Sempre e para sempre.

Um conto erótico de Ménage literário erótico
Categoria: Heterossexual
Contém 3582 palavras
Data: 07/12/2022 15:51:55
Última revisão: 13/12/2022 02:45:11

Fica desde já avisado ao leitor que é um romance erótico com o tema liberal e se você não gosta, não precisa ler.

1.1: Mesmo de longe, ele queria me salvar.

O meu celular estava repleto de mensagens de amigos, ex-colegas de trabalho… todos perguntavam a mesma coisa. Mas, uma mensagem em especial, chamou a minha atenção.

- Vamos lá, Liz! É hora de seguir em frente. O Gaspar não gostaria de vê-la dessa forma. Ele era o seu maior incentivador, o cara que mais acreditava em você. Precisamos conversar, venha em casa.

Ida, minha sogra, eu ainda a chamava assim, tinha mandado mais de quinze mensagens na última semana. Meus pais se foram quando eu era ainda uma adolescente e foi a minha sogra quem cuidou de mim. Uma segunda mãe, mãezona na verdade. Eu e Gaspar já namorávamos e ela assumiu o fardo de terminar a minha criação e educação. Nosso casamento foi uma mera formalidade, pois no momento em que entrei para a família, Gaspar e eu já começamos a ter uma vida de casados, dormindo no mesmo quarto, inclusive.

Minha sogra era psicóloga com especialização em sexologia. Um espírito livre, de mente evoluída, que lidava com os tabus naturalmente. Foi com ela que aprendi tudo sobre ser mulher, o que vai muito além de ser apenas esposa ou das obrigações matrimoniais. Ela nos ensinou também sobre sexo seguro, pois uma gravidez na nossa idade, seria contraproducente.

Como éramos um casal ainda muito jovem, nós dois nos bastávamos, éramos suficientes um para o outro e ainda não pensávamos em dividir nossa intimidade e nossas fantasias com outros. Mas aquele era um mundo que sempre nos fascinou. Gaspar, pela criação, era naturalmente um homem afeito a desejar sempre o novo, a ousar, romper os limites. E isso me fazia embarcar nas fantasias junto com ele.

Um ano e um mês antes:

- Você reparou no jeito que a Sandrinha nos encarou durante a festa?

Gaspar ainda tentava recuperar o ar após o nosso orgasmo juntos. Eu insisti:

- Aquela safada está querendo dar pra você. Sei que vocês se conhecem desde pequenos, mas ela poderia me respeitar pelo menos. Eu sou a sua esposa, não uma ficante qualquer.

Gaspar deu uma risada gostosa, trazendo-me para deitar em seu peito:

- Acho que você confundiu as coisas, amor! Não era para mim que ela estava olhando, não! Deixa de ser sonsa.

Eu não entendi a colocação dele:

- Oxe! Se não era pra você, era pra quem então?

Gaspar estava se divertindo:

- Para, vai! Você entendeu, Liz. Não é segredo a preferência da Sandrinha. O negócio dela é colar velcro, colocar as aranhas pra brigar…

Naquele momento, achando que ele estava sendo machista, o interrompi:

- Não gosto quando você fala desse jeito. Parece aqueles tiozões intolerantes.

Gaspar soltou mais uma risada alta:

- Você tem razão, estou só brincando. Me desculpe! Sandrinha é uma amiga querida, você sabe que é apenas isso, nada mais.

Enquanto eu avaliava suas expressões, ele voltou a brincar:

- Se você der mole, ela não perdoa.

Eu estava tão carente do meu marido, que a primeira foi só para esquentar. Pulei em cima dele, já montando, pronta para a segunda rodada:

- Você vai ver quem não perdoa, seu safado.

Comecei a me esfregar, sentindo que ele também voltava a se animar. Ele girou meu corpo no ar e se colocou sobre mim, pesando seu corpo contra o meu:

- E agora? O que foi que você disse? Quem não perdoa?

