10 Maneiras de NÃO se apaixonar pelo seu amigo HÉTERO - Capítulo 1

Um conto erótico de Arthur
Categoria: Homossexual
Contém 4097 palavras
Data: 24/04/2023 22:05:44
Última revisão: 25/04/2023 02:36:05

REGRA NÚMERO 1 - JAMAIS SE APROXIME TANTO

Eu pensei muito antes de contar minha história aqui porque antes que me perguntem: Sim! Ela é verdadeira.

Eu me chamo Arthur, tenho 22 anos, nascido e criado em Salvador. Como bom soteropolitano, tenho o tempero quente da Bahia nas minhas veias. Eu amo curtir e conhecer novas pessoas, independentemente de qualquer coisa. Sempre fui muito amigueiro e sempre admirei essa qualidade em mim, apesar de ser um pouco tímido também. Por ter essa característica eu sempre me sinto muito bem quando estou rodeado de amigos e pessoas especiais pra mim. Uma das mais especiais é minha amiga Amanda. (Nome fictício)

Eu e Amanda nos conhecemos na adolescência e nesse tempo tivemos um casinho meio sério, quase namoro. Naquele período eu era bem idiota e acabei “traindo” a Amanda. Apesar da vacilação, ela me perdoou e a gente seguiu como amigos e hoje em dia ela é uma das minhas melhores amigas. Aliás, ela foi a primeira pessoa que contei sobre minha bissexualidade. Lembro exatamente desse dia:

Eu - Binha (É assim que chamo ela, longa história. E sim, o apelido é real), eu queria te contar uma coisa a muito tempo mas nem sei como dizer.

Amanda - O que foi amigo? Aconteceu alguma coisa grave? - Ela estava com um olhar preocupado e carinhoso ao mesmo tempo.

Eu - Não é nada grave.. quer dizer, é grave mas ao mesmo tempo não é.. - Lembro que eu gaguejava muito e suava frio. Não conseguia olhar no olho dela.

Amanda - Então fala logo, você sabe que sou nervosa

Eu - Tá, foda-se, vou contar. Acho que não sinto tesao só por mulher. Acho que curto homem também - Falei de uma maneira destrambelhada e rápida. Ela pediu pra repetir o que eu disse. Acho que ela havia entendido, só não acreditava no que tinha ouvido.

Eu - Acho que eu sou bi.

Lembro exatamente da reação dela depois que fiz essa afirmação. Ela simplesmente abriu a boca, incrédula, como se eu tivesse falado uma das coisas mais impactantes e impressionantes do mundo. Eu realmente não sou afeminado e nunca tinha me relacionado de fato com um homem quando eu falei pra ela sobre minha bissexualidade, mas a Amanda também é muito exagerada.

Eu sou um cara extremamente de boa. Entendi minha sexualidade bem cedo, mas sempre reprimi meu desejo por homens porque tinha medo e até um auto preconceito. Quando fui amadurecendo e me entendendo mais, me permiti ter a primeira experiência com um homem. A partir daí comecei a me relacionar com ambos os gêneros, claro, sempre com muito medo. Amanda era a única a saber até aquele período, então tentava ao máximo não deixar vestígios das minhas relações com homens. E por isso que essas “relações” sempre foram somente sexuais. Jamais tinha me apaixonado por um homem, só por mulheres. Mas é aí que entra o filho da puta. Sim, filho da puta. Queria muito poder chamá-lo assim durante toda a história. Mas o chamarei pelo nome: Júnior. Sim, ele tem um primeiro nome super incomum herdado do pai que manterei em segredo, mas todos o chamavam de Júnior. Sim, é ele o amigo hétero do título. Foi por ele que me apaixonei. E escrevo esta história, conto ou até mesmo manual para que você, caro leitor, não caia nessa enrascada que eu caí.

Era meio de 2021. A vacina já estava sendo aplicada e os locais públicos estavam voltando a ser frequentados. Estava eu, Amanda, Antonio e Jaime, todos amigos muito próximos em um bar perto da minha casa. Amanda desde que chegou parecia muito feliz e animada pra nos contar alguma coisa.

Eu - Tá toda felizinha assim, aposto que tem algum macho na parada - Falei meio que debochando dela. Apesar da nossa relação ser total de amizade eu curtia tirar uma com a cara dela e fingir que estava com ciúmes.

