Humilhada e dominada pelo desafeto do meu marido - Happy Hour

Um conto erótico de Alê
Categoria: Heterossexual
Contém 4904 palavras
Data: 17/03/2023 19:51:17

Eu nunca pensei que fosse possível acontecer os eventos que eu vou relatar aqui. Afinal, sempre fui leal e fiel ao homem que conheci quando éramos jovens, no auge dos nossos vinte e poucos anos. Na época, ele trabalhava no mercado financeiro e eu ainda cursava psicologia, mas a química entre nós era forte e rapidamente nos apaixonamos.

Eu sempre acreditei que tinha uma vida perfeita. Casei bem cedo com Pedro, que além de ser homem da minha vida, era lindo com cabelos loiros e olhos azuis, e tinha uma carreira promissora no mercado financeiro. Os primeiros anos de casamento foram maravilhosos. Viajamos juntos, construímos nossa casa e planejamos ter filhos. Ele era um marido dedicado, sempre muito brincalhão e carinhoso. Eu, por minha vez, cuidava do lar e estudava para me tornar uma psicóloga renomada.

Mas, como em toda história de amor, nem tudo foi um mar de rosas. Um dia, a empresa em que meu marido trabalhava foi adquirida por uma multinacional e ele começou a trabalhar mais, com medo de ser demitido na fusão. As noites em casa se tornaram mais raras e o estresse no trabalho afetou nosso relacionamento. Começamos a brigar com mais frequência e a nossa intimidade ficou comprometida.

Alguns dias, Pedro chegava particularmente cansado do trabalho. Ele tinha um colega complicado, que conseguia tirar meu marido do sério, o homem mais calmo que eu já conheci. Seu nome era Ricardo, embora ele tivesse exatamente o mesmo cargo que meu marido, ele era arrogante e agia como se fosse chefe dele.

O desafeto do meu marido era ridículo, ele era um daqueles bombados de academia, muito provavelmente usava anabolizantes. Quando eu o via, não conseguia parar de encarar o seu rosto, que não era nada natural por causa de uma harmonização facial que ele tinha feito. Seu corpo era tão desproporcional, que ele ficava parecendo um gorila quando vestia um terno, os botões do peito da sua camisa estavam em constante tensão e qualquer hora podiam escapar e ferir um transeunte desavisado.

Pedro não entendia como Ricardo ainda tinha um emprego na empresa. Ele não produzia nada, era extremamente desqualificado para posição, e gastava todo seu tempo no escritório puxando-saco dos chefes ou xavecando as meninas. O sentimento de desprezo parecia ser mútuo entre os dois, já que o desafeto do meu marido fazia questão de apontar defeitos em qualquer projeto que meu marido trabalhava e os dois sempre tinham discussões que de tão intensas quase viravam físicas. Apesar de tudo, talvez o que mais irritava o meu marido era como ele adorava ostentar riqueza, sempre deixando a chave do seu Porsche na mesa para todos verem.

Toda quinta-feira, havia um happy hour com os colegas de trabalho de Pedro. Eu costumava acompanhá-lo nessas ocasiões, mas nunca fui uma grande fã, os homens ficavam tempo todo discutindo assuntos do mercado financeiro que não me interessavam. Enquanto meu marido se divertia e fazia amizade com os colegas de trabalho, eu me sentia deslocada e entediada. Eu era apenas uma observadora, acompanhando o movimento que ia acontecendo.

Ricardo, mesmo namorando, nunca saía sozinho desses eventos. Sempre havia uma ou mais mulheres dispostas a acompanhá-lo e eu não conseguia entender o que viam nele. Quando ele não estava caçando no bar, seu tópico favorito na roda com os colegas era expor o que havia feito com a conquista dele da quinta-feira anterior. Tive que ouvir diversas vezes baixarias, histórias sem pé e nem cabeça em como as mulheres adoravam ser dominadas e usadas por ele. Meu marido odiava aquelas conversas, mas nunca enfrentou Ricardo diretamente. Pelas costas ele fazia piadinhas com as histórias, insinuando sempre que seu colega era na verdade um babaca mentiroso.