Com um beijo carinhoso, desarmei completamente sua investida e a tentativa de me subjugar. Gaspar me envolveu com carinho em seus braços, roçando sua pica em mim, já procurando a entrada da minha xoxota. Excitada como eu estava, ainda toda melada pelo orgasmo anterior, a penetração foi fácil. Eu sentia aquela rola entrar toda na minha bocetinha, sentia cada centímetro entrando e saindo enquanto ele beijava meu pescoço. A essa altura eu já não estava aguentando mais, gritava e gemia de tesão:

- Ai, amor! Sandrinha não tem esse pau gostoso… isso…

Ele me virou de lado e voltou a penetrar, estimulando meu clítoris:

- Safado, cachorro… aiiii… assim você acaba comigo… Sandrinha não pode fazer igual.

Eu ia ao delírio com cada metida que meu amor dava. Ele me assanhou:

- Imagina a língua da Sandrinha no lugar dos meus dedos.

Ele estocava com calma, tirando o pau quase todo e voltando a socar inteiro dentro de mim:

- Rebola essa boceta na língua da Sandrinha, rebola safada.

Eu comecei a sentir e imaginar que era ela ali, enquanto ele me comia com carinho, metendo sem parar e me deixando louca:

- Assim, safada. Eu, você e Sandrinha, bem gostoso… imagina… isso, se entrega e goza para o seu macho…

Ele começou a meter mais forte, mais fundo, socando com uma vontade incrível, tão excitado quanto eu por imaginar a loucura que estávamos vivendo. Eu passei a provocá-lo também:

- É isso que você quer? Ver a Sandrinha brincando com sua putinha? Fala, seu safado.

As fantasias estavam conquistando seu lugar em mim. Ele respondeu:

- Eu quero ver você se soltando, vivendo a vida em plenitude… adoro foder essa bocetinha apertada.

Gaspar não parava de socar aquela rola cada vez mais fundo em mim, sempre me provocando, despertando de vez em mim a vontade de realizar todos os desejos que ele tivesse:

- Mete, amor! Fode essa boceta enquanto a Sandrinha me chupa…

Ele estocava cada vez mais forte, atendendo ao meu pedido e dando tapas na minha bunda. Eu gemia e pedia pra ele me foder de quatro. Eu adoro quando ele me coloca de quatro e fode minha buceta com virilidade, força, desejo puro… ele me colocou de quatro e começou a beijar minha bunda e foi descendo até a boceta, chupando bem gostoso, me fazendo gemer do jeitinho que ele adora, como uma putinha. Ele parou e começou a pincelar a rola na minha boceta, depois batia com ela em cada nádega, enquanto eu pedia desesperada para ele meter de uma vez:

- Para de me torturar, eu quero você. Fode sua putinha, fode. Mostra pra Sandrinha do que eu gosto.

Minha bocetinha, muito molhada, queria rola, queria ser fodida com força. Ele socou de uma vez, aproveitando a lubrificação intensa, dando um tapa ardido e forte na minha bunda, fazendo meus olhos revirarem de tesão e um gemido gutural escapar da minha boca:

- Ai, caralho! Que delícia, amor, do jeito que eu gosto.

Ele passou a estocar com força, como eu pedi, louco de tesão e batendo bem forte na minha bunda. Eu só gemia alto, desesperada:

- Mete, fode sua puta. Vou gozar, me arrebenta… aaahhhhhh…

Os orgasmos vinham em sequência, tive uns três em pouco menos de dez minutos. Ele estava alucinado, me comendo com a vontade de sempre:

- Adoro meter nessa boceta de quatro, admirando essa bunda linda… vou gozar nesse cu apertado, gostoso.

Eu adoro ver e fazer ele gozar, me sinto realizada dando prazer ao meu amor. Ele tirou o pau da minha boceta e brincou com a cabeça da pica no meu cuzinho, sem penetrar, só nas preguinhas. Ele gozou e eu senti o calor dos jatos escorrendo pela minha bocetinha que ainda piscava pelo prazer de ter sido tão bem fodida pelo meu macho.

