A Joia Mais Rara #13

Um conto erótico de Carla
Categoria: Lésbicas
Contém 1945 palavras
Data: 25/08/2023 12:32:17
Última revisão: 25/02/2024 14:32:03

Aqueles últimos dias foram os mais lentos para passar, mas até que enfim chegou sexta feira. Eu passei o dia rezando para as horas passarem logo. Quando chegou o final do expediente meu patrão me chamou no escritório. Lá ele me entregou minha encomenda e um cheque com meus pagamentos com todos os direitos que eu tinha incluídos. Me agradeceu pelo tempo que trabalhei ali e me desejou boa sorte.

Quando saí do escritório o pessoal estava me esperando. Queriam me levar ao bar que íamos todas as sextas para uma despedida. Eu não podia dizer não. Por mais que eu quisesse ir logo pro Brasil meu voo só sairia às 4 da manhã.

Estava muito divertido a despedida, até eu ver Rodrigo entrar e me olhar com uma carinha triste. Eu gostava muito dele e sinceramente nunca tive a intenção de magoá-lo. Mas acabou que isso aconteceu.

Logo ele se aproximou da mesa, cumprimentou o pessoal e perguntou se podia falar comigo rapidinho. Claro que disse que sim. Eu queria me despedir dele e também me desculpar mais uma vez. Saímos para fora do bar e encostamos no seu carro que estava do outro lado da rua.

Rodrigo: Então eu fiquei sabendo que você vai embora de vez. Pensei em vir aqui me despedir. Espero não ter feito errado.

Carla: Não. De maneira alguma. Fico feliz que tenha vindo. Eu até pensei em ir na sua casa me despedir, mas fiquei com medo de não ser bem recebida.

Rodrigo: Você sempre vai ser bem recebida lá e em qualquer lugar que eu esteja. Nosso relacionamento foi ótimo. Gosto muito de você. Infelizmente não deu certo, mas tem coisas que saem do nosso controle e não tem como culpar alguém.

Carla: Fico muito feliz de ouvir isso. Eu nunca quis te magoar e seria muito ruim partir com você chateado comigo.

Rodrigo: Não precisa se preocupar com isso pois não estou chateado. Triste por não ter dado certo entre a gente e por você partir de vez. Mas chateado com você não.

Carla: Você é um homem maravilhoso e vai encontrar uma mulher que vai te fazer muito feliz. Você merece muito.

Rodrigo: Então eu queria falar com você sobre isso também. Eu conheci uma pessoa, ela tem sido incrível comigo durante esse tempo que fiquei meio mal. Sei que ela gosta de mim, mas eu ainda não fiquei com ela porque no fundo eu ainda tinha um pouco de esperança da gente voltar. Porém acho que agora tenho certeza que isso não vai acontecer.

Carla: Olha se for por isso pode se arriscar com essa pessoa porque a gente não vai voltar. Vou ter sempre um carinho enorme por você e se precisar de uma amiga pode me chamar. Vou estar longe, mas vou estar a distância de uma ligação. Pode ligar quando precisar.

Rodrigo: Vou fazer isso sim e muito obrigado! E vou seguir seu conselho. Essa pessoa sabe de tudo que aconteceu entre nós. Ela ficou do meu lado e disse que iria esperar o tempo que fosse pra poder receber uma chance de me fazer feliz. Então vou dar essa chance a ela. Na verdade, não é só por isso. Eu realmente acho que gosto dela. 🤭

Carla: Eu torço muito para que dê tudo certo, de verdade. Ah e eu preciso te contar uma coisa. Não posso entrar em detalhes, mas você merece saber o que aconteceu para eu terminar com você. Por favor, não fique chateado comigo.

Rodrigo: Pode falar. Eu queria mesmo entender o porquê você me deixou. Prometo não fazer perguntas idiotas e não vou ficar chateado por pior que seja. Eu te conheço e sei que é verdade quando você diz que nunca quis me magoar.

