GIL VOLTA PRA LEIA OUTRA VEZ

Um conto erótico de Nadja Cigana
Categoria: Gay
Contém 5965 palavras
Data: 08/03/2023 07:46:26

Duas manhãs depois de ter flagrado seu filhinho viado dando o cu num cantinho externo de sua própria casa, Ivone acordou com a buceta assada, resultado de várias fodas com o marido tosco. Ela e Ademir nunca tinham trepado tanto, desde que ela estava grávida do filho deles, o agora viadinho querendo se feminizar, Sandrinho.

E as muitas fodas não tinham diminuído em nada o nojo que ela sentia pelo marido. Ao contrário, o asco tinha se acentuado com o cafajeste fazendo questão de gozar no oral duas vezes, mesmo sabendo que ela detestava levar porra na boca. Mas Ivone não só se submetera como provocara Ademir para as trepadas, para salvar a vida do filho.

Ivone tinha certeza de que se Ademir tivesse visto Sandrinho desmunhecando como ela vira, e com maquiagem nos olhos, ele teria puxaria a pistola Taurus que sempre levava e matado Sandrinho e Ivone na hora. Por isso ela tinha mandado o filho se trancar no quarto, inventara para o marido a mentira de que Sandrinho tinha transado pela primeira vez com uma namorada fictícia e seduzira o marido para transarem no sofá da sala, fingindo paixão e desejo. Mas o pior foi no dia seguinte.

Com a mentira de Ivone e a farsa sexual que tinha feito para o marido, Ademir acordou já querendo de novo meter na esposa francesinha e ela não se negou. Depois o marido, feliz da vida por achar que tinha exorcizado o medo de o filho ser viado, passou a provocar Sandrinho a todo momento para contar como fora sua noite com a namorada, sobretudo durante o almoço dos três num restaurante, deixando o menino confuso. Ademir, como sempre fazia nos fins de semana e feriados, comeu e bebeu demais e Ivone achou que ele ia logo dormir, mas o tosco ainda comeu a mulher numa rapidinha, antes de apagar.

Ivone aproveitou a sesta do macho e fugiu pro quarto do filhinho viado, para quem foi curta e grossa:

- Ontem à noite contei pra teu pai que tu perdeu a virgindade com uma namorada. Finja ser homem e enrole ele com isso! Amanhã a gente conversa.

Sandrinho estava com medo do pai e inseguro, mas sentia um forte tom de reprovação na fala da mãe e queria colo e diálogo. Chegou a ensaiar um pedido de conversa, mas Ivone cortou logo:

- Amanhã! Com ele em casa é perigoso.

À noite Ademir de novo comeu a esposa e brindou com ela com champanhe, por terem transado três vezes num só dia, coisa que não acontecia há muitos anos.

Agora, achando que finalmente teria uma manhã livre do macho opressor para poder conversar com o filhinho pederasta, Ivone estava sentada mijando no vaso, incomodada com a vulva ardida e inchada, quando Ademir entrou no banheiro nu e com o pau duríssimo de tesão matinal de mijo. E, sem nem bom dia, foi com o pau direto na cara da esposinha mignon.

Ivone tava no limite de tolerância depois de umas 36 horas de fingimento sexual. Ia ter que reconstruir todo o esforço de afastamento de Ademir que ela tinha feito há anos. Deu um risinho sem graça pro macho e pegando na rola dele numa punheta lenta disse:

- Bom dia, Marido tesudo... tu é, é um touro... mas tua esposa é fraquinha... tô com a perseguida inchada e ardendo. Num te aguento hoje não...

- Antão usa essa tua boquinha linda, vai... só pra teu homem ir feliz pro trabalho...

- Ái, amor...

- Anda, mulher! Quero chegar atrasado, não!

Ivone deu uns beijinhos na rola pegajosa de suor de Ademir, odiando aquilo. Enquanto beijava, enxaguou e secou a xana e depois agarrou a pica com uma mãozinha, acariciando o saco de pentelhos grisalhos com a outra. A francesinha então fez um boquete com punheta furiosa, com tanta intensidade que o marido pensou que a mulher tinha paixão por aquilo. Mas na verdade Ivone descarregava sua raiva na felação. Raiva por não ter podido ir trepar com o mecânico Djalma, como tinha combinado. Raiva de Sandrinho por ter feito ela ter que se reaproximar sexualmente de Ademir, pra quem há anos ela só fazia o sexo protocolar de abrir as pernas e se deixar comer. E raiva de ter que se submeter àquele monstro!