Deitamo-nos exaustos, tentando recuperar o fôlego, com a respiração pesada. Terminamos a noite com beijos apaixonados, carinhos e muito realizados. Eu sentia o sono chegar quando ele perguntou:

- Tem coragem de transformar essa loucura em realidade?

Eu faria qualquer coisa no mundo para agradar o meu amor. Se eu soubesse que aquela era a nossa última noite juntos, que eu nunca mais o veria, eu jamais o deixaria sair de dentro daquele quarto. No dia seguinte, ele viajaria para a fase final do seu curso de especialização, voltando apenas um mês depois, para o Natal. Eu o vi pela última vez entrando no portão de embarque, olhando para trás, se despedindo de mim…

1.2: Um momento de bobeira pode ser fatal

Vamos contar esta história direito. Um pouco triste no início, mas, um mal necessário para o entendimento geral:

Eu sou a Liz Grace, mas todos me chamam de Liz. Uma abreviação carinhosa do meu nome composto, pela qual o meu marido costumava se referir a mim. Sou morena bronzeada, como quase toda carioca. Tenho 1,70m de altura. Cabelo castanho-escuros, seios médios para grandes, mas firmes, afinal, só tenho vinte e dois anos. Bunda e coxas se destacam, sendo a bunda redonda, carnuda e empinada, e as coxas, fortes e bem torneadas.

Estava completando um ano daquele fatídico dia e a minha revolta ainda era maior do que a minha vontade de voltar a viver. Por que as pessoas precisam ir embora daquela forma? Há exato um ano atrás, na noite de Natal, Gaspar, o amor da minha vida, faleceu em um acidente automobilístico. Os bombeiros disseram que ele não sofreu. Médicos também disseram que em casos de impactos tão violentos como aquele, a adrenalina liberada é tão forte, que a dor não entra na equação. A dor ficou para mim. Ela me acompanhou durante todo aquele ano e desde o momento em que recebi a notícia, ela passou a nortear a minha vida.

O Natal passou e faltava apenas uma semana para o réveillon. Nos últimos doze meses eu tinha ficado longe de tudo e de todos. Na noite anterior, o Natal, passei sozinha e sem responder a ninguém, pensando em meu marido e me entregando à letargia causada pelos remédios para depressão. Não sei se adormeci e comecei a sonhar ou se era o efeito dos remédios que eu acabara de tomar, mas senti meu corpo flutuando pelo quarto, subindo indefinidamente. Eu podia ver as luzes da cidade diminuindo até se tornar um único borrão distante. Cheguei em um local muito belo, um enorme gramado muito bem aparado e de um verde forte, vivo.

Por alguns minutos, tentei entender o que acontecia. Para todos os lados que eu olhava, tudo era igual. Ao longe, parecia haver pessoas, muitas até. Apenas uma vinha em minha direção e pela distância, ela demorou a chegar. Eu não acreditava no que os meus olhos me mostravam. Aquilo não podia ser real:

- Oi, amor! Soube que esse ano tem sido difícil para você. - Gaspar me encarava.

Ele estava lindo, do mesmo jeito que eu me lembrava dele. Forte, saudável, cheio de vida…

- Como? Como isso é possível? - Eu corri até ele e me joguei em seus braços.

Para o meu desespero, como uma nuvem de fumaça, eu apenas passei através dele, sentindo a eletricidade trocada entre nós no processo. Ele se ajoelhou na minha frente e disse:

- Amor, eu estou bem. Preciso que você me deixe descansar. Enquanto você estiver sofrendo, eu não posso ficar em paz.

Eu ainda tentei:

- Mas… mas… eu não consigo.

Gaspar me deu o seu mais lindo sorriso e completou:

- Quando voltar, mamãe estará com você. Em poucos dias, você entenderá tudo. Agora você precisa mesmo voltar, ainda não é a sua hora e nosso tempo acabou. E jamais repita essa loucura outra vez. Eu amo você, sempre e para sempre.

