Marmita - Parte 6

Um conto erótico de Márcia (Por Mark)
Categoria: Heterossexual
Contém 4262 palavras
Data: 26/04/2023 09:48:47

Ela abriu as duas e colocou sobre a cama. Eram tanguinhas fio dental de renda quase transparentes na frente e praticamente inexistentes atrás, com um pequeno forrinho embaixo. Eu peguei a vermelha com a mão e comecei a rir, nervosa, enquanto olhava aquele paninho:

- O que foi? Também quero rir. - Ela falou enquanto me encarava, sorrindo.

- Nu! Ó o tamanho disso, Anne! “Tapa” nada, sô.

- Mas a ideia é essa, insinuar sem esconder, entendeu?

- Nossa mãe! - Disse e coloquei aquele paninho em frente da minha xerequinha com ralos pelinhos escuros: - “Crendeuspai”, que que eu tô fazendo?

(CONTINUANDO...)

Vesti aquele paninho e, como já imaginava, sumiu na minha bunda. Na frente, escondia quase nada dos meus pelinhos, mas ficou legal, bonito, safado. Difícil seria explicar para minha mãe esse presente, mas, eu diria “cavalo dado não se olha os dentes” e “aguentaria o pau”, digo, a bronca. A Annemarye sorriu satisfeita para mim e foi me ensinar novamente como dar os nós para fazer o macaquinho. A observei atenta e depois repeti os passos só para descobrir que eram óbvios e fáceis. Fiz menção de pegar um sutiã e tomei um tapa na mão. Depois tentei pegar a parte de cima de um biquíni e tomei outro:

- “Free the nipples, darling! Free the nipples”... - Ela me falou e dei de ombros sem entender o que dizia, fazendo-a traduzir: - Solta os peitinhos! Deixa eles balançarem, os meninos ficam loucos.

- Meu Deus, eu vou apanhar de cinta do meu pai desse jeito. - Falei e ela gargalhou, enquanto me fazia terminar de vestir a canga-macaquinho.

Depois de feitos todos os nós, pensei que ficaria ousado demais, mas não ficou. Ela mudou uma forma de trançar a parte de cima no último momento e fiquei sem decote algum na frente, mas as costas ficaram nuas. Eu gostei do resultado e até não achei tão desavergonhado assim, talvez só um pouquinho ousado. Peguei um batom vermelho bem escuro que eu tenho e já tomei lição:

- Nã-na-ni-na! Passa um batom clarinho. A praia pede a beleza natural da mulher.

Fiz o que ela orientou e ela aprovou. Pegou então um lápis e passou suavemente por baixo do meu olho, só para realçar a cor de meus olhos e gostei do resultado. Pensei em copiar o rabo de cavalo dela, mas decidi inovar e fiz duas “maria chiquinhas” na parte baixa da minha cabeça. Eu gostei, ela adorou, disse que eu havia ficado com cara de “menininha travessa”:

- Como é que é?

- É, uai! Tá com cara de caipira safadinha. - Ela insistiu.

Já passava das oito da noite quando, enfim, saímos da suíte para nos despedirmos de nossos pais. Meu pai, como eu já esperava, me olhou de cima a baixo, boquiaberto e de olhos arregalados, sem palavras. Minha mãe também ficou de olhos arregalados, mas sorriu surpresa quando me viu produzida daquela forma. Os pais da Annemarye pareciam já conhecer a filha que tinham e apenas deram os sermões de costume: “Cuidado na rua.”, “Não bebam no copo de desconhecidos.”, “Cuidado com estranhos.”, “Tenham juízo.”, “Não voltem tarde.”, dentre outras. A cada frase deles eu ouvia a Annemarye responder um simples “Já sei!”, até que ela estressou no finalzinho e soltou um “Pai, eu já sou maior de idade. Para!”:

- Ah! Você achou que eu estivesse falando com você? Eu estava falando com a Márcia! Você já é caso perdido, minha filha. - Disse e riu, debochando da cara que ela fez: - Outra coisa: você pode ser maior de idade, mas a Márcia não é! Então, cuida bem dela!

- Pode deixar. - Ela respondeu e me pegou pela mão para sairmos.