Mas Ivone tinha um plano. Enquanto mamava e punhetava a contragosto a pica de seu déspota, ela calculava mentalmente quanto dinheiro faltava acumular na conta escondida de Ademir que ela mantinha há anos, para comprar uma franquia da locadora de carros num dos aeroportos de Paris, que vinha negociando secretamente. Fugiria pra França com Sandrinho sob o pretexto de visitar a mãe e Ademir, se quisesse, que brigasse na justiça pelo retorno do filho, o que ela duvidava que ele fizesse e mais ainda que ele ganhasse.

Os pensamentos de Ivone foram interrompidos pelo endurecimento extra da pica que mamava e pelas mãos fortes de Ademir segurando sua cabeça. Sabendo o que vinha, ela fechou os olhos e prendeu a respiração bem a tempo de escutar o marido urrar ao mesmo tempo em que levava na boca a primeira jateada de porra pegajosa.

Mal Ademir terminou de gozar, Ivone largou da pica e saco do marido e se ajoelhou rápida no chão do banheiro para entre movimentos de vômito cuspir o esperma odiado no vaso, enquanto ouvia o machão elogiar e se gabar, acariciando as costas dela:

- Delicia de boquete! Tu fez melhor do que ontem! Eu que me dou bem... Espia... Acho cheiroso tu nunca ter acostumado de engolir minha gala... mas também acho que ia gostar de tu engolir... agora escova os dentes preu poder te beijar que vô tomá banho.

Sentada no chão, um braço apoiado na tampa da privada e se sentindo imunda, Ivone jurou silenciosamente se vingar. Mas antes ia ter uma conversa muito séria com o viadinho irresponsável que seu filho se tornara, assim que Ademir fosse pro trabalho.

Enquanto no Umarizal, Sandrinho ia ter em breve a conversa de sua vida com a Mãe, em Terra Firme a travesti Leia acordava tarde e de cara inchada, depois de uma noite de pesadelos e insônia, atormentada pela culpa. Achava que por culpa dela, por ciúme bobo, podia ter metido Gil numa situação de morte, e o pior é que tinha certeza de que se contasse pra Gil o que Mario alertara, que o pai de Sandrinho o mataria se descobrisse que Gil fizera o filho dele de fêmea, seu homem não acreditaria. Gil ia achar que era armação de Leia pra afastar dele o viadinho novinho.

Leia pensou muito e concluiu que só tinha um jeito, e era o melhor dos jeitos. Jurar fidelidade a Gil, ser só dele, fazer o soldado se apaixonar de novo por elazinha e não deixar espaço nenhum pro viadinho novinho, filho do matador. Com isso na cabeça, ela arrumou a casa e se maquiou encobrindo as olheiras, porque naquele dia ela tinha sua pequena formatura na escola técnica de turismo.

A poucos quarteirões de Leia, Gilda já tinha se aprontado pra ir às compras com a mãe na feira de sábado. As transas do feriado, com Leia pela manhã e com o irmão na noite, tinham aliviado no coração da indiazinha a dor do abandono por Marcelo. Mas ela ainda sentia pena de si mesma e estava triste. Ainda assim, Gilda não esqueceu de renovar a ordem que tinha dado a seu tesão de irmão, Gil, e cedo ela lembrou ao macho que ele deveria ir procurar Leia, antes de voltar pra Fortaleza no dia seguinte.

O que de fato incomodou Gilda naquela manhã foi sua mãe, Dona Mara. A indiazinha não entendia porque a Mãe olhava pra ela com aquele semblante zombeteiro, como se segurasse um riso de escárnio sobre Gilda ter levado um pé na bunda de Marcelo. A Mãe não era assim. Era sempre acolhedora. Por que mantinha no rosto aquele risinho, como se tripudiasse da sua dor?

É que Gilda ignorava que dona Mara estava em conluio secreto com Marcelo, preparando a maior surpresa da vida da indiazinha.

Já no bairro de classe média alta do Umarizal, Sandrinho saiu do quarto só depois que viu pela janela o pai ir pro trabalho com sua picape, e desceu preparado para um doloroso esporro. Os esporros do pai eram gritados, violentos, e uma vez Ademir havia atirado contra ele um pesado cinzeiro de pedra, que não o acertou por pouco mas tirou uma lasca da parede da sala. Mas os esporros da Mãe eram muito piores.

Ivone costumava dar esporro no filho, e em qualquer pessoa, sentada, de pernas elegantemente cruzadas e falando calmamente em tom baixo. E aquilo fazia a mensagem da mãe entrar lá no fundo de Sandrinho e o revirar por dentro de um jeito que ele passava dias ruminando o esporro. Ele preferia as explosões do pai, que vinham e passavam rápido. E agora o viadinho descia a escada lentamente, sabendo que ia ouvir a Mãe como nunca.

