O garanhão mutilado e o garanhão apaixonado

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Gay
Contém 13371 palavras
Data: 27/10/2023 16:52:05

O garanhão mutilado e o garanhão apaixonado

Eu estava manobrando para entrar na vaga do estacionamento ao lado do edifício da faculdade de engenharia na qual acabara de entrar na primeira semana após o início das aulas. A vaga estreita devido a posição mal centrada do veículo que estava a minha esquerda me obrigou a uma manobra complicada com a qual eu vinha lutando, pois não havia mais nenhuma vaga livre disponível. Numa das vezes em que dei ré, ouvi o estrondo metálico da batida e senti o carro balançar, era tudo do que eu não precisava naquela manhã de garoa fina e na qual já estava atrasado para a primeira aula.

- Você não enxerga por onde anda, seu maluco! – vociferei furioso para o sujeito que se levantava do chão ao lado da motocicleta potente caída ao seu lado.

- Quem não olha pelo retrovisor ao manobrar é você, seu babaca! Olha o que você fez! Caralho, fodeu com a minha moto! Puta merda! – berrava ele exaltado, enquanto conferia os estragos.

- Você ainda tem coragem de jogar a culpa em mim? Isto aqui é um estacionamento, não uma pista de corridas! Você estava dirigindo feito um louco! Olha para aquela placa, sabe ler, o que diz nela? 20Km/h e não 100Km/h ou algo parecido, como você estava. – exagerei, para defender meu ponto de vista. – Portanto, a culpa é sua! E, só para constar, o único babaca aqui é você!

- Cacete! Sabe quanto custa um tanque de combustível dessa moto? E a carenagem, trincou, o cano de escape está torto, mais todos esses ralados na pintura. Porra, você fodeu com a minha moto! – reclamava ele, ao inspecionar os danos.

- Não estou nem um pouco interessado! O que eu quero saber é o que vai fazer com o para-lamas traseiro todo estourado do meu carro onde dá para ver direitinho a marca onde sua moto o abalroou? Você vai se responsabilizar pelo estrago, ah se vai! A culpa foi sua! Que merda, vou ficar no mínimo uma semana dependendo de condução para vir a faculdade, fora o esporro que vou levar do meu pai, acabei de ganhar o carro como presente por ter entrado na faculdade. – sentenciei.

- O caralho que a culpa foi minha! Nem manobrar você sabe! – revidou ele

- Pois bem, vamos acionar a polícia e veremos de quem é a culpa! – proclamei, ao perder a paciência com aquele mastodonte cheio de músculos metido numa calça e jaqueta de couro preto.

- Panaca! A polícia não resolve questões desse tipo em espaços privados. Nem disso você sabe! – devolveu irritado

- Para de me xingar, seu cretino! A culpa é sua, cacete! Seja homem e assume seu erro! – gritei de volta.

A discussão foi atraindo outros estudantes que adentravam ao prédio e tinham presenciado a colisão, todos estavam me dando razão e alguns até se propuseram a ser testemunhas caso não chegássemos a um acordo amigável.

- Viu! Não sou só eu a afirmar que foi você quem ocasionou o acidente! Vai continuar negando? – questionei.

- Quanto acha que vai custar o conserto dessa merda? Até que o estrago não foi tanto, minha moto levou a pior! – perguntou, ao se convencer de que não sairia ileso da culpa.

- Não faço ideia! Nunca me envolvi num acidente antes, e não sei quanto pode custar o conserto! – respondi

- Façamos o seguinte, após as aulas levamos seu carro para uma concessionária e mandamos fazer um orçamento, de acordo? – propôs contrariado.

- Não sei se você reparou, mas a roda ficou presa na lataria, não tem como eu sair daqui com o carro rodando. Terei que acionar o guincho do seguro para levar o carro à concessionária. – esclareci

- Que seja! Merda, vou perder horas com essa porra! – resmungou

- Talvez, no futuro, isso o ensine a ser mais cauteloso ao entrar num estacionamento; se tivesse atropelado uma pessoa ao dirigir nessa velocidade onde transitam dezenas de estudantes a essa hora você estaria bem encrencado! – afirmei

- Vai me dar um sermão? Já perdi a paciência com você, fique de boca fechada se não quiser sentir meu punho da sua cara! – ameaçou.

- Acha que tenho medo de você? É para isso que cultiva essa montanha de músculos, para ameaçar as pessoas? Não me deixo intimidar por marmanjos babacas feito você! – revidei, demonstrando uma coragem que não tinha, uma vez que me senti intimidado por ele assim que pus os olhos naquele corpão. O mais desconcertante é que a intimidação não vinha de sua agressividade, mas daquele porte físico e daqueles olhos que deixaram meu cuzinho piscando.

- Pois deveria! Se tudo em que conseguiu reparar até agora foram meus músculos, é porque gostou do que viu, e eu posso dizer o mesmo dessa sua bundona carnuda! – exclamou libertino, o que acabou de vez com a minha paciência.

Até então eu não tinha me dado conta de que estávamos na mesma turma de calouros, uma vez que os três dias anteriores não foram suficientes para conhecer e reconhecer todas as novas caras que estudariam comigo. Apenas naquele dia fiquei sabendo que ele se chama Mateus, não por ele, mas pelo cara com quem travei meu primeiro contato quando as aulas começaram, e com o qual se formava um coleguismo. Entre um intervalo e outro das aulas fui resolvendo o que foi possível pelo celular, acionando a seguradora, informando meu pai do ocorrido, agendando um horário para avaliação dos danos na concessionária na qual o carro fora adquirido. De quando em quando, enquanto as aulas transcorriam, ele me encarava com um olhar belicoso do outro lado da sala. Não era um bom começo, algo me dizia que ainda teríamos muitos problemas, embora eu não pudesse nem imaginar o tamanho deles.

- Chamou o guincho? – perguntou o Mateus, rosnando, após o término da última aula.

- Deve estar chegando, o motorista me avisou que está próximo. – respondi

- Sabe ao menos para onde levar o carro? – ele queria me fazer parecer um otário, minha raiva voltou com tudo.

- É claro que sei! Ao contrário de você meus neurônios funcionam muito bem! – revidei. Ele fechou a cara.

Quem me atendeu na concessionária foi um carinha jovem, meio parrudo, que, tenho certeza, avaliou com muito mais precisão os contornos da minha bunda do que os danos no para-lamas, e não disfarçou a necessidade de ficar ajeitando constantemente o cacete voluntarioso dentro da calça. O Mateus notou o interesse do sujeito pelo meu corpo, e não gostou do atrevimento, ao qual eu já estava acostumado, pois sabia que minha bunda causava esse frenesi em alguns homens.

- Você está superavaliando os estragos, não pode ser tanta coisa assim! É uma roubalheira descarada! – declarou o Mateus para intimidar o carinha.

- Meu senhor, isto aqui é uma concessionária idônea, o carro está na garantia, fazemos a troca de todas as peças danificadas seguindo um protocolo da própria fabricante, se quiser questionar minha avaliação vá procurar por ela! – retrucou o carinha que se sentia visivelmente incomodado com a presença do Mateus ao meu lado.

- Não dê ouvidos a ele! Foi o culpado pelo acidente e já foi um custo fazê-lo reconhecer isso! – afirmei

- E você está se deixando enrolar por esse sujeitinho! O que foi, gostou da carinha dele, ou também são os músculos dele que não te deixam raciocinar direito? – perguntou exaltado.

- Qual é a sua cara? Eu posso te mostrar quem é o sujeitinho aqui, é só me acompanhar até o pátio e eu te mostro quem está enrolando quem por aqui! – devolveu o carinha, pronto para exibir sua masculinidade.

- É isso que os dois vão fazer, comprovar qual dos dois galos mija mais longe? Fica na sua Mateus, e se não for pedir muito, pode terminar essa avaliação e me passar o orçamento. – intervim para evitar o confronto.

O veredito final, uma semana sem o carro, um valor significativo a ser pago pelo Mateus ou quem quer que o estivesse financiando, e o desgosto de ter meu carro novo maculado por uma batida. Era disso que eu estava me queixando quando ele me deixou na porta de casa, depois de percorrer o trajeto entre a concessionária e a minha casa como se estivesse participando de uma corrida, o que me obrigou a cravar os dedos em seus flancos musculosos para não cair da motocicleta.

- Pronto! Está entregue! Vai reclamar do que mais? – perguntou.

- Não pedi para me trazer, foi você quem se ofereceu! E se soubesse que estava tentando me matar dirigindo feito um louco no meio desse trânsito, teria declinado da oferta.

- Preferia que eu tivesse te deixado lá com aquele sujeitinho comendo sua bunda com olhos? Era só ter pedido, Patrick! – retrucou, mencionado meu nome pela primeira vez. – E vê se aprende de uma vez por todas, não se dirige uma motocicleta, se pilota! Se nem disso você sabe, fico imaginando até onde vai a sua ignorância. – emendou arrogante

- Não sabia que você sabia meu nome!

- Tive que perguntar na faculdade para saber quem era o carinha barbeiro que nem sabe colocar um carro numa vaga de estacionamento. – devolveu. – E fala sério, quem é que dá o nome de Patrick para um filho? Puta nome escroto! – afirmou. – Certamente já tinham previsto como seria o dono de um nome desses.

- Cara, você é um imbecil! O maior que já conheci! Não sabe nada a meu respeito e fica me julgando como se fosse o dono da verdade. Se tem um escroto aqui é você! – revidei.

- Enquanto você fica nesse mimimi quem acabou se fodendo nessa história fui eu. Olha para o caralho dessa moto, está toda fodida, por culpa sua! – resmungou, conferindo mais uma vez os danos e os apontando para mim.

- Vai começar com essa ladainha de novo? Até agora o único que não parou de resmungar de tudo foi você! – sentenciei. – E como está esse ombro? A jaqueta está toda rasgada e ainda tem manchas de sangue nela. – ele desarmou o olhar quando me viu preocupado com seu ombro.

- Um pouco esfolado, nada que seja da sua conta!

- Então vá se catar! Boa sorte com o conserto da sua moto, por que o resto parece não ter conserto! – devolvi, entrando em casa.

Levantei uma hora mais cedo na manhã seguinte para seguir para a faculdade, pois dependeria do transporte público enquanto o carro estivesse no conserto, uma vez que meus pais e minha irmã seguiam em direções totalmente opostas para o trabalho deles e a faculdade da minha irmã. Não foi apenas essa a preocupação que me tirou o sono durante a noite toda, o Mateus foi a causa maior da insônia. Nunca até então tive um embate tão acirrado com alguém, nem sido tão ultrajado e afrontado por quem quer que seja. Porém, quando me lembrava do corpão parrudo e viril dele, sentia um misto de repulsa e atração, como se isso fosse algo possível de acontecer. Só o fato dele estar diante de mim me irritava, ao mesmo tempo em que aqueles olhos me examinando incutiam uma quentura em meu peito como jamais senti antes.

