O meu melhor amigo tem onlyfans - 1

Um conto erótico de Joca
Categoria: Gay
Contém 1320 palavras
Data: 26/02/2023 15:55:34
Última revisão: 03/03/2023 00:50:42

CAPÍTULO I

Ian e eu no porta-retrato em cima do criado mudo ao lado da minha cama, - presente dado por ele antes de ter dinheiro - na foto estávamos no terceiro ano do ensino fundamental, pirralhos de nariz escorrendo, usando bonés, febre na época.

Ele sempre gostou de se exibir, há dois anos começou na academia justamente para se mostrar no instagram onde reunia um número de mais de cem mil seguidores.

Ian rolava a tela gargalhando enquanto me mostrava os comentários, do tipo:

"gostoso"

"que delícia"

"sentava muito"

"nem um guindaste"

Mesmo com dezessete anos de idade já cultivava um cavanhaque que começava num bigode acima dos lábios descia pelos lados até cobrir o queixo, e as bochechas e o pescoço lisos como na foto do porta-retrato.

Eu, embora também fizesse academia, não conseguia os mesmos resultados. E a maior parte dos comentários eram de parentes. Minha mãe uma das primeiras a curtir e comentar.

Tenho um ano a menos que o Ian em idade, e um a mais em juízo, naquele sábado ele decidiu que comemoraria o décimo oitavo aniversário reunindo os amigos mais próximos na principal pizzaria da cidade.

Pululavam no seu perfil do instagram, fotos com camisas polo originais, sapatos e calças de marcas como Prada e um relógio que se o google não mentia, custava, o original, mais de três meses de salário.

- Que merda, - eu disse.

Eu estava de costas para minha cama, toalha, caixas de sapatos, cabides, calças e camisas para todo lado, nenhuma roupa funcionava.

Eu vesti uma camisa social slim, uma calça jeans também slim, e só assim, conseguia ver alguma vantagem dos meses de treino: minhas coxas e bumbum, meus braços e bíceps, sorri para minha imagem no espelho.

Excluir.

Excluir.

Excluir.

Postar.

O corte do meu cabelo há semanas pedia um cabelereiro mas a iluminação me favorecia naquela última foto, decidi jogar no story do instagram. Ian foi o primeiro a curtir.

"Caralho! E esse schap?" - ele enviou no direct.

"Tá pronto? Passo aí" - mandei.

"Tô quase. Tenho uma surpresa" - ele respondeu e ficou offline.

Minha mãe saltou do sofá, fazia questão de tirar uma foto minha, provavelmente para montar um vídeo no final do ano com todas que conseguia armazenar suas ao lado de plantas, das irmãs, do Tobe nosso cachorro, e de vovó.

O reflexo do modelo imitando o camaro, fisgou meus olhos antes mesmo de chegar.

Eu descia a rua em direção a casa de Ian: rente ao passeio estava um carro laminado com os pneus rebaixados, e os faróis modernos.

Na cor da minha camisa, turquesa azulado, aliás minha cor preferida, antes de pisar os pés na porta da casa do Ian entreouvi gritos, era a voz da mãe do Ian, dona Janete, eu não conseguia vê-los de onde estava mas ouvia os brados dela.

"Estou aqui" - mandei.

Ele visualizou e apareceu da porta, ainda com o cabelo molhado do banho, e o cheiro de perfume emanava do peitoral trincado. Eu já me habituara a ver Ian sem camisa sobretudo depois da academia.

- Olha, meu presente aí - ele disse abrindo o portão, sorria.

Eu franzi as sobrancelhas e engoli em seco. Ian passou por mim e apontou para o carro. Eu despertei depressa o suficiente para dizer:

- Mentira, que é seu? - me aproximei.

Ian inclinou-se para o capô reluzente do carro como se fosse pedir a mão do veículo em casamento e deu-lhe um selinho, abraçando.

- Pode acreditar, novinho, chegou hoje - ele disse.

Ian abriu a porta do carona e o cheiro doce, de coisa nova vazou de dentro do estofamento, o volante, até o punho da marcha de mão era diferente. Eu entrei com a intimidade de quem visita a casa de um amigo, coisa que éramos.

- Tá vendendo droga? - falei sem olhá-lo.

- Mais ou menos, - ele riu. - Trabalho pô! Me respeita. Aliás sou o mais velho aqui.

- Ah, corta essa Ian, trabalha em quê? - falei sério.