Com toda a calma do mundo, Ivone mandou Sandrinho tomar café e depois ir conversar no pequeno escritório dela, no térreo, espaço decorado com móveis artesanais de bom gosto e separado da sala por uma porta de correr. As duas empregadas já cuidavam da casa desde antes dos patrões acordarem e ali ela teria privacidade para falar com o filho viado, desde que conversassem civilizadamente e, por segurança, em francês, que Ivone havia ensinado ao menino desde cedo.

Quando o filho chegou Ivone fechou a porta e Sandrinho sentou ao lado da mãe no sofá de dois lugares do escritório. Ela segurou a mão gelada de sua criança entre as dela e começou.

- Então eu descobri que meu filho é um pedê...

Sandrinho sabia que “pedê”, de pederasta, era a gíria francesa equivalente a bicha. Já tinha ouvido a Mãe fazer uns raros comentários homofóbicos sobre alguns parentes e outros viados, o mais das vezes para agradar ao rude Ademir. Mas eram comentários que magoavam Sandrinho, embora fossem infinitamente menos homofóbicos do que os do pai. Além disso, Sandrinho era inteligente e sabia que não podia negar. A Mãe o tinha flagrado dando o cu, com restos de maquiagem e “cheirando a esperma de homem”, como ela mesma dissera.

Mas Sandrinho olhou pra dentro de si e lembrou que tinha jurado pra si mesmo que ia se orgulhar de ser bicha! O menino respondeu nervoso, mas tentando reproduzir o mesmo tom calmo da Mãe:

- Sou viado, sim.

Ao falar isso Sandrinho sentiu lá nas entranhas um calor, uma energia quente quase tão boa quanto a que sentira quando tinha beijado Gil, dois dias atrás. Aquilo lhe deu uma paz consigo mesmo que o convenceu de que tava no caminho certo, e ao mesmo tempo convenceu Ivone de que a preferência do filhinho por machos era irreversível. Pousando uma mão no ombro do filho ela retomou a conversa.

- Eu sempre soube... pra mim era uma questão de tempo...

O que Ivone pensou, mas não falou, é que ela esperava que a homossexualidade do filho desabrochasse mais tarde, em uns dois ou três anos, quando eles já tivessem fugido para a França, para longe de Ademir. Não que a França fosse o paraíso da tolerância. Ivone sabia que a cultura francesa era hipócrita, machista e homofóbica. Mas sabia também que ainda assim era muito melhor do que a do Brasil, do que a de Belém, e muito mais ainda do que a do monstro que era seu marido. No entanto, Ivone não ia contar seu plano de fuga para o filho. Seria perigoso. Nem Djalma sabia. Os dois só saberiam quando estivesse tudo pronto.

Seus pensamentos foram interrompidos por Sandrinho:

- Sabia, Mamã?

- Sim, sabia. E de certa forma teu pai também. Ele sempre morreu de medo disso. É o grande terror da vida dele...

- Sei...

- Agora me conta tudo.

- Tudo o que, Mamã?

- Tudo. Em ordem cronológica. Quando você se descobriu?

Sandrinho foi quase completamente sincero. Contou de sua paixão platônica pelo primo Mario, narrou que ele, Sandrinho, é que depois de anos tomara a iniciativa e que tinha conseguido fazer com que Mario o comesse um ano atrás, num fim de semana em que Ademir e Ivone foram pra fazenda e Sandrinho e Mario ficaram sozinhos em casa. Claro, o menino não contou que tinha inaugurado o cuzinho no pau do primo sob a ajuda de Leia, e no fim de uma suruba com mais dois outros garotos, bem na sala de Ivone e no escritório do pai.

Ivone lembrava do fim de semana de que Sandrinho falava e do quanto achara o filho diferente, quando voltaram.

- Então foi você que quis. Mario não se aproveitou de ti?

- Ele nem queria, Mamã. Levei um tempão até conseguir... e depois... ele saiu correndo depois que terminou. E não quis mais nada...

Ivone viu os olhinhos cheios d’água do filho e se irmanou. Ela tinha aprendido muito cedo sobre os homens que saíam correndo depois de gozar. Mas lembrou do dia do churrasco de família, meses depois do fim de semana em que o filhinho perdera o cabaço do cu.

- Mas vocês dois tiveram algo no dia do aniversário do teu avô.

Sandrinho arregalou os olhos e um sombra de pânico passou por seu rostinho redondo.

- A senhora viu?