Minha tragédia começou em uma dessas quinta-feiras. Eu estava animada para me divertir já que era um período com muitos trabalhos e provas na faculdade, mas a tensão já começou a tomar conta do ambiente quando meu marido e eu entramos no Uber. Ele estava exausto do trabalho e, mesmo eu tentando puxar assunto sobre nossos planos para o final de semana, ele foi extremamente grosseiro e descontou todas as suas frustrações em mim. Aquele trabalho estava corrompendo lentamente o homem perfeito com quem eu me casei.

Cheguei abalada ao bar e pedi um drink mais forte do que o habitual, um coquetel com vodka. Normalmente eu bebia cerveja, mas naquela noite precisava de algo mais forte para afastar meus pensamentos da briga. Eu buscava uma oportunidade de conversar com Pedro já que o fato de não estarmos bem, me incomodava profundamente. Ele, por sua vez, parecia não se importar com a minha presença ao seu lado, continuava conversando com os amigos e bebendo como se nada tivesse acontecido. Aquela atitude me deixava angustiada e, quando percebi, já havia tomado quatro ou cinco drinks.

Foi então que o destino resolveu me pregar uma peça: quando fui ao bar pedir mais uma bebida, lá estava ele, o ser mais repugnante do mundo, Ricardo. Apesar de saber quem eu era, ele nunca tinha trocado uma palavra comigo na vida, eu, definitivamente, não era o tipo dele. Após tantas quintas-feiras, eu já sabia exatamente do que aquele homem gostava. Preferia loiras altas, com cabelos chapados, seios turbinados e maquiagem impecável. Eu era o oposto disso. Sou baixinha, e apesar de estar em forma, não era nada comparada às mulheres esculpidas por cirurgias plásticas que ele saía. Meu cabelo era loiro natural, rebelde e eu não fazia questão de domá-lo. Sempre me vestia de forma confortável e, às vezes, nem me incomodava em trocar meus óculos por lentes de contato.

Eu até estranhei quando ele começou a vir na minha direção com um sorriso falso no rosto. Não contente em se aproximar, ele colocou a mão na minha cintura e me puxou para si. Fiquei tão perplexa que não consegui reagir. Ele começou o papo até que de forma simpática, perguntando o que eu fazia da vida, como estavam as coisas na faculdade e na casa nova com meu marido. Eu não perguntei nada para ele, só p respondia, receosa com o que o Pedro pensaria se visse nós dois conversando tão próximos.

Em uma das suas perguntas, eu cometi o maior erro da minha vida. A gente estava conversando sobre as mudanças na rotina do meu marido com o trabalho, e eu respondi que tinha sido difícil, ele estava trabalhando demais. Não tinha nada demais na minha resposta, mas os olhos do Ricardo se arregalaram, e ele mudou totalmente a expressão corporal dele. "Novinha, pode deixar que hoje eu cuido de você", sussurrou ele no meu ouvido. Ricardo era, sem dúvida, o homem mais arrogante e insuportável que eu já conheci.

O que aquele sujeito pensava que estava fazendo? Eu não era uma das garotas que ele costumava pegar naquele bar. Eu não dava a mínima para os músculos, dinheiro ou estilo daquele idiota. Mas, para minha surpresa, meu corpo discordava de mim. Meu braço inteiro arrepiou com o som da voz daquele ser desprezível. Sentia como se fosse entrar em combustão espontânea de tanto calor. Por mais que tentasse, não consegui encontrar uma resposta à altura. Juntei todas as minhas forças e fiz uma cara de ódio, que deve ter parecido mais com uma criança fazendo birra, virei e saí dali.