Meu pai ainda tentava falar alguma coisa, mas só gaguejava, então coube a minha mãe vir me dar um beijo, a benção e praticamente repetir todas as frases ditas pelos pais da Annemarye. Diferente dela, eu ouvi todas e só no final respondi:

- Fica tranquila, mãe, estou bem acompanhada. - Ela sorriu concordando ou conformada, não sei bem.

Saímos pela porta e quando já estávamos no portãozinho da rua, ouvi a porta da casa se abrir e meu pai veio andando a passos largos até mim. Tirou uma nota de cem reais da carteira, me entregando e depois me deu um gostoso abraço, dizendo:

- Divirtam-se, mas tomem cuidado, viu? - Dando-me um beijo no rosto e outro no da Annemarye que sorriu satisfeita pela confiança depositada.

Fomos andando até o calçadão onde uma galerinha de jovens já começava a se juntar para curtir a noite, mas a Annemarye tinha outros planos. Ela se aproximou de dois policiais militares, um branco bem senhor já, meio gorducho, e um mulato, alto e bonitão que a encarou surpreso pela aproximação, mas se mostrou mais que solícito e educado, claramente interessado nela. Ela sorriu e perguntou onde ficava uma certa praia, cujo nome não me lembro, e após receber a resposta, sabendo que ficava a poucos minutos de caminhada, me falou:

- Vamos a pé mesmo!

- Oxi! Melhor não, moça! - Ele discordou: - Tem muita gente não andando por esse caminho nessas horas e vocês podem ser atacadas por algum meliante. Além disso, o luau deve começar só depois das dez, ainda é cedo, nem deve ter gente lá.

- Ah tá… - Ela respondeu, concordando e o agradeceu, se virando para mim: - Então tá então, né! Vamos ficar por aqui um tempo e depois a gente vai de Uber, Márcia.

Começamos a nos afastar, mas ainda consegui ouvi-lo reclamando para o colega de farda: “Caralho! E eu de serviço, justo hoje!”. Comecei a rir e vi que a Anne também sorriu sabendo do efeito causado:

- A noite nem começou, Má, e já viu que causamos boa impressão! - Disse e riu gostoso: - Vamos ficar por aqui no calçadão e ver o movimento até dar umas dez, onze horas, daí vamos para lá.

Um sorveteiro passava bem nesse momento ao nosso lado e ela não perdeu a chance:

- Hummm, sorvete… Quer um, Márcia?

- Ah, pode ser. - Respondi e fomos até ele que já havia parado por ouvi-la dizer a palavra mágica “sorvete”.

Ali, próximas do carrinho que ele já abrira duas tampinhas superiores, perguntei:

- Tem picolé de chocolate?

Ele fuçou dentro de seu carrinho e me pegou o picolé. Enquanto isso, a Annemarye começou a olhar todos os sabores que ele tinha, mas não se decidia:

- Não tem algo diferente? Sei lá, alcoólico, passas ao rum talvez? - Ela perguntou.

- Esse acabou, mas tem chocolate com pimenta.

- Chocolate com pimenta!? Ora, taí um que nunca experimentei. Dá um aí.

Ele a serviu. Fiz menção de pagar, mas ela se adiantou e pagou ambos. Começamos a chupar nossos picolés e vi que ela, além de chupar também lambia, isso quase de uma forma pornográfica, às vezes olhando para o nada, às vezes cruzando olhares com mocinhos perdidos em sua audácia. Aliás, naturalmente ela chamou a atenção de onze entre cada dez homens ali, então não cruzar olhares com eles era quase impossível:

- Uai, e não é que esse negócio é bom mesmo! Quer experimentar, Márcia?