- Não, mas percebi que vocês dois sumiram, e que depois você apareceu com cara de gato que tinha caído no pires de leite.

Os dois deram uma breve risadinha, com Sandrinho imaginando se a Mãe tinha noção do quanto a palavra “leite” combinava com o boquete escondido que ele tinha dado em Mario, no dia do churrasco. Mas logo os dois ficaram sérios de novo e o menino continuou a confissão:

- Mamã... a Senhora pode não acreditar, mas com Mario foram só essas duas vezes... em um ano inteiro... eu tentei... bem que quis... liguei pra ele um monte...

Com intuição de mãe Ivone na hora imaginou a hipótese mais provável da razão de Mario não querer mais nada com seu filhinho viado. A mãe de Mario, sua cunhada Adélia, sabia melhor do que Ivone que o irmão, Ademir, era um monstro, criminoso antigo que já havia mandado matar gente. E muito provavelmente Mario sabia pela mãe que o tio era um assassino que o mataria sem dó, se soubesse que ele, Mario, comia o cu de seu filhinho Sandrinho. Ademir mataria Mario, Sandrinho e ela, Ivone.

Depois de um breve silêncio reflexivo entre os dois Sandrinho continuou, com medo na voz:

- Mamã... naquele dia... no churrasco do vô... só a Senhora percebeu? Papai também desconfiou?

Ivone soltou um longo suspiro lamentando a ingenuidade de seu filho. Era naquele ponto que ela queria chegar.

- Agora você vai me ouvir com muita atenção. Tem dois assuntos muito, mas muito importantes mesmo, nessa nossa conversa, mas um é mais urgente...

Sandrinho ficou mais pálido do que o normal e de olhos arregalados, com muito medo no rosto, ante o tom grave da mãe.

- O mais urgente é teu pai. O outro, tão importante quanto, mas que pode esperar, é você. Tua pergunta demonstra que tu não tem a menor ideia de quem é teu pai. E se tu já tem idade pra se deitar com um homem, já tem idade pra conhecer a verdade sobre teu pai e entender a irresponsabilidade das coisas que tu fez...

Sandrinho não conseguia nem engolir saliva e respirava em suspense quando a Mãe continuou:

- Se teu pai sequer desconfiasse de você e teu primo Mario, naquele dia do churrasco do teu Avô, ele ia te espancar até você confessar pra ele que é um pedê... assim que chegássemos em casa... e se você não confessasse, ou se eu me metesse no meio pra te proteger, ele ia me espancar até que eu confessasse... e se eu não falasse nada, nem você, provavelmente ele iria atrás de teu primo Mario, pra espancar a ele também... e se qualquer um de nós três falasse a verdade, sabe o que ele ia fazer?... ele ia te meter uma bala, me matar e matar teu primo Mario.

Sandrinho sentiu a garganta se fechar como se fosse um alérgico a leite e tivesse bebido um litro. Naquele breve segundo imaginou o pai matando não o primo Mario, mas Gil. E imaginou o pai matando a mãe, também. Ivone continuou.

- Se não fosse eu que tivesse deixado o carro na oficina e vindo pra casa de táxi, se fosse teu pai que estivesse cochilando no sofá, anteontem, e acordasse com você dando o rabo bem aqui em casa, ali no cantinho, essa conversa não estaria acontecendo porque nós dois estaríamos mortos, entendeu?

Sandrinho tinha entendido. Ele já tinha ouvido boatos sobre o pai, mas que não davam a dimensão que a mãe agora lhe dava. Ainda chocado, fez que sim com a cabeça e Ivone continuou.

- Então, antes de saber de você, meu filho, e de tua... opção... o que a gente precisa é ter certeza de que teu pai não sabe, nem nunca saberá de nada.

Na mesma hora Sandrinho pensou no mecânico Djalma, juntando o “deixar o carro na oficina” e o “dando o rabo” ao “teu pai não sabe nem nunca saberá”. Aquilo servia pra ele e pra sua Mãe! Eram duas fêmeas irmanadas no medo a um machão escroto e assassino. A mãe passou às coisas práticas do pacto de silêncio, com a experiência de quem enganava o marido há anos, e com o trauma de ter visto o filhinho viado com restos de maquiagem feminina.

- Você tem maquiagem aqui em casa? Roupas femininas? Revistas gay? De nu masculino?

- N-não, Mamã.

- Só posso te ajudar se você falar a verdade. Tem certeza de que não tem?

Tudo o que Sandrinho havia comprado de maquiagem, roupinhas, lingeries e acessórios, estava na casa de Leia. E o “ajudar” da mãe o encheu de esperança de que ela o acolhesse.

