Diários de caça - 22 - Fera enjaulada

Um conto erótico de Fabio Mendes
Categoria: Homossexual
Contém 3705 palavras
Data: 19/03/2023 00:58:32

Hoje, mais maduro, percebo que meu namoro com Amir apresentou erros desde seu início. E muitos deles, por culpa minha. Que, por ser marinheiro de primeira viagem, acabei por cometer.

O primeiro deles e talvez o crucial, foi ter iniciado aquele relacionamento por questões além da minha vontade.

Eu, que sempre fui o protagonista de minhas escolhas, deixei escolherem por mim e isso não é saudável em nenhuma circunstância. Amir era de fato um homem bom, com seus defeitos, como todo mundo, e estava encantado por mim. O fascínio e a entrega com que ele se lançou me deixaram incapacitado. Hoje, pensando bem, eu não tinha ouvido ninguém dizer que estava apaixonado por mim antes.

Sempre minhas relações foram carnais, e só. Então, eu simplesmente não sabia lidar com aquele sentimento unilateral. Acabei aceitando aquele namoro por ele e não por mim.

E isso está fadado ao fracasso. Pois se nos períodos iniciais tudo eram flores, com o tempo, os espinhos aparecem. Amir, que nunca cobrou nada, começou a se mostrar ciumento após nossa atualização de status do relacionamento.

Acredito que o grande mito dos relacionamentos é acreditar que nos tornaremos assexuados para outras pessoas. Que não vamos mais olhar e nos sentir atraídos por outras pessoas. E que estas também nunca mais olharão para nós com segundas intenções.

Amir não suportava que me olhassem. Ficava logo de bico. E eu que tomasse cuidado para averiguar se não haveria outro homem na direção em que estivesse olhando, se não ele pensava que eu estava dando mole.

As brigas bobas começaram a surgir e as vezes eu sentia que ele iria usar a condição financeira dele como forma de se impor pra mim. Poderia ser paranoia minha, mas tiveram momentos em que eu realmente acreditei que ele insinuava que eu estivesse com ele por interesse.

Essa briga ocorreu quando ele disse que me amava pela primeira vez e esperou que eu retribuísse. Mas eu não consegui. A verdade era que eu nunca havia me apaixonado por ele e ele sabia disso, mas fingia esquecer as vezes.

Eu de fato estava naquele relacionamento pelos motivos errados e isso nos tornou despreparados para os atritos comuns a qualquer relação. Até a questão da libido. Pois se antes transávamos igual coelhos, naqueles tempos nossas relações eram rápidas e quase sempre desencontradas. Dificilmente estávamos afim na mesma hora, seja por estresse, cansaço, ou simples vingança, revanchismo após ter sido recusado na vez anterior.

Mas uma coisa eu estava disposto: tinha dado minha palavra que estava em uma relação monogâmica e ia cumprir minha promessa. Mesmo contra meus instintos primitivos que começavam a gritar toda vez que eu farejava uma oportunidade de caça.

E é justamente nessas horas que o acaso parece armar das suas, colocando diante de mim oportunidades atrás de oportunidades.

A primeira delas foi na praia em que fomos eu e Amir. Lá, encontramos um casal de norte americanos que puxaram assunto, querendo saber onde ficava um restaurante onde encontrariam amigos.

Amir, vendo ali a oportunidade para praticar seu inglês, entrou em um longo assunto. Eu, como era enferrujado, fiquei na minha, de pé na areia e vendo o mar, planejando um mergulho.

Em um dado momento, quando terminou o assunto, ele veio ao meu lado e percebi que estava de mau humor, então o questionei.

- O outro lá, falou que te achou bonito e perguntou se você tinha namorado, pois queriam fazer um ménage. – rosnou.

Aquilo me pegou de surpresa e eu tive de segurar a vontade de rir. Eu não prestei a atenção na conversa, mas a julgar pela gesticulação de meu namorado conforme falava, eu diria que Amir estava se divertindo em seu papo com os gringos até então, até, de repente, virar a cara.