Eram 6h30m quando tomávamos o café e um buzinaço começou diante da porta da garagem, fazendo minha mãe perguntar quem seria o maluco a fazer esse escândalo a essa hora. Fui ver quem era e me deparei com o Mateus ao volante de um Porsche 718 Boxter conversível com a capota baixada apesar da manhã nublada que fazia.

- Quem é esse doido? – perguntou meu pai ao se aproximar da janela onde eu estava

- O sujeitinho que bateu no meu carro ontem! – respondi

- E o que ele está fazendo aqui, você não disse que ele criou problemas para admitir a culpa? – indagou

- Sei lá o que está fazendo aqui! Só pode ter vindo me aporrinhar!

- Ele também estuda na faculdade? – quis saber minha irmã

- Não podia ser pior, na mesma turma! Vou ter que encarar esse sujeito pelos próximos quatro anos e, sinceramente, não sei se isso vai prestar! – respondi.

- Vai logo lá para fora e manda ele parar de buzinar, Patrick! Os vizinhos já devem ter acordado com esse maluco buzinando desse jeito! – exclamou minha mãe

- Aprendeu onde fica a buzina? Quer acordar a vizinhança toda, seu paspalho? O que faz aqui, veio encher o meu saco? – perguntei quando fui até ele.

- Bom dia para você também, Patrick! – exclamou, dando ênfase a pronuncia do meu nome. – Você não estava choramingando que não tinha como ir para faculdade enquanto o carro estivesse no conserto, pois então, é por isso que estou aqui. Vai demorar muito ainda para retocar a maquiagem ou podemos seguir para não chegarmos atrasados na primeira aula? – indagou petulante.

- Não te pedi para fazer isso! Posso muito bem chegar na faculdade sem a sua ajuda! – respondi.

- Entra logo aqui, antes que eu me canse de esperar! – ordenou

Permaneci em silêncio nos primeiros quilômetros, estava ciente que ele queria me impressionar com aquele carro espalhafatoso de caro. Tão imprudente quanto com a motocicleta, ele dirigia trafegando pelas pistas congestionadas do horário de rush matinal, cortando os outros veículos e mudando de faixa como se estivesse numa perseguição policial.

- Pretendo chegar vivo na faculdade! – afirmei, quando o motorista de outro veículo o xingou e lhe exibiu o dedo médio esticado de uma das mãos.

- Não sabia que era tão cagão! Quase me furou os flancos enfiando seus dedos na minha carne ontem quando estava na garupa da moto, e hoje está sentado aí, mais rijo que um poste. – criticou

- É que gosto de estar vivo! Se você não faz questão disso, é problema seu! Posso te fazer uma pergunta, por que veio me buscar em casa? Não tem nada melhor para fazer?

- Já disse, por você ficar choramingando que não tinha como vir para a faculdade!

- Mentira!

- Está bem! Quer saber? Perdi toda a noite de sono pensando em você! Cacete, Patrick, por que você tinha que ter uma bunda tão gostosa? Eu queria matar aquele sujeitinho da concessionária quando ele ficou secando a sua bunda daquele jeito até ficar excitado. Que merda, eu te vi primeiro, porra! – retrucou exasperado. Eu comecei a rir, aquilo só podia ser uma gozação. – Está rindo do quê? Onde está a graça?

- De você! Está tirando uma com a minha cara e quer que eu te leve a sério?

- Estou falando sério, seu porra! Você me deixa de pau duro! Quer conferir? – quando encarei a ereção fiquei sem saber como agir e o que dizer, foi a vez dele começar a rir.

No final daquela semana, numa noite amena após o segundo dia de sol escaldante, eu estava espremido de bruços sobre o cofre que abrigava a capota recolhida do carro, num beco ermo sob o bosque que cercava a área social de um clube de polo num município do interior paulista contendo meus gemidos com dois dedos do Mateus enfiados na minha boca, enquanto o caralhão grosso dele rasgava as minhas pregas anais virgens, num coito que estava deixando ambos loucos de prazer. Quase sem fôlego, e com o esperma denso a vazar do meu ânus encharcado escorrendo pelas coxas, me perguntei como cheguei àquilo tão depressa; uma vez que, no início daquela mesma semana, estava brigando no estacionamento da faculdade com o cara que acabara de me tirar a virgindade e despejar uma quantidade absurda de seu sêmen no meu cuzinho. Não havia uma explicação para isso. Tudo começou no meio daquela manhã de sábado quando o Mateus apareceu na porta de casa.

- Não sei se você sabe, mas não temos aulas hoje, é sábado! – afirmei quando atendi a campainha.

- Jogue algumas roupas básicas numa valise, vou te levar a um lugar. Ah, é avise que você só volta amanhã! – retrucou ele

- Para onde vai me levar? Não sei se estou afim!

- Vai descobrir quando chegarmos lá! Tem planos melhores para o fim de semana? Senão, faça o que pedi e seja rápido, não gosto de esperar muito tempo! – sentenciou impaciente

- O que devo levar, se nem sei para onde vamos?

- O básico! O básico! Vai fazer o que pedi ou vai ficar aí parado nos atrasando? – indagou, no que mais parecia uma ordem.

Fui ao meu quarto providenciar a valise, enquanto ele conversava com meu pai explicando como se dera a batida no meu carro; porém, sem admitir sua culpa. Quando me instalei no banco do carona e ele acelerou o Porsche, olhou na minha direção com um risinho de vitória.

- Não esqueceu dos absorventes íntimos? – perguntou, com a voz superando a da Kenya Grace cantando Strangers no sistema de som do carro.

- Como é? Que pergunta estúpida é essa? Quer começar outra briga? Não sou mulher, não uso absorventes! Babacão! – respondi ofendido, especialmente por conta daquele risinho debochado com o qual me encarava.

Alguns quarteirões a frente ele parou diante de uma drogaria, desceu e voltou com um pacote nas mãos, que atirou no meu colo assim que assumiu o volante. Abri o pacote me deparando com uma embalagem de absorventes íntimos.

- Cretino! Pode dar meia volta, não vou a lugar nenhum com você! E, enfie isso no seu rabo! – vociferei, atirando a embalagem na cara dele.

- Vai por mim, você vai precisar! – o estrupício falava sério o que me deixou ainda mais irritado com toda aquela arrogância.

Ele estava dirigindo pela rodovia larga banhada pelo sol que começava a despejar seu calor e era amenizado pelo vento que fazia nossos cabelos esvoaçarem havia mais de meia hora. Eu estava tão zangado que não respondi suas perguntas, até ele desistir e aumentar o volume do som do carro.

- Vai ficar com essa cara emburrada?

- Babaca! – devolvi. O silêncio continuou até ele adentrar a porteira do clube.

- Bem, chegamos! Pode colocar um sorriso nessa cara zangada?

- Com você me provocando vai ser difícil! – respondi. – O que viemos fazer aqui? Você é sócio do clube?

- Sou! Promete que vai torcer por mim. – pediu ao me deixar no saguão da sede do clube onde alguns sócios desfilavam metidos em uniformes de polo.

Ele voltou em alguns minutos. Quando o vi se aproximando de mim, senti a boca seca e meus olhos não conseguiam enxergar mais nada além daquela silhueta enorme e atlética que caminhava para mim, trajando a camiseta polo azul marinho colada ao tronco musculoso, um jeans branco que se amoldava as suas coxas grossas e um par de botas marrons reluzentes que lhe chegavam até o joelho coberto por uma joelheira de couro no mesmo tom, debaixo do braço trazia um quepe prensado contra o corpo e na mesma mão enluvada um bastão de madeira. A virilidade dele se acentuava com o caminhar firme e as coxas ligeiramente afastadas como se elas lhe comprimissem o imenso volume que trazia no meio delas. Fiquei tão embasbacado que por uns instantes não sabia o que dizer.

- Que cara é essa? Parece que nunca me viu! – exclamou com um sorriso de satisfação por me ver encarando sua beleza máscula.

- Não sabia que jogava polo!

- Agora sabe! Vai torcer por mim? – ele não havia feito a barba naquela manhã o que dava ao seu queixo anguloso uma aparência sensual. – Está prestando atenção no que estou perguntando, o que deu em você?

- Nada! Nada, ora! – respondi atrapalhado com aquela figura que estava me dando um tesão danado. – Se você for bom jogador, eu torço! – respondi, o que o fez rir.

- Te vejo no final da partida! Depois vamos almoçar! Comporte-se! – exclamou antes de me indicar o caminho até as arquibancadas, onde uma pequena legião de fãs se preparava para torcer por seus atletas.

O Mateus foi o jogador que mais pontuou na partida, o que levou seu time à vitória com uma boa margem de vantagem. A cada lance dele eu gostava mais desse sujeito desconhecido que começava a mexer tanto comigo e a me fazer sentir coisas que nunca tinha sentido antes, como o cuzinho piscando de um jeito inusitado. Fui ter com ele nas margens do campo, onde outros espectadores também cumprimentavam seus jogadores favoritos, fosse por serem parentes e amigos, fosse por puro reconhecimento de suas qualidades.

- Parabéns! – exclamei quando tive a chance de abraçá-lo. Ele me puxou com um dos braços para junto de si com força e quase tocou seu rosto suado no meu, ao sussurrar em meu ouvido.

- Ganhei por você! Quando recebo meu troféu? – perguntou cheio de malícia.

Passamos o restante da tarde vagando pelo clube, onde conheci as instalações, os estábulos, as salas de recreação e jogos, além dos jardins bem cuidados. Anoiteceu mais rápido do que eu esperava, a companhia dele não me deixava perceber o passar das horas. Por volta das 21h terminamos de comer um lanche rápido e voltamos para o carro estacionado próximo ao bosque. Ali começou uma conversa que foi ganhando ares libidinosos, onde ele pegou minha mão e a levou até a ereção que havia crescido entre suas pernas, e que eu não resisti de acariciar até ela não caber mais dentro do jeans e me obrigar a abrir aquela braguilha tirando-a para fora já com a glande arroxeada e lustrosa me fazendo perder os últimos resquícios de lucidez. Encarei-o antes de cair de boca na rola grossa que segurava na mão, e delicadamente comecei a lamber a chapeleta estufada fazendo o Mateus grunhir feito um gato manhoso. Enfiei o que coube na boca e chupei com devoção, nem eu mesmo sabia que estava pronto para saborear a caceta de um macho, e que havia tanto prazer oculto nesse simples ato. Ele afastou as pernas o que me permitiu enfiar a mão na braguilha e tirar o sacão lá de dentro, que passei a chupar e lamber com a mesma determinação que tinha chupado toda a extensão o cacetão.

- Ah, Patrick, no instante em que te conheci sabia que chegaríamos a isso! Só não imaginei que seria tão maravilhoso! Mama meu bezerrinho, mama meu cacete que eu quero encher essa boquinha aveludada com leitinho! – ronronava ele, soltando as palavras entre os dentes cerrados.