Aceitei e experimentei seu sorvete. O sabor era estranho, doce e ao mesmo tempo picante, literalmente uma mistura para poucos. Eu preferi ficar no meu tradicional chocolatinho ao leite, docinho, docinho... Ficamos papeando ali, falando de tudo, inclusive, do futuro, perspectivas e quanto mais eu conversava com ela, mais encantada eu ficava. Ela era muito, mas muito inteligente, versada, preparada e safada também, mas tudo na medida certa! Ainda assim devo ter ficado roxa algumas vezes enquanto ela me contava de algumas aventuras que teve. Vi ali que eu não sabia nada da vida ainda…

Sei lá quanto tempo ficamos ali, mas logo alguns carinhas começaram a se aproximar da gente, mas aparentemente sem coragem de se aproximar e não era para menos, porque ela sempre mantinha um olhar forte, determinado, praticamente dizendo que não era para qualquer um. Alguns ainda a paqueravam à distância, olhando de soslaio, outros a encaravam descaradamente, mas sem coragem de se aproximar. O legal é que, pela segunda vez naquelas férias, eu me senti paquerada por olhares também e isso se justificava: ela já era uma mulher, madura e interessante, a nora que toda mãe gostaria de ter, enquanto eu era a ninfetinha cheirando a leite, novinha e ingênua, praticamente saída das fraldas. Éramos duas belezas em momentos diferentes da vida e ambas atraíam os homens, cada qual a sua forma.

Isso ficou ainda mais evidente quando um homem, não um moleque ou um qualquer, mas um homem mesmo, maduro, sério, encorpado, inclusive com alguns cabelos grisalhos, vestido com uma bermuda social e camisa polo, se aproximou da gente e começou a paquerá-la. Ele se apresentou como Paulo e a Annemarye nos apresentou a ele. Naturalmente, ele conversou com as duas e vou dizer, ele falava tão certinho que eu fiquei até com medo de falar e passar vergonha. Ela conversava de boa, sem tantos floreios, mas ainda assim num nível e com uma naturalidade que eu ainda levaria anos para adquirir. Claramente seu alvo era ela e ele deixou isso claro quando a convidou para tomar um chope:

- Agradeço, Paulo, mas estou acompanhada da minha irmã. Além disso, nós vamos num luau mais tarde, numa praia aqui do lado. - Ela respondeu.

Era até engraçado vê-lo tentar ser chique, enquanto a Annemarye literalmente lambia e chupava o picolé como uma atriz pornô, chegando a deixá-lo desconcertado vez ou outra. Ele ainda insistiu um bom tempo, mas ela firmou o pé e o máximo que fez foi convidá-lo para nos acompanhar:

- Ah, Annemarye, eu lamento, mas não gosto muito de me misturar com essa moçada. Fico meio deslocado nesses ambientes.

- Uai, eu pensei que quisesse ficar comigo, digo, conosco, conversar, sei lá mais o quê. - Ela rebateu.

Entretanto, ele insistiu no convite que havia feito e ainda complementou, dando a entender que, por ser homem, o convite deveria partir dele. Não sei se ela entendeu como eu, mas tive a impressão de que ele quis dizer que o dele tinha maior importância que o dela. Naturalmente, ela recusou e ele se despediu, saindo pouco após. Quando já havia se afastado, eu falei:

- Charmoso, mas achei meio “nhé-nhé-nhé” demais.

- Exatamente! Por isso, e inclusive por estarmos juntas, que não aceitei o convite dele. Um homem de verdade tem que saber se virar em qualquer ambiente, mesmo porque o interesse dele deveria estar em mim e não na “moçada”, como ele disse.

- Pois é! Mas ainda assim ele era charmoso.

- E cheiroso também! Você sentiu? Eu estou sentindo o perfume dele até agora.

Rimos e voltamos a conversar. Numa certa altura, uma galerinha variada de jovens se reuniu do nosso lado e os ouvimos falar do tal luau. A Annemarye logo entrou na conversa me puxando e, após um papinho com algumas moças, acabamos sendo adotadas pelo grupo, inclusive conseguindo uma carona de van até o local. Por volta das dez e pouco, fomos até um canto próximo do calçadão onde uma van aguardava. Acabei sendo paquerada por um ruivinho bem exótico, bonitinho mesmo, chamado Ruan, e acabamos ficando já no trajeto. A Anne estava fazendo amizade com todo mundo, mas eu só queria saber de beijar e fiz muito isso até chegarmos no lugar do luau.

Putz, parecia coisa de filme, uma superprodução mesmo! Fogueira, mesa de frutas, bebidas, folhas de bananeira, caminho com tochas e ingresso de cento e cinquenta reais por cabeça, mas com tudo incluso:

- Anne, eu só trouxe cenzinho. - Falei até constrangida para ela.