Antônio - E eu aposto o dobro mano. Conta logo Binha, quem é o cara da vez? - Não só eu, mas todos do nosso ciclo de amigos chamavam a Amanda de Binha.

Amanda - Nossa, vocês realmente me conhecem né? Eu preciso mostrar pra vocês, ele é um GATO. Olha que lindo - Ela já foi tirando o celular do bolso, entrou no Instagram e mostrou o suposto novo peguete dela.

Adivinha quem era, caro leitor? Se a resposta foi Júnior, infelizmente você acertou.

A filha da mãe escolheu logo a foto em que o Júnior, (até então desconhecido), estava de sunga. Que homem do caralho. Pela foto parecia ter uns 1,80 de altura. Aparentava ter seus 28, 29 anos. Era forte, mas não forte estilo Ken da Barbie. Era quase parrudo. Muito gostoso, corpo natural de academia, sabe? Braços enormes, barbinha meia por fazer, cabelo castanho escuro. Tinha uma tatuagem no peito e outra no braço. Eram frases e um simbolo, mas não dava pra entender. Na foto não estava rindo. Fazia cara de bravo. Isso deixou ele ainda mais sexy. Usava um óculos escuros. Sabe quando você olha pra alguém e pensa: “nossa, essa pessoa deve fuder incrivelmente bem”. Foi exatamente isso que pensei na hora. Me senti culpado por pensar isso de um ficante da minha melhor amiga.

Eu - É bonitão mesmo, mas nem tanto quanto eu - Falei mais uma vez rindo tentando zoar a Amanda.

Jaime - Tá de caô né? O cara da dois de você Arthur, tu do lado dele é uma dublê de anão - falou meu amigo babaca rindo muito.

Sim, gente, sou baixinho. Quer dizer, baixinho para o padrão de altura masculina (existe um padrão de altura?). Tenho 1,68. Não acho tão pequeno, mas tbm não acho grande. Aliás, nem falei muito sobre mim, ne? Pelo menos não no sentido físico. Sei que vocês gostam.

Até os meus 15 anos eu era gordinho. Sempre fui taxado como: lindo, pena que é gordo. Isso fudeu psicologicamente comigo e logo quando completei 17 anos entrei pra academia e foquei na dieta. Acho que fiz isso pela sociedade e não por mim. Mas aos poucos fui criando paixão por puxar ferro e não larguei mais. Hoje tenho um corpo “legal”. Eu sou moreno, cabelo castanho escuro e de vez em quando gosto de deixar a barba crescer ou deixar um bigodinho hahaha. Todo mundo fala que fico lindo de bigode, mas as vezes eu acho estranho.

Voltando para o bar, Amanda comentou:

Amanda - Encontrei esse boy no tinder e que BOY! A gente está saindo tem mais ou menos 1 mês. Aí tô muito apaixonadinha - Ela falou meio que suspirando, debochada.

Achei um mês muito tempo. Éramos bastante amigos. Porque que ela não tinha mencionado o cara antes?

Eu - Quero ver até quando essa paixão toda vai durar. E olha só, você sabe que ele tem que ser aprovado pelo bonde né? Se a gente não gostar, já era pra ele - Falei em um tom bem sério, mas todos sabiam que eu estava zoando.

Antônio - Porque tu não leva ele amanhã pro aniversário da Fêpa? - (Fêpa é a namorada do Antônio, uma querida com todos. Ela iria fazer um churrasco de comemoração na casa de praia do Antonio. Ele é o amigo rico da gente hahahaa.)

Amanda - Aí, posso? Será que ela não se incomoda - Amanda não se conteve de felicidade.

Antônio - Claro pô. A gente conhece ele e aproveita pra contar seus podres - hahaha a gente ama zoar a Amanda. Ela sempre cai na pilha kkk

Amanda - Ótimo, vou chamar ele, inclusive agora. Espero que ele vá.

A noite foi rodeada disso. Bom papo, cerveja, petisco e muita fofoca. Mas uma coisa não me saia da cabeça: Júnior. Não era o primeiro homem incrivelmente gostoso que eu via na vida, mas ele tinha algo especial. Não sei pq. Juro que eu senti isso naquele momento.

Quando já tava todo mundo bebado, fomos pra casa. O amigo da rodada era a Amanda. Na verdade na maioria das vezes é ela. Ela quase não bebe. Dei a chave do carro da minha mãe pra ela e ela assumiu o volante.