Continuei chupando a jeba latejante até notar os músculos do abdômen dele se contraindo, ao mesmo tempo que meus dedos massageavam aqueles testículos globosos e consistentes. Ele afagava meus cabelos e, quando soltou um grunhido rouco, gozou na minha boca. Encarei-o enquanto engolia a porra densa e morna, saboreando meu primeiro macho. Ele nem esperou o caralho arrefecer, com ele à meia bomba, me agarrou e me debruçou sobre o cofre da capota, arrancou minha calça e cueca e começou a lamber meu cuzinho. Eu nunca tinha sido tocado tão intimamente e gemi para liberar o tesão que fazia meu corpo convulsionar. Com os pés apoiados em ambos os bancos do carro, ele montou em mim como se fosse um daqueles garanhões conduzidos pelos jogadores naquela manhã cobrindo uma égua. Não foram mais do que umas poucas pinceladas ao longo do meu rego estreito entre as bandas quentes e carnudas da minha bunda para pica encontrar minha rosquinha assanhada e uma estocada firme a fazer deslizar para dentro do meu cu imaculado. Soltei um grito ao sentir meu ânus se rasgando e sendo invadido pela jeba colossal do Mateus.

- Quietinho! Quer que descubram o que estamos fazendo aqui e nos expulsem do clube? – indagou, enfiando dois dedos na minha boca para me silenciar.

- Ai, não vou aguentar! – retruquei ganindo, enquanto chupava aqueles dedos devassos, e levava a rola grossa dele no cu. Mas precisei juntar todas as minhas forças, passando pelo prazer imenso que me levou a gozar, até ele se despejar todo em mim, ejaculando tanto quanto um garanhão, até a porra vazar do meu rabo arregaçado.

Aconteceu, pensei comigo mesmo. Não foi um sonho, aconteceu, foi real, meu cuzinho que o diga. Como isso foi acontecer tão rápido? Mal conheço esse cara e me deixo enrabar e foder tão incrível e maravilhosamente que até eu estou me desconhecendo. Onde ficou meu recato, minha prudência, minha personalidade tímida e recatada? Tudo se foi quando esse macho intrépido simplesmente se apossou de mim, sem me dar chance de questioná-lo. Será que eu queria mesmo questioná-lo, ou estava tão impressionado que não relutei em me entregar? Quem saberia a resposta?

Saímos do clube e poucos quilômetros adiante entramos num condomínio. Ele estacionou diante da garagem de uma casa e avisou que havíamos chegado.

- De quem é a casa? – perguntei

- Digamos que tenho livre acesso a ela. – respondeu evasivo

- Isso não responde a minha pergunta!

- Se está receoso de encontrar alguém, fique tranquilo, ela é todinha nossa. Os donos estão na Europa, podemos ficar bem à vontade, por isso te trouxe para cá. – não insisti, era perceptível que não me esclarecia nada, o que também era irrelevante frente ao prazer de estar na companhia dele.

Não havia se passado nem hora e meia quando ele voltou a me bolinar e encoxar. Fomos ambos para debaixo da ducha onde beijos seguidos foram trocados com sensualidade, enquanto nossas mãos exploravam nossos corpos. O fascínio dele pela minha bunda talvez só fosse superado pelo êxtase que sua rola pesadona e veiúda causava em mim. Acariciei seu ombro ferido, onde um hematoma multicolorido se espalhava. Ele soltou um – Ai! – embora tenha gostado da delicadeza do meu toque.

- Gosto quando fica me admirando assim, encabulado, morrendo de vontade brincar com a minha pica, me desejando. – disse ele.

- Você é muito do convencido! Quem te disse que estou te admirando?

- Seu olhar, esse tesão que está percorrendo seu corpo, a volúpia dos teus beijos! – parecia que ele estava lendo minha mente, o que me levou a não retrucar, embora meu silêncio fosse a resposta que ele queria ouvir.

Não consegui nem me enxugar direito, seus braços me cerceando, sua boca chupando meu cangote, suas mãos manipulando meus mamilos e aquela verga já completamente dura roçando o fundo do meu rego me impediram. Ele também estava molhado, mas mesmo assim se atirou sobre mim no colchão fofo que afundou com nosso peso. Nossos olhares não se desprendiam, afaguei o rosto dele e gostava de sentir aquele olhar me cobiçando. Ao se inclinar sobre mim e colar a boca na minha, comecei a abrir as pernas, enroscando-as ao redor da cintura dele. Foi o mesmo que dizer – me fode, estou pronto – e ele interpretou meu gesto exatamente assim, metendo com obstinação o cacete no meu cu. Embora soubesse e sentisse que meu ânus estava arregaçado, eu queria aquela jeba entalada nele, e o recebi com dengo e carinho. Seus movimentos iniciais foram suaves até a penetração completa se consumar. Porém, meus gemidos o excitavam, fazendo aumentar o ritmo do vaivém com o qual o caralhão me estocava. Com os dedos fincados em suas costas eu erguia as ancas o que facilitava a penetração profunda e contundente com a qual ele me fodia. Meu cuzinho queimava como se houvesse uma chama acessa dentro dele, consequência da mucosa sensível esfolada.

- Mateus! Ai Mateus! – pronunciavam meus gemidos, exacerbando o tesão de ambos.

A sensualidade e o tesão do corpão pesado e molhado dele me faziam desejá-lo cada vez mais intensamente. Há uma semana eu nem sonhava que algo assim pudesse acontecer comigo. Tinha sim vontade de conhecer algum dia um homem que me completasse, que me preenchesse com os mais secretos desejos sexuais, mas jamais supus que o encontraria tão depressa, e tão sem qualquer esforço par encontrá-lo. No entanto, ele agora estava em cima de mim, dentro de mim, realizando essas fantasias com mais completude do que qualquer sonho pudesse fazer. Não contive meu gozo quando ele assomou na minha glande, esporrando meu ventre profusamente e liberando todo tesão retido em meu corpo. A partir dessa constatação, ele aumentou a cadência e a intensidade das estocadas que meu casulo anal absorvia entre gemidos longos e ganidos agudos. Eu ainda estava com o cu cheio de porra da trepada no carro quando ele voltou a ejacular, lançando jatos e mais jatos de esperma no cuzinho que o agasalhava.

- Quero te namorar! Fala que sou seu namorado, fala Patrick! – sussurrou ele, enquanto sua caceta, aos pinotes, enchia meu cu de porra. Não consegui dizer não, eu sempre quis um namorado, e agora tinha um, me encarando com a paixão a brilhar nos olhos. Será que com esse homem sempre será assim, tudo acontecendo tão rápido que mal dava para assimilar? Questionava-me eu, quando meu beijo respondeu à solicitação dele.

O transcorrer do ano letivo, em meio a trabalhos e provas, foi solidificando o namoro. Ao final dele, quase às vésperas do Natal, ele me pediu em casamento.

- Como assim casar? – questionou minha mãe quando lhes falei do pedido. – Isso não está indo rápido demais, Patrick? Até parece que vocês estão numa corrida contra o tempo. Você é jovem demais, talvez nem saiba bem o que quer da vida, vá com mais prudência, filho! Você tem a vida toda pela frente. – argumentou ela, no que meu pai concordava, embora nem precisasse emitir sua opinião.

- É, ele quer casar! Eu também fiquei surpreso, achei que do jeito que as coisas estão entre nós fosse o bastante, mas ele usou exatamente essa palavra – casar – e estava falando sério quando afirmou que queria um compromisso de papel passado. – devolvi

Antes do reinicio das aulas estávamos diante de um juiz de paz sacramentando oficialmente nossa união, numa festa cheia de amigos e convidados, ao lado de nossas famílias. Confesso que nunca havia pensado nisso, em me casar recebendo um certificado para isso. Para mim estava claro o desejo de me unir a alguém, mas só isso me bastava. Para o Mateus não. Não sei o que significava aquela certidão para ele, que a ficou encarando com um sorriso pleno quando o juiz a colocou em suas mãos após a assinatura de ambos. No momento, estava tão feliz que não fiquei pensando muito a respeito, eu o amava tanto que não precisava de nenhuma certidão para expressar esse amor.

Passamos a morar juntos, tínhamos uma casa ampla e confortável, presente dos pais dele. Eu ainda estava muito interessado pelo curso de engenharia, e o levava a sério com dedicação e esforço. De alguma forma o Mateus se mostrava menos propenso a conclui-lo, parecia que só frequentava as aulas por obrigação e pelo desejo de estar ao meu lado nessa empreitada. Eventualmente falávamos a respeito disso, e ele me dizia que eu não precisava trabalhar quando nos formássemos, pois tínhamos um futuro garantido pelas posses da família dele.

- Não quero ser um parasita! Quero exercer a profissão, ser produtivo nela, crescer dentro dela. – retrucava eu.

- Quer ser empregado a vida toda? Não estou nem pouco disposto a me sujeitar a um patrão!

- Não precisamos ser empregados, podemos pensar em fazer nosso próprio negócio. – argumentava eu.

- Veremos! – exclamava ele, ao fim das conversas. O que aquele – veremos – significava me enchia de preocupação, pois à medida que o conhecia melhor, fui percebendo o quanto era possessivo e inflexível.

Ao final do curso, fui convidado por um dos nossos professores a me juntar ao pequeno time de profissionais da construtora que ele havia fundado. O Mateus não gostou nem um pouco da ideia, quis me dissuadir com argumentos frágeis que eu ia refutando um a um, até ele perceber que não me faria desistir, e então impôs sua vontade à força. Zangou-se comigo, tivemos algumas discussões acaloradas, me impingiu alguns coitos bem dolorosos no leito conjugal, tudo para me fazer desistir.

- Não, Mateus! Vou aceitar o emprego, quer você queira ou não! E, não vou mais discutir essa questão. – sentenciei determinado quando resolvi peitá-lo.

- Você é meu esposo, esqueceu dos votos que me fez diante do juiz? Tomo você Mateus como meu marido, e juro ter e manter a partir de hoje, nos bons e maus momentos, na pobreza e na riqueza, na doença e na saúde, amar e cuidar de ti, prometendo com honestidade ser para você um fiel e obediente esposo até que a morte nos separe. Não foi isso que me jurou, ou pretende não cumpri-los? – indagou exigente

- Que absurdo você está falando, Mateus? É lógico que não me esqueci dos meus votos, eles foram sinceros, foram declarados com todo amor que sinto por você, mas isso não significa que preciso abdicar da minha vida. – respondi. – Seja razoável, deixe de ser mesquinho, não há motivo para você agir assim.

- Sei que vai se envolver com o trabalho e me colocar de escanteio. Casei com você para ter exclusividade, não para compartilhá-lo com outros ou com qualquer outra coisa. – argumentou

- Ciumento! Bobalhão! Acha que vou deixar de te amar e de te dar toda atenção do mundo só porque tenho um emprego? Deixe de ser um meninão mimado, você é um homem, é o meu homem! E eu te amo acima de tudo! – retruquei. Ele me agarrou e me apertou contra o tronco numa pegada decidida e forte.

- Você é meu! – exclamou. Beijei-o para provar que sim, pois ele precisava dessa certeza.

