Take Me - Capítulo 9

Um conto erótico de M.J. Grey
Categoria: Gay
Contém 2623 palavras
Data: 02/12/2022 00:37:22
Assuntos: bondade, Gay, Homossexual

***CAPÍTULO 9***

**MATTHEW**

Meus olhos se arregalam, meu corpo treme. Connor aperta minha garganta, não machuca, mas é o suficiente para tirar o meu ar. Estou tremendo de medo, esqueço a pergunta que ele fez e começo a chorar. Não sei como, mas um soluço me escapa da boca. Lágrimas rolam sem parar, estou com medo, muito medo. Nunca soube que Connor tinha um lado ruim. Olho para ele em meio ás lágrimas e seu rosto se transforma, para minha surpresa Connor tira as mãos do meu pescoço e me envolve em um abraço apertado. Meu choro aumenta, minhas pernas tremem que mal consigo ficar de pé. Connor me pega no colo e me carrega para a sala. Eu choro tanto que molho toda a sua camisa.

Connor senta comigo ainda em seu colo, ele beija a minha cabeça, como se eu fosse uma criança que precisa de cuidados. Ele me aperta bem forte. Tento me acalmar para poder falar. Olho para ele ainda soluçando, Connor enxuga as lágrimas que escorrem pelo meu rosto.

- Eu... eu sinto... mui-muito. - digo com medo dele se alterar. Connor me olha com a caraséria.

- Nunca mais faça isso comigo de novo entendeu? - seu tom de voz é cortante. - Nunca mais quero sentir o medo que eu senti por pensar que você estava em perigo. - agora que as lágrimas pararam, percebo que Connor está com os olhos vermelhos de cansaço e parece que ele andou chorando. Só de pensar que causei isso meu coração se aperta.

- Sinto muito. - digo e paro para respirar. - Estava com raiva e não quis voltar para casa. Acabei dormindo em um Hotel. - minto na parte do Hotel.

- Eu que tenho que pedir desculpas pelo jeito que te tratei quando te vi com Henry, foi errado da minha parte. - ele diz e eu fico surpreso com o seu pedido. - Também quero o número do seu celular, e quando você sair e for demorar ou passar a noite fora você me avisa. Eu morri mil mortes de preocupação. - aceno com a cabeça. Recomponho-me e tento levantar do seu colo, Connor me aperta mais ainda. - Pensa que vai aonde? - sorrio para ele.

- Tenho que fazer seu café da manhã e você precisa de um banho. - falo me levantando mais uma vez, mas Connor não me deixa ir.

- Esqueça o café. Vou levá-lo até seu quarto e você vai descansar, enquanto isso eu ligo para o serviço de limpeza para virem arrumar essa bagunça. - Ele diz e eu começo a rir.

- Em falar em bagunça o que houve aqui? - pergunto e ele ri.

- Digamos que não lidei muito bem com o seu sumiço e acabei passando dos limites.

- Deu para perceber. - eu sinceramente não sei o que está acontecendo neste momento comigo e com Connor, só sei que é muito bom e eu gosto disso. Vou aproveitar enquanto durar.

- Como eu estava falando e você como sempre me interrompeu. - ele aperta o meu nariz. - Enquanto você descansa e o serviço de limpeza arruma eu vou dormir, pois passei a noite em claro te procurando. - Abaixo a cabeça com vergonha. - Quando eu acordar vou para a casa dos meus pais e você terá o resto do dia livre como o combinado, e como sei que você irá sair, me avise se for passar a noite fora mais uma vez. - aceno com a cabeça e Connor se levanta comigo no colo, ele vai até as escadas que dão para o terceiro andar e me carrega até o meu quarto. Connor abre a porta e vai direto até minha cama, ele me coloca nela, tira os meus sapatos e me cobre. - Descanse querido. - ele beija a minha testa e sai. Não paro para pensar sobre o que acabou de acontecer, eu não quero pensar. Assim que Connor sai, me levanto e tranco a porta do quarto. Volto a me deitar assim que fecho os olhos eu durmo.