Deixamos os meninos em casa e ela me deixou por último. De lá de casa ela pegou a moto dela que tinha deixado na garagem do meu prédio e foi embora. Nem sei como consegui subir no elevador. So lembro de apagar no sofá e acordar no outro dia com o telefone tocando. Atendo, e era a Amanda.

Amanda - Amigo, cadê você em? De hoje que te ligo, já tá todo mundo aqui, só falta você. - Na mesma hora pulei do sofá. Senti um leve peso na cabeça. A Desgracada da ressaca

Eu - Binha, eu apaguei aqui. Vou me arrumar e chego aí em 30 minutos. - Menti, cheguei muito mais atrasado hahahaa.

Lembro que conversei algumas coisas com minha mãe. Ela me deu uma julgada porque ela acha que estou bebendo muito. Ela sempre diz isso. E eu acho que é verdade kkkkkkk.

Tomei um banho, comi alguma coisa, tomei um Epocler, coloquei minha sunga (festa na piscina né?), um short, uma regata e fui. Tive que ir de uber porque minha mãe iria usar o carro.

No trajeto acabei pensando no Júnior de novo. Fiquei meio nervoso ao lembrar que ele estaria na festa. Não fazia sentido nenhum aquilo.

Chegando lá, pedi pro porteiro interfonar pra casa do Antônio e ele me liberou.

Já tava todo mundo animado. De cara avistei a Amanda já de biquíni na piscina. Nossa, tinha tempo que não via ela assim. Ela é muito linda. Tem um cabelo cacheado super cheio que deixava ela ainda mais linda. Um corpão do caralho. As vezes me sinto um idiota por ter traído ela. Talvez se não fosse por isso a gente ainda estaria junto. E o Júnior nunca entraria nas nossas vidas..

Fui falando com o pessoal, dei parabéns pra aniversariante. O presente já tinha dado antes no dia mesmo. Ali era só a comemoração. Por último, fui falar com a Amanda.

Amanda - Meu filho, que demora foi essa? - ela foi falando e saindo da piscina pra me dar um beijo no rosto

Eu - Culpa de vocês que me embebedaram - Falei rindo e abraçando ela meio que me afastando ao mesmo tempo, pra não me molhar demais hahaha.

Na hora pensei: ué, cade ele?

Eu - Binha e cadê seu macho?

Amanda - Está lá dentro com os meninos. Estão assistindo ao jogo.

Lembro que era jogo do clássico, Bahia x Vitória.

Deixei Binha na piscina e fui falar com os caras lá dentro. Quando entrei na sala só consegui olhar para aquele filho da puta. Estava lindo, com a camisa do Bahia e de boné. Todos viraram pra mim quando entrei, inclusive ele. Falei com todos individualmente e deixei o Júnior por último. Lembra que eu disse que sou amigueiro e meio tímido ao mesmo tempo? Quando chegou a vez de cumprimentar ele meu coração gelou. Mesmo assim consegui ser simpático.

Eu - Então você é o famoso Júnior? - Tentei parecer o mais simpático possível, mas acho que transpareci meu nervosismo.

Júnior - Eae irmão. Você que é famoso, a Amandinha fala muito de você - Nesse momento ele se levantou e apertou minha mão. Aperto de mão firme e pesado. Aquele cara conseguia me deixar desconcertado.

Depois de afastarmos as mãos, sentamos um do lado do outro no sofá. Nossas pernas naquele momento se tocavam. O sofa era meio pequeno e o Antônio ainda estava sentado nele. O Júnior estava no meio. Fiquei assistindo o jogo com o pessoal. Um dos nossos amigos pegou uma cerveja pra mim e ficamos assistindo o jogo. Eu não curto muito futebol, mas queria ficar lá com os meninos e algo me fazia querer ficar perto do Júnior. (será pq ele é muito lindo?)

Quando o jogo acabou fomos lá pra fora. Senti uma certa aproximação dele em relação a mim, talvez porque dei uma maior atenção a ele e fui simpático. Então ficamos conversando bastante perto da borda da piscina enquanto Antônio, Jaime, Amanda e o pessoal estavam na piscina. Apesar do curto tempo, a gente conversou bastante. Ele falou que era guarda municipal, que era formado em direito e descobri também que morava bem pertinho de mim e que estava estudando pra um concurso pra polícia federal. Achei ele bem inteligente, pq ele já era concursado e estava estudando pra outro. Nosso papo foi cortado com o Jaime nos chamando.

