A casa do Mateus era enorme e ainda tinha uma piscina, ele parecia tão humilde que não tinha nota que o cara era rico, ele nos atende no portão felizão e para minha sorte vestido, com uma bermuda e uma camisa floral de botões, lindão, sua filha está vestida de princesa, nossa muito linda, entrego o presente a ela, que me agradece toda educada, vejo Mateus todo pai coruja feliz com a animação dela.
— Cara não sabia que você era rico. — Téo fala para Mateus.
— Meus pais são, eu não. — Ele responde todo sorridente.
— Casa legal. — É tudo que consigo falar.
— Fiquem à vontade para entrar na piscina. — Já tinham algumas crianças e adultos na piscina.
— Você não vai entrar? — Pergunto.
— Mel quis se vestir de princesa hoje e não quis entrar na piscina, ai não teve como, tenho que ficar arrumado para as fotos. — Todos nós rimos agora do comentário dele.
Tem bastante comida, estão fazendo churrasco e ainda tem uma mesa cheia de quitutes, como não tomo álcool, fui direto pegar refrigerante, Téo preferiu um suco, ele está no regime da competição, então só para ser otário estou comendo tudo que encontro e fazendo questão de dizer o quão gostosos estão.
— Você é um otário. — Meu amigo fala.
— Posso até ser, mas esse salgadinho, sério Téo, está dos deuses.
— Vai se fuder. — Ele finge estar irritado comigo.
Amanda está com um vestido vermelho bem bonito, ela em si já era uma pessoa incrivelmente bonita, eles pareciam aqueles casais de capa de revista, ela está fazendo live e mostrando tudo, até parece ser uma madrasta amorosa, porém sei que é fachada dela, já que não gosta da criança, quando ela nos ver, encerra a live e chama sua prima, a mesma que ficou de apresentar para o Téo, a mina não é muito bonita não, mas meu amigo nunca foi seletivo então não demora para eles começarem a se afastar mais para o canto, o que foi péssimo para mim, já que Téo era o único conhecido meu nessa festa, Mateus tinha que dar atenção aos outros convidados e principalmente ficar de olho na filha dele, só me restando sentar perto da piscina e ficar contemplando a festa.
— Não vai entrar na piscina. — Mateus diz se aproximando de mim com a Mel no colo.
— Não trouxe roupa de banho.
— Te falei para trazer.
— Sou meio envergonhado.
— Sei. — Ele diz sorrindo para mim.
— Papai, quem é ele. — Mel fala olhando para mim.
— É o amigo do papai.
— Oi meu nome é Mel, hoje é meu aniversario. — Ela é muito fofa.
— Sou Beto, Mel, prazer em conhecê-la.
Fico conversando com ele e ela por um tempo, ela é muito divertida, principalmente quando fala segredos do pai dela, coisa do dia a dia deles, achei fofo o jeito dele com ela, o sorriso deles é a coisa mais gostosa que já ouvi, me perco ali nesse momento, mas Amanda vem e estraga nosso momento de descontração, não entendi direito, só que parece que ela está brigando com Mateus, Mel vem pro meu colo me deixando surpreso, mas aproveito para me afastar com ela, para que não veja o pai discutindo com Amanda, ela me leva até os avós dela para me apresentar, fico besta como ela é articulada, parece uma pequena adulta.
Mateus volta para o meu lado, só que a Mel já está brincando com uns primos, ele parece irritado, porém tenta disfarçar, sua mãe parece perceber o que rolou e começa a chamar todos para bater os parabéns, Téo sumiu do mapa, conhecendo ele posso jurar que ele foi embora com sua nova amiga, ele é desses, nem mando mensagem para ele, tenho grana pro meu Uber então está de boas, Amanda se junta com Mateus e Mel na mesa principal, como se fossem uma família feliz, ela é bem sínica, depois dos parabéns é o momento das fotos, tem até fotógrafo profissional, achei bem coisa de rico, estou indo atrás de algo para comer, mas escuto Mateus me chamar para tirar foto, não esperava por isso, fico todo sem jeito, entretanto me aproximo, tem algumas pessoas me olhando o que me deixa ainda mais tímido, tiro uma com ele e a Mel e outra só com ela — ela mesma quem pediu — depois desse momento de fotos as pessoas começam a ir embora, me protifiquei para ajudar com algo, porém Mateus diz que a mãe dele contratou o buffet para não ter que arrumar nada, achei bem conveniente, queria poder fazer isso nas minhas festas.
— Vou indo então Mateus, foi maravilhoso cara.
— Fica mais um pouco Beto. — Ele fala olhando nos meus olhos.
— É que Téo foi embora com a prima da Amanda, então meio que tenho que ir enquanto o Uber ainda está barato. — Respondo.
— Deixa disso, eu te deixo.
— Você tem carro? — Percebi que nunca me dei conta de como ele ia para a academia.
— Tenho ué, você nunca viu?
— Acredita se eu disser que não. — Ele rir alto, e rio junto pois sou desatento mesmo.
— Você é uma figura Beto, dá só mais um tempo aí que a Mel adora andar de carro, ela vai dormir e vai ser só sucesso para mim. — Ele diz ainda rindo.
Amanda vê nossa felicidade e se aproxima como um dementador do Harry Potter e suga toda nossa felicidade.
— Mateus, quero ir embora. — Pelo tom não negou a briga que tiveram.
— Você não vai dormir aqui, Amanda? — A voz dele saiu cansada.
— Se você quisesse que eu dormisse aqui estava me dando atenção. — Ela fala me olhando com desprezo.
— Quer saber, tudo bem, vou brigar mais não, to indo buscar a chave do carro. — Ele vai sem dizer mais nada.
