que está nessa casa, nem consigo arrumar nada, estou literalmente jogando minhas roupas e alguns pertences que tenho espalhados pela casa dentro da mochila, meu telefone toca e vejo que é o Fabim.

— Alo, amigo, deu certo? — Só aí me lembro do favor que prometi a ele.

— Não. — É tudo que consigo falar, antes que minha voz entregue meu choro.

— Chico, cê tá chorando?

— Não, é que eu. — Ele não me deixa terminar.

— Francisco, o que aconteceu pelo amor de Deus, você está bem, aconteceu alguma coisa. — Sua voz era de preocupação.

Não conseguia falar nada, pela insistência do Fábio aceitei ir para a casa dele, encerrei a ligação e pedi um uber para a casa do meu amigo, fui chorando durante todo o percurso, no caminha Max me mandou uma mensagem perguntando se eu já tinha acordado, pelo jeito realmente nem desconfiava que havia sido descoberto, não tive coragem de enfrentá-lo, estou com tanto medo e com tanta raiva, não sabendo o que fazer, apenas respondi que sim e que estava resolvendo algo do trabalho e que depois nos falamos melhor.

Quando cheguei meu amigo já me esperava na calçada, ele me abraçou e me levou para o seu ap em silêncio, quando entramos me sentei no sofá, Fábio foi até a cozinha e voltou com um copo d’água.

— Amigo se acalme e me fale o que aconteceu. — Ele disse sentando do meu lado.

— Ele está me traindo, Fábio. — Mesmo as palavras saindo da minha boca ainda sim me recusava a acreditar que o Max teve a coragem de me trair.

— O Max, como assim, como você descobriu? — Fábio estava mais passado do que.

— Eu vi uma conversa dele no whats, quando peguei o computador. — Nesse momento escutamos uma voz masculina meio rouca chamando pelo Fábio, meus olhos acompanham a voz e quase me engasgo com a água.

— Te falei que pode usar o shampoo do Di ele não vai se importar. — Falou Fábio casualmente para o cara gato usando apenas uma toalha.

O cara é forte, tem a pele clara, o braço direito todo tatuado, o cabelo era curto e descolorido, ele também usa um brinco na orelha esquerda, um bigode fininho, e a toalha escondia um volume bem marcado, ele é mais alto do que eu, deve ter quase um e oitenta.

— Tá bom, oi prazer. — Ele fala passando para a cozinha com a maior naturalidade.

— Quem é esse cara Fábio, você está. — Não acredito que meu amigo também está traindo o Di.

— O que, sério? — Fabim começa a gargalhar. — Ryan meu amigo acha que você é meu amante.

— Ah você não contou que somos um trisal, estou chateado. — Ele fala com uma voz debochada e comendo uma maçã.

— Eu não. — Nem sei como terminar a frase.

— Amigo sério, não é nada disso, esse é o Ryan, ele está dormindo no nosso sofá, basicamente um sem teto recém chegado à cidade. — Fabim fala rindo.

— Desculpa não quis. — Tentei me desculpar, mas por sorte ninguém se ofendeu.

— Ryan vai banhar logo, amigo ele é amigo nosso de infância, estava trabalhando em outro estado e voltou a morar aqui, mas a família dele é complicada ai Di ofereceu nosso sofá.

Fiquei aliviado, não saberia lidar se Fábio fosse me pedir segredo sobre isso, Di é ótimo e odiava mentir para ele, mas ai lembro que Max mentiu para mim e que ele está transando com seu melhor amigo, pior de tudo é que não sei a quanto tempo isso está rolando e também com vou lidar com isso, não sei se consigo confrontá-lo.

Conto tudo para o Fabim que escuta sem interromper nenhuma vez, só quando termino de falar é que ele me abraça, me confortando ele faz o que eu esperava dele como amigo fica do meu lado me apoiando.

— O que você quer fazer?

— Não sei Fabim, não faço ideia.

— Amigo, sinto muito que você tenha que passar por isso.

— O que aconteceu? — Ryan perguntou entrando na sala.

— O noivo dele é um canalha. — Olho para o Fábio, não me sinto confortável em compartilhar minha vida com uma pessoa que acabei de conhecer.