Jaime - ei pô, vcs não vão entrar não? chega aí caralho - Ele foi falando e meio que molhando a gente.

A gente sempre foi assim, até com quem a gente não tem intimidade. Sempre deixamos as pessoas super a vontade.

Olhei pra cara do Júnior e falei: - e aí mano, bora?

Ele parecia meio tímido com a galera ainda e só estava mais de boa por minha causa.

Júnior - Cara, nem sei. Acho que vou ficar de boa aqui. - ele falou meio que se afastando da borda.

Eu - Ah, de boa então mano. Vou ficar por aqui também. Só vou tirar essa roupa aqui que tá um calor do caralho. - fiquei só de sunga.

Júnior - Ei, pode entrar numa boa, ok? Não deixa de ir por minha causa não.

Eu - Que isso cara, relaxa. Jaja eu entro.

Voltamos a nos aproximar da borda e em poucos minutos a gente já estava com os pés dentro da piscina.

Em determinado momento o Júnior tirou a camisa e ficou só de short. Amanda e os meninos se aproximaram e aí ficamos conversando. Cerveja vai, cerveja vem, já tava todo mundo animado e mais pra lá do que pra cá. Júnior já tinha tirado a short, ficando só de sunga e já estávamos todos na piscina. Se vocês vissem de fora, nem parecia que a gente tinha acabado de conhecer o Júnior. Ele era tão amigueiro quanto a gente. De início estava meio calado, mas depois se soltou e começou a curtir de boa.

Lembro que nesse dia o sol tava de lascar e não tinha passado protetor. Pra piorar, a ressaca do dia anterior e o churrasco e a cerveja junto com piscina não foi uma combinação que agradou meu corpo. Precisei sair da piscina e fui no banheiro vomitar.. já estava quase anoitecendo, quando avisei pra o pessoal que estava indo embora. Todo mundo ficou insistindo pra eu ficar, que o churras estava apenas começando e etc.. mas falei que realmente não aguentava mais ficar e que estava bastante enjoado. Comecei a me despedir de todo mundo individualmente e sai da casa em direção a portaria do condomínio. Antes mesmo de sair do portão principal da casa, ouço uma voz de longe me chamando.

Júnior - Ei mano, calma aí - Olho pra trás e vejo aquele homem lindo dando uma corridinha pra vir falar comigo. Lembro que ele tava de sunga branca no dia. Covardia demais. Ele tem o corpo lindo.. ele é forte e sarado mas de uma maneira natural, sabe? Não sei explicar direito hahaha - ele conseguiu me alcançar e continuou a falar meio ofegante

Júnior - Valeu pela hospitalidade de hoje. Me senti deslocado mas quando vc chegou me recebeu bem pra caralho, vc é muito gente boa. Vou falar com a Amanda pra gente marcar outras coisas.. você joga bola? Cara, vou te chamar…. - Ele falou um monte de coisa sem parar. Eu ficava só rindo. Nem lembro tudo que ele falou. É lógico que ele já estava bebado e a cachaça ajudou nessa falação toda. Mas apesar disso eu entendi que ele estava tentando me agradecer por ter deixado ele a vontade num lugar desconhecido até então. Achei bacana da parte dele.

Quando ele terminou de falar, eu só fui concordando com algumas coisas, tipo “ah, tá certo, a gente marca sim” e fiquei rindo. No final dei um abraço meio que de lado, apertando a mão, não sei bem explicar, mas nada muito afetivo sabe? Kkkkk e fui embora.

Lembrei agora que quando tinha visto ele no sofá, no início, eu senti o cheiro do perfume dele. Café verde. Eu amo esse perfume e tinha um igual. Até comentei com ele. Guardem esse nome de perfume. Heheheh.

Fui no uber passando muito mal. Não via a hora de chegar em casa, tomar um remédio e dormir. Assim que entrei em casa, tomei banho, coloquei um dipirona pra dentro e capotei. Agradeci ao universo por no outro dia ser domingo. Ia descansar mais um dia.

Acordei por volta das 06:30 da manhã. Como todo viciado, a primeira coisa que fiz ao acordar depois de abrir o olho foi da uma olhada no celular. Dei um leve sorriso com a primeira notificação que aparecia.

