As Irmãs Ferreira #3

Um conto erótico de Ceci
Categoria: Lésbicas
Contém 2363 palavras
Data: 09/09/2023 21:21:15
Última revisão: 27/12/2023 15:15:52

Ceci chegou a estrada de terra que levava até a fazenda, tinha controlado suas lágrimas, não queria que ninguém a visse chorar, ela foi caminhando de cabeça baixa olhando as botas bater no cascalho que se juntava nos cantos da estrada, seu peito doía, seus pensamentos estavam confusos, tentava não lembrar da cena que presenciou a pouco e causou a ela aquela dor, mas era quase impossível não lembrar

Saiu de seus pensamentos com o barulho de um pequeno caminhão que parou ao seu lado, o motorista chamou seu nome e ela levantou a cabeça, era o moço que ia sempre na fazenda levar ração para o gado, ele perguntou se ela estava indo para a fazenda, e ela disse que sim, ele ofereceu uma carona e ela aceitou pois era alguém conhecido e ela iria demorar muito se fosse andando

Ela entrou e se sentou, o caminhão voltou a se movimentar e seguiu rumo a fazenda, o moço era muito simpático e trocaram alguns palavras durante o caminho, assim que o caminhão chegou Ceci agradeceu e desceu, não entrou em casa, foi até uma pequena casa onde ficava guardado as celas e pegou um pequeno cabresto, seguiu para o paiol, pegou uma espiga de milho e seguiu para um dos pastos da fazenda

Evitou o máximo de ser vista, mas com tanta gente que trabalha ali era quase impossível, ela não ligou, foi seguindo e viu o animal que ela queria, uma égua branca que Ceci gostava de montar, ela seguiu em direção da égua que assim que a viu com a espiga de milho na mão já veio em sua direção, ela estendeu o braço entregado a espiga na boca do animal, jogou o cabresto no seu pescoço e logo colocou, montou nela ali mesmo a pelo e começou a seguir em direção contrária da casa

Depois de cavalgar por uns minutos Ceci estava perto da divisa da fazenda com uma das fazendas vizinhas, entre as duas tinha uma mata e um pequeno rio no meio, Ceci desmontou e soltou a égua, não ia deixar o animal preso por tanto tempo e ela planejava ficar sozinha por muito tempo, ela começou a caminhar pela beirada da mata, atravessou uma cerca de arrame farpado que dividia os pastos, seguiu por mais alguns metros, Ceci conhecia bem o lugar, ela já estivera ali várias vezes campeando alguma rês perdidas ou juntando o gado solteiro que ficava naquele basto

Logo Ceci viu o lugar que buscava, uma grande árvore de óleo que ficava no meio da mata, entrou no meio do mato e seguiu para baixo da grande árvore, dali ela localizou a pequena trilha que ela encontrou a alguns anos atrás, seguiu pela trilha até chegar na beira do Rio, desceu por um barranco e pisou na areia que cobria o local, seguiu pela beirada entre pedras, galhos de árvores cecos e raízes, chegou onde queria, era um poço maior e mais calmo do rio, era bem bonito o lugar, cercado por grandes árvores e com uma praia de areia com várias pedras no meio, tirou suas botas e seguiu descalço para sentir a areia nos seus pés

Sentou em uma pedra e escorou no barranco e ali ela desabou a chorar, todas as lágrimas que ela segurou até chegar naquele lugar saiu pelos seus olhos e molhou seu rosto, ela ainda não entendia o motivo daquela dor tão grande que a fazia chorar, sua cabeça estava confusa, seus sentimentos todos misturados, raiva, tristeza, decepção, ciúmes, inveja...

Inveja!?!

Inveja de Henrique que tocou nos lábios de Clara, entre esses pensamentos confusos ela percebeu o que tinha acontecido, ela se apaixonou por sua irmã, ela amava Clara de uma maneira diferente do que ela pensou

Não, isso não podia ser verdade, Clara era sua irmã, está certo que não de sangue mas era sua irmã e além de tudo era uma mulher

Meu Deus o porque isso está acontecendo comigo!?!

Ceci falou olhando para o pedaço de céu azul que aparecia entre as árvores

Claro que não obteve resposta, provavelmente ninguém poderia responder essa pergunta com exatidão para ela

O choro de Ceci só aumentou, provavelmente se alguém estivesse ali por perto teria ouvido, era um choro desesperador, faltava ar nos seus pulmões, era o choro de alguém que acabará de descobrir que amava alguém impossível de ter ao seu lado

Ceci ficou chorando por muito tempo, as vezes com menos intensidade e as vezes em desespero, sua garganta doía, já não tinha mais lágrimas para sair, tentava respirar e acalmar um pouco para por os pensamentos em ordem

Se levantou e tirou suas roupas ficando só de calcinha e se jogou na água, não tinha perigo de ninguém a ver ali, o Rio era cercado de uma mata fechada e provavelmente poucas pessoas conhecia aquele lugar