Voltei quase correndo para junto do meu marido e o abracei. Ele se assustou e perguntou onde estava meu drinque. No meu ímpeto de sair dali, até esqueci da minha vontade de beber. Respondi que não estava mais a fim e pedi para irmos embora. Ele revirou os olhos, sugerindo que, se quisesse, eu poderia voltar sozinha. Eu me sentia estúpida por estar assustada e com medo. Segurava com as duas mãos o braço do meu marido, buscando sua proteção.

Tudo ao redor parecia um borrão e eu não entendia mais nada do que as pessoas em volta conversavam. Repassava o que acabará de acontecer na minha cabeça. Não havia nenhuma lógica nos meus sentimentos. Era para eu estar furiosa querendo matar aquele ser pela ousadia dele. Mas eu me sentia como se eu fosse adolescente vendo um dos meninos mais velhos da escola. Lembrar do som da voz dele no meu ouvido estava me deixando excitada.

Era impossível eu ter me sentido atraída por uma pessoa tão ridícula. Devia ser apenas a bebida e o tempo que eu e meu marido estávamos sem conseguir ter intimidades. Era apenas uma reação normal do meu corpo, não precisava me preocupar. Eu não era um ser irracional, era uma mulher forte e resistiria a esses impulsos animalescos. No entanto, quando revivia na minha mente o que acabara de acontecer, sentia meu corpo ficar fraco, tremer e formigar de uma forma que não conseguia controlar.

Bom, não havia motivo para me preocupar enquanto eu estivesse ao lado de Pedro. Nós dois éramos como uma fortaleza invencível, e eu tinha certeza de que nada poderia nos abalar. Felizmente, ele estava completamente envolvido na conversa e não percebeu o turbilhão de sensações que o seu desafeto havia me causado. Meu plano era ficar imóvel ao seu lado e apenas sobreviver àquela noite, mas ela estava se arrastando demais e eu já havia bebido muito. Minha bexiga começou a doer e eu resisti o máximo que pude antes de ir ao banheiro. Me senti idiota por não ir logo, o que estava me impedindo?

Avisei ao meu marido que ia rapidamente ao banheiro. Ele achou estranho e respondeu para eu ir logo de maneira grosseira, como vinha fazendo a noite toda. Quando cheguei ao banheiro feminino, encontrei uma fila enorme e senti que todo mundo me olhava como se eu fosse louca. E eu estava. Eu procurava me esconder entre as pessoas para garantir que Ricardo não me encontrasse.

Finalmente, eu era a próxima da fila. Eu ouvi a porta do banheiro se abrindo e me animei, pensando que finalmente era minha vez. Mas, não era a porta do banheiro feminino que abria. Saindo do banheiro masculino, Ricardo perceberá minha presença ali e caminhava olhando fixo em minha direção, com um sorriso de vitória no rosto .

Ele deve ter percebido minha reação, porque começou a rir. "Procurando por mim, novinha?", perguntou com um tom provocador. Eu não estava, na verdade, eu tentava me esconder. Ele se aproximou com os braços erguidos, e eu institivamente fui para atrás, até meu corpo colar na parede. Seu corpo bloqueava a minha rota de fuga, e comigo ali emparedada, ele tentou me beijar à força.

Eu resisti, movendo a cabeça para os lados e pedindo para ele me deixar sair, mas ele não se moveu. Encurralada contra a parede, comecei a sentir uma sensação de pânico tomar conta de mim. Única coisa que eu tenho orgulho daquela noite é que não foi na primeira e nem na segunda tentativa dele, mas eu cedi e finalmente deixei seus lábios tocarem os meus.

Minhas mãos que estavam presas na parede, foram se libertando aos poucos, enquanto meu corpo parecia ter vida própria, respondendo aos toques de Ricardo. Eu me odiava por não conseguir resistir àquela situação, por não ter a força para empurrá-lo e correr dali. Ele segurou minha mão direita e começou a deslizá-la pelo seu corpo, como se estivesse me desafiando a continuar.