@junior começou a te seguir.

Juro que eu não tô mentindo: desde daquele dia eu sabia que algo entre mim e o Júnior ia acontecer. Eu não senti maldade no olhar nem na conversa dele, mas algo me fazia sentir que a gente ia ter alguma coisa. O fato dele parecer 100% hétero e estar quase namorando minha melhor amiga não diminuiu esse sentimento hahahaha. Mas de fato, parecia destino, sabe? A gente ia ficar junto. Pelo menos na minha cabeça de doido.

Os dias foram passando. Na segunda, voltei a estudar e trabalhar (eu curso direito tb e fazia estágio numa advocacia na época, a facul ainda estava on-line mas o job presencial). Conversava com Amanda pelo wpp e o Antônio tbm. Lembro que naquela semana não marcamos nada. Lembro também que tinha marcado uma foda com um carinha pelo grindr. Logicamente nunca usava minha foto no perfil e pra mostrar meu rosto era 1 ano de conversa hahahahaa. Foi algo totalmente sexual. Marcamos, fui na casa dele, comi ele e fui embora. Sempre me sentia sujo depois desses sexos. Não pq era com um homem, mas pq me sentia um pedaço de carne e tbm fazia o cara de pedaço de carne também, sabe? Fudia só pra satisfazer meus desejos. Com mulher não, com mulher eu conseguia viver todas as etapas de um relacionamento de maneira saudável e gostava disso. Mas não me sentia completo pq tbm sentia vontade de fazer isso com homens, mas eu não conseguia.

Eu não lembro exatamente o dia, mas sei que durante a semana seguinte ao aniversário, eu recebi um direct de nada mais nada menos que o motivo desse conto existir.

Era uma publicação de um campo de futebol daqui da cidade. Aqui a gente chama de “baba” as partidas de futebol de uma forma mais amadora, só por diversão. Eu nunca gostei de jogar. Minha praia era mais natação. Mas de vez em quando jogava com o Antônio.

Abaixo da publicação tinha uma mensagem de Júnior:

“E ae brother, beleza? Bora jogar um babinha esse final de semana? Depois a gente poderia tomar uma com a Amanda. Chama teus amigos se quiser tbm.”

Eu achei fofo da parte dele de me chamar, mas ao mesmo tempo achei meio estranho essa aproximação toda, sabe? Apesar de eu ter sido gente boa com ele na festa, acho que aquilo já era demais. Eu sempre fui desconfiado então eram essas coisas que passavam na minha mente. Talvez ele tivesse fazendo isso por conta da Amanda, pra impressionar ela.. era o que eu pensava..

Respondi o Júnior com um áudio.

Eu - Eae doutor, tudo certo? Pode colocar meu nome na lista aí que eu vou sim. Coloca o nome do Antônio tbm que ele vai comigo (nem tinha falado com o Antônio mas confirmei a ida dele), até sábado, irmão. - Sim, nessa época eu chamava ele de irmão. KKKKKKKKK

Chegando no sábado eu e o Antônio fomos. Foi bem divertido, os amigos do Júnior são bem gente boa. Ele ficou muito feliz por a gente ter ido. O mais interessante é que o pessoal leva o jogo realmente na brincadeira, em nenhum momento teve alguma discussão e tal pq nos que eu ia o que mais tinha era isso. No final do jogo o organizador do baba que é aliás um dos melhores amigos do Júnior veio falar com a gente pra nos colocar no grupo de WhatsApp de organização dos jogos pra que quando rolasse outros a gente pudesse participar e também pra gente ser sócio do clube lá. É um valor simbólico de 15 reais por mês. Achei interessante e quis participar. A única coisa que não fiz foi entrar no grupo. Sério gente, eu só participo de 3 grupos. Um da família, o do meu estágio (na época) e um com a Amanda e mais 3 amigos. Se eu pudesse eu saia do 3 hahahahaha. Então falei pro organizador pra colocar o Antônio e ele me passava as informações completas. Ele concordou e foi isso que aconteceu.

Depois do jogo a gente foi beber e a Amanda foi junto. Foi bem legal porque a gente conheceu ainda mais o Júnior. Ele é bem família. Foi nesse dia que descobri que ele tem DOIS, sim, DOIS filhos. E são as coisas mais lindas do mundo. Um menino e uma menina. Ele tinha sido pai bem novo, com 24 anos (eu acho muito novo pra ter filho, mas tem gente sendo pai bem mais novo ne?). E os filhos são de mulheres diferentes. Achei ele bem safado por isso. Fiquei até com medo da Amanda engravidar hahahahaha.