- Relaxa! Vamos curtir, eu pago e depois a gente vê. Só não exagera na cachaça, aliás, você é menor, nem quero que beba, estamos entendidas? - Falou e eu a encarei contrariada, mas ela se justificou: - Senão seus pais não deixam mais vocês sair comigo.

- Sim, senhora, sargento! - Falei e bati continência, sorrindo.

- Sou mesma! Outra coisa, aqui a gente tem que ficar esperta, então nada de bebida alcoólica ou servida por outra pessoa, certo? Não aceite nada de ninguém que não seja eu.

Concordei e ela pagou nossos ingressos, recebendo duas pulseiras coloridas e brilhantes que foram colocadas em nossos pulsos. Entramos e notamos que nosso grupinho era realmente composto de jovens legais e que cuidavam uns dos outros. Isso fez com que eu ficasse mais tranquila e ela também. Fui com o Ruan dar uma volta perto das mesas com os comes e bebes, e, ainda mais inconformada, voltei para conseguir alguma liberdade com minha tutora:

- Anne, eles fizeram um ponche de vinho, nem isso eu posso?

Ela foi comigo dar uma olhada e como já havia pessoas se servindo, serviu-se também, experimentando e me olhando em seguida:

- Pode! Mas sem exagerar. Aliás, já vou te ensinar a beber também, ok?

- Beber!? Como assim? Não é só pôr na boca e engolir?

Ela me encarou com um olhar sério, respirou fundo, e tenho certeza que deve ter pensado de que buraco eu havia saído, mas depois de uma segunda respirada, começou a falar:

- É o seguinte, fácil, fácil: para cada dose de bebida, um copo de água. Esse ponche está levinho, então pode ser dois para um de água, entendeu? Isso vai fazer os efeitos do álcool ficarem sob controle. Ainda assim, se você começar a sentir que está subindo rápido demais, para com a bebida e toma só água até controlar.

- Ah, tá…

- Outro coisa: se beber demais, vai precisar de banheiro. Já dá conta de desfazer e refazer os nós do macaquinho?

- Uai, dô sim! - Falei e me olhei: - Fui eu que fiz esses nós. Não ficaram bons?

- Claro que sim. - Ela disse e se aproximou do meu ouvido para cochichar: - Só que se você fizer um xixizinho, a bocetinha já não vai mais ficar cheirosinha para ganhar uns beijinhos do gatinho, né, Márcia!?

Tenho certeza que fiquei roxa enquanto a encarava, surpresa pela explicação dela. Ela não se tocou ou ignorou meu constrangimento, continuando:

- E o mais importante, não saia de perto de mim! Pode beijar à vontade, dar uns amassos, rolar na areia, tô nem aí, mas não sai do meu campo de visão, Márcia. Isso é uma ordem, estamos combinadas?

- Pode deixar!

- Joia! Então, vai beijar. Eu vou estar por aqui.

Olhei então para o Ruan que conversava com um amigo perto dali e parece que ele entendeu no ato que eu estava “liberada”, tanto que veio quase correndo para o meu lado e me pegou pela cintura. Pegamos dois copos de ponche e fomos nos sentar numa das várias esteiras colocadas por ali perto. Notei que a Anne me olhava vez ou outra de soslaio, mas tranquila:

- Sua irmã parece brava. - Ele falou.

- Ah, que nada! É um amor, mas bastante protetora.

- E… E a gente?

- Uai, a gente o quê!?

- A gente pode ficar?

- Claro que pode! Beijar, abraçar, namorar, está liberado. Só não pode abusar.

Ele se encheu de coragem e me beijou novamente, depois de novo e de novo. Ficamos numa agarração sem vergonha por sei lá quanto tempo, aliás, quando eu notei ele estava quase em cima de mim. Enquanto isso, a festa enchia cada vez mais e a música corria solta. Dançamos, namoramos mais, bebemos mais um pouquinho porque eu preferi seguir os conselhos da Anne e quando notei, vi que estávamos nos amassamos num cantinho mais escondido, mas ainda próximo de todos. Numa certa altura, já alta madrugada ele ousou, apertando minha bunda com vontade e depois conseguiu, não sei como, colocar sua mão por dentro de minha canga, alcançando meu seio:

- Ruan, vai devagar! Aqui não dá, né? Tem gente passando direto.

