NU Teatro

Um conto erótico de Caio Goiano
Categoria: Gay
Contém 2631 palavras
Data: 30/09/2023 08:35:12

CAPITULO 1

O ano era 2009. Eu tinha me mudado para o Rio de Janeiro 1 ano antes pra tentar a carreira de ator. Com 19 anos, tudo que tinha conseguido até ali, eram algumas pontas em comerciais. Apesar de ja ter um empresario, e de ter feito algumas pequenas pontas em séries de televisão, ainda nao tinha alcançado o trabalho que me levaria pro próximo degrau da minha carreira.

Certo dia, enquanto esperava pra falar com meu empresario, Frank, na agencia em que ele trabalhava encontrei o Edson Monteiro. Ele, apesar de 5 anos mais velho que eu, ja tinha estrelado inumeras peças, feito participações em filmes e ja estava escalado pra ser o protagonista masculino da próxima novela das 18h. Era visivel a diferença entre a minha 'carreira' e a carreira dele. Enquanto conversavamos, ele confidenciou que o segredo era apostar em papéis inusitados, com temáticas fortes e que fugissem do arroz com feijão buscado pela maioria dos atores.

Ao entrar na sala do Frank, ja fui disparando:

-Encontrei seu garoto prodigio ali na recepção - disse eu.

-Ah, voce encontrou ele? - disse Frank.

-Sim, e ele me disse umas coisas interessantes: segundo ele, eu preciso tentar papéis mais "fora da casinha", do mainstream - disse eu.

-Isso nao funcionaria para você - disse ele.

-Por que? - perguntei.

-Você sabe muito bem que se arriscar muito nao é a sua praia. Você sempre opta por trabalhos mais 'seguros'.

-Como assim?!? Eu nao faço isso! - disse eu indignado.

-Claro que faz! Desde o inicio você deixou bem claro que nao ia topar fazer teatro experimental- ele respondeu.

-Mas eu nao sabia que tinha um mercado inteiro inexplorado de possibilidades. Tem como mudarmos isso? - perguntei.

-Temos, mas voce tem que ter certeza do que quer fazer. Se eu conseguir algo, voce vai ter que ir até o final, sem desistir. -disse Frank.

-Juro que nao vou amarelar - respondi.

O resto da reuniao transcorreu sem maiores problemas (e sem maiores projetos). Quase 1 mes depois, ele me liga e diz que eu tenho um teste marcado com o diretor de teatro Antonio Luhrmann. De ascendencia germanica, se mudou pro Brasil no inicio dos anos 80 e era responsavel pelas montagens mais inovadoras e excetricas do de teatro no inicio dos anos 2000. Famoso pelas montagens de Shakespeare, a versão dele de Romeo e Julieta ficou em cartaz por quase 3 anos recebendo aclamação da crítica e da audiencia.

Como eu ainda nao tinha carro na época e ainda nao existia o Uber, liguei pra um serviço de taxi do bairro e fui pro teste. Nao tinha informação sobre a montagem que ele faria, nem sobre para qual o papel eu faria o teste. Tudo que recebi, foi um monologo de Sonhos de Uma Noite de Verão do Shakespeare. Na hora, imaginei que seria uma montagem dessa peça e que, possivelmente, eu faria o papel do Lisandro. Fiquei muito empolgado, caso fosse isso mesmo, o papel era ótimo.

Assim que cheguei no teatro informado, em Botafogo, percebi que aquele nao seria um teste comum. Ao invés do mar de gente que habitualmente encontramos nesses lugares, nao havia ninguem na recepção. Pensei ter errado de endereço. Ao me aproximar da recepção, a moça perguntou o meu nome e logo que respondi, ela informou que o Antonio estava a minha espera. Perguntei onde, e ela respondeu: "No auditorio mesmo, o teste é no palco, pode subir lá".

Cheguei e me apresentei para o diretor, que estava ladeado de 2 pessoas. Nao conseguia enxergar seus rostos muito bem devido a luz forte do holofote. Conseguia ver claramente apenas o rosto do diretor e a sombra das outras pessoas. Fiz o teste. Senti que fui bem, consegui lembrar do texto inteiro e conseguir expressar as emoções pedidas em cada frase. Pela expressão do diretor, acredito que ele também tenha ficado satisfeito com o que viu.

