O filho do Pastor 15

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 2784 palavras
Data: 03/08/2023 22:36:18
Assuntos: Amigo, Gay, pastor, Reencontro

Sair de perto do meu pai me fez bem, ainda mais quando ele e minha mãe resolveram voltar, por outro lado deixar Isaac quando parecia que teríamos um chance de voltar foi uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida, tive medo de me ver em um mundo de “se” por isso resolvi não stalkear ou falar com Isaac, sabia que falar com ele não me daria forças para continuar, então mandei uma mensagem assim que cheguei na faculdade dizendo que precisava me afastar e ele respondeu que tudo bem e que entendia e foi a última vez que falei com ele por anos, o tempo da faculdade para ser mais exato.

Minha mãe se ofereceu para ajudar e aceitei, ela me bancou durante meu período de ensino, mas quando fui fazendo estádios e gerando empregos de meio período fui cortando um pouco o valor que ela me mandava, não queria depender dela por muito tempo, mas precisava de ajudar e ser orgulhoso não ia me ajudar em nada, a faculdade de direito tinha muito material para estudar, precisava do dinheiro para comprar livro e para as despesas normais como aluguel e comida.

Não vou dizer que fiz as pazes com minha mãe, mas encontramos nosso tipo de relação onde não havia convivência, mas respeitava e a reconhecia como minha mãe, mesmo sendo doloroso ter sido abandonado e ficar sabendo que ela voltou pelo meu pai e não por mim, porém estava longe isso ajudava a não pensar nisso com muita frequência.

Durante a faculdade tentei esquecer Isaac de todas as formas, até arrumei um namorado que não durou muito, mas posso dizer que tentei seguir com a vida, mas meus sentimentos me traiam e sempre acabava voltando para ele, foram muitas as noites em que tive vontade de ligar, principalmente quando bebia, só que nunca liguei por medo, fui criando um medo dele está com outra pessoa, não suportaria se ele estivesse feliz e casado com alguém, podia ser hipócrita e egoísta da minha parte, mas era o que era, meu ciúmes não suportaria saber que ele tinha outra pessoa na vida dele.

Depois do segundo ano de faculdade Davi reapareceu na minha vida me mandando mensagem, queria fazer as pazes e pedir desculpas por tudo, levou um tempo até voltarmos a ser amigos e mesmo não sendo mais como antes agora a gente conseguia conversar de boas, ele queria me contar coisas sobre Isaac, mas o interrompia todas as vezes, as únicas coisas que sabia sobre ele era que não tinha falado com Davi e que nem se viam mais depois da escola, soube que ele mudou de número e se tornou low profile — alguém que não usa redes sociais — Davi disse também que ele havia largado a faculdade e a notícia mais triste foi que o pai dele tinha se envolvido com uma mulher casada e que o marido dela matou ele, nem quis saber os detalhes, mas pelo que Davi falou a morte do pai mudou muitas coisas na vida de Isaac, isso até tinha me feito pensar sobre o meu, mas ele não estava morto só não queria falar comigo por ser gay e ele um pastor.

Quando me formei minha mãe fez questão de vir me prestigiar, meu tempo na faculdade tinha me feito perceber que dar aulas era o que mais queria, para isso precisava ter o mestrado então logo passei a estudar para a OAB e para o mestrado, mas veio o primeiro baque, minha mãe disse que só me bancária para estudar para minhas provas caso eu voltasse para casa, a priore neguei convicto que não voltaria para aquela casa, mas quando vi minha situação não tive escolha, meu único consolo era saber que logo estaria no mestrado e poderia sair da casa dos meus pais logo, basicamente seria algo temporário.

Voltar para casa significava muitas coisas para mim, ver meu pai, talvez encontrar com Isaac, não conseguia saber o que era pior para mim, a viagem foi de grande ansiedade, na rodoviária minha mãe me buscou e foi falando o quando estava feliz por esta em casa e que meu pai também estava feliz só que do jeito dele, para ela era como se a grande família feliz em fim estivesse completa, mas meu pai me odiava, ela abandonou seu filho com meu tio e eu estava só de passagem, assim que passasse no mestrado iria embora de novo e dessa vez para sempre se tudo desse certo, mas não queria discutir então só me calei e deixei ela falar o quanto quisesse.