- Achando graças é? Ficou interessado? Vai lá. Aposto que alcança eles - começou a acusar e eu suspirei

- Já vai começar, Amir?

Ele ficou de cara amarrada a tarde toda e eu, sem paciência, saí e o deixei lá. Iria dormir no apartamento dele naquela noite, mas fui para o meu. Quando saí da areia, ainda passei pelo tal casal, que sorriu para mim antes de entrarem no carro deles. Tanto o homem quando a mulher eram lindos. Como eu gostava de ter os dois gêneros a minha disposição ao mesmo tempo.

Lembro que ainda ficaram olhando um tempo, possivelmente cogitando se me chamariam para uma carona.

Eu sequer lhes dei a chance e pedi meu Uber para sair, já que tínhamos vindo no carro de Amir e o meu estava em casa .

Naquela noite ele foi até meu apartamento, pedindo desculpas, como sempre fazia. Lembro que foi a primeira vez que falei sobre terminarmos. Que talvez fosse melhor, que estávamos brigando demais e por qualquer coisa. Como sempre acontecia, ele chorava, pedia perdão e eu acabava fraquejando. Terminamos transando como há muito não fazíamos. Naquela noite, em especial, fomos para a mesma praia onde brigamos e numa parte isolada, estacionamos e eu o fodi no capô do meu carro.

Nosso sexo ainda era bom, apesar de raro.

Outro dia que mais parecia obra de Satanás, foi quando fui me depilar. Desde que Dom Pedro havia me apresentado a esse mundo da estética que eu não consegui mais viver sem. Eu já tinha até minha depiladora fixa, Denise. Uma mulher oriental baixinha e muito simpática.

Além de talentosa, era muito tolerante com meus rompantes de ereção que ocorriam sempre após a sessão. Não era maldade minha, mas vocês devem ter percebido que eu possuo certo gosto por sentir dor naquelas horas, certo? Pois é. Isso acontece também nessas sessões. Quando acaba, o alivio é tão grande que eu não consigo evitar ficar de pau duro. Denise até brinca:

- Lá vem a cobra - quando meu órgão começa a endurecer.

Acontece que, naquele dia, eu estava marcado com Denise depois de um certo atraso nas minhas depilações mensais. E quando cheguei lá, recebi a notícia de que ela não poderia vir, pois, de última hora, houve um acidente com um parente e ela teve de ir ao hospital.

- Mas com ela está tudo bem, não é?

- Sim - a recepcionista me acalmou. - fui um dos irmãos dela e ele está bem. Foi só um susto. Ela pediu desculpas e indicou uma pessoa para te atender. Vai querer manter a sessão?

Em situações normais eu jamais trocaria minha Denise, mas a verdade era que minha depilação já estava mais que atrasada e me incomodava horrores.

Maldito Dom Pedro por me apresentar àquele mundo de futilidades.

Acabei aceitando. Fui para a sala e me despi. Quando um rapaz baixinho, entrou. Devia ter um metro e sessenta só e tinha o corpo todo bem feito. Braços fortes despontados na camisa apertada. Uma cara de garoto com um cavanhaque e um brinco na orelha direita.

Ele sorriu e se apresentou.

- Bom dia, Fábio. Sou Cleiton e vou te atender. Fica a vontade que eu vou aquecer a cera rapidinho.

Eu nada falei, pensando se seria grosseria desistir naquele instante. Eu e Amir não estávamos em um bom momento, como não estávamos há muito tempo. E a visão daquele belo rapaz acabou por despertar aquilo que até então estava adormecido e eu tentava a todo o custo apagar novamente. Fazia dias que eu me sentia como uma fera enjaulada. O desejo pegando fogo. E Amir estava tentado a me punir pelo fato de ter pego em meu celular a mensagem de um contato antigo, o qual eu nem lembrava mais. Eu tinha até apagado seu número, mas ele, pelo que parecia, não tinha feito o mesmo.

