O meu melhor amigo tem onlyfans - 12

Um conto erótico de Joca
Categoria: Gay
Contém 1690 palavras
Data: 08/03/2023 18:42:54
Última revisão: 08/03/2023 18:58:04

CAPÍTULO XII

Minha mãe com o ombro no batente do portão acenou para nós, ela segurava o cadeado em uma mão e a chaves de casa na outra, sempre dentro de seu vestido de malha leve, cheio de flores.

- De volta ao lar, - falei do fundo do carro.

Ian seguia no banco da frente e respondeu ao gesto de mamãe com uma guinada para fora pela janela.

- Ô nós aí de novo! - bradou ele.

Jackson buzinou, ele guiava o carro, a meu pedido fora nos buscar e nos trouxe até a porta de casa. Ainda no posto de gasolina na entrada da cidade, um burburinho de pessoas em volta do celular assistia ao vídeo.

"Felipe e o PRF", era o título, a viralização ocorreu de forma democrática, "desde a padaria da esquina às igrejas", mamãe mandou pelo zap. Felipe recusava-se a conversar diretamente sobre o assunto.

Eu fazia uma ideia da tempestade que desabara sob a cabeça da família Sodré. O pai era podre de rico, casara-se novamente após a morte da mãe de Felipe e Jackson. Tivera mais dois filhos, e havia uma disputa interna entre os quatro.

Segundo Felipe "são a reencarnação de Mussolini e Hitler, com a diferença de que medem quase dois metros de altura, e são mulatos". Eram mais jovens, Jackson conservava uma foto acima do retrovisor de dentro, com toda a família reunida.

Ian ainda usava um gesso menor na perna e uma tipoia. Mamãe o ajudou a sair do carro, enquanto Jackson e eu levamos as sacolas, e mochilas para dentro de casa.

- Nem sei como agradecer Jack, - falei a ele.

Jackson coçou os bolsos da calça e retirou um maço de dinheiro.

- Entrega isso ao Lipe, eu não posso falar com ele papai proibiu a família toda depois do escândalo.

- Até hoje não entendo a família de vocês.

- É fácil de entender, - ele disse. - Lá somos escravos do dinheiro do meu pai, ou seja, as coisas funcionam como o velho quer.

Ele sorriu deu a volta no carro e abriu a porta. Enviei uma mensagem para o Felipe que ainda não havia dito onde estava vivendo depois de ter sido expulso pelo pai. Luana em sororidade a Hilda, não falava mais com ele, nem a Hilda obviamente.

Estar fora de uma enfermaria de hospital, deve ter o gosto de estar livre depois de uma longa prisão, tudo fica mais lírico, até as casas velhas da rua, e o calçamento desigual.

Entrei com o celular diante dos meus olhos.

Ouvia a voz de mamãe e Ian.

Ele conversava bem mas quando esquecia uma palavra ficava nervoso, e logo a cabeça doía. Ian havia ido para o quintal quando entrei na cozinha, minha mãe segurou meu antebraço.

- Você sabe o que é isso aqui? - ela perguntou. - Apareceu dia desses, não entendi, deve ser golpe. Tá com cara.

Na tela do celular haviam mensagens do aplicativo do banco. Eu engoli em seco, segurei o celular.

- Não deve ser nada, - falei.

- Tem certeza? Parece sério, e eu não tomei empréstimo nenhum como diz aí.

- Confia em mim mãe, - respondi com o coração na mão. - Eles estão tentando lhe aplicar um golpe.

Meu celular vibrou era uma mensagem do Felipe.

Ele: Me encontra na praça do Rosário.

Eu: Tá certo, vou ajudar o Ian...

Ele: Fico aflito por não poder ajudar mais.

Eu: Já resolveu me contar onde está morando?

Ian apareceu apoiado a bengala, os braços continuavam modelados mesmo ferido, a camisa sem mangas e o short o deixavam sexy.

Há dias Ian avançava o sinal mesmo todo estropiado, ele crivava uma ruga acima do nariz entre os olhos, e um frio na minha espinha me arranhava inteiro.

Ian sorriu enquanto caminhava em minha direção.

Felipe respondeu a mensagem.

Ele: E você já desistiu de vender nudes no Onlyfans?

Eu escondi o celular no bolso de trás e abracei o Ian que reclamou com um muchocho.

- Ainda acho que deveria ir para minha casa, - ele disse. - Vou incomodar a rotina de vocês...