Ele arregalou os olhos virou o rosto para o lado com desdém:

- Não começa. A velha tá enchendo o saco por isso.

Ela apareceu da porta fez um gesto com a palma da mão para mim como quem diz "boa noite" querendo dizer "morre". Eu virei para frente, os dois discutiam entre cochichos. Ian voltou para dentro pedindo que eu o esperasse, puxei a porta.

O cheiro de novo parecia perfume e as luzes de dentro acenderam sem eu acionar botão ou chave alguma. O vidro estava para cima quando Ian saiu de casa e veio em direção ao carro, a mãe no seu encalço.

- Aqui você não entra mais! - gritou.

- Foda-se! - ele respondeu.

Abriu a porta do motorista, apertou em um botão enorme ao lado. Uma voz feminina nos orientou a colocar o cinto. Ele segurou a marcha girou o volante e arrancou pela rua, o ronco grave do motor, diferente de tudo que eu já tinha ouvido.

Mas Ian estremecia ao segurar no volante. Na troca de marcha percebi como seus dedos estava sem coordenação. A experiência me dizia que nas brigas de família, de Ian, a melhor atitude era não fazer nada. Ou desviar o assunto.

- Cara que carro foda, - falei puxando o cinto. - Você subiu na vida só não sei como. E tem um puta bom gosto.

Ele abriu um sorriso de canto e a confusão na porta de casa pareceu coisa acontecida com outras pessoas.

- Foi negócio limpo. Não cometi nenhum crime. Agora sou maior porra!

Ele aumentou o volume de um remix de "Something's got a hold on me" que estrondou até os bancos vibravam.

Ian pisou no acelerador em um dos trechos da música começamos a cantar juntos, e o maluco largou as mãos do volante, a música cessou na hora. E o carro soltou um alerta.

- Super máquina porra? - eu disse.

Caímos na gargalhada.

- É o sistema de segurança, - ele respondeu. - Vou desativar isso.

- Melhor não.

- Qual foi não confia no pai? - ele disse metido.

- Não mesmo, - sorri.

- Agora sou maior de idade, - Ian exibiu o braço.

Ele estacionou uma rua antes da pizzaria.

Antes de sairmos do carro, tirei do bolso da minha camisa, um pequeno estojo de plástico emborrachado. Desviei o olhar dele para o estojo nas minhas mãos. Ian o pegou.

- Cara, comprei pra você - falei.

Ian era mestre em desviar os olhos nos cantos e demonstrar surpresa, segurou o estojo do tamanho de um indicador, e o abriu.

- Puta merda! - disse. - É lindo Joca, puxa, não devia ter se preocupado com isso.

Ele puxou a corrente de prata e o abriu no fecho colocou no pescoço e segurou o pingente com o símbolo do infinito como um oito na horizontal. Ian me puxou pelos ombros e sacou o celular, sorrimos.

- Sem o flash... - eu disse.

A claridade do flash doeu meus olhos, saí do carro com a barra da camisa erguida. Ian voltou a tirar outra foto dessa vez enquanto eu tentava me recuperar do flash de antes.

- Foi mal, não resisti, - ele brincou.

- Apaga isso, ridículo - falei.

Tentando alcançar o celular da mão dele, Ian ergueu o braço acima da cabeça, eu ainda enxergava com aquelas linhas de luz entre os olhos, por causa da forte pancada do flash. Uma voz masculina em um rosto que não reconheci, chamou:

- Ian Fontelle? - disse o estranho. - Cara sou teu fã...

- Ahm, você tem fã Ian? - perguntei.

O rapaz tinha minha altura o corpo mais fino e a voz um tanto empostada, vestia um short jeans com as barras acima dos joelhos e uma camiseta sem mangas, tinha uma tribal no braço esquerdo.

- Desculpe, - Ian respondeu. - Estamos atrasados. Licença...

Ian segurou meu antebraço enquanto eu espremia as pálpebras na tentativa de reconhecer o "fã", que deveria ser do Instagram. Antes de entrarmos na pizzaria na outra rua, eu o interrompi.

- Ah saquei tudo! - eu disse.

Ele engoliu em seco olhando para mim de um jeito "cachorro acuado", os lábios tremeram num sorriso murcho.

- Como assim? - ele murmurou.

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Comentários

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Pior que acontece, um conhecido encontrou por acaso um rapaz que faz esse tipo de conteúdo nas redes, Ryan Silveira, conhece? Ele ficou encabulado e não teve coragem de se aproximar do boy, diferente do personagem da história.

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