- Só um carinho. Não tá gostoso?

- Tá, até que tá, mas não vai funcionar e não vamos passar disso, então, é melhor pararmos.

- Parar o quê? Tudo, até de ficar!?

- Uai… - Dei de ombros enquanto retirava sua mão: - Se você não consegue se controlar, o melhor é a gente parar. Assim ninguém fica bolado com ninguém.

- A gente podia dar uma volta até o final da praia… O que você acha? Lá é mais tranquilo.

- Não! Obrigada, mas hoje não.

- Poxa, Márcia!

- Não é não, gatinho. Ou a gente fica aqui e aproveita só para ficar, ou para agora. - Insisti.

Ele me olhou meio desconcertado, mas pareceu ter entendido a mensagem, pois voltou a me beijar e agora ele se controlou melhor. Não foi exatamente perfeito, pois seu pau insistia em ficar duro e me cutucar, mas o tesão dele por mim eu não podia controlar, mas decidi colaborar, apertando seu pau com vontade e massageando ele por cima da roupa, fazendo-o gemer:

- Ai, caramba! Pô, Márcia, por favor, só uma voltinha. Rapidinho, cara…

- Não, Ruan. Só vou fazer um carinho porque gostei de você, mas hoje não vamos passar disso.

Nesse momento, inclusive, vi a Annemarye aparecendo num canto da festa e, ao me ver com a mão naquilo dele, deu um sorriso malicioso, uma meia volta e retornou para o meio da muvuca. O Ruan depois de um tempinho me convidou para voltarmos para lá também, pois estava com sede e eu concordei. Comecei a entender o nosso poder ali, pois fiz meu gatinho pedir água e vibrei em silêncio para mim mesma. Ali, no meio de todos, bebemos mais um pouco juntos e logo ele me disse que iria dar uma força para um colega que parecia estar meio desenturmado, sozinho num canto. Concordei e falei que iria ficar com a minha “irmã”.

Fui até a Annemarye que dançava animadamente alguns passos de funk junto de outras moças e alguns rapazes, dançando despudoradamente aquela bundona que ela tinha. Quando me viu, me abraçou feliz da vida, parecendo estar até meio alterada pela bebida:

- Fica me dando lição de moral, mas enfiou o pé na jaca, né, Anne! - Brinquei, sorrindo e ela gargalhou.

- Bêbada!? Você acha que eu estou bêbada? Márcia, você ainda não me viu beber, minha jovem “padawan”. Eu só tô alegrinha, só isso.

Fiquei dançando com eles enquanto o Ruan não voltava e logo um carinha chegou se engraçando atrás dela, esfregando o pau na sua bunda, sem ter sequer trocado uma única palavra. Quando ele segurou sua cintura e a encoxou com mais vontade, vi que ela só deu um pisão sem piedade em seu pé, fazendo-o gritar alto, dando-lhe então uma senhora bundada que o derrubou no chão. No mesmo instante, três carinhas do nosso grupo entraram entre eles, e espatifaram com o folgado para longe dela. Quando eu ia falar algo, um verdadeiro deus grego chegou próximo dela, lhe oferecendo uma garrafa de água:

- Você está bem, morena?

- Tá tudo joia. - Ela respondeu.

- Quer uma água, para acalmar?

- Obrigada, mas não. - Disse e mostrou seu copo de ponche, explicando: - Água enferruja.

- Você tá sozinha?

Ela nem respondeu, apenas indicou com a mão as várias pessoas com quem dançava naquela roda ali no meio do luau:

- Tá, mas assim, ninguém para chamar de seu?

- Uai, isso não tenho mesmo.

- E se eu dissesse que estou sentindo falta dessa sua boca carnuda? - Ele falou, olhando-a nos olhos.

- Eu iria dizer que você não pode sentir falta de algo que nunca teve… - Ela rebateu pra longe.