Comemoramos o primeiro ano de casados com uma viagem de três semanas pela Escandinávia, seguida de uma festa quase tão grandiosa quanto a do casamento, exigência dele. O Mateus tinha sempre uma programação para tirar dos bolsos, foi a maneira que encontrou para me manter o máximo de tempo ao seu lado, assegurando a exclusividade da qual tanto dependia. Com isso ele queria evitar as discussões, fazendo com que os programas parecessem um prêmio que ele me ofertava. Embora às vezes me zangasse com ele, acabava cedendo em nome do amor que sentia por ele e, não vou negar, porque nessas ocasiões ele se transformava no mais aguerrido e tesudo amante, presenteando-me com infindáveis horas de sexo com a obstinação de um garanhão excitado pelo cio. Quando ele despejava todo seu gozo em mim e ficava me encarando com aquela carinha doce e apaixonada, eu me sentia tão realizado quanto se tivesse ganho a sorte grande na loteria.

Uns amigos nossos tinham seguido antecipadamente comigo para a casa de praia às vésperas de um feriado prolongado, o Mateus tinha uma partida de polo, válida para o campeonato nacional, programada para a manhã do sábado entre o feriado, ficando de se juntar a nós logo após a partida. A tarde foi transcorrendo e ele não aparecia. Não quis deixar transparecer minha preocupação diante dos amigos, mas não consegui prestar atenção nas conversas, o que os fez pensar que eu estava distraído no mundo da lua, precisando constantemente me fazer voltar a pôr os pés no chão.

- Você está tão disperso, tenho a certeza que nem ouviu o que falamos. – disse uma amiga.

- Estou aflito, o Mateus deveria estar aqui no início da tarde como me prometeu, o sol está se pondo e nenhuma notícia dele. – devolvi, quando já não segurava mais a agonia.

- Vocês dois parecem um grude, o time dele deve ter ganho a partida como sempre e resolveram comemorar, deixe-o se divertir um pouco! – afirmou outro amigo.

Se fez noite, o celular dele não atendia, meu coração estava saindo pela boca quando liguei para um dos parceiros de time dele para obter alguma informação.

- Não, Patrick! Vencemos, mas não fomos comemorar, inclusive o Mateus mencionou que você o esperava e pegou a estrada assim que deixou os vestiários. Era para ele estar aí faz tempo! – essa última frase quase me derrubou.

- Obrigado, Paulo! Vou fazer mais algumas ligações. Se, por acaso, você tiver alguma informação, por favor me avise, ou a ele, e diga que continuo esperando.

- Valeu, Patrick! Abração e bom feriado!

Ao encerrar a ligação continuei segurando o celular, meus pensamentos vagavam no cosmo infinito e silencioso, duas lágrimas rolavam pelo meu rosto, parecia haver uma tonelada pressionando meu peito.

A notícia chegou por volta das 22h, num contato do pai do Mateus. Ele teve um acidente com a motocicleta na estrada, pouco depois de deixar o clube de polo, quando foi fechado por outro veículo e foi atropelado por outro.

- Fomos avisados há pouco, e acabamos de chegar no hospital. – disse o pai dele.

- Chego aí o mais rápido que puder!

- Patrick!

- Sim.

- O estado dele é crítico! – avisou-me, uma cratera parecia ter se aberto sob meus pés.

O estado de coma perdurou por mais de duas semanas, um traumatismo craniano e outro na coluna vertebral eram as maiores preocupações dos médicos quando me chamaram numa sala reservada próxima a UTI, me alertando para o fato de o Mateus possivelmente perder o movimento das pernas. Ali eu desabei. Não conseguia imaginar o Mateus preso a uma cadeira de rodas, quando tudo em sua vida girava em torno da velocidade, dos desafios, da constante imprudência de colocar sua vida em risco, como se isso o alimentasse de alguma forma. Sua primeira pergunta aos médicos foi se conseguiria trepar comigo, se ainda seria capaz de ter ereções e me penetrar, no que a resposta deles foi bastante pessimista, uma vez que ainda não queriam lhe dar o veredito definitivo.

A fratura de duas vértebras, T11 e L2, determinou a paraplegia que o prendeu a cadeira de rodas. Um ano de fisioterapia após acidente havia conseguido nada mais do que um avanço pífio. Deixei meu emprego para acompanhá-lo nas sessões, para cuidar dele praticamente 24 horas por dia, para deixá-lo chorar em desabafo nos meus braços, para acariciar sua cabeça deitada em meu colo nas noites em que não conseguia dormir.

Eu o estimulava em todos os sentidos, inclusive nos sexuais. Atiçava-o durante o banho, brincando e cariciando sensualmente aquele caralhão flácido e pesado com o intuito de estimulá-lo, de fazê-lo sentir o quanto ainda o amava e desejava como macho. Porém, a ereção não se consumava e ele me obrigava a desistir, ou com um simples desinteresse, ou com uma bronca. Eu nunca me dei por vencido.

- Você ouviu o que os médicos disseram, com ajuda você vai conseguir expressar a sua sexualidade de outras maneiras, temos que tentar Mateus! Quero a sua felicidade, é só isso que me importa. Vamos descobrir juntos como continuar a ter vida sexual ativa. Você continua sendo o homem com quem me casei, continua sendo o macho que eu amo! – argumentava eu.

- Você sabe que isso não é verdade! Eu não sou mais um macho, nem mesmo um homem sou mais! Você merece um macho que te possua, que penetre seu cuzinho, que fique de pau duro só de ver sua bunda, que te deixe molhado de porra e saciado do tesão. Eu não sou mais nada disso! Enfia isso na sua cabeça de uma vez por todas, sou um peso morto! Devia ter morrido no acidente, e não ficado um inválido imprestável! – sentenciava ele revoltado.

- Não diga um desatino desses, Mateus! Meu amor por você continua intacto! Você nunca foi apenas um cacetão insaciável para mim, você foi e é a pessoa por quem me apaixonei, o rabugento possessivo que nunca admitiu me compartilhar com os outros. Quem precisa enfiar uma coisa nessa cabeça dura é você – eu te amo – é nisso que você precisa acreditar e confiar.

Passado algum tempo ele nem quis mais que eu o banhasse, que cuidasse de suas necessidades básicas, exigindo que eu aceitasse que um profissional cuidador fizesse essas tarefas.

- Não precisamos de um estranho cuidando de você, eu faço isso! Você é meu marido, e não quero que outros tenham acesso a sua intimidade. – objetei

- Eu já me decidi! Vai ser assim, ou vou me aborrecer com você!

Não demorou muito mais para ele propor que dormíssemos em quartos separados, sob argumentos fúteis que, a princípio, tentei refutar, mas como sempre, a decisão dele prevaleceu. Eu o estava perdendo como se um punhado de areia em minha mão fosse escorrendo entre os dedos sem que eu pudesse fazer nada para evitar. O que fazer com todo aquele amor que ainda carregava no peito, o que fazer com todo aquele tesão que ainda me consumia e deixava meu ânus fogoso e carente sem aquilo de que eu tanto precisava?

O Mateus parecia ler minha mente onde a carência sexual vivia criando sonhos impossíveis, parecia ver em meu corpo o tesão aflorando à pele e incendiando-o com desejos que não se realizavam, a despeito de eu continuar procurando pelo toque viril de suas mãos, de me sentar em seu colo com a bunda nua, rebolando sobre suas coxas peludas enquanto o cobria de beijos apaixonados. E, num de seus maiores desatinos, instigou um primo que, embora casado, nunca disfarçou o desejo de enrabar meu cuzinho, a me oferecer aquilo que ele já não podia mais.

- Não acredito que você foi capaz de fazer uma coisa dessas, Mateus! Falar com o seu primo sobre a nossa vida sexual privada! Eu jamais senti a menor atração pelo Gustavo; na verdade, eu morreria virgem se ele fosse o único homem na face da terra. Como você pode fazer isso comigo? – aleguei revoltado

- Ele é da família! Ninguém precisa ficar sabendo, você teria o que precisa e o segredo ficaria apenas entre nós três. É minha maneira de te compensar pelo inútil que me tornei! – exclamou ele para me convencer a aceitar a tara descabida do primo.

- Eu nunca te considerei um inútil, foi você que enfiou isso na sua cabeça! O Gustavo é casado e, mesmo que não fosse, não consigo nem imaginar ele tocando meu corpo, Mateus! Nunca mais volte a me propor algo assim! – dessa vez fui eu a me mostrar furioso e inflexível com ele. O Gustavo ainda tentou se aproximar de mim com aquela sua tara descarada e sem caráter, sem se importar por trair a esposa, rechacei-o com tanta determinação que ele perdeu o rumo.

O pai do Mateus faleceu; ele, como único filho homem, assumiu os negócios da família que eram basicamente voltados para o agronegócio. Foi quando encasquetou que queria se mudar para uma das fazendas num Estado do Centro-Oeste. Tentei demovê-lo da ideia, mas ele se mostrou irredutível como sempre.

- O que vamos fazer sozinhos naquele fim de mundo? Eu sou uma criatura urbana, não gosto da vida rural, me sinto deslocado nesse ambiente. Não estou a fim de passar meus dias enfurnado entre bois e plantações, esse tipo de vida não é para mim, e nem para você que também sempre gostou do movimento e da agitação da cidade grande. – argumentei

- Isso foi antes! Não tenho mais nada a fazer nessa cidade! De que valem todas as opções de diversão possíveis se eu não posso usufruí-las? – retrucou ele

- E o que você vai fazer por lá? Um lugar desolado onde mal se consegue qualquer tipo de assistência caso você precise, pois você bem sabe que na sua condição isso pode acontecer.

- Na condição de aleijado você quer dizer, não é? Pois para um aleijado como eu tanto faz onde estou, serei sempre um inútil e dependente dos favores e da boa vontade dos outros! – revidou exaltado

- Não foi isso que eu quis dizer, eu nunca o chamei de aleijado! Não deturpe as minhas palavras, que você sabe estão certas.

- Não disse, mas sabe que sou um aleijado! Minha decisão está tomada, vamos morar na fazenda, onde não preciso ver os outros me encarando com pena e comiseração. – determinou irascível.

Nos mudamos poucos meses depois, após a casa-sede da fazenda passar por uma pequena reforma para adequá-la as necessidades do Mateus facilitando sua locomoção. Me distraí, no começo, redecorando a casa que sempre só havia servido como um espaço pouco frequentado e até certo ponto árido e pouco aconchegante. Depois, dediquei-me a construir uma estufa onde passei a cultivar orquídeas para preencher os dias intermináveis de calor e clima seco que eu detestava. Quando o tédio se tornava insuportável eu fazia uma caminhada até o rio que serpenteava pela fazenda e formava uma queda d’água a cerca de 1600 metros da casa principal, em meio a faixa de mata que acompanhava as margens do rio. Eu me refugiava lá por horas nas tardes abafadas, ouvindo o rugido da água passando rápida entre as grandes pedras que afloravam da superfície, e deixando as lágrimas do meu infortúnio rolarem soltas pelo rosto. Meu coração sempre cheio, agora me parecia oco e vazio. Era como se dia-a-dia meu amor pelo Mateus fosse sendo diluído por seu comportamento agressivo, por sua inflexibilidade e pela falta do toque de suas mãos e de seus abraços onde, outrora, eu me sentia acolhido e protegido. Nada do que eu dissesse ou fizesse mudava sua maneira fria de agir e, de repente, eu descobri a intensidade e a profundeza que a solidão podia alcançar.