- Tenho certeza. Não tenho nada aqui não.

Ivone era mais perspicaz do que o filho pensava e percebeu a emoção do menino ao falar o “aqui”, ponto a ser explorado.

- E onde que você guarda, se não é aqui?

- Nã-não, Mamã... não guardo...

- Chega de joguinhos. Só a verdade!

Quase chorando, Sandrinho entregou o ouro:

- Na... na casa de uma amiga...

- Mon Dieu! Quer dizer que mais essa pessoa sabe!

- Ela é amiga! Ela me aju...

- Ela é alguém que pode sem querer deixar vazar teu segredo, seu tolo! Quantos mais sabem?

- Só ela e...

- E Mario e mais o rapaz que te comeu aqui em casa! Segredo de dois já não é segredo. Com três sabendo são quatro! Você foi muito inconsequente!... bem... Mario eu conheço, quem é essa amiga?

- É... é uma colega de escola de Mario... ela...

- Pronto! A turma toda da escola de Mario já deve saber!

- Não, Mamã. Leia não é assim. Além disso, ela saiu da escola do Mario no fim do ano passado, pra fazer escola técnica de turismo.

- Huuummm... e você ficou amiguinho dela como?

- Eu a conheci quando fui numa festa da escola do Mario, lembra?

- Isso faz tempo!

- É sim, ela ainda era meni...

- Complete a frase!

- Mamã... é que ela ainda era uma menina e...

- Não era isso o que tu ia dizer! A verdade, Sandro!

- Eu... ela... ela é...

- Trans!

- É... ela é travesti...

- Merde! Tu tem ideia...

- Mamã! Ela é uma pessoa maravilhosa! E é linda! Eu...

- Não tem nada a ver com ela, seu tonto! O que você acha que teu pai faria se te pega andando por aí com uma trans?

Sandrinho tinha iniciado a conversa resolvido a não falar de Leia, mas tinha se traído. Agora precisava de umas mentirinhas pra amenizar a situação.

- Eu não ando com ela, não.

- Mas é tua amiga. E tu guarda tuas coisas na casa dela. Como é que vocês ficaram assim amigos? Mario tem a ver com isso?

- Eu... eu comecei a achar que Mario não queria nada comigo por eu não parecer feminina. Procurei Leia pra ela me ajudar a me produzir, me maquiar...

A coisa era mais séria do que Ivone achava. Sandrinho acabara de falar de si mesmo no feminino. Precisando muito da razão, a Mãe do viadinho respirou fundo e se acalmou à força, para continuar a perguntar e montar um quadro completo sobre o que acontecia com seu filhinho. Num tom bem mais compreensivo ela abordou a “produção” do menino:

- Ela te ensinou a se vestir e...

O mínimo de acolhimento por parte da Mãe bastou para Sandrinho soltar a franga, e logo ele falava entusiasmado de detalhes como peruca, maquiagem, roupas, lingeries, saltos, gestos, voz, e até do nome escolhido, “Sandrinha”. E ao fazer isso o menino falava e gesticulava afetadamente na frente da mãe.

- O que você sentiu quando se produziu por completo e se olhou no espelho?

Sandrinho respondeu com orgulho, para a Mãe:

- Que finalmente eu era eu mesma! Pela primeira vez me vi como sempre quis ser.

Ivone suspirou, entendendo a profundidade do problema, e continuou.

- Você gostaria de ser mulher? Mudar de sexo?

- Não, Mamã. Isso, não. Eu quero ser uma trans... como Leia. Quero tomar hormônios, ter seios, me feminizar toda, andar vestida de mulher sempre, deixar os cabelos crescer e...

- E...

Era a hora de Sandrinho virar a mesa. Ele tinha aguardado aquele momento para explorar o caso da Mãe com Djalma e apelar à cumplicidade de Ivone.

- E quero sentir o mesmo que você sente, quando um homem te possui. Ser fêmea para um homem, tanto quanto você. Agradar um homem, servir um homem, dar prazer a um homem...

Ivone ficou vermelha e sentiu a buceta ficar molhada. Era uma loucura, era imoral, mas o fato de seu filho querer ser travesti e falar daquele jeito, a excitava. Mas, ao contrário de Sandrinho, Ivone não associou a fala do filho viado a seu próprio caso com Djalma. Ela pensou que o menino falava daquele jeito por ter ouvido as transas dela com Ademir no feriado. Afinal, da última vez que ela tinha se atracado com o marido com paixão, antes das fodas fingidas para proteger Sandrinho, o garoto nem era nascido.