Ele começou a rir da tirada dela e ela achou graça e o acompanhou. Quando se controlaram, ele insistiu:

- Adoro uma mulher bem humorada.

- Ah, essa sou euzinha. Prazer. - Disse e esticou a mão para ele que a pegou sem pensar duas vezes.

- Então, olha só, eu tô afim de beijar, você parece que beija bem, então que mal tem?

- Ai, meu Deus, um poeta! Era tudo o que eu precisava. - Respondeu, sorrindo.

Ela o encarou por mais alguns segundos em silêncio, tomando um bom gole de seu ponche. Então, se aproximou dele e cochichou algo em seu ouvido que o fez arregalar os olhos e dizer na sequência:

- Eu corro o risco.

Pegou-a então pela cintura, olhando-a nos olhos e, ao invés de beijá-la, esfregou suavemente a ponta do seu nariz no dela, fazendo com que ela sorrisse novamente e oferecesse a boca, mas sem beijá-la. Ela o olhou curiosa, mas parecia estar gostando daquilo. Ele foi novamente em sua direção, mas desviou de sua boca no último segundo, indo até seu ouvido e cochichando algo que fez que ela desse uma bela risada. Então, se olharam outra vez e se entregaram a um beijaço, ele a segurando pelo pescoço e cintura, ela o segurando pela nuca e costas. “Eu tenho muito o que aprender mesmo.”, pensei comigo mesma, voltando a dançar com os amigos do grupo.

Ruan voltou para o meu lado e começou a dançar com todos, natural e propositalmente esbarrando em mim para depois pegar em minha mão, me rodar e me abraçar novamente. Voltamos a nos beijar, sendo interrompidos pela Anne:

- Márcia, vou sentar ali com o… o… - Falou e se virou para aquele gatão: - Qual o seu nome mesmo?

- Gustavo, gata, e você?

- Annemarye! - E se voltou para mim novamente: - Nós vamos ficar por ali, tá ok?

- Tá bom.

Ah, esqueci de comentar, mas rodeando todo o luau, um pouco mais afastado, havia algumas tendas brancas abertas nas laterais com uns almofadões para as pessoas se sentarem. Esses eram disputados no tapa pelos casais, era quase impossível conseguir um. A Anne e o Gustavo foram por lá e andaram um tempão até conseguirem um que havia vagado há pouco e lá se sentaram, lado a lado.

A Annemarye ouvia atentamente o que o rapaz lhe dizia e parecia se divertir, pois ria com a boca aberta e expressão de estar se divertindo. Não demorou muito e os beijos voltaram a acontecer e, a certa altura, eu já não sabia se ele beijava ela ou ela beijava ele. Aquela imagem que eu vinha construindo dela de advogada séria começou a ficar borrada, mas nada que a desabonasse como uma ótima pessoa, pois eu ainda já havia decidido que queria ser como ela:

- Cara, esse teu perfume é uma delícia, sabia? - Disse o Ruan, praticamente gemendo no meu ouvido e senti meus pelinhos todos se arrepiarem.

- Para, Ruan. O que é isso, menino!? - Disse e ri com o contato mais íntimo dele em meu pescoço: - Sossega! Olha quanta gente tá olhando pra gente.

- Vamos tomar mais um ponche?

- Uai, vamos!

Fomos até a mesa e nos servimos de dois copos e eu aproveitei para comer algumas uvas que eu adoro. Ruan, todo cavalheiro, pegou um belo cacho e trouxe para mim, inclusive me tratando na boca. Ponto para ele! Vez ou outra eu olhava para a Annemarye e os amassos que ela dava estavam ficando ainda mais quentes. Chegou num ponto que ele praticamente subiu em cima dela, fazendo-a sumir naqueles almofadões:

- Quer ficar numa barraquinha? - Ruan me perguntou, talvez imaginando isso porque eu estava olhando minha tutora se acabar numa delas.

- Ah, Ruan, não sei…

- Vamos lá! A gente fica se gostar, senão voltamos pra cá.

Não foi fácil conseguir uma, mas acabamos conseguindo uma em que o casalzinho estava acabando de sair. Estranhei o rapaz ajeitando a bermuda ao deixar o local e já imaginei o que havia acontecido:

- Ruan, acho que eles andaram fazendo besteira aí. Não vou sentar aí não.