- Ah, não, por favor, você não pode me olhar daquele jeito que acabou de fazer, e querer me abandonar, tenho prazer em cuidar de você, - falei e o beijei. - Além do mais, ela está amando ter você aqui.

Mamãe trazia uma bandeja com uma jarra de suco e fatias de bolo. Eu olhei para o Ian que desde a saída do hospital vinha sentindo cada vez mais necessidade de comida, - em todos os sentidos, ele encheu a boca com uma das fatias do bolo.

Tirei o celular do bolso e o coloquei na minha coxa. Algum espirito de porco fatiara o vídeo de Felipe e as partes agora rodavam pela internet, livremente, "para mandar um zap essas véia não conseguem direito, mas pra ver putaria", pensei.

O vídeo de Felipe ganhava as redes e em um trecho quando Hilda o desmascara com o flash na cara e o pau do sujeito na mão, a boca vermelha, Felipe pergunta:

"Que porra de Luz é essa caralho?" - com cara de sono.

Eu sorri. Os comentários desciam o cacete nele, "pouca vergonha", "onde esse mundo vai parar", mas muitos fizeram memes, a foto do Felipe olhando para a câmera com o pênis do cara censurado e a legenda "que gente toda é essa aqui?".

Ian assistia ao vídeo meio escorado em mim no sofá. Mamãe nos olhou com uma carinha de babona.

- Que bom ver vocês assim! - ela disse. - Agora, o Felipe, uma decepção.

- Mãe! Não fala assim dele.

- É sogrinha, - Ian sorriu. - Ele manda bem com a boca.

Arregalei os olhos para Ian que nem se abalou.

Minha mãe foi do bronze de sua pele a cor de um tomate mas como era o Ian, permitiu-se sorrir, fosse eu tinha me mandado tomar vergonha na cara.

Ele que apontou com um gesto a mensagem do Felipe que acabara de chegar.

"Você vem? Estou esperando, na praça do Rosário, agora."

- O irmão dele, me pediu para entregar - mostrei o dinheiro ao Ian. - Quer vir?

Ele bufou pela boca ainda sujo de bolo. O limpei com meu polegar, ele sorriu.

- Sério isso? - fingiu enfado. - Se até para urinar preciso de ajuda.

Nos beijamos.

Ele desviou os olhos.

Ainda não havíamos parado para conversar sobre tudo, nesses momentos, eu sentia pairar sobre nós a névoa daquilo que aconteceu na noite em que o mandei ir embora.

Um aperto na boca do estomago era inevitável. Saí de casa a passos curtos, a todo momento, olhava para as ruas como se há muito tempo não as visse, e na realidade se passaram semanas, apenas.

Felipe acenou para mim, ergueu-se do banco de pedra próximo ao busto de estanho do outro lado da praça. Além de nós, um funcionário da prefeitura juntava as folhas secas em um canto.

Felipe correu até mim.

Eu o abracei mais uma vez desde que tudo aconteceu nos vimos apenas no dia da segunda cirurgia de Ian.

- Como você está?

- Poderia ser pior, - sorriu. - Trouxe?

Eu entreguei o dinheiro a ele, Felipe contou na minha frente.

- Teu pai teve coragem de te expulsar mesmo hein?

- Pois é, eu já esperava por isso, - disse Felipe. - Jackson disse que ele engasgou quando viu o vídeo.

Felipe gargalhava como se o acontecido não fosse com ele.

- E agora?

- Eu que te pergunto, - ele continuou. - Você ainda está disposto a vender os nudes?

Eu olhei para o meus próprios pés, a ideia incomodava sobretudo porque não trazia nenhuma garantia de que fosse dar certo, afinal Ian teve tempo de cultivar o corpo, e certos dotes são genéticos!

Além do mais eu até sozinho na frente do espelho, sem roupa, ficava da cor de uma pimenta, todo rubro.

- Tem outro jeito? Eu peguei um empréstimo no aplicativo da minha mãe, a primeira parcela vou quitar com minha rescisão.

- Saiu mesmo do emprego? - ele perguntou. - Eu também andei tendo umas ideias...

Eu espremi os olhos na direção de onde tinha acabado de vir, adiante, uma mulher.

A figura de cintura bem marcada por baixo da blusa justa nos ombros, e as pernas em evidência pelo tecido da calça, não deixavam dúvidas, Luana retirou os óculos escuros, veio num passo lento até nós.