Carla: Te juro que isso é verdade! Bom, lembra que te falei que eu estava muito confusa e não podia ficar com você?

Rodrigo: Lembro sim.

Carla: Então, eu conheci uma pessoa e ela virou meu mundo de cabeça para baixo. Eu não sabia o que sentia por ela quando terminamos, mas eu sabia que sentia algo. Não achei justo ficar com você mesmo não sabendo o que sentia por ela e se algum dia a gente iria ter um relacionamento. Foi isso que aconteceu. Desculpe.

Rodrigo: Eu imaginei que era algo assim. Só não entendi porque mentiu quando disse que não tinha outro homem na sua vida. Mas tudo bem.

Carla: Não menti para você. Não tinha e não tem outro homem. Mas sim uma mulher.

Rodrigo: Uma mulher!?!

Carla: Sim. Uma mulher e eu fiquei tão espantada quando você agora quando percebi que eu estava sentindo atração por uma mulher.

Rodrigo: Realmente por essa eu não esperava! Mas pelo jeito não deu certo já que você está indo embora.

Carla: Pelo contrário. Deu muito certo e ela já está no Brasil me esperando. Não posso entrar em detalhes como eu disse e queria te pedir por favor para guardar isso só pra você. Na verdade estou implorando pra você não contar isso a ninguém.

Rodrigo: Ainda estou tentando assimilar isso tudo, mas pode confiar que não vou contar. Se é um segredo você deve ter seus motivos.

Conversamos mais um pouco e voltamos pro bar. Rodrigo ficou um pouco com a gente e depois foi embora. Antes me deu um abraço muito apertado e desejou boa viagem.

Eu fiquei aliviada depois da conversa com ele. Realmente não queria ir sem resolvermos as coisas. Saber que ele ia ficar bem foi muito bom.

Depois de muitos abraços e despedidas eu fui pro meu apartamento. Já estava com minhas coisas quase prontas. Eu ia levar apenas duas pequenas malas e o restante eu já tinha encaminhado para ser despachado pro Brasil em um navio. Não iria levar os móveis, mas mesmo assim tinha muita coisa que eu queria levar. Principalmente minhas roupas que não eram poucas e tinha minhas pinturas.

Mandei mensagem para Hanna dizendo que eu tinha chegado, mas estava muito cansada e tinha bebido um pouco a mais no bar. Iria só tomar um banho e dormir. Que ligaria no outro dia.

Tenho certeza que ela vai ficar chateada, mas é por um bom motivo. Fui tomar meu banho e tentar dormir um pouco antes de ir viajar. Quando saí vi uma mensagem dela dizendo que tudo bem, mas só isso. Ela com certeza ficou chateada pois não tinha nem um coraçãozinho ou um eu te amo.

Deitei e por sorte, ou por uns copos de cerveja que tomei no bar o sono veio e apaguei.

Acordei com meu despertador tocando. Na verdade foram dois. O do relógio e o do celular. Eu não queria correr o risco de perder meu voo. Eram três da manhã. Chamei um Uber pois meu carro estava indo de viagem de navio, junto com minhas coisas.

Depois de 15 minutos o Uber chegou. Eram 15 para 4 quando cheguei no aeroporto. Despachei minhas malas e fui embarcar. Bom, agora era rezar para chegar logo e surpreender meus amores.

Depois de quase 8 horas de viagem desembarquei em Fortaleza. Chamei um táxi e cheguei na porta da galeria da minha mãe Raquel quase 3 da tarde. Deixei minhas malas na portaria e entrei. Minha mãe estava provavelmente no escritório. Fui até lá e a secretária me conhecia muito bem. Era uma antiga amiga minha da escola. Quando ela me viu eu fiz sinal de silêncio e ela entendeu. Fui até ela e dei um abraço. Perguntei se minha mãe estava lá dentro e ela confirmou que sim.