Antes que eu pudesse me despedir, meu corpo foi puxado com tudo para baixo. Senti minha barriga revirando e uma dor imensa. Algo estava dentro de mim, era morno e feito às pressas, me aspirando por dentro. Abri os olhos por alguns segundos, mas voltei a apagar.

1.3: Mesmo de longe, ele cuidou de mim.

A claridade do quarto, o sol que entrava pela janela, ofuscaram os meus olhos logo que os abri. Eu estava confusa, com dor, enjoada. Tentei me levantar, mas não consegui. Ouvi aquela voz tão conhecida e que sempre estava próxima para me ajudar:

- Ah, Liz! Graças a Deus, minha menina. Você ainda está fraca, precisa ficar deitada.

Ouvi Ida, minha sogra, falando mais alto:

- Enfermeira, enfermeira… ela acordou.

Em pouco tempo, um médico estava em pé ao meu lado, me examinando:

- Olá, Liz! Eu sou o Dr. Souza, como está se sentindo?

Com muito esforço, consegui responder:

- Não muito bem. Quando posso ir pra casa?

O médico deu a palavra à enfermeira:

- Sinto muito, senhora Liz! Mas no momento, você ficará em observação e após se recuperar, será transferida para uma ala específica do nosso hospital.

Eu protestei:

- Eu só quero sair daqui e voltar para casa.

O médico foi mais direto:

- Infelizmente, na condição da senhora, isso não será possível. Não temos a certeza de que você não tentará de novo. Não podemos permitir.

Na minha cabeça, tudo era um branco. Eu não conseguia me lembrar dos últimos dias. Minha sogra se aproximou:

- Por que você fez isso? Eu sei que está sofrendo, mas tentar tirar a própria vida?

Eu olhava para os três sem conseguir me lembrar de nada. O Dr. Souza disse:

- Voltamos depois para uma nova avaliação, tente descansar. - Ele saiu junto com a enfermeira.

Minha sogra foi até sua bolsa e voltou com um envelope branco nas mãos. Ao me entregar, ela disse:

- Vou tomar um café e dar tempo a você. Leia e depois conversamos. - Ela também saiu.

Antes de olhar o que ela tinha me entregado, comecei a ter alguns flashes de lembranças, fragmentos do que tinha acontecido: levantei-me e fui até a cômoda buscar a cartela de remédios… meus sentidos se apagando um a um… o encontro em sonhos com Gaspar…

Abri o envelope e dentro tinha uma carta. Comecei a ler:

"Oi, amor! Se estiver lendo é porque consegui chegar a tempo. Não foi fácil e você não imagina a logística envolvida. Não é permitido nenhum contato, pois ainda sou novo por aqui e estou em adaptação. Venho observando você no último ano e sabia que estava prestes a cometer essa loucura. Eu não podia deixar, pois assim, jamais voltaríamos a nos encontrar. Preciso ser direto e sei que não vai gostar de ouvir, mas os clichês são reais: a vida é um milagre, devemos tentar vivê-la da melhor forma, toda vida é preciosa, existe um depois e blá blá blá… sei que deve estar rindo agora, lembrando desse meu jeito."

Ele tinha razão, eu realmente estava sorrindo. Mas não só por reconhecer que aquela seria a forma dele se expressar, mas também por reconhecer sua letra naquele pedaço de papel. Se aquilo não fosse real, o imitador era muito bom. Voltei a ler:

"Agora que vem a parte bombástica: lembra de ontem? Quando estivemos juntos? Foi tudo real. Lógico que em outro plano, um meio termo entre o aqui e o aí. Tudo o que eu disse foi verdade, eu estou bem e você precisa encontrar uma forma de seguir em frente, desapegar. Será bom para nós dois. Eu tomei providências para isso também. Em breve, assim que você cumprir todo o protocolo de tratamento dos "vivos", você irá conhecer novas pessoas. Pessoas que foram colocadas no seu caminho. A função delas será guiar você, ajudá-la a voltar a viver."