- Cafajeste! Como pôde? Era tua amiga, - ela disse a Felipe. - Só vim por causa do Joca, por que me chamou?

Eu sacodi a cabeça, na verdade precisaria mesmo da ajuda de Luana se quisesse continuar com a ideia do Onlyfans, mas só em pensar minhas pernas tremiam, suor aparecia na minha testa.

- Fui eu, - disse Felipe. - Viram o tanto de visualizações que meu vídeo chupando o PRF deu? E só cresce. Eu andei pensando... E se desse para aproveitar isso?

Minha ficha caiu e se ela fosse de vidro teria se espatifado em mil pedaços pelo chão. Ele olhou para mim depois para Luana que abriu um riso de canto de boca e desviou os olhos.

- Vocês estão achando que isso é a porra da Disney, só pode - Luana sentenciou.

Ela ergueu-se deu alguns passos para frente, abriu as alças dos óculos, Felipe plantou-se diante dela, e os dois trocaram farpas entre os olhares.

- Pessoal, vamos ter calma - tentei.

- Cala a boca Carlinhos, - Felipe começou a dizer. - Você precisa de dinheiro rápido, eu também. Você não tem atitude suficiente para fazer isso, no primeiro nude desmonta inteiro, nos teus conflitos freudianos.

- Obrigado, puxa que ideia faz de mim - falei.

O infeliz me conhecia mais até do que eu, toda vez que pensava na possibilidade de exposição na rede ficava cheio de urticárias.

- Onde eu entro nisso? - disse Luana. - Saia da minha frente.

Felipe não desistiu e a segurou pelos braços. Num gesto dramático típico dele, ajoelhou-se.

- Por favor, - ele pediu. - Você tem experiência nisso. Eu e o Joca podemos produzir os conteúdos mas ainda teremos que saber como cativar o público. E a questão do dinheiro... os preços... por favor, pelo Ian.

- Como é baixo - ela disse. - Nesse ramo, tem futuro.

Ela deu alguns passos e virou-se para nós. Eu a encarei nos olhos. Felipe ergueu-se. O vento soprava pela praça deserta. Luana ajeitou os cabelos e fez um gesto de desistência.

Felipe ensaiou um riso de vitória, mas o desarmou.

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Comentários

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É impressão minha ou teve um pulo na história ?

Não lembro de terem feito empréstimo sem a mãe do Joca saber e desse vídeo viralizado e em que momento o Ian teve alta ?

To amando a história, mas me senti meio perdido em relação ao tempo dos acontecimentos descrito nesse capitulo

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Olá Gaylherme! Realmente houve um pulo sim, certos acontecimentos eu suprimi, para não ter que detalhar passo a passo. Obrigado por acompanhar!!!

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Opa, oi Frank! Obrigado por acompanhar! Na verdade como se trata de uma história, obviamente aumento os efeitos das coisas sim hahahaha, mesmo sabendo que hoje em dia, em geral, certas coisas já são mais liberais, no sentido em que você usa o termo, em cidades do interior a coisa é meio empacada. Por favor, seja chato o quanto desejar, gosto da interação, ainda que - o que não é o caso do comentário - seja negativa, não vejo problema algum. Sobre os rendimentos, depende, quando feito em dolares o negócio gera mais, e embora protegido, muita gente consegue burlar, existem no telegram grupos que divulgam os perfis e postam assim, descaradamente os conteúdos que deveriam ser monetizados. Alguns "peladões" hahaha, por si mesmo, usam o Twitter que é um pouco menos "utilizado" sobretudo em comparação com o Instagram, - facebook já é praticamente orkut, falecido então nem conto - mas o twitter acredite se quiser, muita gente não sabe como manejar, então, alguns desses criadores de conteúdos "18+", postam lá alguns aperitivos, e no caso de algum outro perfil comentar uma dessas postagens, o "peladão" vai no direct e oferece uma "recompensa" em troca de gorjeta. Acho tudo isso bem interessante. Antes, há alguns anos, haviam os atores pornôs né? E ainda existem, mas o "futuro" desse nicho com certeza são as redes sociais. Valeu pelo papo! Bye!!

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Ian irá surta quando souber que os 2 irão para onlyfans?

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Se não pode com eles junte-se a eles, quem sabe? Ham? hahaha obrigado por acompanhar!

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