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CONNOR

Saio do quarto da Matthew e fui direto para a sala, liguei para o serviço de limpeza e pedi para virem hoje, paguei uma fortuna para isso já que é domingo. Ligo para minha mãe e informo que chegarei um pouco atrasado já que antes de ir, vou dormir um pouco. Ela como sempre não me perguntou o motivo. Minha mãe é discreta, não gosta de se meter na vida pessoal dos filhos. O que acho uma maravilha. Vou para o meu quarto e tomo um banho, antes de deitar resolvo ir até o quarto de Matthew e ver se ele está bem. Subo as escadas e vou até a porta do seu quarto, tento abrir, mas está trancado como eu imaginava, tiro a chave que eu tenho do meu bolso e abro a porta bem devagar.

Matthew está deitada de barriga para baixo, o lençol está entre suas pernas, à visão me tirar o ar, ele está tão tranquilo, só de pensar que poderia ter acontecido algo com ele eu fico com medo, sorrio para a visão que tenho, só em saber que ele está bem e seguro, é um alívio. Vou até ele e dou um beijo em sua testa, Matthew sorri em seu sono. Deixo o seu quarto e vou para o meu, vou direto para a cama e apago assim que coloco minha cabeça no travesseiro, minha noite e madrugada foram longas.

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Chego à casa dos meus pais uma hora atrasado. Saio do carro e minha irmã Sílvia está me esperando na porta.

- Connor! - Sílvia pula no meu colo assim que saio do carro. Sorrio para ela.

- Olá irmã mais velha. - ela morre quando eu lembro que ela é mais velha do que eu.

- Lá vem você com essa de mais velha. Eu sou novinha querido. - Sílvia me dá um beijo no rosto e sai do meu colo. - Vamos, estão todos te esperando. - ela diz me arrastando para dentro da casa. Quando entro estão todos já na mesa de jantar. Os pais de Henry estão sentados um ao lado do outro, meu pai e minha mãe estão no centro um de frente para o outro, deixando eu, minha irmã e Henry de um lado. - Olha quem acabou de chegar. - Sílvia anuncia assim que entramos. Mamãe levanta e me abraça beijando cada lado do meu rosto.

- Connor meu amor, como você está filho? - pergunta ela com todo o carinho.

- Estou bem mamãe. - beijo sua testa. Meu pai levanta e me abraça.

- Aconteceu alguma coisa Connor. Você nunca se atrasa. - enquanto minha mãe é discreta e nãose mete na vida dos filhos, meu pai é o fofoqueiro. Ele quer saber de tudo.

- Não foi nada pai, só tive uma noite ruim. - digo sorrindo, cumprimento os pais de Henry e sento no meu lugar.

Pergunto aos pais de Henry sobre o andamento do rancho para crianças especiais, eles contam que está indo tudo bem, que na próxima semana vai um grupo de crianças com Autismo para fazerem uma programação com cavalos. Eles me convidaram para ir, falei que se não estivesse com nada programado eu iria sem dúvidas. O almoço termina e saímos todos para o quintal. Henry se aproxima com um sorriso bobo no rosto. Eu sei que ele vai falar alguma gracinha.

- Então quer dizer que você dormiu mal? - ele ri. - Essa foi a desculpa mais esfarrapada que já ouvi. - fico irritado na hora.

- Dá para não encher o saco? Estou irritado, cansado e de mal humor. Então vê se não me perturba. - falo saindo de perto dele. Henry segura o meu braço.

- Foi mal cara, sei que você estava preocupado com ele, e sei que a noite foi difícil para você. - ele diz. – Me diga, como ele está? Se você veio, quer dizer que ele chegou em casa.

- Chegou sim, e está bem. Eu fui o único que se descontrolou. – conto para ele como eu reagi assim que o vi.