Ceci ficou na água durante muito tempo, se sentiu um pouco melhor, parece que as águas tinha levado um pouco de sua dor, saiu do rio e ficou sentada em uma pedra aonde batia sol, ela não sabia que horas era mas pelo local que o sol se encontrava e pela fome que sentia já era mais de duas horas da tarde

Depois que o corpo secou e o sol começou a arder em sua pele Ceci voltou para o local que estava, vestiu sua roupa e se sentou novamente na sombra, agora mais calma ela resolveu decidir o que fazer e não viu outra saída a não ser esconder aquele sentimento, guardar aquilo só para ela, se alguém ficasse sabendo disso ou pelo menos desconfiasse traria muitos problemas para ela e sua família

Ceci sempre foi uma garota forte, passou por muita coisa nessa vida, ela passaria por isso também, o tempo a ajudaria a tirar aquele sentimento proibido de seu coração

Ela sabia que Clara iria embora no fim do ano pra estudar na capital, provavelmente quando voltasse arrumaria um namorado, talvez já até voltasse com um da capital, Clara era linda e com certeza pretendentes não iria faltar, talvez fosse namorar com Henrique mesmo, não tinha como fugir disso, Ceci já foi se preparando por tudo que viria a seguir

Ceci sabia que sua vida não iria ser fácil dali pra frente mas ela iria superar, não iria por tudo a perder por causa desse sentimento proibido, ela não podia causar nenhum dano a família que a acolheu e lhe deu a oportunidade de ter um futuro melhor, não iria atrapalhar a felicidade de Clara

Ceci ficou ali repetindo aquilo em pensamentos para si mesma, ela parecia tentar se convencer que era o certo a fazer e que o tempo apagaria aquele sentimento que tinha pela irmã e tudo ficaria bem

Ceci percebeu que o sol tinha sumido mas não tinha passado tanto tempo assim, saiu de onde estava e viu que várias nuvens escura estava tomando conta do céu, provavelmente iria chover forte em pouco tempo, ela não podia ficar ali porque se chovesse forte ela poderia ser arrastada por uma enchente que era comum ali naquele rio

Ela então resolveu sair dali o mais rápido possível, quando chegou no fim da trilha já sentiu os primeiros pingos de chuva cair, poderia se esconder debaixo da árvore de óleo mas quando ouviu um trovão ecoar forte achou melhor não ficar ali já que a árvore poderia atrair um raio

Ceci seguiu para o pasto e foi caminhando em direção a casa, a chuva já estava muito forte, não era uma distância muito curta até chegar a casa, seria quase uma hora de caminhada já que a chuva atrapalhava um pouco a locomoção

Provavelmente levaria um sermão de sua mãe quando chegasse, já que a uma hora dessa provavelmente estaria todos a sua procura, talvez levasse até um castigo, se isso acontecesse não reclamaria porque ela realmente estava errada em ter sumido assim

Depois de meia hora caminhando Ceci escuta alguém gritar seu nome, era Jorge um dos peões que trabalhava e morava na fazenda, ele era um rapaz novo, mais ou menos da idade dela, eles eram amigos, ele já morava ali a alguns anos com seus pais que também trabalham na fazenda, ele veio em sua direção montado em um cavalo, parou e perguntou se ela estava bem, Ceci respondeu que sim, ele tirou o pé do estribo e esticou a mão, Ceci montou em sua garupa, Jorge disse que estavam todos preocupados com ela e seguiu rumo à fazenda

Jorge contou que a mãe de Ceci tinha colocado quase todos os peões para procurar por ela, que todos estavam muito preocupados, ela se limitou a dizer sentia muito mas que estava tudo bem e só queria ir para casa

Logo que se aproximou da casa Ceci viu Sebastião no galpão do curral, quando esse a viu pegou seu berrante e tocou várias vezes avisando os outros peões para voltar, assim que entrou dentro do curral Ceci desceu do cavalo com a ajuda de Sebastião que disse que estava feliz em vê-la bem, Ceci agradeceu a ele e a Jorge e seguiu rumo a casa, sua mãe já a esperava na porta

Ceci subiu as escadas já esperando pela bronca que viria mas recebeu primeiro um abraço de sua mãe, logo depois um monte de perguntas

Mãe:

Onde você estava?

Você está bem?

Porque você fez isso?

O que aconteceu?