Ao final do monologo, me curvei em agradecimento à plateia e aguardei para saber se ele teria algum feedback. Depois de alguns segundos de silencio, ele começou a falar:

-Parabéns Caio! Gostei muito da maneira como você encorporou o personagem, sua entrega ao texto foi inspiradora - disse o diretor.

-Também gostei muito, inclusive acho que ele tem a aparencia perfeita pra fazer o papel. É justamente o que procuravamos, um ator com semblante jovem e que conseguisse expressar a complexidade do texto - disse a sombra sentada imediatamente ao lado direito do diretor.

A voz era familiar, mas por algum motivo, nao conseguia me lembrar da onde a conhecia. Era uma voz grave, aveludada (quase como a de um cantor). Ou ator. Definitivamente era a voz de um ator. Pelo jeito que entonava as palavras, com certeza era algum 'rato de teatro'.

-Ô Fábio, acende a luz porra! Não tô conseguindo nem ver minhas anotações - gritou o diretor.

Quando a luz do teatro acendeu, eu quase caí de costas. Eu ja sabia do peso que seria fazer um teste para uma produção do Antonio Luhrmann o que eu nao sabia é que o Bruno Larami, galã de novelas, pegador, sonho de consumo de 10 entre 10 mulheres (e talvez de alguns homens) era o dono da voz que havia ouvido.

Nao sei se consegui disfarçar meu susto, provavelmente nao visto que o Bruno abriu um sorrisão de orelha a orelha ao ver minha expressão.

O diretor disse que ja estavam avaliando alguns atores para esse papel a quase 8 semanas pois tinham a intenção de fazer a peça ainda dentro do ano de 2009 (estavamos em agosto). Porém, até o momento, nao tinham tido sorte com os atores jovens que tinham visto. Aqueles que tinham gostado, nao podiam se dedicar exclusivamente a peça e os que podiam, nao atendiam os requisitos minimos de atuação.

Na hora respondi, meio encabulado: "Shakespeare é complicado mesmo..."

- Não não, só estamos usando o texto do Shakespeare pra fazer os testes mesmo. A peça na verdade é um roteiro original. Queremos contar uma das histórias de amor mais complexas dos ultimos tempos. A paixão avassaladora entre Paul Verlaine e Arthur Rimbaud.

Minha cara de interrogação deve ter entregado que eu nao fazia a menor ideia de quem eram. Rapidamente, Bruno se levantou do assento onde estava e começou a me explicar que a peça falaria da relação tabu e conturbada de 2 poetas franceses na Paris deRelação gay?!? - perguntei.

-Sim - respondeu Bruno - por que? Tem algum problema com isso - emendou ele.

-Eu? Nao, imagina. É que fui pego de surpresa só. Em cena, daria um beijo em outro homem tranquilamente.

-QUe bom, vamos nos beijar muito em cena. Sem falar nas cenas de nudez - respondeu ele.

Na mesma hora, senti meu coração acelerar. Eu nao só ia beijar um cara no palco. Eu ia beijar um ator mega famoso, boa pinta e ainda teria que ficar pelado no palco com ele. Nao foi só meu coração que deu sinal de vida. Meu pinto tb resolveu ficar meia bomba. Aqui é necessario fazer um parenteses: embora eu tivesse só 19 anos, ja sabia a algum tempo que eu curtia meninos e meninas. Crescendo no interior de Goias, nao era algo que eu pudesse expressar livremente, mas ja tinha vivido algumas coisas nesse sentido. Nada de sexo com penetração, porém ja havia batido umas punhetas junto com a galera da natação rs.

-Você tem problema com nudez? perguntou Antonio, o diretor.

-Nunca fiquei nu no palco. Seria a primeira vez - respondi.

-Tem certeza que está disposto? Eu super entendo se nao quiser fazer, vários garotos da sua idade se incomodam com o fato do personagem ser gay e de ter nudez na peça - disse ele

-Acredito que vai ser bom pra mim. Pra testar os meus limites. Se você estiver disposto a arriscar me escalando, eu também estou disposto a me arriscar ficando nu - respondi confiante.

-Ok, gostei da confiança do moleque - respondeu Bruno.

-Vamos ver se nao é só papo furado - disse o diretor desconfiado.

-Não é papo furado não - respondi ofendido.