"Saudade dessa piroca enorme".

Foi tudo o que a figura misteriosa escreveu, algo que eu sequer respondi. Na verdade, nem tinha lido, pois Amir chegara a meu aparelho antes de mim. Isso foi há três semanas e até então ele ainda não tinha me "perdoado". E cada hora que eu tentava me achegar, ele respondia:

- Tira essa piroca enorme de perto de mim.

Aquilo me azedava o humor tão rápido quanto pregadores de igreja protestante. E eu perdia o fogo. Pelo menos naqueles instantes. Bastava a raiva passar e logo a fera voltava. Implorando para ser liberta. Naquele dia, em especial, ela estava arranhando as grades.

A sessão ocorreu natural. Não me atrevi a trocar palavras, concentrado em controlar meu amigão ali embaixo

Mas, quando a área da púbis terminou, não teve jeito. O alivio foi tanto que o negócio praticamente saltou para o alto. Meu rosto queimou de vergonha. Pois mesmo sendo algo natural, eu sabia que aquela velocidade se devia a outra coisa.

- Nossa - se surpreendeu.

- Desculpa - me apressei em dizer.

- Não. Tudo bem. É normal. Só... Não esperava o... Enfim. Achei que fosse bater em mim com ele - e riu

Ri amarelo e deixei ele terminar. Ao fim, passou o hidratante na região. As mãos dele percorreram toda a área depilada, pau, púbis, saco. E eu mirei meu olhar ao teto e pensei nas últimas catástrofes do mundo para evitar pensamentos ainda mais perigosos.

Foi aí que o senti segurar meu órgão com mais afinco. Quando o olhei, ele o admirava com certo respeito.

- Vou te dizer. Esse é dos grandes - e riu safado, me dando uma piscadela.

- O... Obrigado - não sabia o que dizer.

- Você... Se importa se... – e apontou do órgão até a própria boca.

Minha resposta demorou mais do que devia e ele já ia baixar a cabeça quando eu o detive.

- Foi mal. Tenho namorado - consegui impedir uma tragédia, mesmo com meu sangue fervendo de desejo.

- Eu não conto se você não contar - sorriu.

Ah Satanás, por que me tentas?

- Mesmo assim - insisti - não quero.

Cleiton deu aquele suspiro de desalento e olhou meu pau mais uma vez até se dar por vencido.

- Tudo bem. Uma pena. Desculpe, não foi profissional da minha parte. Mas não é sempre que vejo um desses e - riu - vamos ficar de acordo que o seu é de chamar atenção.

Eu já fui me vestindo.

- Fábio. Se pudesse não comentar o episódio com o pessoal daqui eu...

- Tá bom, tá bom - e saí logo, sem lhe dar chances de se explicar.

Quando Denise voltasse, eu a agarraria e não soltaria mais.

Aguardei minha vez na recepção para pagar a conta quando, nas ironias do destino, resolvi olhar para o rapaz risonho ao meu lado que falava pelos cotovelos com a recepcionista. Eu, doido para sair dali, estava prestes a pedir para ele largar o ouvido da mulher para eu poder pagar logo quando algo nele me chamou atenção.

Tinha algo familiar, mas não o reconheci.

Levei horas pra enfim a ficha cair.

- Breno? - falei, ainda sem certeza.

O homem se virou e na hora seu rosto iluminou

- Fábio? Meu Deus. Olha pra você. Não mudou nada - e me abraçou.

Eu não respondi o mesmo pois não podia. Pouco havia do antigo Breno dos tempos de adolescente. Ele estava bem maior, tinha engordado bastante. Mas também não era isso. Estava alegre e extrovertido, longe do garoto enrustido e assustado que conheci.

- Em compensação, olha você. É outra pessoa.

- Eu sei, e pegou na barriguinha com cara de exagerado desespero.

- Estou dizendo que você está... Radiante - usei essa, na falta de uma palavra melhor. Mas era exatamente assim que estava.