Ao contrário de mim, o Mateus aparentemente se sentia melhor longe dos olhares piedosos dos nossos familiares e amigos. Não que estivesse feliz, isso desapareceu de sua personalidade depois do acidente, e foi substituído pela resignação. Com uma cadeira de rodas motorizada, ele se punha a circular diariamente pelos arredores da casa-sede, inspecionava os galpões onde era feita a manutenção dos tratores e máquinas agrícolas, atazanava os peões com suas exigências querendo impor suas vontades como fazia comigo. Não o levavam muito a sério e, toda vez que suas ordens interferiam no bom andamento do serviço, eles simplesmente o ignoravam. O capataz era um homem rude, com pouca instrução, mas que conhecia bem o seu serviço e tinha uma boa liderança sobre os demais funcionários. Era ele quem mais batia de frente com o Mateus e, muitas vezes, o enfrentava com destemor, o que deixava o Mateus furioso. Também ele, para se distrair e, talvez, para recordar dos velhos tempos em que fazia estripulias e angariava fama sobre uma sela, resolveu montar um haras na fazenda, paralelo às demais fontes de renda.

Uma bonita área foi destinada a construção dos estábulos, piquetes e cercados onde os cavalos eram domados e exercitados. O local tornou-se seu lugar favorito na fazenda, para onde seguia todas as manhãs logo após o café e se demorava durante horas, acompanhando a formação de um plantel caro e cheio animais selecionados. De uma das salas da casa onde eu costumava ficar sentado lendo nas horas de ócio avistava-se o piquete no qual os garanhões eram soltos para cobrir as éguas no cio. Quando aqueles cacetões despontavam sob o ventre dos garanhões, duros e prontos para serem enfiados nas éguas, eu chegava a sentir o corpo pegando fogo, o cu piscava desesperado desejando que uma rola fogosa se apossasse selvagemente dele. Porém, tudo que me restava fazer era contemplar o desempenho do garanhão lá fora se satisfazendo na égua que o recebia relinchando de prazer, enquanto o eco de seu relincho produzia uma dor profunda em meu peito.

De tanto o Mateus implicar com o capataz, a relação entre eles se tornou quase impossível e estava afetando o serviço na fazenda.

- Vou contratar um administrador que entenda do agronegócio e que não me afronte como esse desgraçado está fazendo! – disse-me ele quando tomou a resolução de tirar a gerência do capataz.

- Será que é a atitude certa a se tomar? O Sr. Jovelino faz isso há anos e o resultado do seu trabalho sempre sustentou essa fazenda e a outra. Talvez seja melhor você rever a sua posição, afinal você não entende nada disso! – argumentei, o que só serviu para deixar o Mateus mais furioso e me devolver a afirmação de que eu não sabia nem entendia de nada e que, portanto, minha opinião não servia para nada.

Era assim que ele vinha me tratando nos últimos tempos, tudo que dizia o contrariava, tudo o que eu fazia o deixava irritado, mesmo que fosse tomá-lo em meus braços e afagá-lo nalgumas noites em que me enfiava na cama com ele para tentar resgatar um mínimo de uma vida de casal.

O novo contratado era engenheiro agrônomo de formação, era tão jovem quanto nós, mas já havia administrado uma fazenda durante cinco anos quando se formou. Bruno era um homem parrudo e grande, só sua figura atlética e seu rosto reservado e másculo já impunham respeito. Era um macho de poucas palavras e muitas atitudes acertadas que logo trouxeram os resultados que o Mateus queria. O Sr. Jovelino acatou sua autoridade. Nunca descobri se para manter seu emprego, ou se com as instruções do Bruno aprendeu coisas que desconhecia, ambos acabaram se dando bem. Acho que o mais incomodado com o novo funcionário fui eu. No dia em que chegou a fazenda e que o Mateus me chamou ao escritório para anunciar sua contratação, nossos olhares se cruzaram e nenhum dois pode ignorar aquele magnetismo que passou a pairar no ar. Sem nenhuma dúvida um novo garanhão estava se apossando de tudo, e se eu estava incluído nessa posse ainda precisava descobrir.

Procurei me manter afastado do Bruno, da tentação. Reduzi minhas caminhadas pela fazenda, por mais entediado que estivesse não me afastava da sede; quando muito ia trabalhar no orquidário para me distrair, embora sua figura, seu rosto, todo aquele punhado de músculos e virilidade não saíssem dos meus pensamentos. Contudo, os encontros eram inevitáveis, fosse porque ele vinha ter com o Mateus para discutir alguma questão da fazenda, fosse porque o Mateus o chamava para lhe apresentar novas ideias ou até mesmo convidá-lo a participar de algum almoço ou jantar quando rolavam conversas mais informais e descontraídas. Eu me sentia como se estivesse nu diante dele nessas ocasiões, pois o olhar dele me penetrava tão fundo e cobiçoso como se fosse uma pica fodendo meu cuzinho. Era de estremecer. Um mero relar de dedos ou um toque casual e acidental das nossas peles produzia uma descarga elétrica pelo meu corpo com a mesma intensidade de um raio. Eu não era indiferente a ele, seu corpo não escondia o quanto minha presença o excitava, ele parecia absorver meus olhares como se sua sobrevivência dependesse deles. Nunca pensei trair o Mateus, ele era o meu homem e nunca duvidei disso, mas desde o dia em que o Bruno chegou a fazenda, eu estava me sentindo um traidor, um adultero, e tinha vergonha de mim mesmo, da criatura vil que começava a brotar dentro de mim.

- O que achou do Bruno? – quando o Mateus me fez essa pergunta numa manhã durante o desjejum achei que ele tinha descoberto tudo, e me atrapalhei para responder.

- Como assim? Eu não acho nada! É você quem está lidando com ele, quase nem o vejo! – disparei. Do que eu tinha medo, não havia nada a ser descoberto, eu não fizera nada de errado. Se havia alguma traição, ela só estava nos meus pensamentos, em absolutamente nada mais.

- Foi só uma pergunta, pensei que tivesse alguma opinião formada a respeito dele. – continuou o Mateus.

- Por que eu haveria de ter uma opinião formada a respeito dele? Se gosta do trabalho que ele vem desenvolvendo, para mim é indiferente! – exclamei.

- É um cara atraente, faz o seu tipo! E como faz tempo que eu não .... – ele não conseguiu concluir o raciocínio e me encarou.

- E desde quando você sabe qual homem faz o meu tipo? Não acredito que estamos tendo essa conversa, e não pretendo continuá-la. – asseverei exaltado.

- Por que eu era exatamente assim quando você se apaixonou por mim! Eu fui esse tipo de homem quando ainda era um e podia te satisfazer na cama quantas vezes fosse preciso! – perseverou ele, para manter o foco na conversa.

- Você continua sendo um homem Mateus, continua sendo o homem por quem me apaixonei, só você não vê isso! E pare de falar assim, não quero mais ouvir uma palavra sobre essa baboseira sem sentido! – retruquei exasperado, deixando-o sozinho, enquanto me refugiava em meu quarto para chorar.

Quando estava lidando com os peões, supervisionando o trabalho ou repassando ordens, o Bruno tinha a mania de tirar a camisa deixando seu tronco maciço e sensual exposto, o que me desconsertava por inteiro. Subiam-me uns calores, convulsionavam-me as preguinhas anais, o tesão me provocava ereções que me obrigavam a sair de perto dele. Eu estava lidando mal com a situação, meu lado racional queria uma coisa, o emocional queria outra, diametralmente oposta, e não fazia questão de disfarçar me colocando numa posição constrangedora.

- Venha comigo até o haras, eu e o Bruno vamos colocar o garanhão puro-sangue inglês do último leilão para cruzar com as potrancas Mangalarga e Quarto de Milha que estão no cio. – pediu o Mateus quando os animais estavam sendo preparados para serem soltos no piquete. Teria sido um pedido rotineiro como tantos outros dos quais participei, mas dessa vez a presença do Bruno me fez recusar.

- Tenho mais o que fazer, vá você! – respondi

- Passar horas enfurnado na estufa mexendo naquelas porras daquelas orquídeas, chama isso de ter o que fazer? – questionou, pois gostava de me ter ao seu lado quando algum garanhão cobria as éguas, como se me fazer participar do ato lhe trouxesse algum alento por não me penetrar mais ele próprio. – Venha, ou vou pensar que há outro motivo para não me acompanhar. – emendou, me dissuadindo.

- Não seja ridículo, que outro motivo pode haver? – indaguei

- É o que pretendo descobrir! – fui sem hesitar, a última coisa que o Mateus precisava era saber dos pensamentos libertinos e dos sonhos devassos eu tinha com o Bruno, e que me faziam acordar no meio da noite todo suado queimando em calores como se tivessem me atirado numa fogueira.

Assim que o Sirius foi trazido ao piquete onde estavam as éguas no estro, sob a sombra de uma grande mangueira, sua benga colossal despontou e ele galopou até elas. Era um animal esplendido, de constituição musculosa e elegante que exalava força, beleza e virilidade, justificando o alto valor pelo qual foi adquirido. Com o canto dos olhos procurei o Bruno, ele era o protótipo de macho com as mesmas características, e constatar isso ali, diante do que estava prestes a acontecer, me excitou. O animal ensandecido pelo cio das éguas partiu com tudo para cima da primeira, a Quarto de Milha que parecia já ansiar pela intrepidez dele. Ele a montou e meteu certeiro o cacetão rosado de cabeçudo na vulva úmida e intumescida dela, a qual ela ofereceu sem resistência, apenas soltando um relincho longo quando o caralhão desapareceu em sua vagina. Meu cuzinho se contraiu num espasmo tão violento que precisei juntar as coxas, como se fosse eu a ser penetrado daquela maneira selvagem. Senti os olhos do Bruno em mim e, para isso, nem precisei olhar na direção dele, pois o olhar dele me queimava. Ajeitei minha ereção para que ninguém me flagrasse naquele estado, e vi que os dois peões que estavam próximos, bem como o próprio Bruno, precisaram fazer o mesmo. O Sirius fez o seu trabalho com maestria, em pouco mais de um quarto de hora cobriu as duas éguas e foi levado para o merecido descanso. Quando nos dispersamos, o Bruno me encarava com a mesma cobiça que levou o Sirius a copular, e eu lhe devolvi um sorriso tímido com toda a sensualidade que carregava em mim. Ao ver surgir discretamente um sorriso no rosto viril dele, soube que nosso flerte às escondidas estava com os dias contados.