Naquele momento eu não consegui segurar o pranto. Um choro de saudade, de lembranças, de agradecimento… mesmo longe, ele ainda estava cuidando de mim.

"Agora eu deixo você nas mãos de nossa mãe. Vocês precisam cuidar uma da outra. Você perdeu um marido, mas ela perdeu um filho e até o momento, também está perdendo uma filha. Cuide dela por mim, volte a ser aquela garota alegre que contagiava todos à sua volta. Eu amo você. No momento certo, mamãe irá lhe entregar uma segunda carta. PS: Sempre e para sempre."

1.4: Mensagens do além: cartas para Liz.

Aquela carta mexeu profundamente comigo, dando o empurrão que eu necessitava. As memórias começaram a voltar com tudo: o sofrimento daquele ano sem ele, as incontáveis noites de insônia, o começo de um tratamento para a depressão que eu não desejava, a perda do emprego, a distância dos amigos, o isolamento que eu me impus, o lento definhamento da minha mente causada pela perda da vontade de viver, a cartela novinha, cheia de comprimidos, que eu tomei todos de uma vez… mas também o “restart”, o encontro com Gaspar, aquela experiência extracorpórea que agora eu acreditava ser real, confirmada pela carta em minhas mãos. Reli, li mais uma vez, e de novo… era a letra dele, aquele garrancho inconfundível, mas de uma escrita perfeita. O mesmo senso de humor, a mesma doçura comigo.

Ida voltou ao quarto, me dando um abraço apertado, sem falar nada, apenas agarrada a mim. Como eu precisava daquilo, por mim, por Gaspar, por suas palavras. Em meu sofrimento, afundando naquela areia movediça imaginária, eu esqueci que não era a única a sofrer, a única que perdeu o grande amor da sua vida. Como filho, Gaspar também era o grande amor da vida dela, um amor diferente, é verdade, mas provavelmente mais forte e incondicional do que o meu. Eu pedi:

- Você me desculpa? Nem dei tempo para você se despedir dele. Acabei causando preocupação e me tornando um fardo nesse momento de dor que não era só meu.

Ela me apertou ainda mais forte:

- Eu entendo, minha menina. Eu estou aqui, podemos fazer isso juntas. Acho que é o que ele mais quer.

Falar dele, o que antes causava tanta dor, de repente se tornou motivo de alegria. Eu precisava dividir o que aconteceu:

- Eu o vi. Ele falou comigo, me pediu para reagir, abriu os meus olhos.

Como se já esperasse a minha revelação, Ida se sentou ao meu lado, acariciando o meu braço:

- Eu li a carta. Como foi?

Contei tudo a ela, sem omitir nenhum detalhe, voltando a sorrir de forma verdadeira, sentindo meu coração se aquecer, tendo outra vez vontade de viver. Ela não me interrompeu em nenhum momento, só desviando o olhar para enxugar as lágrimas que escorriam. Ela disse:

- Quando a gente ouve essas histórias, de pessoas que encontraram um ente querido após uma experiência de quase morte, a gente nunca acredita. Mas quando acontece com a gente ou com uma pessoa que sabemos que fala a verdade, tudo passa a fazer sentido.

Eu estava curiosa, querendo entender tudo o que estava acontecendo:

- Mãe - Ela me olhou com ternura, era a primeira vez que me ouvia dizer essa palavra - de onde vieram essas cartas? Ele as escreveu antes? Teve alguma premonição do que iria acontecer?

Ida, minha sogra, minha mãe, revelou:

- Essa não é a primeira. - De dentro da bolsa, ela tirou outra carta e me entregou.

Sem saber o que fazer, eu a encarei, confusa. Ela explicou:

- Algumas horas antes de você ter feito aquela estupidez, essa carta foi colocada por baixo da minha porta. Quando a li, sai desesperada para lhe encontrar, sabendo que você estava prestes a cometer aquele ato de desespero. Leia, você vai entender.

