Minha relação com Zé estava bem estranha, a gente transou umas duas vezes durante a semana e ele até estava fazendo o possível para que eu não o visse com a Jaque, para evitar o ciúmes louco dele achei melhor nem comentar com ele que tinha visto o Di uns três vezes aquela semana, ele passou na minha casa depois do treino da academia segunda, terça e na quarta, na quinta ele não foi mais me mandou mensagem perguntando como eu estava, ele agora tinha cismado que eu tinha que começar a malhar com ele, cara chato.
Não estava rolando nada com o Di, mas era só mencionar o nome dele que o Zé surtava, já era sexta e o Zé e eu tínhamos acabado de tomar banho juntos onde chupei ele no banheiro quando ouvi Di me chamando la fora, minha mãe não estava, ainda bem, porque se não ela tinha deixado ele entrar e seria difícil explicar o Zé sem roupa no meu quarto.
Zé: O que ele quer? (Já estava zangado)
Eu: Como vou saber se eu ainda não fui ver o que ele quer?
Zé: Não vai, deixa ele chamar.
Eu: Deixa disso cara, ele é meu amigo e você não é meu namorado.
Zé: Não fala assim, você sabe que não posso.
Eu: Exatamente, você não pode dizer com quem eu falo ou quem é meu amigo
Me vesti e fui na porta falar com ele, Zé querendo marcar território imagino eu vestiu só o calção e colocou a blusa no ombro me acompanhando,
Eu: Fala Di.
Di: E ai Fabim, ei Zé cê vai pro racha hoje né?
Zé: Vou sim.
Di: Fabim, você quer que eu venha te buscar mais tarde?
Zé: Ele nem joga porque você viria buscar ele? (Zé nem conseguia controlar a raiva em sua voz, sorte que Di nem fazia ideia)
Eu: Eu posso falar?
Di: Não to falando do racha Zé, tô falando lá de casa depois do racha.
Zé: Ele não vai poder a gente marcou de sair hoje.
Eu: Marcamos?
Zé: Você esqueceu que vamos sair com a Jaque e a prima dela hoje, é aniversário da prima dela.
Di: Se a festa acabar cedo você me liga que eu te busco Fabim.
Di não era de desistir quando colocava uma coisa na cabeça, mas estava tentando entender porque o Zé tinha inventado uma desculpa tão esfarrapada, já que era pra mentir poderia ter feito isso com algo mais simples,
Eu: Aviso sim Di. (Já nem discute mais com esse garoto que não aceitava nada além de um sim.)
Di: Até mais tarde, gente.
Di foi embora e Zé também já estava de saída, mas eu perguntei:
Eu: Que desculpa ruim essa que você inventou.
Zé: Não é desculpa, depois do racha eu passo aqui pra te buscar.
Eu: Você ficou louco José, eu não vou nem amarrado.
Zé: Você tem que ir, Jaque tá achando que você não gosta dela, já que você a evita.
Eu: Eu estou evitando ela porque estou dando pro namorado dela.
Zé: Deixa de ser criança Fábio, você pode até ficar com a prima dela e fala pro Diego que seu nome é Fábio e não Fabim.
Eu: José eu não quero ficar com a prima de ninguém caralho cara me escuta eu não gosto de mulher.
Foi a primeira vez que eu disse isso em voz alto e foi algo bom para mim, mas Zé ficou parado olhando em choque para mim, ele só podia estar cego de ciúmes de achar que eu iria segurar vela dele, só para não ir para a casa do Diego, um raiva em mim começou a crescer e eu o confrontei,
Eu: Não vou sair com você e a Jaque, não tente forçar uma coisa que não existe e outra se eu quiser ir para a casa do Di eu vou porque ele é meu amigo.
Zé: Se você for por Diego hoje eu para nossa amizade aqui.
Agora foi eu que fiquei em choque, nunca pensei que ouviria um ultimado dele, nos conhecemos a quase sete anos, éramos quase irmãos, eu o amava e ele me amava eu sabia, não poderia ser serio que ele me faria escolher entre ele e o Diego sem que eu estava dando para ele, caralho fiquei tão puto que nem respondi nada e ele reforçou sua fala para me dar a entender que estava falando sério.
Zé: Se você aparecer no Diego hoje acabou tudo entre a gente, você está avisado.
Ele foi embora com toda a sua marra e eu entrei em casa com um ódio me tomando cada vez mais, se o Zé achava que podia ser babaca comigo eu iria ensinar uma lição a ele, não iria baixar a cabeça para ele mesmo que isso custasse nossa amizade. Pensei em desistir várias vezes, porém crie coragem e me arrumei, coloquei uma camisa bonita e uma bermuda jeans que dava uma valorizada nas minhas coxas e bunda, coloquei meu melhor perfume, um tênis pra fechar, não era muito de me arrumar, só que quando eu fazia ficava muito gato, minha mãe me perguntou para onde eu estava indo e eu só respondi que iria para a casa de um amigo, só que antes tinha uma parada nos meus planos.
Quando cheguei no campinho Di estava jogando no time dos sem camisa e Zé estava no time contrário, Di foi o primeiro a me ver e logo abriu o sorriso que me desconcertou toda vez, essa noite eu estava ousado então dei uma piscada para o Di e seu sorriso pareceu ainda mais radiante, o que chamou a atenção do Zé que seguiu o seu olhar até mim, a cara do José fechou na mesma hora em que me viu, eu fui para a arquibancada ficar juntos com as pessoas que assistiam o jogo, dei boa noite e fiquei ali “torcendo” pelo time do Di, o que irritou o Zé profundamente, mesmo jogando com tudo que tinha o time do Di perdeu e ele saiu do campinho, tomou uma água e veio falar comigo,
Di: Essa marra toda é pra sair com a prima da Jaqueline? (Já o conhecia para saber que tinha algo a mais em sua pergunta.)