Ao ajudar a colocar o Mateus na cama naquela noite, dispensei o cuidador e, tão logo ele saiu do quarto, me despi ficando só com a cueca parcialmente enfiada no rego, pois minhas nádegas roliças sempre mastigavam o tecido à medida que me movia. O Mateus sempre sentiu muito tesão quando via cueca entalada no meu reguinho apertado, e era exatamente com isso que eu contava naquele momento. Acomodei-o confortavelmente sob os travesseiros, beijei-o com ternura e desejo, espalmei minhas mãos sobre seu tronco largo que ainda continuava tão sedutor como antes, deslizei-as entre os pelos numa carícia libidinosa, algo que sempre o excitou, e fui lentamente conduzindo uma das mãos sobre a trilha peluda que levava à virilha. Ele me encarava em silêncio, nem mesmo sua respiração se acelerou como antes. Fechei a mão ao redor do pauzão pesado e o massageei, enquanto meu olhar fixo no rosto dele procurava por alguma mudança na expressão impassível. Fiz o mesmo com o sacão, afagando as bolas com toques delicados.

- Vá para o seu quarto! Estou cansado, quero dormir! – a ordem dele saiu num tom rude e frio

- Gosto tanto dos teus ombros largos e desse torso sólido, meu amor! Deixe eu ficar aqui com você esta noite, por favor. Me abrace, querido! – pedi com a voz suplicante, enquanto cobria seu rosto com toques úmidos dos meus lábios.

- Me deixe em paz, Patrick! Sei porque está aqui, foi o garanhão puro sangue inglês, não foi? É levar uma rola no cu que você está querendo, não é? Não é comigo que você vai encontrar o que procura! Não sou mais seu garanhão, sou um inválido! Portanto, saia daqui e vá para o seu quarto! – proclamou imperioso

- Essa é sua maneira de me dizer que não me ama mais? Não é só sexo que quero de você, quero seu toque, quero sentir que ainda me ama, é pedir muito? Uma vez você me perguntou se eu havia me esquecido do juramento que lhe fiz diante do juiz de paz, hoje sou eu quem te pergunta, onde ficaram aquelas palavras do seu voto?

- Caralho Patrick, saia daqui de uma vez! Não adianta você procurar um homem aqui, não sou mais homem, porra! Me deixe em paz! – berrou, me rechaçando com seus braços musculosos que ainda preservavam muita força. Nem mesmo minhas lágrimas o comoveram, e eu segui para o meu quarto carregando o coração ferido nas mãos.

A tarde abafada e quente seguia lenta para o final quando decidi empreender uma caminhada até o rio. Pelo caminho, o calor parecia brotar do solo, nenhuma folha nas árvores se mexia, sob a sombra delas os bois se juntaram para fugir do calor, as aves se embrenharam em seus galhos e esperavam quietas pelo pôr do sol que se aproximava. Ao adentrar no trecho de mata ciliar que margeava o rio próximo a queda d’água, notei alguém nadando entre as pedras. Ao me aproximar mais, vi que era o Bruno, e que ele estava completamente nu. Escondi-me atrás do tronco de uma árvore sem conseguir desviar o olhar do que estava diante de mim, um macho enorme e atraente, tão cheio de vigor e virilidade como um garanhão; o corpo ágil ao nadar fazia aquela profusão de músculos enormes se moverem com sensualidade, os grossos pelos negros dos braços, coxas, tórax e ventre estavam colados à pele levemente bronzeada. Entre as pernas dele pendia um caralhão cavalar, reto, pesado, cabeçudo que fez meu ânus sentir a primeira contração; abaixo dele um sacão igualmente pesado guardava as duas bolas nitidamente visíveis. O magnetismo daquela visão me paralisou, meu corpo começou a estremecer à medida que ondas de calor se apossavam dele. Ali parado com o corpo insaciado por meses de abstenção desejei impudicamente aquele macho com todo o vigor que ainda tinha em mim, e senti que precisava daquilo, de um macho intrépido para continuar vivo. Aos vinte e seis anos eu não podia abdicar da vida, de encontrar um novo amor, de sentir prazer no sexo com um homem que também me desejasse. No entanto, tomado de uma culpa sem sentido, saí correndo em direção a casa, tão empenhado como se estivesse participando de uma corrida. Quando cheguei a varanda estava extenuado, empapado de suor e chorava feito uma criança.

Estávamos nos preparando para sentar à mesa do café na manhã seguinte quando o Bruno veio procurar o Mateus para tratar do despacho de uma boiada que estava pronta para seguir para o abatedouro.

- Sente-se, tome um café conosco! – ofereceu o Mateus.

- Bom dia! – exclamou o Bruno quando me juntei a eles. Embora discreto, seu olhar reluziu quando me viu chegar.

- Bom dia Bruno! Tão cedo por aqui. – devolvi com um sorriso

- Teremos um dia atarefado pela frente com o despacho da boiada. – respondeu ele, visivelmente contente com o meu interesse.

- O Bruno está aqui para tratar de trabalho, Patrick, não para perder tempo com firulas! – exclamou o Mateus.

- Eu sei, querido!

- Então deixe-nos conversar sobre o que importa! – retrucou grosseiro. Eu me calei durante todo o restante das tratativas entre eles.

Depois do café fui ao orquidário, era lá que remoia minha solidão e procurava me esquecer da vida infortuna que estava levando. Distraído com a replicação de algumas mudas de catleia não percebi a aproximação do Bruno às minhas costas. Quando o notei, ele já estava praticamente colado nelas.

- Desculpe, não quis te assustar! – exclamou, quando me virei abruptamente e me deparei com ele desnudo da cintura para cima.

- Não foi nada! Posso te ajudar com alguma coisa? – perguntei, sem desviar os olhos daquele torso sensual

- Pode! Com isso. – respondeu, puxando-me pela cintura até meu corpo se enroscar no dele e sua boca me colocar um beijo voluntarioso e quente nos lábios.

- Bruno, eu .... – ele não me deixou prosseguir, outro beijo me impediu, e neste sua língua ávida entrou inteira na minha boca, onde a recebi sem reservas.

- Por que não se juntou a mim ontem lá no rio? – perguntou, o que indicava que ele havia me visto a espioná-lo.

- Eu ... eu ... tem o Mateus! – balbuciei confuso.

- Sei que tem o Mateus, mas e você? O que sente por mim, Patrick? Me deseja tanto quanto eu te desejo? Parece que sim, sinto no seu olhar que me quer. – ele estava verbalizando tudo aquilo que eu sentia, seria ridículo negar.

- Eu te acho lindo, gosto de você! – afirmei sincero, o que foi redundante uma vez que a retribuição do beijo já lhe fazia compreender o que eu sentia.

- Vá me encontrar lá no rio esta tarde, no mesmo horário, estarei te esperando! – afirmou, ao me apertar mais uma vez contra si e me dar outro beijo tórrido e demorado.

Desde que ele saiu do orquidário fui tomado de uma inquietude incontrolável. Meus lábios ainda sentiam o sabor dos dele, meu corpo voltava a estremecer ao me lembrar do toque de suas mãos vigorosas me palpando com voracidade. O dia modorrento não passava, as horas pareciam estacionadas, meu anseio me deixava impaciente à espera do entardecer que parecia estar a uma eternidade. Segui para a queda d’água duas horas antes do combinado, não aguentava mais aquela espera infindável. O Bruno também chegou antes, devia estar na mesma inquietude que eu.

Assim que se aproximou, me tomou em seus braços e me beijou com sofreguidão, a urgência estava arraigada em ambos. Ao mesmo tempo em que caminhávamos para dentro da água que fluía ligeira entre as pedras ele foi me despindo, e eu a ele, entre beijos cada vez mais acalorados. Quando nossos corpos nus se tocaram, minha pele ardia como brasa, e ele sentiu o calor das minhas nádegas em suas mãos quando as amassou devasso. Minha ereção foi se consolidando ao mesmo empo em que sentia os esfíncteres anais piscando alucinados. A dele, dura feito uma rocha, roçava minha coxa melando-a com o pré-gozo. A boca do Bruno foi descendo pelo meu pescoço até alcançar um dos meus mamilos, sempre lambendo e chupando a pele no trajeto, o que fez meu tesão explodir. Ele lambeu o biquinho excitado e rijo do meu mamilo, depois o chupou e, por fim, prendeu-o entre os dentes e tracionou até me ouvir gemer de devassidão. A mão dele havia entrado nas bandas da minha bunda, afastando-as para alcançar as pregas na portinha do cu. Ao enfiar vagarosa e insidiosamente o dedo no meu cuzinho, eu gemi e procurei por sua boca, que me esperava para outro beijo carregado de cumplicidade. Deixei-o explorar meu ânus apossando-se dele, enquanto acariciava aquela barba de pelos grossos e espinhentos que ele não havia barbeado há alguns dias. Não era apenas o tesão que fulgurava em nossos olhares, havia paixão crescendo neles.

Os troncos maciços, viris e ligeiramente revestidos de pelos sempre foram meu calcanhar de Aquiles nos homens, e minhas mãos exploravam o do Bruno com avidez e afagos. Beijei os mamilos dele, seguindo posteriormente pela trilha que levava ao abdômen trincado, ao umbigo peludo, à virilha pentelhuda da qual despontava o tronco sólido e rijo de carne revestido de veias salientes e de cuja ponta globosa e arroxeada minava aquele sumo inebriante e viscoso que havia melado minha coxa, e que eu queria saborear até a última gota. O ar escapou por entre os dentes do Bruno quando cobri a cabeçorra com os meus lábios e sorvi seu néctar. Chupei-o com afinco, me deliciando com seus gemidos contidos e com o sabor de sua pica latejante. Não deixei de explorar, lamber e chupar nenhum centímetro daquela verga grossa e colossal que segurava e acariciava na minha mão, enquanto a outra deslizava sobre o abdômen dele. Coloquei uma das bolas ingurgitadas na boca e a massageei com a língua, o Bruno grunhia e pisoteava indômito o leito do rio.

- Tesão do caralho, Patrick! Essa boca aveludada trabalhando minha pica está me matando! Chupa meu cacete, chupa! – grunhia ele lascivo, deixando-se levar pelo tesão.

Embora ele não anunciasse o gozo, eu o percebi sendo formado quando os músculos de seu abdômen começaram a retesar e a musculatura escrotal a se contrair recolhendo e elevando as bolonas abarrotadas. Um leve toque com a ponta da língua no orifício uretral dele o fez esporrar, e eu fui devorando os jatos de sabor amendoado que eclodiam abundantes sob o olhar regozijado dele.

- Você engoliu a minha porra, Patrick, toda ela! Cacete, nunca alguém fez isso antes, nem sei dizer quanto tesão senti! Quero você, preciso de você! – murmurava ele em jubilo.

- Seja lá quem foi, não sabia o que estava perdendo! Você é delicioso, Bruno, delicioso! – exclamei, lambendo os lábios onde ainda havia um pouco daquele néctar viril.