Aquele nojento achava que eu iria masturba-lo ali, a poucos metros do meu marido e em um local cheio de colegas do Pedro? Eu nunca seria uma dessas mulheres que cediam a todas as vontades de homens como ele. Já passará da hora deu colocar um fim naquilo. Não trairia meu marido e não permitiria que Ricardo se sentisse vitorioso por me ver ceder. Mas, apesar de toda determinação, meu corpo não se movia. Comecei a me desesperar, e comecei a negociar comigo mesma. A primeira proposta de sair dali imediatamente foi recusada, eu fiz uma contraproposta para a entidade que me possuía: eu ia apertá-lo uma vez para recuperar o controle e sair dali.

Ele foi deslizando minha mão, até chegar na região do cinto. Ele abaixou o zíper, e afastou um pouco a cueca. Eu repassava furiosamente passo-a-passo do meu plano na cabeça, para garantir sua execução. Apertar uma vez e fugir, apertar uma vez e fugir, apertar uma vez e fugir. Mas, quando minha mão finalmente alcançou seu objetivo, meu plano foi por água abaixo. A sensação era diferente de tudo que eu estava acostumada. O que estava na minha mão era muito mais duro, pesado e comprido que qualquer outro homem que eu já havia tocado. Não fazia sentido. Eu olhei para baixo, esperando haver alguma pegadinha, talvez ele tivesse me dado outra coisa para segurar, e agora começaria a rir da minha cara. Pior de tudo, aquela coisa não só era real, como era a coisa mais impressionante que eu tinha visto em toda minha vida.

Ele deve ter percebido minha expressão de espanto, pois começou a rir sozinho. "Melhor que o Pedrinho, né?", ele perguntou, o nome do meu marido soava como uma ofensa em sua voz. Deveria ter revidado com um tapa em sua cara, mas fiquei paralisada, sem saber o que fazer. "Bate logo sua putinha", ele ordenou. Nesse ponto, ele tinha razão. Eu precisava acabar com aquilo o mais rápido possível. As pessoas ao redor poderiam perceber o que estava acontecendo. Pedro ou algum colega poderiam nos flagrar e seria o meu fim. Me recompus e obedeci. Minha mão começou a deslizar de forma desordenada, não sabia nem o que fazer direito por causa do tamanho daquele membro.

Ele se aproximou da minha orelha e gemia alto, como se quisesse que eu ouvisse cada som. Com uma mão, bagunçava meu cabelo, enquanto a outra apertava e balançava meus seios por cima do vestido. Ele estava fazendo aquilo de propósito, tentando tornar o meu trabalho de me arrumar e parecer apresentável para o meu marido ainda mais difícil quando aquilo finalmente acabasse. E o pior é que eu estava correspondendo, seu toque dele era tão delicioso, algo que meu corpo não conseguia processar.

Ele começou a deslizar sua mão por baixo do meu vestido, e imediatamente, meu corpo todo se contraiu. Eu sabia que não podia deixá-lo invadir minha última defesa. Desesperadamente, minha mão livre agarrou seu braço, tentando impedi-lo de prosseguir, mas ele já estava perto demais. Seus dedos apenas deslizavam por cima da minha calcinha, mas eu já começava a arfar e tremer de forma ridícula e involuntaria. Ele estava me levando ao delírio sem nenhum esforço, e eu o odiava por isso.

Por que, entre todas as pessoas do mundo, tinha que ser o cara que meu marido detestava? A raiva que sentia dentro de mim não era suficiente para me fazer parar. Eu aumentei a velocidade, e senti sua respiração ficando mais rápida. Confesso que me senti momentaneamente no controle, nada do que acontecia ali era parte do meu plano, mas eu pelo menos eu estava dando aquele homem prazer com minhas mãos. A minha ilusão foi interrompida quando ele começou a gozar sem aviso prévio. O primeiro jato acertou meu vestido, o que me fez dar um passo para trás. Eu não tive tempo de reagir, enquanto ele soltava o resto daquele líquido pegajoso que acertou minha perna, meu pé e o chão ao redor.

