Residencial Caiapós - Continuação 01.

Um conto erótico de Marcelo Foppe
Categoria: Heterossexual
Contém 1406 palavras
Data: 12/10/2023 20:57:52
Última revisão: 13/10/2023 19:08:32

Ao chão estavam as pérolas da minha curiosidade, prontamente, com os dorsos e as palmas das mãos, restabeleço a lisura do ambiente, secando o vestígio impoluto na barra da camisa. Cumprido o dever, bem devagar, saio do esconderijo e analiso cada perímetro — evitando assim — possíveis contratempos. Por impulso, fui ao sanitário, com as luzes apagadas, coleto o papel sujo, como prêmio da minha aventura.

Na ponta dos pés, atravesso o pátio, subo as escadas e, lentamente, abro a entrada, fito o relógio de parede, observo que já se passaram mais de uma hora; aproximava-se da meia-noite. Ao fechar a porta, escuto: — Tá traquinando, não é?

Que susto, porra! Respondo em reflexo.

Era Carlos, o vigia. — Raaapaz… É hora de tá perambulando pelo prédio?

Fui me aliviar, digo, tomar um ar. Respondi embaraçado e trêmulo.

Ok…

Ele me fita com um olhar que misturava análise com oportunidade. E larga;

Que bom que se “a-li-vi-ou”, até porque é sempre bom usar a QBoa como tinta de Piloto.

Piloto com QBoa? Que porra esse cara fumou? Penso.

Ítalo, ao invés de ficar rondando o prédio feito uma assombração, sempre estou na portaria após as 00:30, horário que os zeladores descansam; podemos conversar, jogar buraco, assim, ajuda passar o tempo.

De boa… Estou sem sono mesmo, posso subir e pegar o baralho. Respondi.

De imediato, ele responde:

Eu tenho, está na minha mochila, eu pego.

Massa! — Respondo. Contudo, estava doido para subir visando me limpar.

Carlos era um homem dos seus 30 anos, moreno, másculo, 1,81, parrudo, cabelo grosso. Aparentava ser forte, mas a roupa não permitia definição, em que pese as colchas ficarem marcadas na calça social. Ele já trabalhava quando minha avó comprou o apartamento. Nunca ouvi falar uma reclamação dele.

Bora? Ele pergunta.

Acuado e sem graça, balanço a cabeça e respondo — vamos!

Ao invés de escorrer o suor, o pior aconteceu, a baba da minha caceta estava deslizando luminosamente pelas pernas. Ao mesmo tempo que o líquido reluz, em reflexo, as suas colchas não estão mais destacadas sozinhas, um terceiro volume eleva-se a ponto de mostrar os dentes do zíper, revelando, inclusive, o puxador que está entreaberto. Minhas mãos gelam.

Beleza, desço e pego logo. Carlos informa.

Ok… Respondo.

Ele aproxima-se de mim e sussurra:

Venha comigo porque se Domingos perceber que está acordado, ele vai contar — amanhã — para Dona Antônia e você estará fodido.

Sem escolha, o segui. Ele se afasta, amassa o volume e segue a frente a passos rápidos em que pese os sapatos sociais, de borracha, não fizessem nenhum barulho. Vou atrás. Ele exalava um cheiro de perfume Piment com suor. Lá me vou, para o mesmo lugar. Dessa vez, fico estático em frente a estante.

Carlos pega a necessaire, uma toalha e uma cueca samba-canção e diz:

Toma, o baralho tá aqui, fique na sauna até dar o horário, aproveite, troque, se limpe e lave o short logo, antes que ele desbote. Aonde foi você que derramou a “água sanitária”? Pode deixar que eu limpo.

Constrangido, disse que a QBoa estava no depósito e já havia limpado (mentira do caralho).

Ok, adiante.

Ao sair, em um súbito instante, perguntei:

Mas onde fica a sauna mesmo?

Para não chamar atenção, vá pelas escadas, entre no play — pelo canto direito, próximo aos bancos e floreiras — tem um corredor, siga, passe pelo salão de festa e o banheiro, atravesse e verá a garagem descoberta para visitantes, ali terá um vão e uma porta, próxima aos túneis de lixo; ali, a chave está na soleira de seteira.

Certo! Valeu.

Seguindo os comandos, fiz o que foi mandado, jamais poderia imaginar que naquele prédio velho poderia existir aquele local. Estava escuro, mas a luz do refletor da quadra do prédio vizinho aclarava o ambiente. No meio da penumbra avisto uma entrada, a direita, um banco comprido de alvenaria, do esquerdo duas pias em uma bancada. Tudo muito desgastado, olhei para o chão e vi um tapete sujo, levantei e lá estava a chave amarrada com um barbante, peguei, e abri o local, dei de cara com uma porta de madeira, empurrei a segunda porta. Era um ambiente seco, sem circulação de ar; do lado esquerdo havia uma segunda porta, era um chuveiro, lá existe uma seteira circular entreaberta e empoeirada, ao adentra, percebo que o chão estava molhado e não parecia ser algo antigo, avistei um resto de sabonete que suponho ter sido usado há poucos dias (Provavelmente eles usavam o espaço para tomar banho, já que era mais próximo da portaria).