Eu fiz como ela disse:

"Sra. Ida, antes de ler preste atenção às minhas palavras: sei que vai ser difícil, mas antes de entender o que está acontecendo, preciso que a senhora seja forte e siga as instruções. Eu sou um médium com o dom da psicografia e essa mensagem urgente veio do outro plano para a senhora.

Olá, mamãe! Sei que vai me reconhecer pela letra, mas eu preciso ser rápido, não temos tempo. Liz precisa de você. Ela, achando que iremos nos reencontrar, só irá nos separar eternamente. Com a solidão e o desespero como companheiras, ela está prestes a atentar contra a própria vida. O livre-arbítrio é soberano, somos os construtores do nosso destino e ele se desdobra à nossa frente a partir das escolhas que fazemos a cada instante. Tudo de bom ou de mau que fazemos se volta para nós, para que tenhamos plena consciência do alcance de nossos atos e nos sintamos progressivamente responsáveis por eles. Corra, pois o plano dela já está em progresso. Com amor, Gaspar."

É claro que era com ela que Gaspar entraria em contato primeiro. Ela era adepta da doutrina de Allan Kardec, qualquer outra pessoa acharia que aquilo era uma pegadinha de mau gosto, mas nossa mãe não, ela acreditava piamente em reencarnação e inclusive, era uma estudiosa sobre vidas passadas.

Depois de todas as provas que tive, o encontro com Gaspar, as cartas, eu não tinha mais motivos para duvidar, era hora de dar um salto de fé e me deixar conduzir. Se nada fosse real, pelo menos aquilo estava me trazendo de volta do fundo do poço.

Eu ainda estava curiosa:

- E a segunda carta? Veio junto com a primeira?

Ida me olhou com ternura e explicou:

- Na verdade, não! Ela me foi entregue aqui no hospital, agora de manhã.

Eu já estava aflita

- E de onde ela veio? Quem trouxe?

Ela estava calma:

- Uma enfermeira me entregou, disse que um casal pediu que ela fizesse. Antes que você pergunte, eu não sei quem são, é um mistério para mim também, mas acho que teremos notícias deles em breve. Sinto isso.

Nós duas nos encarávamos e sorríamos. Ela, feliz por estar vendo sua "filha" ainda viva, se recuperando, grata por ter acreditado e seguido as orientações da carta. Eu, por ter de volta qualquer coisa do meu Gaspar, por me sentir próxima a ele outra vez.

Passei dois dias em observação e no terceiro, fui transferida para a ala de psiquiatria. Meu tratamento estava apenas começando e eu iria fazer de tudo para me recuperar, não importando o quanto eu precisasse me dedicar.

Continua…

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Comentários

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Maravilha! ...o melhor, o maior de tudo. constelando...

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Espetacular....o espiritismo cardecista e muito bonito!

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Parabéns, acredito que aquele que amamos e nos ama sempre estáo cuidando de nós em outro plano.

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Muito bom,diferente,fiquei arrepiado ao ler.

Parabéns.

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Ótimo conto,meninas vi esse conto postado em outro site,vcom um tal de Macaco Pente como autor, vcs autorizaram? Beijos e aguardo a continuação.

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Qual site?

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Contoseroticoscnn.com, foi nesse ai

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Já achei e já fiz a denuncia para a administração do site. O pilantra copiou e colou.

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Para vocês verem que tem safado de todo lado. Rubam o conteúdo e publicam em outro site.

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Sim por esse motivo eu perguntei se era autorizado, acho muita cara de pau apropriar-se do contos de outro autor e publicar como seu. Aguardando a continuação. PS. Sou espírita.

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Obrigada, Kadoka. Isso está virando rotina, o Mark teve o mesmo problema.

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Pois é...

Isso já tá ficando chato.

😡

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Já resolvi! Um amigo vai ajudar a monitorar a rede em busca de cópias dos nossos contos. Ele disse que vai vigiar os seus, do Leon e do Neto também.