Meu quarto estava igual me lembrava, tudo no mesmo lugar, meu pai queria desfazer, mas minha mãe nunca deixou, na cabeça dela um hora ou outra teria seu filho em casa de novo, quem diria que ela estava certa, só que preferia que não estivesse tudo igual pois me fez lembrar dos beijos que troquei com Isaac antes de viajar, e quando estava doente e ele veio cuidar de mim, até as punhetas que bati pensando nele me vinham na cabeça, e claro todas as vezes que chorei nesse quarto, achei que não desfazer minhas malas me daria um sensação de está ali por um tempo, mesmo que não tivesse tanta certeza de quanto tempo passaria ali ainda sim era melhor parecer uma visita.

O clima com meu pai estava terrível, na primeira semana nem sai do quarto, o pastor só falava comigo se fosse para me ofender, ele até me proibiu de ir ao culto, ele e minha mãe estava brigando por minha causa também, comecei a me sentir sufocado, no fim de semana não aguentei e sai em busca de um lugar onde pudesse comer algo ou beber algo, pedi o carro da minha mãe emprestado e sai pela cidade dando rolê, foi inevitável não ir onde sabia que Isaac comprava sua droga, desci do carro e meu coração acelerou com a possibilidade de encontrá-lo por lá, mas foi em vão ele não estava, mesmo assim me sentei no mesmo lugar onde ficamos quando ele me trouxe aquele lugar.

— Jonas! — Me assustei quando ouvi meu nome.

— Davi! — Davi estava igual, ou quase, seu cabelo estava maior, tinha umas tatuagens no pescoço e um alargador na orelha, ele ainda mais gato do que no tempo de colégio.

— Por que não me falou que estava na cidade?

— Estou só por uns dias e você como está?

— Ah, levando, trabalho com minha mãe e você o que tem feito?

— Estudando para a OAB e para a prova do Mestrado.

— Você sempre foi nerd. — Ele riu.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei.

— Cara vim comprar um cê sabe.

— Você ainda usa? — Fiquei surpreso.

— Pouco, mas uso sim é bom para aliviar o estresse, a gente bem que podia dividir o que acha? — Lembrei imediatamente do dia em que ficamos e quis sair dali, minha ansiedade atacou na hora.

— Não vai dar, tenho que ir devolver o carro da minha mãe valeu.

— Já viu ele. — Davi me perguntou quando estava me despedindo dele.

— Não, ele ainda mora aqui? Minha mãe disse que a família dele mudou depois que o pai dele morreu.

— Nosso pai, pois é, mas ele ainda está na cidade.

— Davi tenho que ir, foi bom te ver. — Tive que cortar a conversa abruptamente, não iria suportar ouvir que ele estava com alguém.

— Me liga, vamos marcar algo. — Insistiu ele.

— Beleza.

Davi ainda tinha intenções em mim e não estava esperando por isso, sai meio sonso daquele lugar e lutando para as lágrimas não derramam, parecia que uma ferida antiga tinha reaberto no meu peito, na volta para casa vi que tinha um açaí perto de casa e tinha um sushi perto de casa, durante a faculdade tinha ficado viciado em comer sushi e como não tava legal pensei que fazer algo que costumava fazer na faculdade fosse me alegrar, parei no lugar e me surpreendi, era um lugar muito bonito e organizado, o sushi estava com uma cara ótima e até me fez esquecer um pouco dos problemas, para minha sorte não era só a cara, mas o gosto era divino, quando paguei no caixa enchi o sushiman de elogios, depois desse dia fiquei viciado no sushi desse lugar, mas como não tinha pic para sair do quarto passei a pedir pelo aplicativo, meus dias se resumiam em estudar e dormir, estava até pálido por que nem o sol estava me vendo naqueles dias.

Nem todos os dias eram ruins as vezes meu pai passar mais tempo na igreja e a casa ficava em paz, mas tranquilidade mesmo veio quando já estava a dois meses morando com eles e veio a notícia de que eles iriam para um retiro e teria o fim de semana inteiro livre e sozinho em casa, parecia natal para mim, fiquei tão feliz que comecei a contar as horas para a viagem deles, na sexta virei a noite estudando e no sábado acordei super tarde, sem minha mãe em casa comi uma beiteira mesmo e voltei a estudar, mas estava tão cansado que peguei no sono e dormir a tarde toda, quando acordei a casa já estava escura, estava varado de fome e sonolento ainda, pensei em ir comer meu sushi favorito, minha mãe havia deixado a chave do carro comigo já que viajaram no ônibus da igreja, aproveitei para dar uma saída da toca, mas estava tão desligado que sai sem carteira e sem celular.