Ao abrir a necessaire, avistei a lata com as cartas; panhei; contudo, embaixo havia uma escova de dente, dois tubos; um de pasta e outro contendo um gel transparente, presumo que seja para cabelo; camisinhas, um barbante e, para surpresa, três revistinhas, como várias imagens de putaria, algumas, inclusive, tinham mulheres dando o cu e a buceta para dois caras ao mesmo tempo. Caralho! Eu jamais poderia imaginar aquilo, um sanduíche. Em outra, uma mulher aguenta duas picas no cu e outras sequências.

Rompido pela curiosidade, fui aprofundando naquele universo; tinha um papel dobrado em quatro, um mini pôster de uma morena, bem gostosa, da buceta morena exposta pelos dedos, as páginas estavam colocadas e, na buceta, imagem estava um pouco desbotada, tinha um leve cheiro de pica, que percebi ao aproximar do nariz.

Resolvo abrir o outro zíper, no compartimento havia pacotes de preservativos — inclusive um estava aberto e amassado; uma pomada escrito Lidocaína 5% 50 mg/g, duas chaves e um cadeado.

Tudo aquilo me excitou, o pau estava duro novamente. Não me contive, peguei todo conteúdo erótico, acendi a luz do banheiro, dispus todos abertos como um altar, com o pôster no centro. Afastei-me para ter uma visão global, baixei o short sujo — sem querer — deixo rolar o meu precioso prêmio, mordi a barra da camisa expondo a minha barriga, fechei os olhos e começo a me tocar.

Imediatamente transportei-me para a cena do sanduíche, eu metia intensamente naquela bucetinha branca, inchada, peluda e úmida - a vulva pulsava ferozmente em meu membro; o cllitóres roça na base da pica; eu a beijo enquanto o meu parceiro — Carlos — segurava uma das pernas dela, abrindo espaço para a sua estaca encravar no cu daquela puta… Eita, desgraça! É possível, em meus pensamentos, sentir os peitos durinhos, roçando contra os meus enquanto Carlos chupa e morde o pescoço da ninfa e me leva ao delírio… Nosso ovos se encontravam a medida que fincávamos os membros nos interiores da nossa amante.

Naquela projeção alucinante, ordenho-o com voracidade, deslizo a minha mão pelo tórax, barriga, aliso à direita da minha virilha, inclino o meu corpo para frente, contraio a bunda, tentando conciliar os espasmos do prazer com o equilíbrio das pernas que já estavam bambas.

— AAAAAAAA, como tá gostoso, caralho…

Em meu fetiche Carlos imprensa os nossos corpos. As mutuas investidas no dorso da musa soavam como aplausos de tão sincronizados, posso sentir o cheiro de sexo subir e tomar o ambiente, naquele simulacro de prazer.

O suor toma conta do meu corpo — ainda mais que estava fechado, sem circulação do ar — a minha axila exalava odor e os meus cabelos estavam grudados à cabeça, naquela meditação guiada pela luxúria.

Na minha mente, a voz fina e feminina ressoavam como música:

— Me fodem, vai… Chupa meus peitinhos, vai… Dá leitinho na mamãe… Fode os meus buraquinhos…. Me arromba todinha, deixa? Vai?

Em sequência, sou transportado para a cena em que ela se ajoelha, tira do cu e da buceta os bastões, saboreando um a um, depois, com o rosto para cima — nos olhando dentro dos nossos olhos — coloca os dois membros na boca (Porra… eu consigo sentir o encontro das glandes naquela boquinha rosa).

Não demora muito, o nosso sêmen se entrelaçam no cálice oral da musa, como chantilly, ele sorve os nossos instrumentos, deliciando-se, sem qualquer desperdício.

Já estava de joelhos no chão, exausto, pupulando todo o meu fluido, pela segunda vez, naquela noite. O calor que sentia tornou-se frio. Recomponho-me e vou banhar…

Abro o chuveiro frio, esfregando o sabonete entre as mãos, busco limpar parcialmente a primeira camada, pois, desconheço quem utilizou. Tento relaxar. Ao terminar, escuto o ranger da porta; corro para ver, e, de repente…

Eitha que aproveitou bem, não foi? Até esqueceu do tempo, (risos)

Carlos ria intensamente ao depara com o altar erótico e eu pelado, assustado, com o pau vermelho de tanto bater e complementa:

(Continua)

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