O preço da vingança (Capítulo XX)

Um conto erótico de Leandro Gomes
Categoria: Homossexual
Contém 2291 palavras
Data: 07/10/2023 20:30:30

A guerra entre os vampiros estava acirrada, e houve mortes de ambos os lados. Jean Roche tentava resistir aos ataques de Frédéric, mas já estava perdendo as forças. Anthony foi ferido ainda mais, e agora apenas tentava fugir para manter-se vivo. Lyana Richards continuava bastante forte, mas todos os seus golpes pareciam inúteis contra Marcel.

Marcel, instruído pelos espíritos, lançou uma rajada de poder em Lyana e a derrubou. Ele então, pulou em cima dela e, com a mão esquerda, a segurou pelo pescoço, e com a outra mão, se preparava para arrancar-lhe o coração. De repente, um vulto veio em alta velocidade e lhe atingiu em cheio, tirando-o de cima de Lyana e o lançando longe. Ela, sem entender quem a tinha salvado, levantou-se rapidamente.

- Paul Cartier, lute como homem! Pare de se esconder! - Gritou Marcel, enquanto se levantava do chão.

Em seguida, ele partiu para atacar Lyana novamente, mas o vulto retornou e mais uma vez o atingiu ainda mais forte.

- Cuidado, estamos sendo atacados! - Gritou ele para seus vampiros.

Ele mal terminou a frase e, um a um, todos os seus vampiros foram atacados da mesma forma, sendo arremessados ao chão.

- Venham todos para cá! - Marcel os convocou.

Lyana foi até Jean e o levantou. Os outros vampiros aliados de Paul se aproximaram.

- O que aconteceu? Quem os atacou? Era Paul? - Jean perguntou, com voz cansada.

- Aquela energia não era de vampiro. - Lyana respondeu.

- De quem então?

- Não tenho certeza.

Enquanto tentavam entender o que tinha acontecido, ouviram um grito de socorro. Era Anthony, que estava caído próximo de uma árvore.

- Socorro! Me ajudem.

- Anthony! Cadê você?

- Aqui atrás! Rápido.

Ao chegarem perto dele, viram que usa situação era grave. O corpo de Anthony estava cinzento e ressecando lentamente devido aos ferimentos que recebeu durante a luta.

- Por favor, façam alguma coisa. AAAAAHH! Está ardendo por dentro.

Lyana notou que no ferimento no peito de Anthony havia resquícios de prata, que é letal para vampiros.

- Temos que levá-lo daqui com urgência para cuidar desse ferimento ou ele não vai resistir.

- Jean, leve-o de volta a Saint-Denis agora mesmo.

- Não, eu preciso lutar.

- Jean, você também está fraco. Mais um ataque e você já era. Vá logo, Anthony não tem muito tempo.

Jean abraçou Anthony e se teletransportou com ele. Enquanto isso, Marcel e seus seguidores ficaram em posição de ataque, pois agora, o vulto se movia ao redor deles. Lyana convocou os aliados de Paul a também se prepararem, já que não sabia do que se tratava aquele vulto. Marcel então clamou aos espíritos mais uma vez para saber o que era aquilo e o que fazer, e eles revelaram se tratar do bruxo Sébastien.

Sébastien, ainda como um vulto, começou a atacar novamente, agora atirando bolas de fogo contra o grupo de Marcel. Os espíritos então, começaram a instruir Marcel sobre o que fazer.

- Não tenham medo. Isso é apenas um truque de ilusão. - Marcel os avisou.

Porém, o fogo era real, e alguns vampiros foram atingidos.

- Frédéric, venha aqui. - Chamou Marcel.

- Sim, senhor.

- Sua fidelidade será provada mais uma vez. Entregue-se totalmente a mim.

- Senhor, mas precisamos lutar. Estamos sendo atacados.

- E eu preciso contra-atacar. Esse vulto é Sébastien. Vamos vingar a morte de Louis.