Bom gente, depois daí, a gente se aproximou ainda mais. Saíamos sempre juntos, eu, ele, a Amanda, o Antônio, a namorada e as vezes o Jaime também. Nós abraçamos muito o Júnior. E ele também merecia porque sempre tratou super bem a gente. Nossa amizade em certo momento ia para além da relação dele com a Amanda, sabe? As vezes quando saiamos e não estava com o carro da minha mãe ele dava carona pra mim por morarmos praticamente no mesmo bairro. Então sempre tínhamos conversas bastante bacanas e aí a gente se aproximou muito. Esse foi o primeiro erro. Se aproximar tanto.

NUNCA SE APROXIMEM TANTO DE UM HÉTERO, PRINCIPALMENTE SE VOCÊ ESTIVER AFIM DELE.

Se passaram mais ou menos uns 2 meses da chegada do Júnior nas nossas vidas. Tava tudo indo muito bem até que..

Lembram do grupo do baba que eu comentei lá em cima? Pois bem. Depois de um tempo eu acabei faltando alguns jogos por conta da faculdade, época de prova e tal e precisava forcar nos estudos. Os jogos aconteciam nos sábados e quartas e eu não estava indo em nenhum desses dois dias. Estava eu, em casa, numa sexta feira à noite estudando pra uma prova que seria na segunda-feira. Lembro que era uma matéria super complicada e que eu tinha dificuldade. Do nada meu celular começa a tocar, e era o Antônio:

Antônio - E aí Arthur, sei que tu tá estudando mas precisava te mostrar um negócio.. abre o whatsapp aí que te mandei uns prints.

Eu - Tá bom, vou abrir.

Quando abri nossa conversa, o Antônio tinha mandando uma sequência de prints do grupo do baba. Eu fiquei simplesmente chocado e puto com o conteúdo da conversa no grupo: MINHA SEXUALIDADE.

Eu tenho os prints até hoje. Não vou relatar toda a conversa até pq tinha muita coisa, mais era basicamente assim:

Amigo do Júnior - LISTA DE PRESENÇA PARA O JOGO DE AMANHÃ. Galera, quem quiser ir amanhã colocar o nome aí na lista pra gente ter o controle dos times e da quantidade de pessoas.

O caras foram colocando o nome quando um amigo do Júnior, que vou chamar de Bruno, mandou a seguinte mensagem:

Bruno - Mano, e o namorado da piveta do Júnior, não está indo mais não? O cara era gente boa. - logo em seguida tinham vários “KKKKKKK” de várias pessoas.

Outra cara colocou - IIII Alá Júnior, o Bruno tá tirando onda com sua cara, vai deixar é?

Bruno - Só tô falando a verdade pô, eles só andam agarrados. É tipo dona flor e seus dois maridos.

Quanta idiotice, ne? É impressionante como homem hétero consegue ser tão infantil e babaca. Lembro que enquanto lia aquelas merdas minha vontade era de quebrar a cara de todo mundo. Mas relaxem que isso não é nada, o pior ainda estava por vir. Quando li a mensagem que o Júnior tinha enviado no grupo, meu estamago embrulhou.

Júnior - Sai fora fdp. Hahahah. Só porque tu é um corno safado todo mundo tem que ser não. E o Arthur é viadinho.. a Amanda me contou, ele é o amigo viadinho dela.

Que desgracado.

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E aí galera, gostaram? Me passem o Feedback de vocês nos comentários. O tamanho do texto está ok? Me digam se precisam diminuir ou aumentar. Posto o capítulo 2 em mais ou menos 2 ou 3 dias! Até mais.

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Comentários

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E aí carinha?? Começou mega bem, deixou a gente ansioso pelo próximo capítulo, continua aí!! Haha

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E aew cara! Ansioso aqui pela continuação!

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Sensacional cara! Escrita foda, gosto desse estilo. Continua assim hehehe

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Meu Deus que conto maravilhoso, chega fiquei nervoso. Continua

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Amei sua escrita! A temática tá bem interessante e quanto ao tamanho do conto eu não me importo, quanto maior melhor hehe

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