Eu estava pronta para brigar com ele, mas fui desarmada pelo sorriso largo no rosto e olhar que ele fazia. Ele me deu um beijo longo, como se agradecendo pelo que tinha acontecia ali. Ele estava provando para mim que ele detinha todo o controle da situação, eu só poderia voltar para meu marido quando fosse autorizada. Meu corpo ainda estava quente, clamando por mais. Mas ele, já estava satisfeito com o resultado da noite. Virou as costas e saiu dali sem falar nada.

Sozinha, tive que lutar naquele banheiro para me recompor. Limpar o vestido melhor que pude, arrumar meu cabelo, refazer a maquiagem e pensar numa mentira do porque eu demorei tanto tempo para o meu marido. Pior de tudo, eu sentia meu corpo pulsar, incontrolavelmente pedindo por mais. Eu não aguentei, e me olhando no espelho comecei a chorar.

Voltei para meu marido que ainda conversava com os colegas. Eu esperava que ele me perguntasse o que aconteceu e por que eu demorei tanto. Mas a pergunta nunca foi feita. Já era de madrugada quando decidimos voltar para casa da noite que mudaria minha vida para sempre.

No dia seguinte, tudo que tinha acontecido parecia mais um sonho do que realidade. Merda, não acredito que eu tinha traído meu marido. Eu contemplei se devia revelar para ele e aceitar as consequências dos meus atos. Mas ele acordou tão feliz, me fazendo carinho e sendo o homem com quem eu estava acostumada. Era impossível, eu não conseguiria perder o amor da minha vida por um erro de uma noite de bebedeira.

Nas semanas seguintes eu ficava esperando quando eu finalmente seria desmascarada. Algum colega de Pedro deve ter me flagrado, eu pensava. A espera era insuportável, como se eu fosse uma prisioneira no corredor da morte. Mas, o tempo passou, e nada aconteceu. Se alguém viu a cena, como eu não teve coragem de revelar.

A culpa corroía meu íntimo, mas o que mais me humilhava era a reação do meu corpo quando lembrava do que aconteceu: calor, formigamentos, tremedeira. Minha mente era uma prisão e não havia trégua. Sabia que se cruzasse com Ricardo novamente, não resistiria. Então, decidi evitar os happy hours, alegando para o meu marido que não gostava daquele ambiente e me sentia deslocada.

Durante meses, fui bem-sucedida em meu estoicismo, mas o destino novamente pregou-me uma peça. Meu marido estava semanas estressado com uma apresentação importante para os clientes, e acabou esquecendo documentos importantes para essa em casa. Era um problema simples, bastava eu ir até o escritório dele e deixar a papelada na recepção. Mas minha cabeça começou a girar. Não podia permitir que isso acontecesse. Insisti para que meu marido encontrasse outra solução, como enviar um motoboy ou pedir a ajuda de outra pessoa do trabalho. Ele começou a gritar comigo, achando que eu não queria ajudá-lo em um dia tão importante. Ele até tinha razão, mas só porque não conhecia todos os fatos.

Contra a minha vontade, acabei indo. Sabia que tinha uma grande chance de conseguir entregar os papéis sem encontrar Ricardo, mas mesmo assim, não conseguia evitar a ansiedade que me consumia. Vestindo uma calça, casaco de moletom, óculos escuros e boné, eu parecia uma celebridade fugindo dos paparazzi.

Meu corpo suava enquanto subia o elevador, ensaiando mentalmente cada passo que precisava seguir. Era uma tarefa simples: deixar a papelada na recepção, pedir à recepcionista para entregá-la a Pedro, e sair rapidamente dali. Mesmo assim, eu sentia medo de não conseguir concluir a tarefa.

Ao entrar no escritório, fui recebida por um forte cheiro de tinta. A empresa do meu marido havia realocado o setor dele para um novo prédio para acomodar a equipe que cresceu com a fusão, mas a mudança foi mal planejada, então as obras ainda estavam em andamento, mesmo com a equipe de Pedro trabalhando lá.