Dito isso, Frédéric se inclinou diante de Marcel, dizendo:

- Faça o que for preciso para destruir esse garoto!

Marcel segurou Frédéric pelo rosto e lhe deu um beijo intenso na boca, e desceu até seu pescoço e cravou suas presas, sugando o sangue dele. Em seguida, Marcel se ajoelhou recitando um encantamento. Da floresta, veio uma serpente negra com olhos vermelhos e subiu pelo corpo de Marcel e se enrolou em seu pescoço.

- Abra a boca! - disse um dos espíritos em voz sibilante.

Assim ele o fez e a serpente entrou nele pela boca. No mesmo instante, os espíritos se apossaram dele e lhe deram ainda mais poder. Marcel se levantou e conseguiu ver claramente o jovem Sébastien atacando seus vampiros. Então, o vampiro fechou o punho e uma lança de energia apareceu. Ele a segurou e, com muita precisão, a lançou na direção do bruxo. Sébastien, que ainda estava como um vulto, foi atingido no peito e então caiu rolando pelo chão, próximo a Lyana, e foi visto por todos. Ela correu até ele para o socorrer, mas ele já estava em seus últimos instantes de vida.

- Aguenta firme. Vou levar você daqui.

- Não. Vocês é que devem aguentar firme. Paul Cartier está vindo colocar um fim a tudo isso.

Ao terminar a frase, Sébastien deu seu último suspiro e morreu. Lyana se levantou e quando ia retornar ao seu grupo, Marcel se teletransportou até ela e com um encantamento a deixou paralisada.

- Entreguem-se a mim agora, malditos! Ou eu vou destruir essa meretriz. - Marcel ameaçou.

- Não! Lutem até a morte, mas não se entreguem a esse desgraçado! - Lyana gritou aos seus.

- Então eu mato você e depois mato cada um deles!

Marcel colocou a mão sobre o peito de Lyana e começou a forçar para arrancar seu coração. Ela começou a gritar de dor enquanto sentia as unhas dele cortando sua carne. Os companheiros dela vieram para tentar salvá-la, mas Marcel, possuído pelos espíritos, os paralisou. Lyana tentava se libertar daquela magia, mas era forte demais para ela. Porém, aos poucos os dedos dele adentravam seu peito, causando nela uma dor terrível.

- Frédéric, levante-se. O seu jantar será servido! - Disse Marcel, referindo-se ao coração de Lyana que ele estava prestes a arrancar.

O vampiro se levantou com dificuldade e veio até Marcel. Nesse instante, os dedos de Marcel já tocavam o coração de Lyana, que urrava de dor. Aos poucos a pele dela ficava em um tom cinzento, indicando a morte iminente.

- Frédéric, o caminho está aberto. Pode arracar.

- Será um prazer, senhor!

Marcel tirou a mão, deixando um buraco aberto no peito da vampira, e Frédéric colocou a sua. Marcel foi para trás dela e cravou seus dentes no seu pescoço esguio e começou a sugar seu sangue. Foram poucos minutos de tortura, mas que pareceram uma eternidade para ela.

Marcel entrava em transe ao absorver a energia vital de Lyana enquanto Frédéric já tocava no coração dela. Quando este agarrou o órgão para arrancá-lo, sentiu um golpe em suas costas e quando olhou para seu peito, viu a ponta de uma lança flamejante. Em segundos ele começou a definhar, enquanto um sangue negro escorria pela sua boca. Mas antes que pegasse fogo, ele conseguiu remover a lança e procurou um lugar para se esconder.

Marcel, voltando do transe, viu seus vampiros sendo atingidos por lanças que vinham de todos os lados. Os vampiros de Paul foram então soltos.

- Nãaaao! Isso não pode estar acontecendo!!! - Marcel gritou em desespero.

- Marcel! - uma voz soou naquele lugar. - Seu fim chegou!

- Você se engana, Paul! Quero ver se você sozinho é pário para nós. - Disse Marcel se referindo aos espíritos.