-Olha garoto, eu gostei do que eu vi até aqui, mas a nudez é imprescindivel pro texto funcionar. Está disposto a se despir aqui e agora? - perguntou ele.

-Agora?! - perguntei.

-Sim, agora. Conforme ja te disse, nao quero te pressionar. Se nao estiver disposto, tudo bem. É que pra este papel, realmente é necessário - respondeu ele.

Era agora ou nunca. A chance de alavancar minha carreira. A chance de trabalhar com um diretor foda, produzindo um texto inédito e ainda junto de um grande ator de teatro que também era um galã consagrado de novelas. Meu coração pulsava e meu estomago dava nós. Será que eu teria coragem, meu Deus?! Afinal de contas, eu iria tirar a roupa nao somente agora, mas num palco com 250 pessoas me assistindo 4 vezes por semana durante varios meses.

Encarei os 3 homens sentados na minha frente. Na ponta direita, estava Bruno Larami. Ator consagrado de 39 anos. O tipico galã. Vestia uma camiseta da Calvin Klein, o cabelo levemente penteado pra trás, barba por fazer, calça jeans e um relógio que provavelmente custava mais do que eu ganhava em um ano de trabalho.

Do seu lado, estava o diretor. Praticamente um senhor, com os cabelos ralos e grisalhos. Meio gorducho, óculos de aro redondo (a la John Lennon), vestia uma camiseta de estampa havaiana e uma bermuda de sarja, mas que ninguem deixasse se enganar pelo visual excentrico. O cara é um genio. E na ultima cadeira, estava um cara negro, também meio gordinho com a camiseta estampada com o nome do teatro (depois soube que ele era o produtor e fiel escudeiro do Antonio - seu nome era Wilson). Na cabine de luz e som estava um cara chamado Fábio, cujo rosto eu ainda nem tinha visto.

E no palco, estava eu. Branco leite, 1,80 de altura, com cabelos levemente grandes e olhos castanhos, o corpo em forma devido aos 15 anos de pratica de natação. Tinha os braços fortes e ombros largos, também por causa da natação, uns gominhos na barriga que fazia o formato de um "V". Nao tinha cabelos no peito ainda apenas uma pelugem bem fraquinha nas pernas e nos braços. Estava vestindo um agasalho cinza com capuz, calça jeans surrada e um converse preto. Respirei fundo, puxei o casaco e a camiseta preta que estava por baixo e joguei do lado, no canto do palco. Olhei pra frente novamente e percebi que me olhavam de volta, senti meu rosto corar. Já sem camisa, tirei o cinto e ja comecei a puxar a calça jeans pra baixo. Notei que ainda estava de sapato e tirei com o calcanhar. Tirei a calça e logo também a cueca. Endireitei o corpo novamente e cobri meu pau com as mãos. Eu estava completamente pelado em frente a 4 estranhos (sendo que nunca tinha visto a cara do 4º elemento).

Vi que os três me encaravam. Percebi que o diretor encarava a região do meu saco com uma curiosidade gigantesca, olhou e me disse:

-Viu? Nao foi tão dificil assim - disse ele.

-Eu..é.. eu.. - balbuciei incoerente.

-Calma garoto - disse Bruno - Respira fundo. Também ja fiquei nu em cena, fiz Dona Flor e seus 2 maridos, sei bem o que esta passando na sua cabeça.

Confuso e com vergonha, nem me toquei que o diretor havia se levantado de seu assento e estava a poucos metros de mim, ja em cima do palco.

-Caio - disse ele numa voz assertiva - Coloque as mãos pro lado, não tem porque ter vergonha agora.

Sem pensar muito, tirei as mãos da frente e fiquei parado, completamente exposto. Sentia minhas bochechas queimarem de vergonha. Pra minha surpresa, o velho diretor se agachou na minha frente pra 'inspecionar' minha ferramenta. Num primeiro momento, pensei em me cobrir novamente, mas resisti ao impulso. Sentia meu coração batendo forte, e pra minha surpresa, também conseguia sentir o bafo quente do velho perto do meu saco.

Se levantando, ele disse: "Hum, sabe meu rapaz, seu prepucio se retrata levemente quando você fica nervoso".

-Meu pr..meu... o que? - perguntei confuso e envergonhado.

Ouvir uma analise de uma parte tão intima assim do meu corpo me deixou muito nervoso.

