: UM VENEZUELANO NA MINHA VIDA - 7: APÓS A TORMENTA

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 3508 palavras
Data: 05/09/2022 21:13:36

Destruição total. O cenário era desolador. Todos ficaram emocionados com o drama de Dona Aurora. Tanto sacrifício e dinheiro investido em uma festa que não aconteceria mais. Apesar do desespero, a cabeça de Enzo conseguia funcionar sob pressão. Rapidamente, ele pensou em milhares de soluções para sanar todos os problemas.

Nesse meio tempo, Noslen, amparou a Dona Aurora, a idosa estava inconsolável pela situação. Algumas pessoas presenciaram o ocorrido e correram para se juntar às mesas que estavam espalhadas pelo campo de futebol.

Com o coração dolorido, Dona Aurora decidiu cancelar a festa. Após pensar bastante, Enzo deu um grito, o que chamou a atenção de todos.

— Você está bem? — perguntou Noslen, assustado, pensando que algo havia acontecido.

— Sim. Está tudo ótimo, quer dizer, Dona Aurora, eu vou dar um jeito nisso. Não vamos cancelar a festa. — afirmou Enzo, pegando o celular e digitando em um grupo de mensagens.

Agoniada, a Dona Aurora afirmou que faltavam apenas quatro horas para a festa e ficou temerosa com a chegada dos convidados. A partir daquele momento, Enzo enviou mensagem para todos os amigos e colegas.

A determinação de Enzo chamou a atenção de Noslen. A cada dia que passava, o venezuelano se apaixonava pelo irmão de Erick.

Do outro lado da cidade, Ian D'ávila e a irmã, Iara, faziam compras. Roupas luxuosas, perfumes caros e sapatos de grifes. Os irmãos não conheciam a palavra limite, não quando se tratava de gastar dinheiro. Em uma das lojas, Ian, encontrou André e, mesmo evitando o colega de trabalho, o encontro foi inevitável.

Eles trocaram poucas palavras, entretanto, aquilo foi o suficiente para Iara perceber um clima diferente. Ela praticamente colocou o Ian contra a parede, eles estavam no elevador. Depois de muito enrolar, Ian, confessou que sentia algo por André, afinal, dobrar Iara era uma missão impossível.

— Você e aquele rapaz! — gritou Iara. — Nossa, papai ia morrer.

— "Nós" não somos uma realidade. — enfatizou Ian fazendo aspas demoradas com os dedos.

— Ian, irmão, você se leva muito a sério. Ainda tem aquele sonho de fazer a própria dinastia? — questionou Iara, sendo interrompida quando o elevador alcançou o estacionamento.

— Sim. E nada vai destruir o meu sonho. Nada. — Ian tropeçou, mas manteve a pose de metido e andou em direção ao carro.

Realmente, o amor não estava nos planos dele, mas será que isso seria definitivo? O celular de Ian tocou, ao atender, o jovem ficou vermelho de raiva. Iara não entendeu a pressa do irmão. Ela saiu desengonçada até o carro e teve dificuldades em colocar todas as sacolas no veículo.

Uma das qualidades de Enzo Gabriel? Ele era bem relacionado. Em menos de 30 minutos, o empresário movimentou vários amigos, parceiros e, até mesmo, a Polícia Militar do Amazonas.

Dona Aurora e Noslen ficaram impressionados, afinal, Enzo fez tudo por telefone. E não demorou muito para várias pessoas aparecerem. André e Popi levaram caixas com luzes que, na verdade, pertenciam a Tech Land. Eles ficaram tristes com a destruição no local. Só que ninguém tinha tempo de lamentar, havia muito trabalho pela frente.

Uns minutos depois, um batalhão da Polícia Militar também chegou para ajudar. Erick levou Celina, eles trocaram o cinema pela Operação Resgate da Esperança, sim, Enzo, nomeou o aniversário de Dália. Cada um fez um pouco, aquele dia ficou conhecido como o milagre da debutante.

A parte elétrica do campo foi consertada por Popi e André. Enquanto isso, a Celina se mostrou uma verdadeira rainha da decoração, infelizmente, não se podia dizer o mesmo do irmão de Enzo, que se queimou todo com cola quente.

