As grandes lições do amor. Parte 1

Um conto erótico de Max Al-Harbi
Categoria: Heterossexual
Contém 3958 palavras
Data: 24/09/2022 14:52:15

Parte 1: De frente para o drama.

A primeira garrafa de whisky desceu como se fosse água. E eu já estava na segunda. Meus pensamentos eram confusos. Eu vivia o primeiro estágio do luto: negação e isolamento.

Não! Nenhuma pessoa havia realmente morrido, somente a minha autoestima, a fé nas pessoas, minha autoconfiança e principalmente, a minha própria vontade de viver. Ser confrontado com a dura realidade de que tudo havia sido uma mentira, era doloroso demais. Eu havia largado tudo por ela. Deixei minha família, amigos, emprego… mudei até de cidade achando que tinha encontrado o verdadeiro amor da minha vida. Ledo engano.

Naquela tarde, a terceira desde a descoberta do quanto eu era um otário iludido por uma vagabunda, eu descobrira quem realmente era a minha noiva, a mulher por quem eu havia ficado profundamente apaixonado, queria envelhecer junto, ter filhos, fazer feliz…

Mas, acontece que não se tratava de uma história tão simples como poderia parecer. Eu não sabia se eu era um otário, ou uma vítima da minha própria alienação. Ao abdicar de tudo por uma pessoa, me tornei cego, e fui feito de fantoche nas mãos de uma mulher ardilosa e maquiavélica. Que na minha presença era a mais doce e maravilhosa figura que alguém poderia desejar ter ao seu lado, mas que longe de mim se transformava completamente.

Nesse momento da minha vida, eu estava com vinte e seis anos e noivo daquela pilantra, longe da minha família e brigado com os meus verdadeiros amigos. Suas manipulações acabaram fazendo eu me afastar de todos e me manteve isolado até aquele momento.

Bebi no gargalo da segunda garrafa e da sacada do meu apartamento, até pensei no pior. Em meus devaneios e por causa da dor, faltava nada para eu encerrar aquele pesadelo. Antes de pensar em saltar no vazio e acabar com o sofrimento, minha mente teve aquele instante de lucidez para me fazer lembrar de como tudo começou…

Eu sou o Dominique, mas todos me chamam de Nique, um apelido carinhoso da infância. 1,80m de altura, olhos e cabelos negros. Corpo em forma e do qual muito me orgulho. Sou de família rica e sempre vivi às custas dos meus pais. Estudei e me formei com dedicação, para não perder a boa vida, mas acabei me apaixonando pelo meu ramo de atuação, construção. Sou engenheiro civil e hoje tenho minha própria construtora. Claro que no começo, em sociedade com o meu pai e sempre dando a ele a última palavra em tudo. Isso foi assim até o dia em que tudo começou a mudar.

Sempre fui um cara feliz, apesar de um pouco tímido, de bem com a vida e sem motivos para me preocupar com nada. Rodeado de amigos e mulheres, a maioria só interessada no que eu podia proporcionar: as melhores baladas, sempre em camarotes. As melhores festas particulares, os melhores carros, as melhores viagens… sempre escolhia alguns para estarem comigo e costumava sempre variar entre o grupo. Nessa época, a única constante na minha vida era o Márcio, meu melhor amigo desde a infância.

Márcio era de família pobre e nos conhecemos na escola, no ensino fundamental. Ele era bolsista e sua mãe faxineira. No começo, meus pais não aprovaram nossa amizade, mas o convívio com Márcio e sua mãe, que logo veio trabalhar em nossa casa, acabou mostrando aos meus pais que eles eram pessoas de caráter e mereciam sua posição entre a gente. A mãe do Márcio acabou sendo uma segunda mãe para mim, dada a futilidade da minha própria mãe, uma mulher pobre na infância e adolescência, que acabou se casando com um homem rico e se transformando em madame. Ela era muito ligada no status quo. Mais superficial do que isso, impossível!