Envergonhada pela encenação sexual, e já tendo contado pro filho que o pai era um monstro, Ivone abriu o jogo para Sandrinho e contou da artimanha que tinha feito para o proteger da curiosidade e barbárie do pai, e pela primeira vez na vida falou do nojo em se submeter sexualmente a Ademir.

Sandrinho tinha se referido silenciosamente à relação sexual da Mãe com o mecânico Djalma, mas acertara em outro ponto. Ele ignorava que o pai era um assassino, mas percebia que a Mãe tinha repugnância por Ademir. E quando Ivone contou pro filho de seu fingimento sexual para o marido, desde que há dois dias Sandrinho dera o rabo no corredor externo da própria casa, o viadinho desabou em prantos com pena da Mãe e se sentindo culpado. As duas fêmeas interromperam a conversa para chorarem abraçadas, com Sandrinho dando muitos beijinhos na mãe e pedindo muitas desculpas. Mas logo se compuseram, graças à racionalidade de Ivone, que se enxugou com lenços de papel e retomou o inquérito.

- Muito bem... Mario eu conheço e sei que vai ficar quieto. Ele sabe que morre se falar. E você já falou sobre essa Leia. Agora me conta com quantos homens você já teve relações, além de Mario.

- Só com Gil, Mamã... e só foi anteontem.

- Gil era o rapaz que te pegou ali fora, no cantinho do gás?

- Sim, Mamã.

- E quem é ele?

- Ele... é o irmão mais velho de uma amiga de escola de Mario.

- É o irmão de Leia?

- Não, Mamã... ele... é irmão de Gilda, colega de escola de Mario e amiga de Leia. Gilda é a menina mais bonita e popular da escola deles.

- E o irmão?

- Ele terminou o ensino médio e entrou pro exército. Tá estudando em Fortaleza, pra ser sargento. Ano que vem vai estudar numa cidade de São Paulo.

O preconceito social de Ivone se manifestou numa pergunta desdenhosa:

- Pra ser sargento? Esse é o sonho desse rapaz?

- É sim, Mamã.

- E como você o conheceu?

- Na casa de Leia. Ele... Gil é namorado de Leia.

Ivone bufou de raiva e respirou fundo pra se controlar:

- E com essa travesti guardando um segredo teu, você decidiu roubar o namorado dela? Você acha que isso foi inteligente de sua parte?

- Não, Mamã, não é isso.

- Então?

- Foi Leia que sugeriu que eu e Gil ficássemos. Na frente dela. Ela disse que me faria bem e...

- E fez?

- Ái, Mamã... foi maravilhoso!

Ivone balançou a cabeça vendo a confusão emocional do filho e percebendo o risco que todos corriam. Respirou fundo de novo e achou que já tinha uma visão geral da enrascada, o bastante para poder agir.

- Tem certeza de que ninguém mais sabe de você? É Mario, Leia e Gil?

- Tenho certeza, Mamã!

- Preste atenção. Eu vou remendar essas pontas soltas todas que você deixou. É preciso blindar essa história toda, quanto a teu pai.

- O que você vai fazer, Mamã?

- Primeiro vou conversar com Mario. Fora daqui. Em algum lugar reservado. Depois quero conversar com esse casal, Gil e Leia. Um de cada vez. Me dê o telefone da travesti.

- Não, Mamã! Por tudo que é mais sagrado! Eu vou morrer de vergonha.

- A coisa mais sagrada que existe é a vida. E é um pouco tarde pra você me falar de vergonha, não é?

- Mas Mamã!

Com toda a paciência do mundo, Ivone colocou uma mão no rosto do filhinho viado e falou olhando-o nos olhos de perto.

- Meu querido... você não tem escolha. Não se trata só das nossas vidas correrem risco. A deles também corre. Seu pai mataria você, eu, Leia... Mario e Gil, então, ele mataria lentamente... de forma cruel... torturando.

Sandrinho fez que sim com a cabeça, e assustado, foi no seu quarto pegar a agenda e passou pra Mãe o telefone de Leia. Ivone agradeceu e completou:

- Acredito que ainda temos chance de acertar tudo, para evitar uma tragédia. Mas falta uma coisa.

- O que Mamã?

Por um momento Ivone pensou em conversar sobre a necessidade que seu filhinho pedê tinha de um apoio psicológico. Mas não em Belém. Todo o caso da viadagem de Sandrinho a fez rapidamente concluir que devia antecipar a fuga para a França, e lá cuidaria de arrumar um psi especializado em identidade sexual para o menino. Nada de “cura gay”, só ajuda profissional.

Mas rapidamente Ivone concluiu que ainda não era hora de falar isso para Sandrinho, e continuou mudando de rumo:

- Até você se estabilizar emocionalmente e nós...