Eu: Não, estou arrumado para outro rolê.
Di: Qual, posso saber?
Eu: Ué, você não me convidou? (falei fingindo estar ofendido)
Di: (ele passou a língua nos lábios e me olhou como um leão olhando sua presa.) Jamais, mas falei que iria te buscar.
Eu: Quis fazer uma surpresa. (e do nada esta lá brincando com fogo flertando com um cara hétero.)
Di: Eu adoro surpresa, ainda mais uma dessas, vai comigo depois daqui?
Eu: Meu plano é esse, claro se não tiver marcado com ninguém.
Di: Eu marquei com você não foi?
Está com Di era sempre leve e eu me acabava de rir das suas palhaçadas, ele tinha falas de duplo sentido e era muito palhaço, por isso todos gostavam da companhia dele, Zé não tirava os olhos da gente, sua raiva era refletida no jogo, eu nem liguei, no início até queria provocar, só que era só começar a conversar com o Di que eu esquecia de tudo, ele agora me apresentava uma tal de Ana que era a nova namorada do Lucas, ela era ruiva e sua pele era muito branca, magrinha e muito meiga, fiquei conversando com ela enquanto o Di voltava para o campo, o time do Zé havia ganhado de novo.
Futebol nunca foi meu esporte favorito, então estava mais envolvido com a minha nova amiga do que com o jogo em si, até ouvir Di reclamar de algo, quando olho ele estava no chão e Lucas seu primo brigava com o Zé, pelo que entendi da confusão Zé tinha feito uma entrada violenta contra o Di que era Zagueiro ou coisa do tipo, Di precisou de ajuda para sair do campo, não tinha quebrado nada graças a deus, como isso acontecia no esporte o Di levo numa boa como se fosse um acidente, mas eu sabia que tinha sido proposital e fiquei muito puto com a estupidez do Zé, Di ficou na arquibancada comigo e Ana cuidando dele, uma garota tentou chegar para ajudar mais Di falou que não precisava que a Ana e eu já era suficiente,
Di: Serio gente, só machucou, não foi nada de mais, cai errado só isso.
Ana: Diego ele foi de propósito, deu pra vez.
Di: Nada haver cunha (era assim que ele chamava ela, se referindo como se fosse sua cunhada.)
Eu: Tem certeza que cê ta bem?
Di: Estou sim pai (disse com ironia) gente o Zé é assim mesmo ele só joga quebrando, tá tranquilo.
Quando o jogo acabou Di já conseguia ficar de pé mais ainda estava meio dolorido, Lucas ajudou ele a ir no vestiário banhar, enquanto o esperava lá fora ainda junto com a Ana o Zé saiu do vestiário e veio até mim.
Zé: Vamos!
Eu: Eu não vou com você . (Ana percebeu a animosidade dele e nos deu privacidade.)
Zé: Como assim não vai, eu te falei ou você vem comigo ou acabou.
Eu: Zé somos melhores amigos, eu te amo, mas não vou ceder só porque você quer se comportar como uma criança birrenta, você sabe que não tenho cara para está com Jaque.
Zé: Está usando isso como desculpa para ir com ele, pensa que eu sou idiota, se ele não está te comendo tenho certeza que você deve está doido para dar para ele né?
Eu: Não vou ficar ouvindo você me ofender assim não José. (Fui saindo mais ele me segurou e me puxou para mais longe do pessoal que esperava os amigos no vestiário)
Zé: Ele tá te comendo né, o pau dele é maior que o meu, isso eu duvido.
Eu: Deixa de ser babaca cara.
Zé: Eu to sendo babaca, você é um viadinho guloso que não se contenta só com uma rola e precisa de várias, vem cá o Lucas também está metendo em você.
Meu olhos lacrimejaram, nunca tinha visto tanta fúria nos olhos do Zé antes, nem sabia o que responder, ele pôs as mãos no cabelo, a sensação que tive era que ele queria me bater, mas estava se segurando.
Eu: Zé vai embora. (falei com as lágrimas nos olhos.)
Zé: Eu te amo porra, porque isso não basta, porque você não pode ficar só comigo, porque você tem que estragar tudo?
Eu: Zé eu não estou dando para ninguém, o Diego é meu amigo e você é um babaca, talvez seja melhor mesmo a gente parar por aqui.
Zé: Tá me zoando né, você não pode estar falando sério, vai me trocar por aquele merda?
Eu: Não José, eu não estou trocando ninguém, você diz que me ama, mas tem namorada e seu ciúmes estão fora de controle.
Zé: Desculpa vai, é que ele quer te comer cara você não vê isso, vem comigo por favor, eu falo para Jaque que não posso ir e ficamos juntos vem. (ele estendeu a mão para mim.)
Di: Vamos Fabim. (Di me chama de longe.)
Eu: Tchau José.
Dar as costa para ele foi mais difícil do que eu imaginava, a oferta dele era muito tentadora, mas não iria conseguir esquecer as coisas horríveis que ele me disse, enxuguei as lagrimas de forma discreta e segui com Di e os outros para sua casa, Zé saiu puto indo para casa, como ele sempre brigava com a namorada aí ficava assim raivoso ninguém suspeitou que fosse comigo, bem Ana até poderia ter entendido algo, mas ficou na dela, estava muito magoado e pela primeira vez iria me permitir curtir na casa do Di e tentar esquecer o Zé.