Segui até a porta e abri com todo cuidado possível. Entrei e a vi concentrada em algo no seu notebook. Fui pé por pé, mas ela acabou me escutando. Levantou o olhar e quando me viu fez aquela cara de surpresa. Já se levantou e veio correndo me abraçar.

A gente ficou ali naquele abraço por um bom tempo. Depois sentamos em um sofá e expliquei para ela o que aconteceu para eu estar ali antes do programado. Eu estava com muita saudades dela. Conversamos bastante. Ela disse que tinha amado a Hanna. Que tinha se dado muito bem com ela e realmente ela parecia ser uma pessoa muito legal.

Quando nos demos contas já era hora de fechar a galeria. Saímos dali e seguimos de carro até a pousada. Minha mãe falou durante o caminho que a Hanna estava meio tristonha de manhã. Eu expliquei que provavelmente era porque não tinha ligado para ela no dia anterior.

Quando chegamos minha mãe estacionou o carro. Eu deixei minhas malas ali mesmo e seguimos para a entrada. Ela abriu a porta e olhou se tinha alguém vendo. Eu entrei depois, seguimos até escutar vozes vindo da cozinha. Era minha mãe Cleusa e Hanna preparando o jantar. Minha mãe Raquel seguiu e eu fiquei escondida.

Minhas mães trocaram um beijinho e Hanna deu um beijo no rosto da minha mãe Raquel dizendo. "Oi sogrinha" Eu achei muito fofo aquilo. Hanna foi arrumar a mesa e minha mãe Raquel perguntou o porque ela estava com a carinha triste desde de manhã. Ela disse que estava com saudades de mim. E que eu fui beber ontem e não liguei para ela. Isso a deixou um pouco chateada, mas que era coisa boba e logo estaria bem.

Ela terminou de arrumar a mesa, minha vontade de ir até ela era enorme. Minha mãe Raquel disse para ela por mais um prato na mesa pois tinha uma visita para jantar com elas. Hanna nem falou nada e foi colocar outro prato. Ela realmente estava bem triste e chateada tadinha.

Mas minha mãe Cleusa achou estranho e olhou para sua esposa que fez um sinal de silêncio. Ela não entendeu bem pela cara que fez, mas não falou nada. Eu ali vendo tudo de meia esquina na porta.

Aí minha mãe Raquel perguntou a Hanna se ela nem queria saber quem era a visita. Ela pediu desculpas por não perguntar e disse que quem queria que fosse estava do outro lado do oceano naquele momento. Ela falou e fez uma carinha tão triste que não aguentei. Entrei na cozinha. Ela estava de costas para a entrada e não me viu. Minha mãe Cleusa quando me viu levou a mão à boca para não gritar, eu acho. Cheguei mais perto e falei.

Carla: Quem seria essa pessoa idiota que prefere estar do outro lado do oceano e não aqui ao lado dessa mulher linda?

Ela meio que foi se virando devagar para ter certeza de que era realmente eu ali. Quando ela me viu e teve certeza que sim eu estava ali, ela pulou nos meus braços. Ela me beijava, me abraçava, segurava meu rosto, olhava e me beijava de novo.

Por fim ela começou a chorar abraçada comigo. Minha mãe Cleusa veio até nós. Nos abraçou e deu um beijo no meu rosto. Eu estava muito feliz naquele momento.

Depois de um tempo Hanna se recompôs e eu também claro. Não vou negar que chorei ali abraçada com ela.

Nos sentamos e contei tudo a elas sobre eu vir mais cedo pro Brasil. Jantamos e ficamos conversando até tarde. O clima estava muito bom. A felicidade tomava conta do ambiente, mas meu cansaço bateu. Fui tomar banho e depois para a cama.

Hanna disse que estava com muita saudades de mim, mas que era para eu descansar que no outro dia a gente matava a saudade. Eu concordei com ela. Depois de dormir pouco na noite passada, viajar quase 11 horas até chegar em casa, o cansaço era demais. Então deitei com ela me abraçando e assim apaguei nos braços da minha amada.

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Continua.

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