- Ah, obrigado. Eu estou muito feliz mesmo. Eu, Anderson e nossos bebês. Já viu a foto deles?

- Todos os dias no seu Instagram, cada dia com roupas combinando diferentes - respondi, suspirando

Ele sorriu amarelo.

- Mas diz aí - emendei - não sabia que morava aqui.

- Não. Estou de férias, na verdade. Eu e o Andy. Você devia conhecer. Eu falo horrores de ti pra ele... Claro. Não sobre tudo sobre você, entende.

- Eu entendo - ri.

Saímos para a rua e encontramos o Anderson, um urso de dois metrôs e cara de mal humorado. Mas foi só abrir a boca que toda a primeira impressão evaporou como gelo seco.

Ficamos conversando em um café próximo por horas, quando recedo a ligação de Amir.

- Oi amor - atendi - sim, acabei tem algum tempo. Encontrei um antigo amigo e estamos no Sterna aqui do shopping. Está por onde?

- Por que não me avisou quando saiu?

O tom de voz dele já me fez ferver o sangue.

- Não sabia que era obrigado - respondi, com ironia - até onde sei, você estava trabalhando.

- Sai agora e não vi mensagem sua. Poderia estar em qualquer lugar. Estava preocupado. E você aí se divertindo com seus amiguinhos. Típico de você.

Meus amigos provavelmente não eram capazes de ouvir nada do que era falado por Amir, mas com certeza eram capazes de ler em minhas expressões e intuir o teor da conversa.

- Amir, eu estou desligando agora. Outra hora, conversamos - tentei manter meu tom o mais calmo possível em respeito a Breno e seu marido.

Desliguei e tentei sorrir, mas meus olhos deviam estar transbordando ódio. De repente, toda a leveza do meu dia havia explodindo na minha cara.

Não consegui mais curtir o café depois daquilo. Não sei se pela idiotice de Amir ou se por ver aqueles dois tão felizes e carinhosos. Com certeza a felicidade alheia não me era saudável, dado o humor tóxico que eu emanava

- Pessoal, desculpa. Tenho de ir. Podemos marcar mais alguma coisa enquanto estiverem pelo Espírito Santo.

Eles não discutiram, sabendo que eu não estava de bom humor, apesar de tentar dissimular.

Fui para meu apartamento para ter um pouco de paz. Porém, nem isso eu consegui. Pois Amir estava lá, me esperando.

- O que faz aqui? - perguntei num tom que eu tentei ser casual, mesmo sabendo de meu fracasso previamente.

- Tive de vir, né? Sabia que você fugiria. Então me certifiquei que você não ia trazer ninguém aqui.

Amir estava brincando com fogo, cutucando a onça dentro da jaula sem perceber que a mesma estava destrancada e bastava o animal sair para haver uma tragédia. Tudo o que me segurava era o desejo de não acabar falando coisas das quais não teria volta.

- Amir, vai pra casa - pedi - Você não está em condições de falar e eu, sinceramente, não tenho a menor vontade de estar contigo agora.

- Com quem estava?

Respirei fundo, massageando minhas têmporas.

- Com o Breno. Amigo de infância. Já te mostrei ele uma vez. Está de férias com o marido. Agora, por favor - e indiquei a saída.

Amir então deu um riso de deboche.

- Fico mais aliviado.

- Por quê? - acabei me traindo e puxando assunto, pois seu desdém despertou o que há de mais venenoso em mim.

- Oras. Se você me trocasse por alguém como ele, seria loucura da sua parte.

- Eu trocaria você por qualquer um que cruzasse meu caminho nesse exato momento

Soltei e minhas palavras foram tão ácidas que o atingiram como um bofetão na cara.

Então, como sempre acontecia quando ele perdia o controle, começou a falar sem parar.

Imaginei até mesmo que seu corpo tivesse aprendido a não depender mais de oxigênio, como um crocodilo capaz de prender a respiração por longos períodos.