Na cozinha, uma verdadeira força-tarefa preparava os kikões (cachorro-quente), doces e salgados que foram perdidos na chuva.

Mesmo machucado, Noslen deu apoio moral e fez pequenos serviços. Um grupo de venezuelanos, conhecidos de Dona Aurora, chegou e meteu a mão na massa, literalmente. Eles resolveram fazer arepas, um prato típico da Venezuela.

Como um técnico de futebol, Enzo auxiliava todo mundo. A surpresa daquele fim de tarde? Foi a entrada de Ian. Ele recebeu uma ligação de Diana que escutou uma conversa entre André e Popi.

— Eu soube e decidi ajudar. — disse Ian abraçando Enzo, que não escondeu a cara de surpresa.

— Sério, não precisava. — soltou Enzo, se afastando de Ian, ao ver Noslen ficando vermelho com o abraço que ele recebeu.

— Trouxe a minha irmã, a Iara. Ela é uma ótima decoradora. — mentiu o empresário, sabendo que Iara nunca havia pegado em uma tesoura na vida.

— Eu sou? — questionou Iara, confusa, mas ficando com medo da expressão do irmão mais velho.

Dona Aurora chorava a todo momento, mesmo sendo consolada por Noslen e Enzo. Todas as coisas perdidas foram recuperadas em três horas de trabalho. Até mesmo Iara, que nunca tinha visto nenhuma daquelas pessoas ajudou e, ao contrário do irmão, ela fez por compaixão. De repente, Erick e Celina chegaram com o bolo da debutante, Enzo, que abriu espaço na mesa decorada.

Durante anos, Erick foi treinado pela Polícia Militar do Amazonas, mas aquele momento o fez suar. Com uma delicadeza ímpar, o irmão de Enzo colocou o bolo no pedestal cor-de-rosa. Celina tentava auxiliar o rapaz da melhor maneira, afinal, aquele era o último detalhe da festa.

— Ei! Vocês não estão esquecendo algo? — perguntou Kleber, segurando vários balões com o rosto de Dália.

— Espero que vocês tenham gostado. — disse Santino, o namorado de Kleber que fez várias plaquinhas para os convidados tirarem fotos.

Todos celebraram, na comemoração, Ian acabou abraçando André. Ele disfarçou o desconforto e correu para conversar com William, um dos assessores jurídicos da empresa. Naquela semana, Ian, tentou desesperadamente, conseguir a assinatura do setor jurídico para a liberação de uma verba, dessa forma, ele poderia criar uma divisão de marketing, se tornando assim, um coordenador.

Popi verificava, mais uma vez, a parte elétrica da festa, acho que ninguém queria mais uma surpresa degradável. Ao sair de trás do painel, ela esbarrou em Iara, a irmã de Ian D'ávila. Por alguns minutos, os seus olhares se cruzaram e uma conexão foi inevitável.

— Oi, desculpa, eu não a vi. — pediu Iara, segurando nos ombros de Popi.

— Eu que peço desculpa, sou tão atrapalhada. — interveio Popi, ficando com vergonha por causa da beleza de Iara. — Ah, meu nome é Paula, mas pode me chamar de Popi. — falou a jovem, limpando as mãos em sua calça jeans e cumprimentando Iara.

— Iara D'ávila. E te garanto, o prazer é meu. — cumprimentou Ian, dando um sorriso que encantou Popi.

Celina ficou feliz ao perceber que Erick e Enzo eram irmãos unidos e, o principal, gostavam de ajudar as pessoas. Depois de uma maratona para arrumar as ornamentações e comprar o bolo, eles foram se arrumar, afinal, aquela boa ação rendeu um convite. Só que havia um problema, o vestido de Celina.

Depois de muita discussão, ela aceitou a oferta de Erick. Ele compraria um vestido para sua acompanhante. Já a moça, o ajudaria a escolher um terno. Outra que quis curtir a festa foi Iara, que se envolveu realmente com a situação. Afinal, Iara, decorou a mesa central e conseguiu restaurar parte do painel com a foto de Dália.

