Uma Freira Muito Estranha - Parte 6 - De Volta à Vida Normal

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Heterossexual
Contém 2126 palavras
Data: 18/04/2023 13:19:57

Quando o Portal se fechou, fiquei surpreso.

Estávamos em uma sala ampla, com móveis antigos, muito bem decorada. Mas parecia algo do início do século passado. Anthea me apresentou o lugar:

- Estamos no subsolo de minha casa. Este é um lugar intermediário, onde posso ficar sem ter os efeitos nocivos do seu mundo. Eu e Arthur passamos boa parte do nosso tempo aqui. Temos um quarto ao lado, claro.

- Não estou entendendo nada, Anthea. Como Alethea foi capaz de me trair daquela maneira?

- Sente-se, por favor, Roberto. A história é longa. Ela não é uma pessoa má. Isso faz parte da religião de nosso mundo, que ela aprendeu desde criança.

- Mas ela queria me matar, pelo que você falou.

- Ela foi criada por Sacerdotisas... naquele Templo, Alethea teria sua “noite de núpcias” com você, e a primeira relação sexual ...

- E isso seria ruim?

- Primeira e última. Após o ato sexual, você seria sacrificado .

- O QUE?

- Você deve conhecer o “louva-a deus”, inseto do seu mundo.

- Conheço, claro.

- E sabe que , após o ato sexual, as fêmeas devoram o macho.

- Alethea...ia me comer?

- Não, Roberto. É só para você entender melhor. Quero dizer que após a noite de núpcias, as mulheres de nosso mundo acreditam que, ao entregar seu companheiro para a Entidade Cósmica, Khlûl-Hloo, ele será transportado para um “mundo melhor”. Na verdade, ele se torna apenas alimento para a entidade.

- Como é o nome dessa coisa mesmo?

- Khlûl – Hloo.

- E como é essa criatura?

- Ninguém conseguiu jamais vê-lo por inteiro, pois é um ser imenso. Mas sabemos que além de aparecer no Templo, também percorre com seus longos tentáculos os túneis que conectam nossos mundos.

- Tentáculos? Um escritor daqui mencionava um ser chamado Cthulhu em seus livros. A pronúncia é quase a mesma.

- Pode ser. Mas deixe-me continuar. Após engravidar do seu macho, a mulher é considerada sagrada e recebe tudo o que necessitar ; porém, quando a filha chega a uma determinada idade, a mãe deve ir ao Templo, onde deverá ir ao encontro de Khlûl-Hloo para que ele a leve para junto de seu homem.

- Na verdade, sendo comida pela criatura.

- Entenda, existem religiões que acreditam na vida após a morte, ressurreição, reencarnação entre outras coisas. E é assim a Tradição em Adrasthea.

- Adrasthea? É esse o nome de seu planeta?

- Exato. Curiosamente, Adrasthea significa “Deusa do Destino Inevitável”, mas em algum ponto de nossa História o povo passou a venerar a “Entidade Cósmica”. Há livros antigos, que foram proibidos mas que tive a oportunidade de ler, que descrevem Adrasthea como uma Deusa de inigualável beleza, justa e bondosa.

- Ah, Anthea... isso é muito para a minha cabeça. Só consigo pensar que fui enganado por ela. Achei que ela me amasse, ou pelo menos gostasse de mim.

- Foi isso que tentei explicar há pouco. Ela realmente gostou de você, mas não a ponto de duvidar da Entidade e renunciar às suas crenças.

- Como o louva-a-deus fêmea deve amar seu macho...até devorá-lo.

- Eu mesma passei por isso, Roberto.

- Você teve seu companheiro sacrificado?

- Não. Arthur, meu primeiro e único amor, continua vivo.

- Mas como?

- Ele sobreviveu. Mas é uma história muito longa, e você já ouviu demais. Vou ver se alguma das roupas de Arthur serve em você.

Ela saiu da sala, e fiquei ali, pelado, sentado no sofá. Não resisti e chorei. Toda a minha história com Alethea havia terminado muito mal. Uma moça tão linda, e capaz de me levar para ser sacrificado em um Templo demoníaco.

Pouco depois, Anthea retornou com as roupas. Ficaram um pouco folgadas, mas serviriam para que eu voltasse à minha casa.

- Roberto, preciso lhe contar mais uma coisa.

- Ah não, mais coisa ruim?

- Não – ela riu – a parte boa é que você retornou apenas alguns minutos após ter saído. O portal tem a propriedade de nos trazer de volta quase ao mesmo tempo . Assim, você ainda pode descansar e trabalhar normalmente amanhã, que é segunda-feira.

- Inacreditável.

- Mas precisamos continuar esta conversa. Há muitas coisas que você precisa saber sobre o meu mundo.

- Não sei se quero saber, Anthea. Você não faz ideia de quanto eu gostava dela.