Se eu soubesse que até com ele brigaria e duvidaria de sua palavra nessa época, eu não merecia a sua amizade. Márcio era a melhor pessoa para se ter ao lado. Seu jeito protetor, cuidando para que os outros não tirassem vantagem de mim, brigando quando eu pagava sua conta na balada sem que ele soubesse, me protegendo no meio das confusões e nunca me deixando fazer papel de bobo para aqueles que queriam se fazer de esperto.

Márcio sempre fora um cara muito trabalhador. Desde os quatorze anos ganhava o seu próprio dinheiro, sem nunca negligenciar os estudos. A primeira vez que vi o Márcio chorar, foi quando aos dezoito anos, meu pai pagou todo o processo para que ele tirasse sua habilitação. A segunda, foi quando ao fim desse processo, meu pai lhe presenteou com o seu primeiro carro. Um modelo gol de entrada, um carro simples, mas que para ele e sua mãe, era a concretização de um sonho. Não foi um presente gratuito, apenas um reconhecimento de todo o caráter e hombridade daquele garoto simples, mas de boa índole e criado da forma correta pela mãe.

Falar sobre o Márcio e da sua importância na minha vida, me faz lembrar de que foi ao lado dele, aos dezessete anos, que deixei de ser virgem. Como um grande amigo, seu projeto de vida naquele momento era me ajudar a perder o cabaço. Ele e a mãe já haviam saído da comunidade carente em que moraram antes e, com a ajuda dos meus pais, moravam em um bairro mais sossegado, humilde, mas um pouco menos violento do que o anterior.

Fazia meses que estávamos tentando colocar em prática o projeto "virar homem", até que Márcio apareceu com a solução. Ele havia conhecido duas meninas e as convidou para passar a tarde com a gente. Estávamos ansiosos e excitados, e para minha surpresa, elas eram lindas. Eu, como um adolescente abobado, achei que ela era a mulher da minha vida.

A que veio ficar com o Márcio era uma preta linda de corpo escultural. Já a que veio ficar comigo era toda delicadinha e graciosa, uma moreninha mignon maravilhosa. Mal pude acreditar, pois apesar de rico, ainda era muito tímido para essas coisas. Meu pai nunca foi um homem de falar muito e sexo era um tabu em casa. Foi com Márcio e sua desenvoltura de pessoa humilde, criado no meio de tudo que comecei a aprender mais sobre a vida. Natasha, a que veio ficar comigo, sem qualquer aviso, nos surpreendeu:

- Negócios primeiro, prazer depois.

Eu estranhei aquilo, mas Márcio logo tratou de me mostrar a realidade da vida. Ele disse:

- Trouxe o dinheiro?

Aquele momento foi o meu primeiro grande choque de realidade, onde as ilusões começaram a morrer dentro de mim. Eu tirei do bolso da calça os quatrocentos reais que ele havia me pedido emprestado. Uma quantia irrisória para mim, e que eu nem tinha a intenção de cobrar. Márcio pegou o dinheiro e deu duzentos reais para cada uma. Natasha disse ao Márcio:

- Agora podemos nos divertir. Você não me disse que o seu amigo era assim tão gostosinho. Se eu soubesse, teria feito um desconto. - Ela deu uma risada gostosa, me encarando.

Nesse momento eu travei, pois, a realidade veio com tudo. Lembrei do que falavam sobre garotas de programa e fiquei preocupado. Já Márcio, estava sossegado e atracado com aquela preta linda no sofá da sala. Márcio já havia feito sexo algumas vezes e eu, bem inexperiente, assistia o que ele fazia e tentaria repetir, mas Natasha me levou para o quarto e lá eu perdi minha referência.

Com jeito, ela veio chegando perto de mim e foi acabando com a minha resistência. Eu me entreguei, mas ainda mantinha um pouco das ressalvas. Confesso que hoje imagino que deve ter sido a pior primeira vez de alguém, pois eu estava completamente travado e sem saber o que fazer.