Eu gaguejei enquanto explicava à recepcionista para quem deveria entregar os papéis. Percebendo meu nervosismo, ela me ajudou, deixando claro que entendeu que os papéis deveriam ser entregues na mesa do meu marido. Tudo estava correndo bem. Ela me ofereceu água ou café, mas eu recusei e segui em direção ao elevador. O escritório ficava no décimo andar, então fui acompanhando os números mudando até ficarem cada vez mais próximos. Eu estava a um passo de conseguir sair dali, e a sensação era tão boa que parecia que eu tinha passado novamente na faculdade.

“Nossa, que surpresa te encontrar aqui.”, uma voz inesperada disse enquanto tocava no meu braço. Rapidamente, me virei com um sorriso no rosto, esperando ver meu marido, na minha fantasia ele tinha parado de trabalhar e estava ali no hall para me agradecer. Mas, era Ricardo quem estava lá, com uma expressão de alegria. O cheiro de tinta que eu sentia sumiu imediatamente com o aroma do perfume dele. “Vem, deixe-me te mostrar o escritório. Pedrinho vai adorar te ver por aqui.”, ele disse, segurando minha mão e me levando de volta ao escritório. Sem dizer nada, fui sendo arrastada por ele, andando de mãos dadas como se fôssemos namorados, voltando para onde tentava desesperadamente fugir.

Enquanto passávamos pelos colegas de Pedro, agradeci mentalmente pelas roupas que eu havia escolhido para a ocasião, talvez eles não me reconhecessem. Ricardo ia me mostrando as várias salas de reunião, falando sobre qual equipe trabalhava em cada mesa, como se eu fosse uma estagiária em seu primeiro dia de trabalho. Eu ia sendo levada cada vez mais fundo, até começar a me perguntar se sabia como sair dali.

Eu estava hipnotizada pela sensação de segurar as mãos daquele gorila. Ele era tão grande em comparação a mim que me fazia sentir como uma criança segurando a mão dos pais ao atravessar a rua. No entanto, diferente dos meus pais, não sabia para onde ele me levava e não confiava nas suas intenções. Tentei me acalmar lembrando que estávamos em plena luz do dia e ele não se atreveria a fazer algo com a esposa de um colega. Sua atitude de bom anfitrião que era apenas uma forma de provocar-me.

Já estávamos na parte do escritório mais distante possível da recepção. O ambiente impecável, com obras de artes e móveis caros que era usado para enganar os clientes, não existia ali. Nos fundos, era possível ver latas de lixo, fios expostos e a falta de acabamento da pintura. Finalmente, chegamos a uma sala que parecia uma copa. Eu olhei por fora para identificar melhor o que era aquele lugar, mas antes que pudesse entender, ele me empurrou para dentro e fechou a porta.

A sala era pouco maior que um armário de vassouras, sem ventilação ou janelas. Eu tentei acender as luzes, mas os interruptores não funcionavam. O corpo musculoso dele ocupava quase todo o espaço da sala, e eu procurava desesperadamente um lugar seguro para me afastar. Mas, eu sabia que não conseguiria resistir a ele, não depois de tudo que eu tinha passado nas últimas semanas.

Eu que tive a iniciativa de jogar meu corpo no dele, e começamos a nos nos beijar. Ele respondeu ao meu beijo com voracidade, suas mãos apertando minha cintura com força enquanto ia arrancando meu casaco e minha blusa, me deixando apenas de sutiã. O ambiente era quente e abafado, o ar rarefeito pela tensão sexual que pairava entre nós.

Ele parou e disse com uma voz rouca e ofegante: “Que sorte, heim. Eu precisava da chupeta de uma putinha hoje para relaxar”. Que humilhação. Eu estava me entregando de corpo e alma, fazendo a maior loucura da minha vida, para um homem vulgar que confundia a realidade com um filme pornô barato. “Vem dá um beijinho aqui.”, ele disse me tirando do transe do ódio que eu sentia. Eu não havia percebido, mas ele já estava com as calças arriadas, apontado seu membro para mim. Estava tudo muito rápido, eu não entendia como aquilo tinha acontecido. Aquele lugar pequeno e apertado parecia fechar ainda mais em volta de nós, sufocando-me.