Ele olhou com todo o cuidado e trocou várias almofadas de lugar, fazendo um “tcha-nã” no final, indicando seu ninho do amor novinho e limpinho para mim. Ri da cara boba que ele fez e me sentei. Ficamos lado a lado e logo começamos a nos beijar. Diferentemente da Anne, eu não queria deitar para não passar uma impressão errada, mas depois de vários beijos e amassos gostosos, acabei cedendo. Foi o meu erro, pois logo ele veio mais cheio de mãos e um dedo foi parar na minha boceta vindo sei lá de onde:

- Ruan, não… Para! - Falei.

Ele não parou e passou a me masturbar com mais vontade ainda. Eu tentava tirá-lo, mas acho que o álcool subiu na cabeça dele porque ele passou a me ignorar. Logo, senti seu pau tocar minha perna e vi que se eu não fizesse algo, seria violentada. Não queria fazer um escândalo, mas tinha que assumir o controle daquilo. Então, tive uma ideia:

- Para! Deita. Eu vou por cima.

Quando eu disse isso, os olhos dele brilharam e ele nos rolou, ficando por baixo de mim. Eu não havia percebido, mas ele havia desatado todos os nós da parte de baixo da minha canga e já estávamos praticamente pele com pele. Em cima dele, eu fiquei numa posição em que dava para enxergar as pessoas e olhei para o lado da barraca em que a Annemarye estava. Ela estava curtindo seu namorico, mas também me viu de longe. Coincidência ou não, ela me olhava, ainda sendo beijada no pescoço, me encarou com um semblante sério e eu balancei a cabeça negativamente duas vezes. Foi o suficiente para ela afastar seu ficante, dizendo alguma coisa para ele e ficando de pé me olhando agora preocupada. Ruan tentava ajeitar seu pau para me penetrar, mas eu escorregava para trás, impedindo-o:

- Pô, você não quer? - Me perguntou.

- Não. Não quero... - Respondi, com uma voz trêmula pelo nervosismo.

Ele me encarou chateado e respirou fundo, enquanto me olhava:

- Tem certeza? A gente já chegou até aqui! É só eu pôr uma camisinha.

- Por favor, não! - Falei agora firme e decidida para ele.

- Márcia!? - Ouvi a voz forte, imponente e rouca da Annemarye atrás da gente: - O que tá acontecendo aí?

OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO E OS FATOS MENCIONADOS SÃO TOTALMENTE FICTÍCIOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL É MERA COINCIDÊNCIA.

FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DO AUTOR, SOB AS PENAS DA LEI.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 193Seguidores: 532Seguindo: 20Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Melhor capítulo até aqui, então esse Gustavo é o traidor?

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Mark, está começando a melhorar esse conto, dei 3 estrela como incentivo, mas tenho uma dúvida ou talvez constatação! No conto "Cleire de lune" a Annamerye foi traída pelo noivo, Gustavo que ela está conhecendo nesse episódio, mas pude notar que ela já tinha um namorado com o nome Enzo, .logo eu suponho que ela também traiu o Enzo ficando com o Gustavo! Então acho que Annemarye não é de confiança! Minha conclusão lógica! Foi traída pelo Gustavo, mas já começou a relação com ele traindo outro! E não me falar que era só ficante, que eu saiba todo namoro começa como ficantes, afinal tudo tem quer uma primeira vez!

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Excelente observação Eliezer66 !!!!

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Veja só, no conto anterior, deixa bem claro que o Enzo não é um namorado, mas sim um pretendente.

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Primeiro, em momento nenhum fica claro que seja só pretendente, muito pelo contrário, pois a conversa é bem íntima! Depois só porque é ficante ou pretendente, como queira, mas gosta dela, então não merece consideração?

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muito legal a linha temporal, foi o começo de uma grande desilusão na vida de nossa Annemarye

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Esse é o Gustavo, o crápula traidor?

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Mark o que será que a Anne vai fazer com o carinha kkkkk o bicho vai pegar mesmo sendo ela como é já viu ne nota mil amigo parabéns kkkkk

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