Para a minha completa surpresa, Natasha foi extremamente carinhosa e divertida. Me tratou como se fosse um namorado, o que fez o meu respeito por ela crescer. Mas dentro de mim, havia algo que soava errado, pois eu estava com uma puta, uma mulher que era para ser usada e descartada. A primeira hora já havia passado e eu achei que elas iriam embora, mas Márcio acabou saindo para comprar bebidas e a festinha a quatro se tornou o melhor evento da minha vida até àquele momento. Passamos uma tarde bastante agradável e onde Natasha me ensinou muito, com paciência e sem precipitação.

A partir daquele dia, minhas visitas para Natasha se tornaram frequentes. Desenvolvemos uma relação estranha. Às vezes ela me cobrava, em outras, era sem falar em dinheiro. Ela foi uma professora dedicada e eu, um aluno concentrado. Sua forma carinhosa de me ensinar, acabou despertando uma paixão que me envergonhava. Como se pode amar uma puta profissional? O quão vergonhoso seria assumir uma garota de programa? Eu queria levá-la comigo em viagens, passeios, mas logo pensava: "e se alguém a reconhecesse? Como explicar que eu estava apaixonado por uma garota de programa?" Infelizmente, o medo e o preconceito em mim, eram maiores do que a coragem de assumir aquela relação. No fundo, eu não me permitia nem admitir que gostava dela, tinha vergonha. E eu nem sei se Natasha largaria sua vida para ficar comigo.

Para tentar apagar aquela confusão da minha cabeça, acabei me tornando um verdadeiro galinha. Como minha situação financeira ajudava e atraía os tipos mais interesseiros de mulheres, acabei conhecendo diversas gostosas afoitas, e tendo noites de intensa atividade sexual com mulheres variadas, colocando em prática o que já estava aprendendo. Mas sempre me pegava voltando para os braços de Natasha. Era o meu prazer culposo, meu segredo condenável, meu amor impossível… Natasha seria para sempre uma pessoa importante em minha vida. Seus ensinamentos e seu jeito diferenciado de me tratar, não como como apenas um cliente, criaram raízes profundas dentro de mim.

Como tudo tem o seu tempo e o seu propósito, uma nova mulher entrou na minha vida. E eu fiquei perdidamente encantado, não podia nem sonhar com o tamanho da encrenca que me esperava, o quanto tudo mudaria e o estrago que esse furacão deixaria ao passar.

Márcio e eu estávamos com vinte e dois anos e comemorávamos nossa formatura. Eu em engenharia civil e ele em direito. Márcio já estava inscrito para a prova da polícia civil, seu sonho era ser delegado. E eu já era sócio do meu pai em uma nova construtora, fundada especificamente para mim.

Márcio chegou em minha casa trazendo duas lindas garotas, um pouco mais novas do que nós. Milla tinha dezenove anos e era uma linda morena de traços marcantes. Longos cabelos negros, seios pequenos, cintura fina, bunda avantajada e coxas bem torneadas. Seu macacão jeans e os tênis All Star a deixavam com um aspecto bem jovial. Ela e Márcio pareciam bem entrosados e era visível o quanto um estava a fim do outro.

Ao lado deles estava ela, Maria Eduarda. Ou simplesmente, Duda. Fiquei congelado olhando para aquela coisinha mais encantadora, sem reação. Que sorriso lindo! Ainda mais naquele rosto angelical. Tudo nela era perfeitamente simétrico e proporcional. Cabelos ruivos, seios médios, sardas quase invisíveis, barriga chapada e bunda redonda e empinada, destacada pela calça leggings. A blusa, estilo cropped, deixava à mostra seu umbigo, adornado por um piercing pequeno e bem discreto. Ela, com seus vinte anos, era a visão da perfeição.

Não digo que foi amor à primeira vista, mas senti que ali já nascia um forte sentimento. Pela primeira vez, me senti intimidado para falar com uma mulher. Era estranho o efeito que ela exercia sobre mim. Seus olhares me deixavam em brasa e com a chegada dos outros convidados, acabei apenas a observando de longe durante aquela festa.