Uma rocha larga e plana guardava o calor dos raios de sol que a fustigaram durante todo o dia, foi nela que nos deitamos abraçados, nos tocando e nos beijando. O primeiro bando de anhumas alçou voo assim que o sol desceu e deixou de iluminar as copas das árvores margeando o rio, deixando seu canto metálico ecoando no ar estagnado. O Bruno me encarou por um breve instante, o caralhão estava novamente duro e sedento pelo meu corpo. Virei-me de bruços a pedido dele, e ofereci minha bunda como tinham feito as éguas no dia da cruza. Ele apartou as nádegas enquanto as mordia, cravando e marcando a pele com os dentes, enquanto eu rebolava e gemia tão libertinamente quanto possível para atiçá-lo. Ele foi enfiando a cara no rego aberto, ora beijando, ora lambendo, até cobrir minha rosquinha anal com sua língua molhada. Ensandeci com sua voracidade, meu cu piscava e ele se divertia ao constatar o quanto eu o queria.

- Ai Bruno!

- O que você quer do Bruno, fala para mim?

- Te quero inteiro! Te quero agora! – sussurrei, empinando o rabo que ele continuava amassando e bolinando com suas mãos ávidas.

Suspendi a respiração, não por vontade própria, mas por um reflexo autônomo quando ele apontou a cabeçorra sobre minha fenda anal corrugada, e esperei pela estocada. Havia mais de um ano que nenhuma pica chegara tão próxima do meu cuzinho, e eu estava apreensivo com o tamanho da que estava para me penetrar. O Bruno era o segundo homem dotado que cobiçava meu cu, e eu sabia que machos como ele infligiam muita dor durante a penetração, por mais relaxados que estivessem meus esfíncteres, era uma questão de volumetria, de proporções tão distintas que, para se unirem, a parte mais frágil precisava se dilatar e esgarçar, e essa parte mais frágil eram justamente as minhas preguinhas e os meus esfíncteres anais. Ele já esperava pelo meu grito pungente quando sua estocada o empurrou para dentro do meu cu apertado. Agarrei-me à rocha e esperei pela segunda estocada, que demorou, pois o Bruno sentiu a minha agonia para receber seu falo cavalar. O beijo que deu na minha nuca junto com o questionamento do qual já sabia a resposta, me devolveu o tesão.

- Estou te machucando? – o ar morno que saia da boca dele foi mais do que convincente, foi permissivo.

- Um pouco! Quero você, Bruno! – respondi sem pestanejar.

Ele se empurrou para dentro de mim, preenchendo todo o vazio que encontrava pelo caminho, até apenas o sacão ficar fora do meu rabo. Os meus gemidos desesperados foram se transformando num arfar de entrega, de aceitação e receptividade, que ele soube explorar para o prazer de ambos.

- Não imaginava que você fosse tão apertado, o Mateus é um homem grande e deve ter uma pica compatível com seu tamanho, achei que você já estivesse bem mais laceado. – mencionou ele.

- Acho que só me apaixono por homens caralhudos! – retruquei, rebolando para que a pica dele, entalada fundo no meu cu, ficasse melhor posicionada.

- Está me dizendo que está apaixonado por mim?

- Acho que sim! Desde que o vi pela primeira vez senti como se você me atraísse para junto de si. – respondi

- Senti o mesmo em relação a você! Depois disso não tive mais nenhuma noite em que não sonhei em ter você em meus braços como agora, sentindo suas preguinhas agasalhando minha pica. – revelou.

Ele me fodeu por um tempo naquela posição, depois me deitou de costas, ergueu minhas pernas e tornou a enfiar o cacetão no meu cu. Eu me abria para recebê-lo, sentindo minhas entranhas sendo devassadas por sua voracidade desmedida, controlada apenas pelo tesão que nos consumia. Gozei quando as estocadas potentes atingiram minha próstata como se fosse um bate-estacas, me obrigando a ganir e, às vezes, até soltar um gritinho mais pungente. Isso o excitou tanto que já não controlava mais a força nem a frequência com a qual seu vaivém fodia meu cuzinho. Eu me agarrava nele, em seus braços, sobre os bíceps salientes, em suas costas molhadas de suor, em seus ombros maciços onde voltei a encontrar a segurança que julguei perdida. O urro dele ecoou em consonância com a segunda revoada das anhumas e seu canto alardeado, e com ele, vieram os jatos de sêmen denso que ele foi ejaculando no meu ânus até deixá-lo completamente encharcado com sua virilidade. A lassidão se apoderou dos nossos corpos extenuados, o pôr do sol se completava quando a lua emergiu entre as nuvens, eu não queria sair daqueles braços que me mantinham deitado sobre o tronco dele, no qual batida um coração que, à semelhança do meu, parecia ter encontrado a felicidade.

- Quando vamos fazer isso de novo? – perguntou o Bruno, relutando em me deixar sair de seus braços.

- Logo! – respondi.

- Logo, quando, amanhã, depois, daqui a uns dias? – questionou ansioso

- Amanhã! Aqui, na mesma hora! – confirmei, tão ansioso quanto ele.

- Estarei muito ocupado amanhã à tarde. À noite, na minha casa, por volta das 20h, quero que passe a noite comigo, quero poder acordar ao seu lado. – sugeriu.

- Ok! Não sei se vou poder passar a noite, por mais o deseje, é perigoso. O Mateus pode desconfiar. - afirmei

Perdemos a noção do tempo, havia tanto a dizer, havia muito a se afagar. As primeiras estrelas piscavam tímidas no firmamento quando percebi que já devia estar em casa há muito, e comecei a pensar numa desculpa pelo atraso. Um último e sôfrego beijo selou a despedida, antes de eu sair correndo em direção a sede, com o cuzinho todo esporrado e lanhado.

- Onde foi que se meteu até essas horas? – questionou o Mateus, quando entrei em casa esbaforido pela corrida e sem ter criado numa desculpa pelo que fiz.

- Onde, oras! Aonde eu podia estar? – devolvi atrapalhado

- É exatamente isso que eu quero saber! Onde você estava? Não sei se reparou, mas já anoiteceu. – persistiu impositivo.

- Caminhando! Eu estava caminhando! Só fui reparar que tinha me afastado mais que de costume ao empreender a volta e constatar que tinha ido longe demais. – respondi.

- E por que está com a respiração tão acelerada? Precisou sair correndo de onde estava?

- Por quê? Por quê? Isso é um interrogatório, por acaso? – indaguei exaltado

- Esteve com seu amante? – ele me encarava petulante e irônico ao fazer a pergunta.

- E se estivesse? Não foi isso que você me propôs quando me ofereceu ao Gustavo como se eu fosse um dos seus bois ou cavalos? Não era isso que você queria, me fazer amante do seu primo? – questionei enraivecido.

- Antes ele do que um vagabundo qualquer! – exclamou.

- Jamais pensei que um dia você fosse me tratar com tanto desrespeito, Mateus! Isso só prova que não me amou como eu te amei.

- Está colocando os verbos no pretérito? Quer dizer que não me ama mais? Enfim a verdade veio à tona! – afirmou sarcástico.

- E você, há quanto tempo não me ama mais, Mateus? Pense nisso antes de me acusar! Foi você quem me tirou da sua vida, quem me expulsou do nosso quarto, da nossa cama, como se eu fosse um cão sarnento que não serve para mais nada. – retruquei chorando. Ele se calou, mas continuava me observando com uma frieza cortante. Nosso relacionamento, nosso casamento, tinha terminado em algum ponto no passado e, talvez nenhum dos dois tenha se apercebido disso.

Naquela noite dormi com o coração cheio de remorsos, os sonhos que ultimamente atribulavam meu sono, com garanhões fogosos correndo pelos pastos ou cobrindo éguas com seus cacetões, bem como a tarde passada nos braços do Bruno se afiguraram como uma traição. Em que tipo de pessoa me transformei, era o que estava questionando minha consciência?

De tão culpado que me sentia, fui ter com o Bruno logo cedo na manhã seguinte, para avisá-lo de que não poderia ir à casa dele naquela noite, e sem lhe dar uma previsão para um próximo encontro. Não foi porque meu sentimento de remorso me aniquilava que meu corpo deixou de desejar o Bruno. Ele, na verdade, clamava mais contundentemente do que nunca pela virilidade e pela cobiça dele, me deixando tão angustiado que não sabia o que fazer. Eu temia perder o Bruno por conta desse conflito comigo mesmo, e sabia que se o perdesse também perderia a chance de ser feliz.

Desde o dia que nascemos procuramos o amor, porque é ele que alimenta a nossa alma, e quando temos a sorte de encontrá-lo nossas vidas mudam para sempre, e mudam para melhor. O amor é uma coisa assustadora, não é seguro porque quando você ama alguém tem que encarar a possibilidade e o risco de perdê-lo. E, às vezes, a vida joga coisas inesperadas no caminho, você pode perder o que conquistou, ou pior, pode perder alguém que ama. Essas coisas nos fazem perceber como a vida é preciosa, como é importante cada segundo que temos nessa terra e como as pessoas que amamos são importantes para nós. Ninguém de nós sabe quanto tempo temos, pode ser uma hora, um dia, um mês, um ano, mas mesmo que sejam 100 anos nunca será tempo suficiente para estar ao lado de quem se ama. Foram esses pensamentos, cada dia mais claros no meu subconsciente que me levaram a me encontrar com o Bruno praticamente todos os dias, mesmo sabendo do risco que corríamos.

Nesses encontros, descobrimos que nos amávamos, que não era mera atração física e sexual que nos unira, muito embora eles fossem tórridos e sensuais. Eu fugia tarde da noite para a casa dele que não distava muito sede, numa pequena vila com mais uma dezena de outras casas onde residiam os funcionários com cargos de chefia e suas famílias. Passava a noite fazendo amor até a exaustão nos induzir ao sono, e só voltava para casa ao alvorecer, satisfeito como uma criança que acabou de receber um presente, e com o cuzinho ardendo e galado pelo esperma viscoso do Bruno.

- Quero o divórcio, Mateus! Não vejo motivo para continuarmos com essa farsa, fingindo que somos um casal, quando tudo o que havia entre nós se perdeu. Não fosse você ter insistido em oficializar nossa união, agora tudo seria mais fácil. – informei, numa das manhãs em que voltei da casa do Bruno tomado de uma coragem que só o esperma a transbordar do meu ânus podia explicar, e na qual o Mateus me aguardava na varanda sabe-se lá há quanto tempo, uma vez que de uns tempos para cá, era acometido de insônia e ficava atormentando os empregados desde bem cedo.

- Então a coisa com o amante é mesmo séria! Quem é ele, Patrick, um peão de caralho grande? Ou você está dando o cu para um desses pais de família cujas mulheres estão sempre grávidas e passam meses sem satisfazer seus machos? Virou puta da ralé, Patrick? Sei que esses machos dariam tudo para foder uma bunda como a sua, arregaçar um cu bem cuidado como o seu, uma vez que nunca tiveram e nem terão nada melhor. Quem é seu amante, fala, seu veado rameiro? – ele estava assim desde que percebeu que eu já não ligava mais para seus insultos, que não lhe dispensava mais a mesma atenção e carinho de antes, quando me rechaçava com grosserias.