- Eu consigo imaginar, pode acreditar em mim. Mas não quero tomar mais o seu tempo, se você precisar, fale com Arthur, ele vai me avisar.

Como eu – felizmente – havia ficado com minha carteira, pude chamar um táxi e ir até onde meu carro estava estacionado. Voltei para casa, mas estava arrasado. O efeito da droga que Alethea havia passado em mim havia cessado, e fiquei relembrando o que aconteceu.

Tive dificuldade em pegar no sono, então tomei uma taça de vinho, que às vezes me ajudava a dormir.

Naquela noite, mesmo não querendo, sonhei novamente com ela. Ou melhor, com alguém que se parecia imensamente com Alethea, mas que tinha algo de muito diferente.

Eu estava deitado na cama, e senti uma presença no quarto. Era tão intensa que acreditei que realmente poderia haver alguém ali dentro. Então, vi a imagem de Alethea. Mesmo sentindo que estava desperto, ela foi se aproximando lentamente de mim. Estava totalmente nua, e o corpo era como eu me lembrava, perfeito, escultural. Fiquei assustado, afinal ela havia tentado me levar àquele Templo, onde eu seria sacrificado. Então ela sussurrou:

- Calma, Roberto. Não vou lhe fazer mal.

Mesmo ouvindo isso, eu me encolhi todo e me cobri com o lençol. Ela deitou-se sobre mim e colou seu rosto ao meu. Depois segurou meu rosto, e olhou bem no fundo dos meus olhos.

- Não se preocupe. Estou vendo dentro de você. Preciso saber se é digno para que eu possa confiar na sua pessoa.

- O...O que está vendo?

- Em breve entenderá.

Houve um clarão intenso, e ela desapareceu. Sentei na cama, todo suado. O que aquela visita poderia significar? A última coisa que eu desejava era rever Alethea. Mas, no fundo, eu sentia sua falta. Ela havia mesmo mexido comigo, eu sentia que havia algo que nos conectava.

Talvez fosse aquilo que ela – e Anthea também – haviam feito, chegado bem perto e quase tendo encostado o rosto em mim. Alguma conexão telepática? Isso explicaria algumas atitudes da “estranha freira”. E também o porquê de Anthea ter dito que sabia o que eu sentia.

De qualquer maneira, eu estava decidido a esquecer toda aquela história, voltar à minha vida normal, sair com mulheres normais, trepar sem o risco de ser oferecido em sacrifício a um “deus-polvo”, ou o que quer que fosse aquela “Entidade Cósmica”.

Mas o dia seguinte era segunda-feira, e eu precisava descansar para trabalhar normalmente.

Consegui dormir, lembro vagamente de ter sonhado com partes do que havia ocorrido. Mas eu não podia ficar remoendo aquilo, então procurei desviar meu pensamento, lembrando de antigas namoradas, dos bons momentos. Mas não da última, ela não me trazia boas lembranças. Claro que nada ultrapassava Alethea, o que havia acontecido era coisa de filme.

A manhã chegou, fiz meu café, preparei um sanduíche para comer no meu intervalo, e o dia de trabalho transcorreu normalmente. Após o expediente, passei no mercado para comprar algumas coisas, e depois fiz uma refeição leve. Liguei a tevê e assisti, meio sem prestar atenção, a uma dessas séries da tevê por assinatura. Era uma série antiga, em que haviam portais que conectavam duas realidades. Naquele caso, eram realidades paralelas onde a História havia se desenrolado de maneira diferente em um mundo e outro. Não pude deixar de pensar que o mundo de Anthea e Alethea ...como era mesmo? Adrasthea ou algo assim...era bem diferente do meu. Pelo menos a parte onde estive.

E se aquela parte do planeta fosse como certas regiões daqui, e houvesse cidades grandes, metrópoles como Londres e Berlim?

Eu estava divagando. Resolvi desligar a televisão e pegar um livro para ler. Fui à minha pequena biblioteca e escolhi um livro do H.P. Lovecraft, talvez houvesse alguma relação entre o que eu havia presenciado e as histórias contidas ali. Folheei rapidamente, olhei algumas páginas, mas lembrei-me que estava fugindo do meu propósito, que era o de viver uma vida comum.

Coloquei o livro de volta na estante. Peguei meu telefone e fui verificar meus contatos. Havia algumas amigas que topariam sair para beber alguma coisa. No entanto, na segunda os melhores bares estavam fechados, e eu também não estava lá muito a fim de sair. Eu estaria forçando a barra.

Fui dormir, rezando para não sonhar novamente.

Os dias e as noites seguintes foram calmos, no entanto eu podia sentir aquela presença em meu quarto, principalmente de madrugada. Pensando ser apenas meu receio de ser capturado novamente, eu procurava relaxar e voltar a dormir.