-Agora, quando você tirou as mãos da frente do penis, sua glande saiu do esconderijo quase que totalmente - disse ele novamente.

-Bom, ele é branquinho e a cabeça do pau é muito rosa. Dificil de não perceber - disse Bruno Larami

Arregalei os olhos, sem acreditar no que ouvia.

Entendam, eu realmente nao tenho vergonha do meu pau. Mole, deve medir uns 10 cm, grosso, branco (com prepucio).Mas ouvir de 2 caras informações sobre o meu pau nao era algo que eu esperava. Por algum motivo que não entendi na hora, senti o sangue descendo pro pau, como se de alguma maneira, eu estivesse gostando de ficar exposto daquela maneira. Mas eu nao gostava. De jeito nenhum. Será que eu gostava?

Minha ansiedade com aquela situação aumentava a cada segundo... eu estava nu a menos de 2 min e de alguma forma, ja sentia que a ponta do meu pau estava ficando humida. Sentia que se aquilo nao terminasse logo, eu ia ficar de pau duro. Como se tivesse ouvido meus pensamnetos ouço o Bruno gritar da platéia:

-Para de torturar o garoto Antônio! - disse Bruno.

-Tá bom, me convenceu. O papel é seu!! - disse o diretor.

Tomado por uma onda de felicidade e euforia, comemorei e abracei o diretor ali mesmo. Ele por sua vez, entrelaçou os 2 braços nas minhas costas e me desejou parabéns.

Medindo não mais que 1,60 eu era 20 cm mais alto que o diretor. Ao solta-lo, ouvi o Bruno mais uma vez:

"Pode vestir a roupa moleque. Da proxima vez, a gente fica pelado junto".

Peguei as roupas que estavam jogadas mais no canto do palco. O diretor ainda estava lá, imovel. A medida que vestia minhas roupas, ele me acompanhava com os olhos. Eu morto de vergonha, desviava o olhar a cada vez que ele me encarava. Quando olhei novamente pra frente vi uma mancha molhada na lateral superior da bermuda do diretor. Devia ser da largura de uma moeda de 25 centavos. Sem entender o que houve fiquei encarando o 'ponto molhado'. Não podia ser o pau dele. O cara nao era alto o suficiente pra tanto. Foi ai que me liguei que eu era o responsavel pelo 'molhado'. Quando abracei ele, a cabeça do meu pau (que ja tava molhada de pré gozo) encostou na parte de cima da bermuda dele. Fiquei com mais vergonha do que antes. Queria sair dali correndo e nao voltar nunca mais. Terminei de me vestir e ao indireitar o corpo novamente o produtor mudo ja estava do meu lado. Nessa hora ele se apresentou como Wilson e disse que ficou muito feliz de eu ter sido o escolhido.

Por ultimo, o Bruno Larami veio me cumprimentar. De pé, o cara é um armário. Com quase 1,90 de altura. Musculoso, peludo e parrudão. Abriu os braços e veio pro meu lado pra um abraço. Ainda preso no abraço dele, ele diz no meu ouvido com aquela voz grossa:

"Tô feliz pra caralho da gente estar juntos nessa empreitada - disse ele.

"Tô feliz também e prometo que vou dar o meu melhor" - respondi.

"Vai ser muito gostoso. E pode deixar: vai ser segredo nosso"

"O que?" - perguntei curioso.

"Relaxa, só eu que percebi que o teu pau tava babando de tesão. Acho que o Antonio nem percebeu a meleca que você deixou na roupa dele..." - disse ele em voz baixa, no pé do meu ouvido.

Senti meu rosto corar. Balbuciei qualquer coisa pra tentar me justificar e ele (ainda sem me soltar) disse:

"Relaxa meu garoto. Eu juro que vou cuidar bem de você".

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Comentários

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Espero q esse cinto não morra na parte 1 🥺🥺

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Conto incrível, autor de parabéns. Sigo aguardando ansioso pela parte 2

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Excelente conto com uma temática muito interessante nunca dantes abordada na CDC.

Boa capacidade narrativa. A leitura foi uma surpresa total e bastante agradável. Uma história que promete e merece ser acompanhada. Parabéns ao autor.

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uAU. Começou muito bem cara!! História promete. Já quero acompanhar esse ator aí hehej

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