- Cara você é bundão mesmo. - dou um soco no braço dele, ele começa a rir.

- O que as duas maricas estão fazendo aí? - pergunta minha irmã. - É muito amor o que vocês sentem um pelo outro. Eu sempre desconfiei de vocês dois. - fecho a cara na hora. Henry me abraça.

- Poxa amor, ela descobriu nosso segredo. E agora o que vamos fazer? Eu ainda não estou preparado para assumir nosso amor. - ele beija a minha bochecha achando graça. Olho para ele de cara feia.

- Se você fizer isso outra vez, eu juro que acabo com a sua cara. - ele ri junto com a minha irmã.

- Nossa ele ficou todo estressadinho. - minha irmã diz. Sílvia tem quarenta anos, mas se comporta como se tivesse vinte.

- Claro que ele se estressou. Você descobriu nosso segredo particular. - ele ri.

- Não, eu estou estressado. Você deu em cima do empregado, você está me enganando querido.- entro na onda deles. - Não posso acreditar que você está me traindo Henry. - coloco a mão no coração. Henry e minha irmã começam a rir. Só percebo que cometi um erro quando minha irmã se pronúncia.

- Não sabia que você contratou um novo empregado, Connor. - mas que droga, eu e minha boca.

- Pois é. Eu encontrei alguém, mas não quero que ele se envolva com a família. - digo com um encolher de ombros.

- Bem, pelo o que eu estou vendo, rolou alguma tensão entre os dois quando você falou nele irmãozinho. - ela diz animada. - Quero conhecê-lo o mais rápido possível. - reviro os olhos.

- Você não irá conhecê-lo e se for não falará com ele, eu tenho regras Sílvia e gosto que meus empregados as sigam. - Henry olha para mim com cara que não gostou nada do que ouviu. Eu saio de perto deles e vou me despedir dos meus pais e dos pais de Henry. Falo com todos eles e vou para a casa. Estou cansado e não quero ouvir minha irmã nem Henry falando do Matthew. Chego em casa e vou para o meu quarto. Meu cansaço me vence por hoje e durmo sonhando com um lindo homem que me tira do sério.

*********************

MATTHEW

Acordo assustado sem saber onde estou. Malditos pesadelos. Acalmo-me antes de levantar da cama. As lembranças do que aconteceu mais cedo passam pela minha mente e eu tento não pensar sobre isso. Não quero saber o que houve com o Connor para me tratar melhor. Sua crise de raiva e depois o seu arrependimento. Não sei o que está acontecendo com ele, mas é bom. Muito bom, só espero que dure, pois não tenho cabeça para pessoas com mudanças de humor. Tomo um banho e desço para comer alguma coisa antes de sair para o trabalho, Connor já foi para casa dos pais. Então tenho a casa livre. Faço uma lasanha ouvindo ''Better'' do Now United. Balanço de um lado para o outro cantando junto com a música. Quando termino minha lasanha eu a como e vou me arrumar para sair, tenho um chá de bebê para fotografar.

Chego ao lugar em que o chá de bebê está acontecendo e sou muito bem recebido, preparo minha câmera e começo o meu trabalho. Capturo cada olhar, cada sorriso, cada alegria que as pessoas sentem e eu não. Alegria que eu não sei o que é faz um bom tempo, mas em volta dessas pessoas, eu sinto a alegria delas, o amor, a paixão. Capturo tudo o que essas pessoas sentem, quando dou por mim estou sorrindo, a alegria delas me contagia.

Termino as fotos e vou para casa, tenho que me arrumar para ir ao cinema com Henry, só quero ver qual é o filme que ele vai querer ver. Chego em casa e dou de cara com um Connor sem camisa. Doce senhor que corpo é esse? Minha boca cai aberta e fico completamente sem reação. Tento desviar o olhar, mas não consigo, minha vontade é descobrir o que se esconde depois do V que ele tem, calor se espalha pelo meu corpo. Connor limpa a garganta e eu saio do transe. Olho para ele e vejo que está com um sorriso de canto nos lábios.