O fim de semana se aproximava, e eu queria fazer algo diferente. Pensei em convidar alguma amiga para sair. E foi o que fiz. Na sexta à tarde, liguei para a Tati, que era irmã de uma amiga minha, e estava morando há pouco tempo em minha cidade. Era uma moça linda, loira com cabelos não muito longos, olhos bem azuis. E com um sorriso cativante.

Falei que ela poderia escolher qualquer lugar que quisesse, já que eu conhecia bem os restaurantes e bares, e ela aceitou, só que ela preferiu ir a um Shopping Center, que tinha praça de alimentação, ela aproveitaria para comprar algumas roupas, já que trabalhava a semana inteira.

O Shopping em questão era o mesmo que passava em cima de um Portal, e onde eu havia comprado roupas após sair apressado de lá. Lembrei-me que aquela voz feminina ( que agora eu sabia ter sido de Anthea ) havia me dito para nunca mais entrar por aquela porta para o outro lado.

Fui buscar Tati em frente ao prédio onde ela morava. Depois fomos até lá e fizemos um lanche rápido em um pequeno restaurante japonês. Comemos sashimi de salmão, e ela também quis polvo, que eu dispensei.

- Você não gosta de polvo?

- Não daqueles que comem gente.

Ela riu.

- Não existem polvos que comem gente, Roberto!

- Prefiro não arriscar – eu disse, rindo.

Depois da refeição, fomos em algumas lojas. Tati resolveu comprar alguns biquinis, ela pretendia viajar para a praia dali a alguns dias. Na loja, ela pediu para que eu ficasse na entrada do provador.

- Eu gostaria que você me dissesse quais ficam melhores em mim. Não quero parecer gorda na praia.

Na verdade, ela sabia que era bonita e gostosa. Tinha um corpo estilo “violão”, uma bunda bem-feita, os seios redondos e firmes. Em um biquini, ficava uma tentação.

Tati escolheu os menores. Um deles era um fio dental que deixava praticamente toda sua bunda à mostra.

- Acha que este está pequeno demais?

- Que nada, você está linda nele! Mas tenha cuidado, use perto de onde haja salva-vidas, você pode fazer alguém infartar!

- Ah Roberto, deixe de bobagem!

Em um outro momento, ela empinou a bundinha nua para fora do provador, fazendo de conta que havia se distraído.

- Ai, desculpe!

- Tati, assim você acaba comigo!

- Que nada. Olhar não tira pedaço.

Ela foi assim, provocando devagar. Logo estávamos andando de braços dados pelos corredores do Shopping, até que um dos funcionários falou:

- Desculpem, fechamos às 23h.

- Nossa, como o tempo passou rápido!

Subimos até o nível dos estacionamentos e fomos até meu carro.

De súbito, tive um sobressalto. Pareceu-me ver a freira vestida de púrpura em um canto escuro.

- O que foi, Roberto?

- Nada, vi um vulto e pensei que devemos ter cuidado nesta hora da noite.

- Verdade.

Olhei de novo e não havia ninguém por lá. Entramos no veículo, e saí dirigindo. Perguntei a ela:

- Você quer ir para casa, ou dar uma esticada?

Ela me olhou com um jeito maroto:

- Esticar aonde?

- Onde você quiser...

Ela pensou um pouco, e então disse:

- Eu ouvi falar que há um motel novo, com suítes especiais, decoradas com quadros de pintores famosos, as paredes combinando...

- Sei qual é, mas nunca estive lá...ainda.

Ela realmente estava a fim de passar a noite comigo.

Pegamos uma rodovia onde ficavam os principais motéis e fomos até lá. Escolhemos a suíte “Mondrian”, as paredes eram todas decoradas com temas que lembravam seus quadros.

Assim que entramos, a primeira coisa que Tati fez foi vestir seu menor biquini e, depois de se admirar no espelho, pular na piscina.

- Vem ! A água está uma delícia!

- Tirei a roupa. Como não tinha calção de banho, fiquei pelado mesmo.

- Você não perde tempo, hem?

- Epa, se eu soubesse teria comprado uma sunga para mim.

Entrei na água, e ela me abraçou. Não perdi tempo, e beijei seus lábios macios. Ficamos nos beijando por alguns minutos, e nos acariciando. Devagar, fui soltando as tiras do biquíni, e logo ela estava nuazinha.

Fiz com que ela se sentasse na beira da piscina, e passei a beijar e lamber sua bucetinha depilada e lisinha.

CONTINUA

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Comentários

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Não acredito que a moça queria matar ele essa historia ta muito gostosa parabéns nota mil

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Pois é. Coisas inesperadas acontecem. E tem mais pela frente😄😄

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Negou mas citou Cthulhu não é? Kkkkkk

Capítulo excelente, clima de mistério que mantém o interesse e a imaginação férti. E a gente pensando o que vem por aí agora?

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Eu respondi seu comentário anterior.Depois que você comentou, resolvi dar uma "virada" na história. Khlûl – Hloo é a pronúncia de Cthulhu, segundo o Lovecraft. A história vai ser meio longa.

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