Minha casa ficava em um condomínio de alto padrão. Um terreno de mil e quinhentos metros quadrados. A casa principal era um belo sobrado de arquitetura moderna e nos fundos, uma segunda casa, estilo edícula, que servia como uma espécie de quarto da bagunça. Márcio costumava dormir ali nas épocas de provas ou quando saíamos juntos. Era ali também, na casa da piscina, que eu e ele trazíamos algumas garotas para festinhas particulares.

Minha troca de olhares com Duda era constante e ela se manteve comportada ao lado do Márcio e da Milla, sempre dizendo não a qualquer um que se aproximava. Vários amigos solteiros, muitos da minha turma de formandos, outros da do Márcio, tentaram começar um diálogo, mas foram prontamente desencorajados e acabaram perdendo o interesse, visto a quantidade de outras lindas mulheres naquela comemoração.

Aos poucos, as pessoas iam embora da festa e finalmente, ficamos apenas nós quatro. Não tínhamos mais como evitar a conversa. Mesmo nervoso, eu precisava tomar uma atitude. Márcio já estava impaciente e dizendo não me reconhecer. Ele e Milla ocuparam um dos quartos da casa da piscina, me deixando sozinho com Duda.

Primeiro, para quebrar um pouco do gelo e vendo o fascínio que o meu estilo de vida causava em Duda, levei-a para conhecer a casa. Em cada ambiente que passávamos, seu semblante se iluminava. Seu sorriso era radiante e despertava em mim sensações novas e marcantes. Aquela garota tinha o poder de me deixar completamente admirado por sua beleza. Seu perfume, euphoria, da Calvin Klein, apesar de não me ser estranho, parecia ganhar uma fragrância diferente em sua pele. O cheiro tão conhecido, ficava sedutor, convidativo e mais marcante nela.

A conversa fluiu de uma forma tão natural, que foi inevitável o primeiro beijo. Foi inevitável também, perceber o quanto eu estava atraído por aquela linda garota. O beijo virou um amasso, o amasso foi ficando mais forte e quando dei por mim, estávamos nus ali mesmo na área da churrasqueira, sem nenhuma preocupação de que alguém nos visse. Meus pais já tinham saído para uma de suas festas da alta sociedade e só nós quatro continuávamos ali.

Coloquei Duda sentada na bancada do bar e fiz com que ela deitasse. Subi beijando sua coxa e acariciando a lateral de seu corpo até chegar nos seios de aréolas castanhas, bem clarinhas, segurando com delicadeza, brincando com os biquinhos entre meus dedos. Ela gemia:

- Hummm, assim você acaba comigo… que delícia!

Dei uma mordidinha leve na parte interna de sua coxa, arrancando um gemido mais forte:

- Ahhhh… você quer mesmo acabar comigo… aahhhh…

O cheiro que aquela xaninha exalava, me deixava doido, como um animal sentindo os feromônios da fêmea no cio. Aquele pequeno tufo de pelos avermelhados na testinha da boceta, formando um pequeno desenho triangular acima do clitóris, era extremamente sexy. Rocei meu rosto ali antes de dar um beijo delicado em sua xaninha e ouvir mais um gemido manhoso:

- Hummm… vai me chupar gostoso? Adoro que me chupem…

A pergunta soava como um pedido para mim. Eu já estava louco para provar aquele mel que começava a umedecer aquela linda boceta pequenina e apertadinha. Passei a língua de baixo para cima, deixando a ponta se esbaldar um pouco no grelinho e arrancar novos gemidos de prazer:

- Assim é maldade… ahhhhhh… que língua gostosa… aahhhh… não para!