Minha mão foi se afastando do meu corpo lentamente, o medo do que aconteceria quando eu o tocasse novamente era real. Mas era vital para mim sentir aquilo mais uma vez na vida, garantir que o que tinha acontecido no happy hour não foi uma ilusão. Eu comecei a acariciá-lo com as mãos trêmulas, sentindo cada centímetro, a textura e o peso daquele membro que tinha sido a minha fixação nas últimas semanas.

A excitação tomou conta de mim, e eu podia sentir o meu corpo ficando molhado. Era uma sensação única, perfeita e especial, não me sentia mais num armário fazendo a coisa mais desprezível da minha vida. Eu me sentia no céu. Mas, a voz dele me fez cair com tudo de volta para terra: "Eu disse para você beijar ele, cachorra."

Eu neguei com a cabeça com firmeza, não querendo me submeter. Ele precisava ser internado em um hospício se achava que iria chupa-lo ali. Meus olhos estavam arregalados, encarando-o com determinação, mas meu coração batia acelerado. Era difícil resistir aos seus avanços, mas eu sabia que precisava impor um limite. Ele soltou um suspiro de desdém e puxou sua mão da minha, começando a subir suas calças e se movendo em direção à saída.

“Não!”, eu gritei em desespero. Seria horrível voltar para casa sem conseguir o que queria. Eu estava presa naquele ciclo vicioso, precisando daquele momento para me sentir satisfeita. No escuro, eu ainda conseguia sentir o sorriso irônico no rosto dele ao ver que eu o impedi de sair. Ele se aproximou novamente de mim, sua presença imponente e intimidadora.

“Engole esse caralho, sua puta”, ele disse sussurrando no meu ouvido. Eu ainda lutava, deveria existir algum jeito de não me sujeitar a isso. Eu me ajoelhei, continuava só passando a mão por ele, muito levemente, como se eu fizesse cafuné. Meu rosto estava alguns centímetros daquele colosso. Mesmo sabendo que estava em uma situação humilhante, eu não conseguia deixar de admirar aquilo, instintivamente eu ia ficando cada vez mais boquiaberta. Ricardo se cansou da minha hesitação e, com um movimento rápido, colocou uma mão atrás da minha cabeça e empurrou-a em direção ao seu corpo, forçando-me a fazer o que ele queria.

A primeira estocada fora tão violenta que me eu quase engasguei. Eu usava minha duas mãos para evitar que fosse empalada. Fui recuperando o controle da situação, usava minhas duas mãos para segura-lo enquanto minha boca entrava e saía da cabeça. Para ser sincera, eu desisti totalmente naquela hora de resistir. Estava tão envolta pelo clima, era quase uma dor quando minha cabeça se afastava do meu amante no movimento de vai e vem. Precisava ele de volta dentro de mim o mais rápido possível.

Me sentia uma amazona enfrentando um monstro. Enquanto eu lutava contra a hidra do desafeto do trabalho do meu marido, eu lembrava que Pedro sempre elogiava meu oral, dizendo que não entendia como podia ser tão bom. Meu segredo sempre foi que eu usava o corpo de forma completa para dar prazer para meu parceiro, costas, mãos, cabeça e língua tudo trabalhavam em sintonia. Minha mente vagava por pensamentos contraditórios. Por um lado, eu me permitia sentir todo o prazer e desejo que aquela situação me proporcionava, mas por outro, a culpa e a vergonha me invadiam. Eu sabia que aquilo não era certo, que estava traindo o meu marido e colocando em risco a sua reputação no trabalho

O ritmo acelerado da respiração e dos gemidos se misturava com o som dos movimentos cada vez mais intensos e rápidos. Eu podia sentir a tensão em seu corpo aumentando, sabia que ele estava prestes a atingir o clímax. Usei minhas mãos para pressionar ainda mais o seu corpo contra o meu e aumentei o ritmo da minha boca, querendo levá-lo ao êxtase. Eu pedi para ele que me avisasse quando fosse gozar, mas não recebi resposta. Eu estava muito envolvida pelo momento, por isso tive pouco tempo de reação quando ele tirou o membro dele da minha boca, segurou minha cabeça com as duas mãos e soltou o primeiro jato na minha cara. Eu protegi meu rosto com as mãos, não impedindo de ainda acertar meu cabelo e meu peito.