— Vamos? — perguntou Ian, olhando para a irmã com cara de poucos amigos.

— Vou ficar. A Popi me convidou. — respondeu a jovem pegando algumas roupas no carro de Ian. — Ainda bem que fiz essas compras.

— A Popi, Iara. Sério?

— Irmãozinho, eu não me meto nos seus problemas e você não se mete nos meus. Não esquece, que eu sei, tipo, uma ou duas coisas sobre manipulação, afinal, sou filha do nosso pai. Sei muito bem quais foram os seus objetivos aqui. E ajudar a Dona Aurora, definitivamente, não é um deles. — jogou Iara, fazendo Ian revirar os olhos.

— Tá, faz o que quiser. Tchau. — ele falou, entrando no carro e partindo.

Alguns convidados se arrumaram no prédio que ficava ao lado da igreja. Noslen tomou banho e ficou se olhando no espelho. Pensou em sua família, mesmo não se lembrando, ele sentia falta. Quando Enzo entrou no quarto, o Venezuelano se assustou, pois estava apenas de toalha.

Enzo já havia visto o amigo sem camisa em outras situações, mas aquilo era diferente, o seu coração acelerou e o que durou segundos, pareceu horas. Sem jeito, Noslen vestiu a camisa social e as calças, em menos de um minuto. Ele teve dificuldade, então, Enzo o ajudou na hora de abotoar a camisa e colocar o cinto.

Eles não falavam nada, porém, a cumplicidade entre eles parecia crescer a cada dia. Com carinho, Enzo passou gel fixador nos cabelos de Noslen. Eles eram lisos e castanhos, alguns fios loiros, uma ideia de Nico para deixar o amigo mais descolado.

Para Noslen, o sorriso de Enzo seria o suficiente para iluminar uma cidade inteira. Em um gesto inesperado, o Venezuelano pegou no rosto do irmão de Erick. Seu coração parecia sediar o ensaio de uma escola de samba. Aos poucos, os dois inclinaram suas cabeças, um beijo seria inevitável, porém, alguém forçou a entrada da porta.

— Eu, eu, eu vou tomar banho. — avisou Enzo se distanciando de Noslen.

— Vou ver se a Mama Aurora precisa de alguma coisa. — disfarçou Noslen destrancando a porta e saindo. — Droga. — ele disse se escorando na porta.

— Vou tomar banho. — esbravejou Enzo. — Seu burro. — batendo na própria cabeça.

Ao contrário de Enzo, Popi não era assumida para o mundo, ou pelo menos, o seu mundo. André sempre achou estranho o comportamento da amiga, entretanto, nunca questionou nada. Ele mesmo, demorou um bom tempo para assumir seus verdadeiros sentimentos. Popi quase infartou quando viu Iara colocando o vestido.

A irmã de Ian, que não era boba, pediu para Popi fechar o zíper do vestido. Nervosa, a amiga de Enzo e André, quase tropeçou ao chegar perto de Iara. Em seguida, Popi respirou fundo, reuniu coragem, tocou nas costas de Iara com a mão esquerda e fechou o vestido utilizando a esquerda. Popi pode sentir um doce aroma do perfume de Iara.

Dona Aurora respirou aliviada, os primeiros convidados começaram a chegar. Quem via a decoração pela primeira vez, nem imaginava o sufoco que todos passaram no início da tarde.

Logo na entrada, havia uma placa que dizia "15 anos de Dália Regina". Na recepção estavam a debutante e Noslen, que era o príncipe da jovem, e, realmente, estava espetacular.

Para não chegarem atrasados, Celina e Erick trocaram de roupa nos banheiros do shopping. A moça contou com ajuda de algumas mulheres para se maquiar, já Erick, se vestiu em menos de 10 minutos. Ele ficou aguardando a acompanhante e aproveitou o tempo para trocar mensagens com o irmão. Depois de algum tempo, Celina saiu do banheiro e deixou Erick impactado.