Envolvi seu clitóris com minha boca e fiz uma sucção demorada, passando a língua em movimentos circulares e fazendo com que ela tremesse:

- Ah, caralho! Aahhhhhh…. Como você é gostoso… chupa essa safada…

Repeti o movimento, aumentando a sucção e acariciando os seus seios:

- Cacete! Aahhhhhh… isso, chupa vai. Ahhhhhh…

Dei o melhor de mim, fazendo a língua percorrer toda a extensão daquela xoxota rosinha, que não parava de secretar aquele que parecia o manjar de Vênus, a deusa do amor, na minha boca. Duda se contorcia, gemendo e pedindo mais:

- Ahhhh… vou gozar, não para! Hummm… filho da puta gostoso, vai me fazer gozar na sua boca… aahhhhhh…

Aumentei o ritmo e comecei a fazer a língua pressionar mais forte seu grelo, enquanto ela me apertava a cabeça com suas coxas:

- Isso, assim… estou gozando… ahhhhhh… estou gozando… que delícia… Aaaaahhhhhhhh…

Com um sorriso de satisfação no rosto, a retirei da bancada e a coloquei de costas para mim, aproveitando a lubrificação pós gozo, penetrei com carinho, mas de uma só vez, arrancando mais gemidos:

- Aí, caralho! Seu puto safado… tá me fodendo gostoso. Aahhhhhh…

Estoquei forte, mantendo o ritmo e massageando seu grelo que continuava inchado pelo tesão, por quase cinco minutos e senti Duda amolecendo, suas pernas tremendo:

- Vou gozar de novo, fode! Ahhhhhh… que delícia, assim, não para! Ahhhhhh…

Poucos segundos depois, com as bombadas mais fundas e mais rápidas, Duda gozou de novo, precisando ser aparada para não cair:

- O que foi isso? Aahhhh… que delícia…

Duda sentou na cadeira ao nosso lado e me puxou para ela:

- Vem aqui, deixa eu te fazer gozar.

Ela abocanhou meu pau com uma habilidade incrível, me oferecendo um boquete maravilhoso! Duda me chupava como uma profissional, e em menos de dois minutos me fez gozar em sua boca. Até tentei tirar o pau antes, mas ela me segurou forte pela cintura e disse:

- A melhor parte e você quer sair? Goza na minha boca, me enche de porra. Adoro!

Hoje, ao me recordar daquilo, eu vejo que estava ali o primeiro grande sinal vermelho do quão safada a Duda era. Mas eu estava fascinado e começando a me apaixonar. E um homem apaixonado fica cego, surdo e burro.

Foi uma noite de sexo intenso e praticado de diversas formas. Nenhuma mulher das várias que eu havia ficado até àquele momento, tinha me deixado tão esgotado quanto a Duda. Ela era tão boa quanto Natasha, meu primeiro amor.

Fortes batidas em minha porta me resgataram dos pensamentos do passado:

- Abre, Nique! Sei que você está aí. Tem três dias que ninguém tem notícias suas.

Dei dois passos, mas as pernas bambearam e eu apaguei no chão da sala.

Só fui acordar no dia seguinte já na minha cama. Era Milla quem cuidava de mim, enquanto Márcio preparava o café da manhã na cozinha. Fazia mais de um ano que eu não os via.

Falar de Milla é tão fácil como falar de Márcio, pois um é o complemento perfeito do outro. Os dois tem o tipo de amor que você sabe que é para sempre. Assim como Márcio é meu irmão por escolha, Milla também é uma irmã. Desde o dia da formatura, dia que a conheci e que ela e Márcio se tornaram inseparáveis, assim como eu e a Duda, ela passou a ser a minha confidente, a pessoa que me ajudava nos conflitos com aquela que hoje destroçava o meu coração. Ela também foi a primeira a levantar a suspeita e tentar abrir os meus olhos. E foi por causa disso, e por não ter confiado nos dois, que a minha vida entrou em uma espiral de autodestruição e sofrimento.

Eu estava embaraçado. Para ser sincero, eu achava que não merecia tamanha gentileza após a forma com que nos despedimos. Bem antes, quando eles tentaram abrir os meus olhos, me alertando do perigo que eu corria, eu escolhi confiar na desgraçada que era agora o motivo da minha vergonha.