Entre suas acusações, estavam o fato que sempre desconfiou que eu o traia. Que eu era assim mesmo, que não podia confiar. Que eu jamais estaria pronto para um relacionamento sério. Dentre todas as barbaridades que ouvi, entretanto, nada repliquei, esperando ele terminar seu prolongado discurso.

Mas aí ele soltou o que até então evitava falar. O tabu que abriria de uma vez a jaula da fera.

- Você é como todos. Só está comigo por interesse.

- Me diga, Amir. O que você acha que tem a me oferecer, afinal?

Minha voz saiu tão calma que até eu me surpreendi. Como diz o velho ditado: cão que ladra, não morde. E eu, naquele momento, estava pronto para morder.

Naquele exato momento, Amir se calou e o senti encolher como uma lebre.

- Vamos. O que você me oferece afinal? Algo que me obrigue a estar contigo? Que interesse eu tenho?

Ele não respondeu.

Ergui minha mão e mandei:

- Me dá sua chave - rosnei - Agora!

Meu tom havia mudado e ele logo meteu a mão no bolso e me entregou o molho. Tirei a chave do meu apartamento que ali estava e devolvi o restante. Depois, peguei meu chaveiro e tirei a do apartamento dele, entregando. Ele fazia que não com a cabeça, desconsolado, mas sua voz não saia.

Indiquei mais uma vez a saída e me retirei para meu quarto.

- Fábio, vamos conversar... Eu sei que... - tentou falar, mas eu o interrompi.

- Caso não tenha ficado claro: nós terminamos. Não temos assunto, nem quero conversar.

Cheguei no meu quarto e liguei o vídeo game. Nada melhor para baixar minha temperatura do que explodir alguns miolos virtuais.

Todavia, não tive sequer um minuto de paz. Logo apareceu Amir, com cara de cachorro que caiu da mudança, na porta.

- Fábio. Amor. Me desculpa. Eu... Eu sei que falei bobagem. Eu juro. Só... Se eu pudesse voltar eu..- e começou toda a lenga lenga de sempre. Pedia perdão, se fazia de vítima e tentava me seduzir, pra voltar as boas fases.

Mas naquele dia suas tentativas só me irritavam e eu me segurava para não explodir.

- Eu faço qualquer coisa. Juro, por favor, não fica bravo comigo. Eu sou um idiota, eu sei. Só queria fazer algo pra te compensar, qualquer coisa.

Desde pequeno eu sempre achei os vilões de séries e programas personagens interessantes e ao mesmo tempo subestimados. Não acredito na maldade inerente. Por isso não consigo conceber um personagem, seja ele qual for, como simplesmente mal. Tem de haver um estopim. Há um momento, algo, circunstâncias, em que esse personagem igualmente potencial ao bem ou ao mal toma o caminho sem volta. Naquele momento, para aquele relacionamento, este era o meu momento crucial.

Olhar para Amir daquele jeito, desolado. Claramente desesperado para voltar as minhas graças, despertou talvez o que houvesse de mais perverso em mim. Normalmente eu cedia mais fácil, normalmente minha raiva era superficial. Mas naquele dia era diferente e ele sabia disso.

Por isso estava tão frágil, tão desesperado por qualquer sinal de afeto. Mas ele estava enganado se achava que me faria mudar de ideia novamente. Eu fiquei meses enjaulado e prometi a mim mesmo naquele momento que jamais deixaria me trancarem de novo. Eu estava faminto e ia me saciar. Ele seria minha primeira vítima.

- Está muito vestido para quem tenta uma reconciliação. - comentei, sem lhe dignificar o olhar.

Um sorriso de alívio inundou seu rosto. Rapidamente ele se despiu, ficando de joelhos na cama, tentando se aproximar. Um engatinhar de cada vez. Olhei de cima a baixo. Avaliei.

Não podia negar, era um homem muito bonito. Seria uma pena simplesmente parar de usar aquele corpo. Acho que eu poderia brincar com a comida mais um pouco.

Ao fim e ao cabo, todos somos vilões em alguma história, não é mesmo?