- Quer pagar para ver?

- Eu vou te matar, Paul Cartier!!!

Marcel reuniu toda sua ira e voou de encontro a seu meio-irmão; Paul, fez o mesmo e os dois se atracaram no ar, golpeando-se e desferindo raios de poder.

Caída no chão, Lyana Richards lutava para sobreviver à ferida no peito que demorava a se fechar. Dentro da igreja em ruínas, ainda seminu, Pièrre tentava se levantar do chão. Ele sentia-se fraco e com uma forte dor de cabeça que ia e vinha. Ele se levantou e vestiu a calça, e saiu andando em direção à porta. De repente, ele ouviu a luta de Paul e Marcel, como se estivesse no local, e então entendeu que o confronto estava realmente acontecendo. Pièrre saiu, mesmo fraco, e seguiu até onde eles estavam.

Chegando perto, ele se deparou com Lyana Richards caída no chão agonizando.

- Pièrre! Que bom te ver. Por favor, me ajude! - Disse ela com dificuldade.

Como se ignorasse o estado em que ela estava, ele perguntou:

- Onde está Jean e Anthony?

Como ela não conseguia falar direito, ele olhou nos olhos dela e leu seus pensamentos. Em seguida, ele saiu de perto e continuou a andar. Porém, retornou a ela e lhe ofereceu o braço. Lyana olhou para ele sem entender, já que pensava que o sangue dele a mataria.

- Beba!

Sem escolhas, ela confiou nele e mordeu seu pulso. Bastou um gole do líquido vermelho para que a ferida em seu peito se fechasse e ela se recuperasse por completo. Ela agradeceu e ele deu as costas, continuando seu caminho.

Em Saint-Denis, na mansão de Paul, Anthony agonizava, e Jean tentava desesperadamente encontrar algo para ajudá-lo. Raul, o mordomo, se ofereceu para que Anthony bebesse de seu sangue. Anthony o mordeu no pescoço, mas não o soltava.

- Anthony, pare! - Jean alertou.

- Por favor, sr. Baudin! Estou… aaaahhh! - Raul tentava falar, mas já estava ficando tonto.

- Anthony! por favor! Solte-o!

Como Anthony não respondia, Jean começou a golpeá-lo com socos. Um surto de fúria se apoderou de Anthony, que virou-se para Jean mostrando os dentes e o empurrando tão forte que o jogou contra a parede. Anthony soltou Raul, que caiu desfalecido no chão, quase sem vida.

- Qual seu problema, Tony? Você matou Raul!

- Jean, me ajude! Ainda me sinto queimando por dentro. AAAAHH!

- Tony! O que está acontecendo?

- Não sei! Me ajude, por favor!

O sangue não foi suficiente para fazer Anthony se recuperar. Da ferida em seu peito uma fumaça saía indicando sinal de combustão. De repente, Lyana Richards apareceu.

- LYANA! NOS AJUDE! ANTHONY ESTÁ MORRENDO!

- Pelo visto ele bebeu do sangue de Raul. - Disse ela ao ver o mordomo caído ao chão.

- Sim, mas não resolveu. E agora ele parece estar entrando em combustão.

Antony emitia sons guturais e grunhidos como de uma besta, enquanto seu corpo ardia.

- Talvez Pièrre possa ajudá-lo.

- Pièrre? Como?

- Não tenho tempo de explicar.

- Espere! E eu?

- Fique aqui até segunda ordem. Será mais seguro.

Lyana desapareceu com Anthony na esperança de que encontrasse Pièrre. Quando chegou em Paris, ela tentou localizá-lo ou comunicar-se com ele por telepatia, mas não conseguia.

Atrás da prefeitura, a luta entre Paul e Marcel ainda continuava acirrada. Porém, ajudado pelos espíritos malignos, Marcel começava a ter vantagem ao lançar feitiços poderosos, os quais estavam deixando Paul desorientado. Era questão de tempo para que Marcel conseguisse dar seu golpe fatal.