— Quer que eu dê uma surra nele. — Ryan pergunta com a maior naturalidade.

— Não, não acho necessario. — Falo sem saber se ele está falando sério ou não.

— Você não mudou nada, né Ryan. — Fabim fala.

— A propósito, a Jaqueline me mandou mensagem, acho que vou sair com ela hoje.

— Ah, que ótimo amigo. — Disso o Fábio.

— Amigo, acho que você deveria ir no ap e pegar ele no flagra, assim ele não vai ter como escapar.

— Não sei não Fabim, tenho medo e também nem posso, tenho trabalho hoje.

— Não esquenta, o Sargento vai com você pro caso de você precisar de reforço e outra já tinha falado com o seu Roberto — dono do bar — para contratar o Ryan, ele pode te cobrir.

— Não, o cara acabou de falar que tem um encontro.

— Jaque é minha amiga, na real ela quer me arrumar para outra amiga, mas posso remarcar com ela tranquilo, ou até melhor chamamos ela pro bar hoje Fabim o que tu acha?

— Acho uma ótima ideia Ryan, então fechou, vou ligar para o Di agora mesmo e combinar com ele. — Disse Fábio.

— Ele sempre foi mandão assim. — Pergunto olhando para o Ryan que agora está vestido com uma bermuda moletom — marcando seu membro mole — e uma camiseta.

— Fabim, nada esse ai era de vidro chorava por qualquer coisa, ficou confiante depois que casou só. — Nós dois rimos.

Nosso chefe acreditou na desculpa que Fábio deu e com o Ryan me cobrindo seria bem de boas, mas estava uma pilha, no fundo pedia a deus que Di não pudesse ir comigo assim teria uma desculpa para não ir, mas sabia que Fabim tinha razão, precisa enfrentar essa situação, precisava de respostas, mesmo que isso fosse doer ainda mais, não iria conseguir seguir com fingindo que nada aconteceu.

Na hora marcada, meu amigo foi trabalhar e fui para o ap com o Di.

— Di, obrigado. — Falei.

— Não precisa me agradecer Chico, você é amigo.

— Nunca tive amigos como vocês, são quase minha familia. — falo meio emocionado.

— Quando me assumi minha melhor amiga foi muito escrota, se não fosse pelo Fabim,Ryan e meu primo Lucas não sei se teria passado por isso de boas. — Disse ele.

— E você voltou a falar com ela?

— Ela tentou, mas não queria aceitar meu namoro então achei melhor me manter longe, e também aconteceu tanta coisa naquela época, meu pai tentou separar a gente, mas no fim ficamos juntos e o exército que era meu pesadelo virou minha vida e a segunda melhor coisa que já me aconteceu.

— Qual foi a primeira?

— Ter pedido um copo d’água. — Rimos e entendi que tinha haver com Fábio.

Quando chegamos meu corpo tremia demais, tive muito medo, mas precisava ser forte, pedi ao Di para me esperar no carro e segui, como o porteiro me conhecia ele deixou eu entrar sem problemas, peguei o elevador e quando mais me aproximava do ap mais meu coração acelerava, em frente a porta as lágrimas já escorriam pelo meu rosto, bati na porta, pois não tinha a chave ainda, demorou um tempo, mas Max abriu a porta, ele estava sem camisa e descalço, a calça estava aberta, ve-lo assim doeu muito ainda mais que vi Pedro só de cueca por cima do ombro dele.

— Amor. — Max estava pálido.

— Nunca mais quero te ver de novo Max. — Foi só o que falei e dei as costas indo para o elevador, mas ele veio atrás de mim.

— Amor me deixa explicar. — Ele começou a se desesperar.

— Não fala comigo. — Mas o infeliz entrou no elevador comigo, minhas lágrimas saiam descontroladas, ele tentava me abraçar, mas não permiti que ele se aproximasse de mim.

— Amor não é o que você pensa.

— Você não está transando com a porra do arquiteto seu filho da puta! — Gritei dentro do elevador.

— Chico não é nada serio, eu te amo. — Não acreditei na tamanha cara de pau dele.

— Vocês não pode está falando serio.

— Eu te amo Chico, você é o amor da minha vida. — Ele chorava. — Me perdoa. — O elevador abriu e fui saindo e mesmo assim ele veio atrás de mim.