Eu voltei à realidade com tudo. Senti um calafrio percorrer meu corpo quando percebi onde estava e como estava. Meu coração batia forte e a sensação de culpa era esmagadora. Ricardo já se arrumava e saía sem nem mesmo me ajudar a levantar. Eu me sentia usada e abandonada. A frustração tomava conta de mim, aquela dose não tinha sido suficiente para satisfazer o desejo que me corrompia. Eu queria mais, precisava mais. Mas, ao mesmo tempo, me odiava por ter cedido a essa vontade insana. Eu não era aquela pessoa, mas ali estava eu, ajoelhada em uma sala desconhecida e suja.

Eu saí da salinha correndo, sentindo a urgência de me livrar daquele lugar. No caminho, pude sentir o olhar de julgamento dos funcionários do escritório do meu marido, como se soubessem o que eu havia feito. As pernas tremiam e eu precisava me apoiar nas paredes para não cair. Entrei no banheiro sem nem checar se era o masculino ou feminino e me lavei, desesperada para me livrar da sujeira física e emocional que me envolvia.

Desisti do elevador e desci pela escada de incêndio, sentindo as escadas rangendo sob meus pés. A cada degrau, eu sentia uma mistura de vergonha e frustração. Eu havia me deixado levar pelo desejo e cedido à tentação, traindo meu marido e minha própria moralidade. Eu jurei para mim mesma que nada parecido com aquilo aconteceria de novo. Eu era melhor do que aquilo, e precisava me lembrar disso.

Chegando em casa, eu estava totalmente frustrada. Mesmo permitindo aquela loucura, eu não tinha alcançado meus objetivos. Tive que tomar banho, retomar o controle do meu corpo e da minha mente. Eu buscava na minha cabeça qualquer coisa para me distrair, mas a imagem de mim ajoelhada no escritório do meu marido, fazendo uma traição indescritível com o inimigo dele, continuava me assombrando. Sozinha, eu sabia que aquela não seria a última vez.

<continua>

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Comentários

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Ótimo conto de ficção, escreveu tão bem que dá até raiva da personagem e principalmente as desculpas são sempre as mesmas

Vamos ver onde vai dar.

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Vc conseguiu transmitir uma visão bem feminina dessa estória.

Pitadas de arrependimento,de reconhecimento do erro ,um pouco do velho chavão feminino que ainda que suavemente ela menciona

uns vacilos do marido seja comportamental ou de performance sexual .

Pra usar como motivação ou justificativa pra sua atitude.

Vamos ver no que vai dar isso .

Tomara que tenhamos surpresas né .

Sigo acompanhando.

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Mais uma pessoa que resolveu mostrar a verdadeira identidade. Cruel, insensível, egoísta e covarde.

O marido sendo humilhado e ela não consegue resistir ao canalha.

Desagradável o comportamento dela. Independente de ser real ou ficção, eu julgo sempre comportamento.

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Eu vi um conto assim uma vez com uma vinganca ótima do marido espero que esse siga na mesma linha

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Esse conto é um reboot de outro bem antigo aqui ne, agora harmonização fácil foi o cu viu, parece a Globo reatualizando pantanal eu hein.

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Porra véi, logo com o inimigo ! , e o marido na merda cheio de trabalho 😂😂😂

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Depois uma vaca assim leva um tiro, vem os protetores dos animais dizer que foi feminicidio,

4 0

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Roberto13
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