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Meninas eu entendi bem e a continuação do conto anterior mais sobre uma nova visão dos fatos kkkkkkk parabéns

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Eu tinha dado as estrelas? Se não, aqui está.

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Muito bom, um desafio bastante arrojado, misturar o erotismo com a ideia de contato com o "outro lado da vida", e parece que nesta primeira parte foi muito bem inserido o tema. Gosto da estrutura fracionada no tempo, momentos distintos de uma mesma história que se encaixam e somente quando todas as partes estão juntas chegam a fazer sentido. Excelente. Texto e narrativa impecável. E já começa com o erótico dominando o tema, assumindo seu papel na história, não deixando dúvidas que em vez de novelinha de costumes, que está se tornando muito usual por aqui, teremos sim uma história de forte apelo erótico. Nota máxima.

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Parabéns que texto excelente, essa é uma história que vou ler e reler vou sempre aguardando o próximo episódio pode dar 1000 estrelas

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E eu que cresci nesse meio espírita, mesmo não vendo nada de sobrenatural acreditava em tudo isso.

Hoje só acredito no bicho homem e no aqui se faz aqui se paga.

Fora isso já imaginamos onde tudo isso vai dar e como foi dito nas primeiras frases se não gosta não leia.

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Como um espírita me senti emocionado, almas afins são um dos maiores presentes que Deus nos deu.

Obrigado por essa história maravilhosa.

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Só duas coisas a dizer. Maravilhoso!!!

E a outra. Conexão. Estou escrevendo um também com temática espírita, e assim que o Devassas acabar, irei publicar. Fiquei muito comovido, e tenho certeza que essa história irá marcar para sempre...

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Nossa, estou sem palavras aqui, que história fantástica, eu cresci dentro da doutrina espirita, conheço bastante, e vi nessa história muitas que minha mãe e meu pai sempre me contaram de contato com algum ente querido que partiu, sei tambem que o suicido iria quebrar qualquer vinculo deles dois, ela iria sofrer por muito tempo, e só com a misericórdia em forma de oração poderia ter uma chance de tentar se redimir, estou fascinado e com os olhos cheios de lágrimas, parabéns meninas.. mais uma vez fantástico demais

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Obrigada, Jó! A parte triste é pequena, na próxima parte já começamos a superação e o resgate da Liz.

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Já estamos terminando uma parte de cada dos dois anteriores.

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Um é uma história real que uma leitora me pediu para contar, então, dependemos do casal nos contar os detalhes para que a gente possa escrever. Mas o da Sheila e do Augusto já volta em alguns dias.

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Eu sou espírita só que umbandista e meu pai da linha Kardec então automaticamente cresci com essa consciência, o texto é muito bom não só por envolver a linha espiritual e sim pelo sentimento que ela tinha pelo marido e pela história de superação que ela vai ter parabéns

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História intensa, espetacular simplesmente.

Como se fosse simples a perda de um amor, mas a promessa do reencontro torna o viver longe quase uma tortura. Daí que vem a necessidade do amparo, das novas perspectivas, do renascer em vida.

Parabéns pelo início.

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Tirou as palavras da minha boca.

Adorei, principalmente porque sou uma curiosa, eu diria até uma simpatizante da doutrina espírita.

Tem tudo para ser "A" história do CDC.

Parabéns, meninas.

Beijo.

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Estamos acelerando a segunda parte, pois queremos muito apresentar o tal "casal" a todos.

😘😘😘😘

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Ca-ra-lho!!!

Me fizeram chorar... Parabéns meninas!

Nota 10 ⭐⭐⭐

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Então fomos dois a chorar !!!!

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Eu chorei também quando li a versão original que a Ellen me mostrou, por isso me apaixonei pela história e quis contar.

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Muito interessante para seguir. Bonito 1 capitulo e bastante realista a dor de perder um amor que mal se teve tempo para usufruir.

Parabéns. 3 ⭐

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