— Me deixa em paz, você não podia ter feito isso comigo Max, eu te amava, eu teria feito qualquer coisa por você. — Ele insistia me chamando e tentando me segurar, mas ai Di brotou do meu lado e o tirou de perto de mim.

— Di não se mete.

— Ou o que Max, vai fazer o que? — Di era muito intimidador quando queria.

— Amor. — Ele insistiu mais uma vez.

— Vamos em bora Di por favor. — Falei entrando no carro.

— Max, se você se aproximar do Chico de novo vou fazer você se arrepender muito disso está me ouvindo. — Di falou com sua voz grossa e imponente.

Depois entrou no carro e fomos embora, não podia ir para o bar porque disse que estava doente e não dava para dormir na casa do Fábio, eles já estava recebendo o Ryan, mesmo com o Di insistindo dizendo que poderia armar uma rede na sala para mim, preferi ir para casa.

— Se ele aparecer me liga. — Di falou quando me deixou em casa.

— Pode deixar e muito obrigado Di.

— Esquenta com isso não, se mudar de ideia fala que venho te buscar.

— Fábio tem muita sorte.

— Eu é quem tenho. — Ele fala com seus olhos brilhando por falar do marido, eles são a única coisa que ainda mais faz acreditar no amor, mas talvez só talvez o amor não seja para mim.

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Comentários

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Rafael, seu fdp, se você não existisse, teria que ser inventado. Se eu ganhasse uma grana boa, eu mesmo montaria uma equipe de produção audiovisual e transformaria todas as suas sagas em obras para tv e cinema. Claro que você trabalharia com o roteirista e daria pitaco em tudo: cenários, figurinos etc. Tudo pra ficar o mais próximo do que você pensou quando criou os universos.

Você é necessário! Te amo viu? Fico imaginando como você é e o tamanho de sua cabeça, pra comportar esse cérebro maravilhoso. Muito mais, só cérebro não, porque suas criações vêm da alma. Beijo!

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Pqp porque a desculpa do traidor/traidora é sempre a mesma, passar por uma situação dessa é muito triste, pela minha profissão infelizmente já vi de perto isso uma vez, a mulher pegou o cara em fragrante, nossa até hoje da uma pena dela, ela já entrou no carro chorando, mais na hora ela descarregou tudo, tive que segurar ela e tentar tirar ela do local, na hora foi difícil, mais consegui. Voltei onde eu peguei ela chequei tinha uma senhora acho que mãe ou tia, entrou com ela na casa, a senhora queria me pagar, passei o meu celular falei que voltava depois era só me ligar, mostrei o valor é depois de dois dias fez uma transferência (isso foi antes do Pix existir), não voltei lá pra saber o que aconteceu depois.

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Rafa. Você é demais, cara. Pqp essa história promete! Já deu vontade de reler o conto do Melhor Amigo, que foi a primeira série que eu maratonei aqui na CDC 😉

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Rafa, já disse que te amo? Não? Te amo, Rafa! Vc trouxe os personagens que fizeram de mim teu fã de volta, e ainda numa nova trama. Eu tô que não aguento de tão feliz. Cara, vc é muito perfeito! Muito obrigado!

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Amei a continuação do conto,sem palavras , aguardando o próximo conto,amo sua dissertação.

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Aii lá vai eu ficar preso em mais um conto já quero o próximo episódio kkk

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Não ia soltar esse conto agora, mas minha ansiedade sempre vence no final, kkkk estou me dedicando a terminar o conto do meu judoca então esse aqui pode demorar um pouco para sair o proximo, mas ele já estava na gaveta tem um tempinho ai não resisti mais coloquei ele aqui, espero que gostem e que esse conto se passe na mesma cidade do primeiro conto, na real na minha cabeça todos os meus contos se passam no mesmo universo, então quem sabe outros personagens podem dar as caras por aqui.

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Adoro os comentários que você deixa pra falar mais do conto, do processo criativo...faz a gente se sentir mais próximo do autor hehe. Vc é incrível mesmo, te acompanho desde meu começo aqui na Casa e você com certeza influenciou minha trajetória aqui 😉😉😉

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