Ceci disse a mãe que se chateou no colégio porque não gostava de estudar e uma professora pegou no pé dela, então ela ficou com raiva e resolveu fugir para vir para casa mas ficou com medo da bronca da mãe e ficou escondida na beira do mato, aí começou chover e ela ficou com medo e estava voltando quando Jorge a encontrou

A mãe de Ceci ficou muito brava com ela falou um monte na sua cabeça e também deu conselhos, Ceci se desculpava o tempo todo e prometeu que nunca mais faria isso

Depois que a mãe se acalmou falou para ela ir tomar banho que iria pedir para Ana preparar uma sopa quente para ela não pegar uma gripe por causa da chuva que tomou, disse para ela não fazer barulho no quarto porque Clara chegou em casa chorando com as coisa dela do colégio, contou que ela tinha sumido e não parou de chorar o tempo todo, por fim tiveram que dar um calmante pra ela, só assim ela se acalmou um pouco e estava dormindo no momento

Ceci perguntou a mãe como sabiam que ela estava na fazenda e a mãe disse que um dos peões a viu entrar no pasto onde fica os cavalos com um cabresto nas mãos, aí imaginaram que ela tinha pegado um animal e saído sem rumo pela fazenda

Ceci disse que era isso mesmo que tinha acontecido, depois seguiu para o quarto, estava escuro porque as janelas estavam fechadas e estava chovendo então parecia que já era noite, Ceci conseguiu achar sua toalha e algumas roupas, saiu e tomou seu banho, foi até a cozinha e tomou a sopa, comeu também alguns pedaços de frango porque estava com muita fome

Ouviu mais sermão da sua mãe, conselhos dela e de Ana, mais uma vez se desculpou, voltou ao quarto, entrou sem fazer barulho para não acordar a irmã, estava cansada e com os braços e pernas doloridos de tanto nadar e caminhar, precisava descansar e se deitou

Mesmo no escuro depois dos olhos se acostumar dava para ver mais ou menos o corpo da irmã na cama ao lado, Ceci tinha que se desculpar com ela, faria isso no dia seguinte, não iria comentar nada com a irmã sobre o que viu, queria evitar aquele assunto

Mesmo cansada Ceci não conseguia dormir, ficou ali deitada de lado olhando o corpo da irmã em cima da cama, ela viu que a irmã se mexeu, logo viu ela levantar o corpo e olhar para o lado da sua cama, Ceci fechou os olhos mas não completamente, deixou aberto o suficiente para ver que sua irmã se sentou na cama e depois de um tempo se levantou e veio em sua direção

Ceci dessa fez fechou os olhos completamente, não queria ter que explicar o que aconteceu, não para a irmã naquele momento, resolveu fingir que dormia é no outro dia com mais calma pediria desculpas e tentaria se explicar

Clara sentou na beirada de sua cama e baixou o rosto próximo a Ceci e chamou por ela baixinho, Ceci se manteve calada e imóvel, Clara chamou da novo, mais uma vez Ceci não respondeu, então Ceci sentiu os dedos de Clara tocar no seu rosto de leve, seu coração disparou com aquele contado

Sentiu que alguns fios de cabelo de Clara estava tocando sua face, sentiu o perfume de Clara invadir suas narinas, então ouviu a voz de Clara bem baixinha dizer

Clara: graças a Deus você está bem Ceci, tive tanto medo de perder você irmãzinha!

Ceci se sentiu muito feliz de ouvir aquilo, sentiu o corpo de Clara sair da sua cama, imaginou que a irmã voltaria a sua cama mas não foi, sentiu mais uma vez os dedos de Clara fazendo carinho no seu rosto, Ceci arriscou a abrir um dos olhos bem pouco, o suficiente para ver onde Clara estava mas desistiu quando ouviu um suspiro de Clara bem perto dela, então imaginou que a irmã tinha se ajoelhado em frente a cama e estava com o rosto muito perto do seu

Suas dúvidas se acabaram quando sentiu os lábios de Clara beijando seu rosto, foi um beijo suave porém demorado, o coração de Ceci dessa vez quase saiu pela boca mas ela conseguiu se manter imóvel

Os lábios de Clara se afastaram do rosto de Ceci e mais uma vez ela ouviu sua voz baixinha e meio manhosa

Clara: Se você soubesse o quanto eu te amo nunca fugiria de mim Ceci

Ceci ouviu aquilo e mais uma vez ouviu um suspiro, porém essa foi mais longo, sentiu a respiração de Clara perto do seu rosto, imaginou que receberia outro beijo no rosto mas isso não aconteceu, Ceci sentiu os lábios macios de Clara beijar seus lábios

Continua....

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Comentários

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Tem certeza q vai postar um por dia? Meu coração não aguenta desse jeito.

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Acabei postando dois ontem kkkk

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Pois é, posta mais dois hj e tá tudo certo kkkk

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Verdade, posta dois não deixa a gente aflito aqui, com a nossa curiosidade enorme.

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Literalmente você fez eu criar uma conta aqui porque você escreve bem de mais.

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Moço ou moça você escreve tão bem que puta merda não esperava ninguém escrevendo tão bem assim nesse site.

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Obrigado pelos elogios, espero que continue acompanhando!! Ah é moço 🤭

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Eita quer dizer que o sentimento é recíproco, 😃😍, já estou vendo que esse conto vai ter uma surpresa atrás da outra.

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