Ivone ia falar “e nós nos livrarmos de seu pai”, mas recuou a tempo. Sandrinho não podia nem imaginar os planos de fuga para Paris.

- Até nós estarmos bem... você sossega esse teu fogo. Não vai encontrar mais homem nenhum. Nem sua amiga travesti, nem esse Gil. Nem mesmo Mario. Só depois que a gente... se ajeitar.

Sandrinho começou a chorar, com uma cara de desespero de dar dó. Só conseguia pensar na rola linda de Gil. E foi já chorando mansinho que o viadinho ameaçou um pedido dramático de poder ver seu macho uma última vez, “pelo amor de Deus”.

Ivone interrompeu o filho rápida e firme, porém colocando uma esperança na alma da bichinha:

- É só por um tempo. Depois eu mesma cobrirei você, para que você possa ter seus encontros.

O que Ivone não contou é que pra ela o “depois” e os “encontros” de Sandrinho já seriam na França.

Naquele fim de manhã de novembro de 1995, enquanto Ivone terminava a conversa com seu filhinho fêmea, Leia saía do banho com uma toalha enrolada no corpo, na altura dos peitinhos, e outra nos cabelos.

A travesti tinha ficado de almoçar com a mãe, Verônica, e o padrasto André, na casa deles, achando que Gil podia aparecer só no fim de tarde, como era mais comum. Tendo passado hidratante nas pernas e no rostinho, Leia dava um tempo para a pele absorver a loção, sentadinha no sofá vendo TV, antes de se vestir. E então ela escutou o barulho de uma moto encostando na calçada em frente à porta de aço da sala e seu coraçãozinho de viada se apertou numa torturante esperança.

Menos de 10 segundos depois ela ouviu a batida típica de Gil na porta e pulou do sofá para abrir, dando de cara com seu homem, que sorria lindamente pra ela, de uniforme camuflado e com o capacete vermelho numa mão. Leia nem teve noção de que a toalha que cobria seu corpo ficou pelo chão. A trans escancarou a porta e se atirou num beijo alucinante em Gil, nua e só de toalha nos cabelos, pendurada no pescoço do macho, à vista de qualquer passante.

Gil reagiu abraçando e beijando Leia mas dando um meio passo pra dentro. Quem vinha pela calçada ou canto da rua, do lado da maçaneta da porta, só via o casal já perto e quase que só enxergava as costas largas do soldado. Mas quem vinha do outro lado via a lateral do corpo de Leia e percebia a travesti nua. Não que desse pra ver o piruzinho da viada, mas alguns ali conheciam Leia desde a infância do menino Lelio e sabiam que aquela menina gostosa, nua, beijando o soldado, era o filho boiola de Dona Verônica.

Em meio a interjeições e gritos de surpresa, tesão e nojo do povo ao redor, Gil conseguiu fazer sua fêmea recuar mais um pouco e fechou a pesada porta de aço com um golpe de perna, sem interromper o beijo.

Leia se entregava de corpo e alma naquele beijo. Aquele era Gil, seu homem, amor de sua vida, seu descabaçador, dono da pica mais linda do mundo. A toalha nos cabelos se soltou em parte e ela só largou do pescoço de Gil com uma mãozinha pra jogar a peça molhada no chão. Beijava se esfregando toda em Gil, os bicos duros de suas tetinhas se arranhando excitantemente contra a áspera farda camuflada, o piruzinho duro dela contra a calça grossa no alto da coxa do macho. E beijava sentindo as mãozonas dele agarrando e arreganhando as nádegas dela. Aquele era Gil e ele estava vivo! Não tinha sido morto pelo pai de Sandrinho! E era dela!

Beijando e gemendo muito, Leia soltou de vez do pescoço de seu homem para ir abrindo freneticamente a gandola da farda. E a ansiosa travesti não esperou que Gil tirasse o blusão militar. Sentou no sofá puxando Gil pra perto pelo cinto e num misto de alegria e desespero abraçou o corpo de Gil pela cintura do macho, comprimindo o rostinho redondo contra o fim da barriga de seu homem e depois foi descendo lentamente enquanto dizia repetidamente “eu te amo... eu te amo... que saudade... que falta de te dar!”