Assim que cheguei vi que tava tendo promoção, vou me esbaldar foi o que pensei, peguei todos que gostava e fui para o caixa pegar uma ficha nesse lugar você podia tanto pagar logo ou abrir uma comanda para acertar no final, estava com tanta fome que fui direto para mesa e deixei para pagar no final, só que bastou começar a comer que me ocorreu que não estava nem com minha carteira e nem com o celular, “agora fudeu” pensei alto.

Antes de terminar de comer todos e ter um problema maior fui até a moça do caixa explicar minha situação, para o meu azar não era a mesma que sempre atendia que estava lá, me apresentei expliquei que sempre comprava de lá só que pedia mais para entrega, perguntei se era possível pagar depois, iria em casa e voltaria com o dinheiro no mesmo dia ainda.

— Desculpe senhor, mas só se o dono autorizar. — Disse ela tentando ser educada.

— Entendo, você pode chamar ele por favor? — Só me restava esperar que esse cara fosse compreensível e me deixasse pagar depois, sabia que não seria preso por isso, mas odiaria me queimar no meu lugar favorito.

— Só um segundo. — Ela foi até a cozinha e fiquei esperando, mas meu coração não estava preparado para o que eu vi.

— Jonas! — Isaac estava lá de avental, touca, uma blusa que era a farda do lugar e uma calça jeans, mas mesmo pelado ele ainda seria o cara mais lindo daquele lugar, se Davi tinha ficado mais bonito Isaac nem dava para descrever em palavras, seus braços ainda mais fortes que antes, seus olhos me encarando fiquei sem ação.

— Isaac. — Foi difícil não gaguejar, mas ele veio até mim e ignorando minha mão para comprimenta-lo ele me deu um abraço, seu perfume era fraco mas delicioso, o calor do seu corpo acendeu uma chama intensa dentro de mim, quando dei por mim estava abraçando ele com tanta força, não queria solta-lo nunca mais se possível.

— Quanto tempo. — Ele disse quando finalmente nos largamos.

— Cinco anos. — Meus olhos ardiam, mas segurei as lágrimas. — Isaac sai sem minha carteira a moça disse que só posso resolver com o dono e pode chamar ele por favor. — Tentei voltar para o meu problema para tentar manter os ânimos.

— Sou eu Jonas, abri esse sushi bar depois que meu pai morreu. — Ele não conseguia parar de rir e nem desviava seus olhos dos meus.

— Ah sindo muito.

— Tranquilo já tem uns três anos.

— Bem, esqueci minha carteira e meu celular só preciso de um tempo para ir em casa e. — Ele me interrompeu.

— Erika pode dar baixa na minha conta o pedido dele.

— Não, eu volto para pagar. — Insisti.

— Negativo, você não me deve nada Jonas, pode comer quanto sushi aguentar por minha conta. — O sorriso dele me desmanchava todo.

— Isaac.

— Deixa de ser teimoso, vai lá termina de comer seu pedido, você voltou, tá com alguém? — Essa pergunta tinha tantas camadas.

— Sozinho.

— Tá vou terminar uns pedidos lá dentro e já venho falar mais com você pode ser.

— Pode. — Falei meio desconfiado.

— Por favor não vai embora sem falar comigo. — Seus olhos nos meus não tinha como dizer não.

Voltei para minha mesa e fui terminar de comer meu pedido, agora que sabia que meu sushi favorito era feito pelas mãos do Isaac eles pareceram ainda mais deliciosos, estava com um misto de sentimentos, ele pareceu gostar muito de me ver, será que ainda só queria ser meu amigo ou continuaríamos de onde paramos com aquele beijo, estava ficando louco, minha ansiedade estava dando as caras de novo, pensei em levantar e ir embora uma mil vezes, mas minhas pernas não obedeciam era com se estivesse colado na cadeira, não tinha forças nem para fugir, quando estava perto de acabar de comer as peças do meu prato vejo ele vindo, agora sem a touca do cabelo e sem o avental, a blusa era marrom e tinha o símbolo do sushi só agora que havia me dado conta no nome do lugar, SP Sushi, como não tinha me dado conta disso antes.