A raposa é a vilã na história da lebre, aquela que mata dos seus. Mas ao mesmo tempo é a heroína na história de seus filhotes, pois é quem lhe traz a sustento

Após o avaliar de cima a baixo, desdenhei e voltei para o jogo, apenas para o ver se arrastar até mim e, com calma e medo de eu o enxotar, abrisse meu zíper e começasse a me chupar. Continuei o jogo, tendo aquele agrado a mais conforme me distraía. De fato, estourar miolos virtuais era bem melhor assim. Em pensar que em minha adolescência eu desdenhava dos vídeo games.

Quando terminei a partida, saí do modo online e deixei o controle de lado. Dei um tapinha em sua bunda e mandei:

- De quatro. Vira a bunda.

Ele, obediente, engatinhou, circulando e se virou. Abri aquelas belas nádegas e lambi. O buraquinho piscou alegre e esperançoso. O beijei mais um pouco e então me posicionei. Sem ensaios, arriei minha calça e meti fundo. Encravei até onde consegui e logo então comecei a golpear seu traseiro com meu corpo

Eu ainda estava com raiva e não fiz o menor esforço para esconder isso. Amir gemeu, apesar de imaginar que minha brutalidade poderia o estar agradando, continuei com a mesma pressão. Aquilo dizia respeito a mim e minhas necessidades. Não as dele

- Isso. Mete, gostoso. Assim. - começou a me enaltecer até que eu empurrei seu rosto contra o colchão.

- Shiii. Quietinho, ok?

Voltei a meter, tendo ele em silêncio.

- Melhor - e meti com força. Tendo apenas os sons dos estalos de nossas colisões.

Quem disse que a raiva não é um excelente afrodisíaco, nunca experimentou descontar sua raiva na cama. Gozei duas vezes sem tirar de dentro. Acabei apenas quando não tinha mais forças.

Quando tirei, contemplei o trabalho bem feito. O anel de Amir dilatava. Estava vermelho em volta. Olhando seu pau, o encontrei duro e babando, com uma gota de sêmen ainda pendurada. Parecia que no fim, Amir gostava de ser maltratado.

- Gostou? - perguntou, ainda temeroso. - Posso fazer mais alguma coisa por você?

- Preciso dormir - anunciei - Sozinho - completei.

Meu tom não dava margem para discussões. Mesmo decepcionado, ele se levantou e se vestiu. O levei até a saída para garantir que desta vez ele iria. Antes de sair, me deu um beijo.

- Te amo - sussurrou.

- Boa noite - foi tudo o que respondi.

Ele saiu. Ainda olhando para traz até entrar no elevador. Talvez na vã esperança de ser chamado de volta

Fiquei pensando se deveria esclarecer que aquilo não significava nada. Afinal, ele saia do meu apartamento sem nenhuma promessa de termos voltado, nem com anúncio de meu perdão. Bobo ele se acreditasse que havia conquistado uma coisa ou outra.

Mas desisti. Afinal, não seria culpa minha se ele se iludisse.

***

AGORA É OFICIAL:

Colégio Pracinhas irá retornar. PrevisãoPois é galera. A turma do colégio militar pracinhas está de volta.

Não deu para calar as vozes dessa galera cheia de hormônios e atitude. Eles tinham ainda muita história pra contar e o resultado é um segundo volume desta obra cheia de fetichismo e erotismo.

Ansioso para partilhar com vocês mais essa realização

Caso não conheça e já queira se preparar, os capítulos estão todos no CDC, com o titulo da época "Colégio militar".

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Comentários

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PERFEITOO!! Continua essa história q só melhora!!

P.S - Pracinhas de volta é um sonho q eu torço pra se realizar

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Ciúmes doentio corrói qualquer relacionamento, e para um pegador que se sente enjaulado deve ter sido um fardo! Abração!

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Isso que podem ser chupar de uma relação abusiva. Passou da hora de acabar com essa relação!

Amei a notícia da volta do colégio militar

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