Me olhando com empatia, Milla, ao invés do famoso "eu avisei", apenas disse:

- Você nos deu um baita susto. Tivemos que chamar o síndico ontem à noite para poder entrar. Foi difícil convencê-lo, mas ele acabou entendendo a urgência da situação e nos deixou cuidar de você.

Completamente envergonhado, só me restava pedir desculpa:

- Eu sou um idiota mesmo. Falta de aviso não foi. Eu mereço! Me desculpe, como eu pude ser tão cego, idiota… estava tudo ali, na minha cara e eu preferi não enxergar.

Milla se compadeceu:

- Não pense assim. Você estava apaixonado, e não raciocinava, não é o primeiro e nem será o último a passar por isso.

Nesse momento, eu comecei a entrar no segundo estágio: O da raiva.

- Minha vontade é matar aquela piranha. Ela e os amantes dela que se fizeram de amigos. Enganado por todos! Como eu pude ser tão ingênuo?

Márcio entrava no quarto com uma bandeja caprichada em mãos: pão, queijo, leite, café, torradas, geleia.

- Como você está? - Parecia tão abalado quanto eu, me olhando com tristeza.

Primeiro eu tentei brincar. Talvez, a descontração fizesse a vergonha ser mais tolerável. Eu disse:

- Por que não é a Milla que está fazendo o café? Você é um péssimo cozinheiro.

Márcio percebeu a minha intenção e entrou na onda:

- Mas foi ela que fez, eu apenas estou trazendo. Quando vimos que você estava acordando, achei que vê-la primeiro seria mais fácil para você.

Eu não conseguia dizer nada. Ele voltou a falar:

- Sei que você deve estar curioso para saber quem enviou as provas da traição, então serei direto: fui eu!

Não foi nenhuma surpresa aquela confissão. Márcio era o único que poderia fazer tal coisa. O único amigo que nunca pareceu estar ao meu lado apenas por causa do meu dinheiro.

- Eu já imaginava, cara! Somente você teria a coragem necessária para me mostrar a verdade. Todos os outros se beneficiavam da situação. Obrigado, amigo! Me desculpe por ter sido tão ridículo com vocês e por tê-los tratado como inimigos. Vocês não mereciam.

Márcio, na sua simplicidade, se revelava o sujeito fantástico que era. Ele disse:

- Isso é passado, amigo! Eu demorei, mas consegui mostrar a verdade. Então, bola para a frente, o que vamos fazer?

Novamente, a raiva começava a me dominar:

- Eu quero destruir essa filha da puta. Acho que…

Milla me trouxe de volta à realidade:

- Olha só, não quero parecer do contra, mas esse ódio não se sustenta.

Fiquei olhando para ela sem entender. Milla prosseguiu:

- Sei que você está sofrendo, e isso provoca a sua ira. Mas não é hora de pensar assim.

- Eu devo pensar de qual forma? Sinto muita raiva dela!

Ela sorriu com expressão paciente:

- Mesmo chateado e destruído, sei que você ama a Duda.

- Eu tenho ódio dessa bandida! - Disparei agressivo tentando negar o sentimento.

Milla não se abalou e explicou:

- Ela é uma especialista em manipulação. Seja inteligente dessa vez, não caia novamente no feitiço dela.

Fiquei olhando para ela tentando alcançar o raciocínio que me mostrava outro ângulo. Milla estava coberta de razão. Do jeito que eu estava, e o amor que eu sentia por Duda me tornaria presa fácil em suas artimanhas. Eu precisava ser inteligente e não me deixar enganar outra vez. Eu pedi:

- Vocês vão me ajudar, né? Precisamos desmascarar aquela piranha.

Marcio e Milla me olhavam com atenção. Eu ponderei:

- O que o Márcio me enviou é muito circunstancial, precisamos de coisas mais concretas. Duda facilmente viraria o jogo, são apenas áudios em um aplicativo.

Márcio me conhecia bem demais, ele sabia do que eu precisava no momento:

- Primeiro você vai se alimentar e depois nós vamos colocar a sua vida em ordem antes de pensar em qualquer tipo de artimanha. Eu preciso voltar à delegacia e Milla também precisa ir trabalhar.