Penso em ir embora, mas sair se me despedir seria vacilo, então espero ele voltar com a chave do carro e informo a ele que vou indo, mas ele insiste em me levar, o que desagrada muito Amanda, é meio constrangedor está no meio da briga deles, mas agora não tenho mais para onde correr, a prima dela foi embora com Téo então no carro estão Mel e eu atrás — ela na cadeirinha dela — e Amanda no banco da frente com Mateus dirigindo, estamos no mais absoluto silencio, um silencio que nem o rádio do carro foi ligado, um silêncio quase tangível, um verdadeiro clima merda no carro, sorte da Mel que apagou assim que o pai dela ligou o carro, seguimos por um caminho que não conhecia, porém Amanda reconheceu.
— Você está indo para minha casa primeiro? — Seu tom foi muito grosseiro.
— Sim. — Uma resposta seca foi o que ela teve.
— Por que, se o Beto mora mais perto? — Senti o deboche quando ela fala meu nome.
— Exatamente por isso, não quero voltar sozinho o caminho todo. — Para mim fez sentido, porém ela não entendeu da mesma forma.
— E você não vai ficar nenhum momento comigo. — A mina é muito atriz.
— Estou com a Mel, se eu tirar ela do carro e não for para o berço ela não vai dormir mais, você sabe disso Amanda. — Ele me pareceu calmo.
— E porque você não dormi com ela lá em casa então?
— Serio Amanda, depois do seu espetaculo lá na frente dos meus pais? — Queria não está nesse carro agora. — E outro não trouxe nada da Mel, não posso simplesmente dormir fora sem as coisas dela.
— Sempre a Mel, você sempre usa ela como desculpa. — Agora ela pareceu ter conseguido o que queria, que no caso era irritar ele.
— Amanda, sempre vai ser a minha filha a minha prioridade, sinto muito que se sinta de lado, mas entre você e ela vai ser sempre ela. — Amanda fechou a cara de tal forma, que chego a pensar que ela vai atacar Mateus a qualquer momento, para piorar fica um clima ainda mais merda dentro do carro, quero mesmo pular desse carro em movimento.
O resto da viagem é com Amanda calada mexendo no celular, Mateus dirigindo e eu imitando o Drax de guardiões da galáxia — fingindo que estou invisível — pelo menos como não tem mais trânsito a essa hora não demorou tanto para chegarmos em frente ao predio onde ela morava, entretanto não tenho tempo de comemorar o fim daquele momento pois a bonita lança a seguinte frase.
— Mudei de ideia, me espera aqui que vou buscar umas coisas e vou dormir lá na sua casa hoje. — Serio até eu estou querendo dar na cara dela agora.
— Não. — Ele nem sequer olha para ela quando da sua resposta.
— Oi, não entendi. — Ela faz a linha sinica.
— Não vou dormir com você hoje, Amanda eu pedi um milhão de vezes que você não aprontasse no aniversario da Mel, porra cara toda vez é isso. — Ele parece mais cansado do que irritado de fato. — Pra mim acabou.
— Como assim acabou Mateus? — Faltou o ar até de mim agora.
— Acabou. — Agora ela olha para ela e os dois se encaram por um breve momento.
Amanda desce do carro e óbvio bate a porta, ela bate tão forte que quase acordou a Mel, ele espera que Amanda entre no prédio para falar comigo, sua voz rouca e cansada.
— Beto, vem pro banco da frente. — Faço isso sem questionar.
— Vocês vão se entender. — Falo para tentar amenizar a situação.
— Não quero me entender com ela mais não, minha paciência acabou, sempre um drama cara, ela quer fazer me fazer de palhaço, mas agora ela vai aprender.
Ficamos em silencio até chegar perto da minha casa, só que o clima no carro está mais calmo, por não saber o que dizer fico calado, então Mateus é quem puxa assunto.
— Desculpa por isso.
— Tranquilo.
— Mel gostou de ti pra caralho.
— Também gostei dela. — Ele sorri.
— Ela não é a única. — Quase engasgo com minha saliva.
— Para de brincadeira. — Tento desconversar, ele para o carro em frente ao predio que moro.
— Não estou, te achei foda no dia em que te conheci.
— Mateus. — Meu coração acelera.
— Desculpa, não quis te constranger.
— Não, não é isso, é que um cara foda que nem você o que veria um cara como eu.
— Vem aqui que eu te mostro.
Mateus tira seu cinto vem para perto de mim, uma de suas mãos segura minha nuca e guia minha boca até a sua, nossa a língua dele invadiu minha boca e não consigo evitar, estou retribuindo o que veio a ser o melhor beijo da minha vida, que beijo deus, o cara sabe como tirar o fôlego só no beijo, acho que meus momentos com Iuri despertaram almo em mim, pois quando me dou conta de mim, estou com a mãe no pau do Mateus sentindo sua dureza, nossa me arrepio todo, quando aperto de leve seu pau e ele geme beiginho nos meus lábios.
— Melhor a gente parar, minha filha está no carro. — Ele fala com a voz triste.
— Verdade, desculpa.
— Eu que comecei. — Rimos.
— Mateus eu não. — Ele me interrompe
— Relaxa, não vou contar para ninguém, mas quero ficar com você, vem dormir comigo.
— Hoje?
— É, pega uma roupa e vamos lá para casa comigo. — O desejo ardia no meu peito.
— Não sei. — Queria mais que tudo, mas tinha medo.
— Se você quiser voltar para casa eu te trago independente da hora e você não vai ser obrigado a nada, vamos?
— Tá bom eu vou.
Subi rápido para falar com minha mãe e pegar minha mochila, tecnicamente ele estava solteiro então não seria problema nenhum ficar com ele, pelo menos foi o que pensei na hora em que disse sim para o pedido dele de dormir com ele.