- É isso que pensa de mim depois de todos esses anos que tivemos juntos, onde tudo que fiz foi te amar e te colocar num pedestal de tanto que me orgulhava de você? – indaguei.

- Quer o divórcio, pois o terá! Porém, será tudo o que terá! Não vou te dar nada, nem um centavo do que possuo, para gastar com seu amante. Estou ciente que casamos em comunhão total de bens, mas você não vai levar merda nenhuma, está entendo? – sentenciou raivoso

- Nunca te pedi nada! Não sei se você se lembra, mas foi você quem quis que nos casássemos nesse regime, não eu? Eu quis trabalhar, procurei um emprego depois que me formei, e você exigia o tempo todo para eu deixar o emprego, pois queria me ver dependente dos seus caprichos de menino mimado. Apenas oficialize o divórcio, vou te deixar em paz! – retruquei.

Alguns dias depois, ele descobriu que era com o Bruno que eu me encontrava e por quem estava apaixonado. No mesmo dia chamou-o ao escritório e, em meio a ofensas e críticas infundadas quanto eu seu trabalho, o despediu.

- Se acha que o veadinho vai sair daqui com uma gorda conta bancária, esqueça, seu golpe não funcionou! Vou tirar tudo dele antes de dar um chute na bunda dele. – asseverou ao Bruno.

- É o Patrick que eu quero, é o amor dele que me interessa, aquela capacidade inigualável de se doar aos outros, de fazer a gente se sentir a mais afortunada das criaturas, e isso você jamais vai conseguir tirar dele. Você é um idiota por abrir mão de alguém como o Patrick e, esteja certo, nunca mais vai encontrar alguém que te ame como ele te amou. Azar o seu! – revidou o Bruno.

Deixamos a fazenda no final daquela mesma manhã. Quando fui me despedir do Mateus ele me mandou à merda, mandou que fosse me foder, apesar do beijo terno e sincero que coloquei sobre seus lábios, enquanto segurava suas mãos entre as minhas.

- Adeus, Mateus! Tive ótimos momentos ao seu lado, e acredito que você também, que sejam eles a prevalecer em nossas lembranças. Saiba que em nenhum instante desejei mal a você, e ainda espero que você volte a encontrar a felicidade. Fico aguardando seu advogado me trazer a papelada do divórcio para assinar. – a comoção tomou conta de mim, enquanto segurava o rosto dele nas minhas mãos, aquele rosto que tantas vezes me sorriu de satisfação e felicidade quanto seu falo pulsava frenético nas minhas entranhas. Faltaram-lhe as palavras, fazendo-o optar pelo silêncio e pela frieza. Após dar uns passos e me voltar para trás, vi que seus olhos estavam molhados e tinham um brilho mortiço.

Voltei para cidade, para perto da minha família. O Bruno e eu logo conseguimos um emprego e ainda estamos ajeitando nossas vidas num apartamento cedido pelo pai dele. Levamos uma vida regida pela simplicidade, nossas ambições maiores são dedicadas ao amor que nos uniu. Quando acordo ao lado dele, especialmente aos finais de semana, quando nos permitimos levantar mais tarde, fico observando aquele rosto hirsuto e sereno encaixado no meu ombro e pinicando minha pele com a barba que mais parece uma lixa. Toco-o com delicadeza com as pontas dos dedos percorrendo as sobrancelhas, o contorno dos olhos e do nariz, a boca que me beijou lasciva e sofregamente enquanto fazíamos amor. E, a umidade formigante que encharca meu cuzinho é mais do que uma prova de que amo outro garanhão, e de que ele sente o mesmo por mim, me mimando e cuidando de mim como se eu fosse seu maior tesouro.

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Comentários

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Kherr sempre como os melhores contos do site!

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Oieree. O parabéns pelo conto, esse seria o conto do passivo traindo? Só não gostei de um engenheiro plantando orquídea, muito menininha, embora as menininhas são perfeitas.

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Preconceituoso😜!!! Desde quando gostar e cultivar flores é coisa de menininha? Olha aí os velhos estigmas sendo perpetuados! ... Eheheheheh .... Redijo um conto a seu pedido e ainda tenho que ler isso!!! :-(

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Muito bom meu querido escritor favorito. Sua história é linda e envolvente com tudo que nos excita e nos motiva a viver, a busca do amor próprio e pleno respeito, além de alguém que nos ame por sermos nós mesmo - seres em busca de amor.

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Obrigado Maurice! Amar-se a si mesmo é o primeiro passo para poder outrem! Abração!

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Khe(r)rido, teu conto é uma versão masculina do O amante de Lady Chatterley. Avassalador, sexy, terno e traz o amor como protagonista de toda a narrativa. A história nos leva às alturas e nos faz despencar em mais uma chance para o amor. És um escritor que traz no punho um estilete esferográfico a nos tatuar. Ponto

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Olá Lebrunn! Li o romance de DH Lawrence há alguns anos, no colégio, se não me falha a memória e, não sei porque cargas d'água, vinha ultimamente me lembrando da estória e acabei me inspirando nela. É estranho como às vezes um acontecimento recente envolvendo pessoas conhecidas nos remete a recordações tão distantes. Forte abração!

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Obrigado pela leitura, Kherr! Ótimo como sempre! Sinto que com os seus contos eu já viajei para vários países hahaha, mas senti falta dos países asiáticos! Apesar de a fama deles terem um pinto pequeno, existem exceções! O começo desse conto me lembrou de um cara da minha universidade. O conheci ano passado, ano das eleições presidenciais. Eu demonstrava abertamente minha escolha de voto, e ele, que era bem musculoso e marrento, ficava me zoando sempre quando tinha oportunidade! Ele não me deixava em paz nunca! Sempre discutimos sobre política e ele sempre se colocava superior a mim por eu não ser musculoso igual ele e ter valores contrários! Adoraria que ele me pegasse de jeito como o Mateus pegou o Patrick haha.

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Eu que te agradeço, rixerboo! Eu realmente escrevi pouco a respeito de personagens dos países asiáticos, e isso se explica. O único deles que conheci foi o Japão, e a comunicação e o entrosamento são tão complicados por lá que fica difícil delinear uma personalidade, o que sempre faço quando viajo para o estrangeiro. Super abração!

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Como sempre mais um conto ótimo e cheio de tensão e paixão.

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Obrigado Eleadrim! Me alegra que tenha gostado. Abraço!

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Kherr meu querido, dessa vez você me pegou de surpresa! Desde o começo eu estava achando o Mateus muito intransigente, imaginava que ele causaria problemas para o Patrick, mas ainda assim, eu adorei a construção do casal, a química entre eles que era muito forte, e esperava que eles se acertassem, portanto, nem por um segundo imaginei o caminho que a história tomaria, e devo te dizer que dessa vez você foi muito cruel, mais cruel do que quando mata algum dos personagens principais hahahahaha.

Brincadeiras a parte, sei muito bem que suas histórias retratam muito da realidade, e sei que o que ocorreu com o Mateus infelizmente é mais comum do que se imagina, mas as coisas são muito mais tristes quando não existe algo palpável para responsabilizar. Não enxergo nenhum dos protagonistas como responsáveis pelo o que ocorreu, principalmente o Mateus, que não conseguiu superar o trauma, a depressão, o rancor e amargura, e é justamente isso que deixou o final tão triste (Mesmo com Patrick e Bruno tendo um final feliz), pois sabemos que não foi a falta de amor que acabou com aquele casamento, mas uma adversidade da vida que levou radicalmente aquela relação a um ponto sem retorno.

Parabéns por mais uma história impecável, e você sabe que sigo sempre a espera de mais. Um grande abraço.

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Valeu, meu querido Gilberto! No próprio conto coloquei uma frase que sintetiza a situação que os protagonistas viveram - O amor é uma coisa assustadora, não é seguro porque quando você ama alguém tem que encarar a possibilidade e o risco de perdê-lo. E, às vezes, a vida joga coisas inesperadas no caminho, você pode perder o que conquistou, ou pior, pode perder alguém que ama. Abração!

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Nem sei o que dizer. Que homem de sorte esse Patrick, teve dois garanhoes. Pena que Matheus não conseguiu superar. Pensei que ele fosse aceitar o Bruno como amante do marido já que tinha oferecido ele pro primo. Mas valeu, seus contos sempre me fazem viajar para onde suas palavras nos levam e essa viagem não foi menos triunfal do que as outras. Parabéns e muito obrigado.

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Grato Roberto, pelo comentário. É preciso muita força para superar certas situações e, às vezes, as pessoas não se dão conta de que estão magoando outras pessoas com os problemas que enfrentam. Super abraço!

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Excelente conto. Porém triste ver como Mateus se entregou a depressão, rancor e amargura. Fiquei com coração apertado com o fim dele e feliz pelo Patrick

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Olá nego@, de fato, ele se tornou uma pessoa rancorosa até conseguir destruir o amor que o Patrick sentia por ele. Abraço!

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Amei a história, acho que o Patrick fez bem em acabar com o casamento e ficar com quem realmente valorizava ele.

Apesar disso, fiquei com o coração partido pelo Mateus, mesmo com o Bruno entrando em cena eu torci muito para que ele se recuperasse, se não fisicamente ao menos mentalmente, triste que o fim dele foi esse.

Kherr, você já pensou em escrever algo meio dark romance? Tipo casamento arranjado entre as famílias, ou sequestro, stalk, etc. Uma história onde o passivo começa apavorado com as atitudes doentias do ativo até que disso tudo surge o amor entre eles (mesmo que seja um amor meio problemático kkkk). Eu gosto bastante de histórias de romance meio puxadas pro suspense, ainda mais com um ativo yandere, e eu acho que combina com você.

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Oi Tomás, o acidente mudou completamente a personalidade do Mateus, algo não difícil de acontecer dado que ficou com sequelas graves e, esse novo Mateus foi erguendo uma barreira entre ele e o Patrick, que não pode ser superada. Abração!

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O Kherr já escreveu dois contos nessa temática se eu não estou enganado! Um é chamado "O irmão malvado/mal do meu namorado" e o outro eu não lembro exatamente do nome, mas lembro que um garoto ficava preso no sótão da casa de um maníaco. Sugiro que você dê uma olhada nos contos anteriores

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Bem lembrado, rixerboo! Tem um conto chamado O Resgate do Cuzinho Sequestrado e outro chamado Assaltantes roubam e dominam um cu.

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Achei que iria sar feliz com conto seu novo que sempre é o autor que mais espero posta mas Na realidade sair deprimido kkk história muito tensa e no fim fiquei com pena do Matheus

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Concordo Vitor1021, é uma história tensa que não é tão difícil de encontrar por aí, na vivência das pessoas. Abração carinhoso, para te recompensar por deixá-lo deprimido! 😘

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