- Gosta do que vê? - pergunta ele. Olho bem para ele e tento me controlar para não rir, mas não consigo e caio na gargalhada.

- É sério mesmo que está perguntando isso? - pergunto. - Me desculpa, não é que eu gosto do que vejo é só que foi apenas uma surpresa te encontrar assim. - digo olhando para ele.

- Estou na minha casa, Matthew, fico do jeito que eu quero. - ele diz e lá se foi a gentileza. Sorrio para o seu humor.

- Então fique à vontade. E respondendo a sua pergunta Sr. Connor. - olho para ele de baixo para cima, dando uma parada no seu delicioso V, e depois continuo olhando para os seus olhos azuis, sorrio maliciosamente. - Eu já vi coisas melhores. - sorrio com triunfo, Connor faz cara de que comeu algo e não gostou. - O senhor precisa de mim para alguma coisa? - pergunto louca para sair dali.

- Eu só queria te comunicar que semana que vem eu não estarei em casa no final de semana. Então você terá o sábado e domingo livre o dia inteiro. - ele diz e eu sinto alívio. - Vou sair na sexta à noite e só volto domingo bem de noitinha. - enquanto ele fala a minha vontade é de sair dançando pela sala. Vou ter o final de semana livre só para mim. Tem algo melhor do que isso? Não tem. Dois dias longe do Connor. Minha felicidade acaba quando percebo que não irei vê-lo durante dois longos dias, estou tão acostumado com ele por perto que não sei o que vou fazer com ele longe. Para onde ele vai e com quem? Minha língua coça para perguntar, mas eu me seguro, não quero levar um fora.

- Matthew, está tudo bem? - Connor pergunta me tirando dos meus devaneios.

- Oi, o que você falou? - pergunto balançando a cabeça.

- Perguntei se você está bem. Seu rosto mudou de repente. - ele diz.

- Estou bem sim, só estava pensando. Desculpe-me. - digo sem jeito. - Mais alguma coisa?

- Não, é só isso. - ele diz se retirando da sala. Vou para o meu quarto editar as fotos. Meu pequeno estúdio está crescendo graças ao Henry que me ajuda com os clientes, estou pensando seriamente em contratar um ajudante, mas o medo de Connor descobrir antes do tempo me impede de fazer isso. Quero que seja uma surpresa. O menino de rua que cresce na vida. Se tudo der certo e meus clientes aumentarem eu contrato um ajudante, mas por agora, basta só eu.

Suspiro aliviado por ter dado tempo de editar as fotos. Amanhã eu revelo e faço o álbum para depois entregar. Tomo meu banho e me arrumo. Fiquei de encontrar com Henry na frente do cinema.

Saio do quarto e desço as escadas, Connor está na cozinha comendo o resto da lasanha que fiz.

- Vai sair outra vez? - pergunta assim que estou prestes a abrir a porta.

- Sim, estou indo ao cinema. - não sei por que eu falei para ele a onde eu ia. Não é da conta dele.

- Me dá o número do seu celular. - pede. Viro-me para olhá-lo.

- Pra que você quer o meu número?

- Para eu não ficar maluco como fiquei há poucas horas atrás. - suspiro.

- Tudo bem. - eu passo o número do meu celular para ele e ele me dá o seu. - Agora que está tudo certo eu estou indo. - digo me virando. Abro a porta e ouço Connor gritar atrás de mim.

- Se acontecer algum coisa me avisa. - bato a porta sem responder, o táxi que chamei já está me esperando. Peço desculpas pela demora e saímos pelas ruas. Espero que minha noite seja agradável e que quando eu chegar em casa não encontre Connor de mal humor como das últimas vezes. Relaxo no carro enquanto ele passa pelas ruas movimentadas.

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Comentários

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Esse tratamento carinhoso é o que Matthew merece e, não aquele homem grosseiro e não insensível...

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