Gil não entendia direito. Sabia pela irmã que Leia tinha se torturado de ciúmes pelo viadinho Sandrinho e já vira a sua piranha travesti em crises de ciúmes antes, mas nunca desse jeito. A boiolinha linda apertava o corpo do macho entre os braços e o rosto dela como se quisesse ter certeza de que ele existia e nunca mais a fosse abandonar. E quando Gil comentou que eles haviam se visto anteontem e iniciou um cafuné nos cabelos molhados de Leia, a bonequinha, que já pressionava o rostinho contra o volume da piroca do soldado ainda escondida na calça de tecido grosso, juntou à repetição do “eu te amo” um magoado “não me deixa... não me deixa, por favor”.

Mesmo comovido pela dor e desespero de Leia, o macho não deixou de se excitar com a proximidade entre aqueles lábios carnudos e sensuais de sua viadinha e a rola intumescida que já queria pular pra fora de cueca e calça. E lendo os desejos do caralho que ela mais amava no mundo, a travesti rapidamente soltou o cinto e abriu a calça de seu homem, descendo-a só até as virilhas de Gil para então, com um olhar doce e apaixonado, começar a massagear com as duas mãozinhas espalmadas aquela pica cujos contornos ela conhecia de cor.

- Aiiinnnhhh... Gil... que saudade dele... e tá duro... sei que foi outro dia... aiiinnnhhh... mas parece que foi há tanto tempo...

- Ele também tá com saudades...

- Jura?... jura mesmo?... posso ver?

Mais uma vez, como se fosse a grã-sacerdotisa da igreja da sagrada piroca, Leia pegou a barra da cueca de seu macho com as pontinhas de indicadores e polegares, com toda a reverência e dedicação de quem realiza um ato litúrgico. O movimento não era para simplesmente arriar a última peça que impedia o contato direto com a rola de sua vida, mas para descobrir algo muito delicado e valioso, e Leia primeiro puxou lentamente a barra pra cima e depois para si mesma e só então para baixo.

A rola linda e grossa, de cabeça lilás, se mostrou livre para a viada que a idolatrava, mas com a glande ainda parcialmente coberta pelo prepúcio. Leia arregaçou lentamente o pau e aspirou com prazer o perfume de piru, amenizado pelo cheiro de sabonete. Mas ainda assim era perfume de piru. Do piru de Gil! A travesti desceu um pouco mais a calça e a cueca, liberando todo o saco raspado de seu homem e então como um gato faz quando quer carinho de seu humano, Leia começou a esfregar o rostinho por todo o escroto e pica de Gil, gemendo baixinho e de vez em quando falando o quanto amava aquela piroca e seu dono.

Leia lambeu e beijou toda a genitália de seu homem com uma devoção de quem não via aquele caralho há anos, embora fizessem pouco mais de 48 horas que ela o tinha dividido com o viadinho traidor do Sandrinho. Subiu pela jeba esfregando o rostinho no pau e depois, em lugar de abocanhar quando chegou na cabeça, se deu uma surra de pica, segurando a trozoba pela base e batendo com ela na própria face enquanto falava que Gil era muito bom pra ela e que ela é que não o merecia.

Só depois de estar com as duas bochechas vermelhas e respingadas de saliva e suor de pica, Leia começou a lamber e chupar alternadamente a linda cabeça lilás da rola de Gil. Agora ela sentia aquele sabor da piroca de Gil, específico, delicioso, diferente das rolas dos três desconhecidos que ela tinha mamado na outra noite e do sabor da pica de Mario, que ela tinha mamado na véspera. Não... aquele era o cheiro de seu macho... cheiro e textura, aveludada e macia por fora, porém muito lisa ao contato da língua e lábios, e dura quando se apertava... dura... muito dura... boa pra meter...

Leia tirou o pau da boca e o ficou punhetando enquanto levantava e voltava a beijar Gil, logo depois falando pro soldado, cuja cabeça raspada dos lados ela acariciava ternamente:

- Tá duro, amor...

- Culpa tua...

- Antão me castiga... me come de quatro, por favor... aqui no sofá mesmo... depressa...

Gil fez que sim e já ia tirando a gandola quando as mãozinhas de Leia seguraram as dele e a travesti pediu:

- Não... fica de farda... eu nuazinha e tu de farda... isso me dá um troço...

Os dois trocaram mais um beijo rápido e Leia largou da trozoba para se ajeitar no sofá na posição que ela sabia que deixaria seu anelzinho bem na altura da deliciosa piroca de seu homem: joelhos bem pra frente, no encontro do assento com o encosto, pernas bem abertas, bumbum empinado para Gil e os mamilos grandes das tetinhas lindas roçando de leve a parte alta do encosto.

A travesti estava pronta para levar rola, mas a rola não veio.

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Comentários

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Não julgo a Léia porque tbm sou fascinada pelo Gil. Eu sempre perdoo ele fácil, fácil...🤡😍

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