— Sério que seu sushi bar se chama senhor perfeito?

— Pensei em milhares de nomes, mas esse me pareceu mais perfeito. — Ele fez aspas indicando seu trocadilho.

— Quero minha parte já que eu dei o nome. — Disse brincando.

— Tudo bem, justo, pode comer de graça quando quiser. — O sorriso dele me quebrava.

Ele quis saber como foi na faculdade e contei a ele, achei que se falasse de mim ele não teria espaço para me dizer que estava casado e com filhos — Fanfic que fiz na minha cabeça — então contei tudo com riqueza de detalhes.

— Nossa, muita aventura, bem eu larguei a faculdade quando meu pai morreu, minha mãe precisou de mim aqui, quando recebemos o dinheiro do seguro abri esse lugar, minha mãe não tinha mais condições de trabalhar então foi isso que quebrou o galho.

— Você aprendeu a fazer sushi quando?

— Na faculdade tive um lance com um cara que era sushiman, ele me ensinou umas coisas e depois fiz curso. — Minha cara entregou meu ciúmes.

— E ainda está com ele?

— Não, estou solteiro no momento. — Pareceu que o mundo caiu das minhas costas, até voltei a respirar. — E você está saindo com alguém?

— Não, estou aqui estudando para o exame da ordem e para o mestrado.

— Vai embora de novo. — Senti seu tom mudar.

— Vou. — Engoli em seco e ficamos em silêncio.

— Certo, boa sorte nas suas provas, ah tô falando sério sempre que quiser comer sushi só pedir que aqui você não paga.

— Obrigado, tenho que ir. — O clima estava estranho então fugi.

Em casa não parava de me chamar de burro, porque não peguei o número dele, ou melhor por que não chamei ele para fazer algo, agora me conhecendo como conhecia não pisaria mais lá tão cedo, com era idiota, praguejei muito, nem tive mais cabeça para estudar, larguei tudo e fui dormir, quando pego no sono sou acordado pelo som da campainha, acho estranho por que todos os amigos dos meus pais estão com eles no retiro, quando vejo é quase uma da manhã, fico preocupado de ser algo relacionado aos meus pais, vou até a porta com pressa e quando abro meu coração acelera, Isaac está em pé com uma sacola e um sorriso que me deixa nas nuvens.

— O que você está fazendo aqui?

— Vim trazer uma coisa que você esqueceu.

— O que?

— Isso. — Isaac me puxa pela cintura e beija minha boca, sua língua procura a minha, nossa nenhum beijo chegou perto do dele, o encaixe dos nossos lábios era inexplicável, meu pau ficou duro na hora, uma de suas mãos foi para minha bunda enquanto a outra me apertava contra seu corpo até pude sentir sua ereção.

— Isaac. — Falei entre nosso beijo.

— Jonas deixa eu fazer isso por favor, cinco anos é tempo de mais para esperar.

— também acho, sou seu Isaac sempre fui.

Minha fase bateu nele do jeito que eu queria que batesse, entramos em casa e fomos nos agarrando até o quarto, agradeci meus pais não estarem que assim a casa seria só nosso e com certeza iria aproveitar ao máximo para transar com ele em todos os lugares possíveis.

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Comentários

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Estou aqui chorando de emoção com esse reencontro. Que lindo! Queria que o mundo todo entendesse como é lindo e natural o amor entre dois homens.

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O Jonas é um baita drama queen, mas vai ter um final feliz com o macho da vida dele, tomara hehehe

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Aiiii tão perfeito eu imaginei que não fosse terminar com um final triste ansioso pelo próximo capítulo,eu tô apaixonado nesse conto.

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COM CERTEZA O ORGULH TE FEZ AFASTAR DE ISAAC, MAS ISAAC TB FOI ORGULHOSO, PERDERAM 5 ANOS DAS SUAS VIDAS, DE AMOR, DE CARINHO ETC ETC ETC. QUE TAL RECUPERAR TUDO ISSO, TODO O TEMPO PERDIDO E VOLTAR TUDO O QUE ERA ANTES?

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