Enquanto se esforçava para resistir aos jogos mentais e ilusões de Marcel, Paul tentava comunicar-se por telepatia com Pièrre, mas não conseguia. Apesar de todo o poder que agora ele tinha, seu meio-irmão prevalecia.

- Chega desse joguinho, Paul Cartier! Você não pode nos vencer.

Após Marcel dizer isso, os nove espíritos que o possuíam se materializaram, todos eles assumindo a forma de Pièrre. De uma vez, todos começaram a atacar Paul, restando a ele apenas tentar defender-se. O intuito era distraí-lo para que Marcel tivesse tempo para o que se seguiu.

Marcel se dirigiu até Frédéric, que estava escondido atrás de um arbusto, e o beijou intensamente, sem dizer nenhuma palavra.

- Sim, senhor. Pode fazer o que for preciso. - Disse Frédéric ao perceber que sua hora havia chegado.

- Eu te trarei de volta em seguida.

- Ainda que não me trouxesse, Marcel. Faça o que precisa ser feito.

Marcel abriu os braços e Frédéric se ajoelhou diante dele, rasgando sua camisa e expondo seu peito. Enquanto entoava um feitiço cantado, Marcel, com um único golpe violento, arrancou o coração de Frédéric e o ergueu. O corpo do vampiro caiu sobre o rosto no chão enquanto se secava. Em seguida, Marcel comeu o órgão com voracidade, como uma besta faminta. Uma névoa negra apareceu e circulava ao seu redor rapidamente. Quando comeu o último pedaço do coração de Fredéric, os nove espíritos vieram até ele, fundindo-se em um só e entraram em Marcel. Este desferiu contra Paul o seu poder, deixando-o imóvel, e erguendo-o no ar.

Nesse momento, Lyana chegou com Anthony nos braços. A energia vital dele já estava no fim, e seu corpo parecia um cadáver ressequido. Ao ver a cena, ela colocou Anthony no chão e convocou os vampiros de Paul, os quais se teletransportaram imediatamente até ela. Juntos, eles correram em direção a Marcel para atacá-lo por trás, mas raios de poder os atingiam, lançando-os longe. Lyana, por sua vez, tentou usar seu poder, mas o vampiro negro apenas com um mover da mão a prendeu a uma árvore.

- Vou te mater viva, sua meretriz, para que veja a destruição de seu mestre.

- Nãaaaaao! - Gritou ela com lágrimas de sangue nos olhos.

Jean Roche, que também veio pela convocação de Lyana, correu até Anthony e o pegou no colo.

- Meu amigo, aguenta mais um pouco.

- Diga a Pièrre… que ele foi meu melhor amigo… e que eu o amo. - Disse Anthony com voz rouca e cansada.

- Não! Você que vai dizer isso a ele pessoalmente.

- Adeus, Roche!

- Por favor, não vá!

Com um sorriso, Anthony cerrou os olhos e deu seu último suspiro. Jean abraçou seu corpo e chorou copiosamente.

Marcel se aproximou de Paul com uma adaga de prata. Apesar da situação em que estava, Paul não temia, nem mesmo pela aparência ainda mais sombria em que Marcel se transformara: seus olhos vermelhos cor de âmbar brilhavam, seu rosto causava espanto e mostrava todo o ódio que sentia. Ele segurou o rosto de Paul e o arranhou com as unhas, que agora pareciam garras. Então, abriu a boca e com sua língua bifurcada lambeu o sangue que escorria na face de Paul.

- Tem algo a dizer antes de eu dar um fim em você?

- Vá para o inferno!!!

- Você irá primeiro, Paul Cartier!

Marcel ergueu a adaga com ambas as mãos, pronto para desferir um golpe no peito de seu irmão.

Fim do vigésimo capítulo.

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Comentários

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Será que o mal vai triunfar sempre...tá parecendo. No fim tanta luta em vão.

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