Eu pensei rápido:

- Será que o Dr. Márcio, delegado de polícia, conseguiria me ajudar?

Ele sorriu irônico e novamente me trouxe à razão:

- O que você precisa agora é do Márcio, seu amigo, não do policial. Levanta dessa cama e vai tomar um banho. Sua secretária está desesperada e seu pai já fez um boletim de ocorrência sobre o seu sumiço. Hora de voltar a vida.

Por um meio minuto eu fiquei ali analisando a situação. Preferi guardar para mim os piores pensamentos, me levantei da cama e fui para o chuveiro. Debaixo da água quente que relaxava o meu corpo, os pensamentos voltavam a me assombrar. E o pior é que a imagem deliciosa da Duda, nua, gemendo de prazer num orgasmo intenso me deixavam excitado e ao mesmo tempo revoltado. Meu sangue fervia de ódio e desespero…

Continua…

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Comentários

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É... só quem já passou por traição conhece bem esses estágios, só quem já brigou com familiares por confiar na pessoa errada conhece essa vergonha.

Excelente começo. Mais uma série pra eu acompanhar, depois de meses sem vir aqui.

E todos precisam de amigos como Márcio e Milla na vida! hahaha

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a única coisa que me deixou chateado é que a vilã é ruiva... poxa, ruiva mexe com meus sentimentos pô... hahaha

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Muito bom Max! Mexendo com nossa imaginação para tentar descobrir o que a Duda aprontou. Era de se imaginar algo de uma mulher que se entrega assim numa primeira noite conhecendo a rica casa da “vítima”, provavelmente algo planejado ou mesmo pensado naquela hora. Vamos desvendar isso tudo! Parabéns, ótima escrita!

PS: fazia tempo que não via uma descrição de sexo oral tão bem feita e detalhada!

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Max meu querido vc e uma máquina de escrever,nem acabo de ler um e já vem outro, parabéns, adorei este conto Márcio e um ótimo ou o melhor amigo,mas ele tem que ficar mais esperto em matéria de mulher,com vinte e tantos anos já deveria saber quem e para casar e quem e para cruzar,bjs amigo sinto pela perda em sua vida e na de jean

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Bom primeiro quero dar os meus pêsames sua e de sua esposa e independente de quem for as ótimas lembranças dêem uma paz aos seus corações.

Sobre a nova história sei que será épica.

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Max, lamento aparecer aquí demasiado rápido, pero cuando estoy de viaje, no siempre es fácil navegar. Felicitaciones por la historia corta que sugiere otra de sus exitosas series. Es muy bueno y lleno de ganchos para sujetarnos. Estaré muy atento. Todas las estrelas.

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Max, como sempre, vc é um excelente contista!!!!!!!! Esse tipo de assunto é bastante interessante. Esperando o próximo capítulo!!!! 3 estrelas.

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Já começou quente. Aliás, ótimo começo.

Curiosidade só aumenta.

Merecidas as estrelas.

Forte abraço, meu amigo.

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` Ahh, que mal educado eu fui, você é um senhor escritor, gosto muito dos seus contos, amigo!

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Começo maravilhoso!!! Mas quando vai continuar Fui traido ainda levei a culpa, ótimo conto!

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Max, parabéns pelo conto e, principalmente, pelo retorno !!!

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E sumido voltando com toda carga em amigo, três estrelas já é nossa obrigação mais você que está no grupo da constelação certo parceiro kkkkk parabéns sumido kkkkk saudades dos seus contos.

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O cara já está com duas séries FODASTICAS de contos e inicia uma terceira! Tu és foda grande sábio!

Só que fica chato repetir os elogios, tinha que existir uns 100 dicionários só de elogios para que a gente usasse com você e os outros escritores! Excelente, excepcional! Parabéns!

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Um aperitivo bom e com qualidade demonstrativo da excelente história que teremos o privilégio de acompanhar.

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