Ela escolheu um vestido rosa claro e o cabelo prendeu com a fita que veio na sacola do sapato. Erick se aproximou e não resistiu, mesmo com as mãos suadas e o coração desgovernado, ele a beijou. Eles ficaram se olhando, mas logo voltaram sua atenção para a missão do dia, o aniversário de Dália.

No campo/salão de festas, os convidados conversavam e interagiam. Uma das moças da igreja, a pastora, foi a cerimonialista. Ela começou a festa e fez um breve discurso sobre a importância da doação e família. Noslen estava tão nervoso, que nem percebeu quando Enzo entrou e ficou ao seu lado.

Já Enzo se sentia um peixe fora d' água, ele odiava usar ternos, tanto que nunca exigiu uma vestimenta específica de seus funcionários. Seus cabelos cacheados foram fixados com spray, cortesia de Iara. Ao ver Enzo, Noslen, sorriu. Ele também nutria um sentimento especial pelo empresário.

— Você está lindo. — soltou Noslen, com o coração acelerado.

— E você está um príncipe. — disse Enzo em retribuição.

De repente, a música "Ouvi Dizer", do trio Melim, ecoou pelas caixas de sons espalhadas pelo campo/salão de festa. Aquela era a deixa para a entrada da debutante. Noslen se posicionou e ficou aguardando Dália.

A jovem estava linda, o vestido violeta com detalhes de borboleta, que Enzo deu, lhe caiu perfeitamente. Mesmo nervoso, Noslen cumpriu o seu papel e foi o príncipe perfeito.

A dor no braço de Noslen incomodou, porém, em nenhum momento, o Venezuelano saiu do personagem. Durante a dança, ele imaginou se tinha uma irmã ou irmãs, ou se já tinha sido príncipe de alguma adolescente, e o principal, a data de seu aniversário. As dúvidas não deixavam o venezuelano em paz.

— Ela está linda. — comentou Dona Aurora abraçando Enzo com carinho.

— Não precisa agradecer, eu fiz de coração. A senhora merece, principalmente, pelo jeito como trata o Noslen. Ele considera a senhora como mãe. — revelou Enzo sorrindo e olhando feito um bobo para Noslen.

— Eu abençoo. — disse Dona Aurora segurando no braço de Enzo.

— O quê? — perguntou Enzo, coçando a cabeça e ficando assustado.

— Vocês dois. Formam um casal lindo. — garantiu Dona Aurora, fazendo carinho no braço de Enzo.

Aquilo aqueceu o coração de Enzo. Ele se considerava um sortudo, pois em toda sua vivência familiar nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. O Erick era o exemplo maior, um Policial Militar que protegia o irmão gay com unhas e dentes. Inclusive, no momento dessa reflexão, Enzo viu Erick entrando no campo/salão de festas acompanhado de Celina, os dois de mãos dadas.

À noite rolou sem problemas. Teve homenagens, lágrimas, comida deliciosa e, claro, muito amor. A pista de dança bombou. Quem se divertiu bastante foi Iara, apesar da classe social abastada, ela adorava interagir com pessoas diferentes. Até mesmo, Popi, arriscou uns passos de dança. Do nada, a irmã de Ian beijou a recente amiga.

— O que você... — falou Popi abismada e confusa.

— Qual é, aproveita a noite. Vamos aqui. — pediu Iara levando Popi para um lugar mais reservado.

Noslen observava Enzo dançar, quer dizer, tentar dançar. O jovem empresário estava se divertindo ao lado de André, Kleber, Santino, Celina e Erick. Enquanto isso, Nico aproveitava para contar todas as aventuras que viveu nos últimos dias. Por causa do acidente e da recuperação de Noslen, os dois amigos venezuelanos se distanciaram, mas a conversa fluía de uma forma natural.

O que podemos falar sobre o melhor amigo de Noslen? Bem, Nico Hernandes saiu da Venezuela no dia 23 de abril de 2018, chegou através da fronteira. Com 23 anos, ele largou a faculdade de educação física e virou vendedor ambulante no Amazonas. Logo de cara, Nico fez amizade com Noslen e o abraçou como sendo da própria família. Ele suspeitava da homossexualidade do amigo, mas nunca comentou nada.

Cansado, Enzo sentou ao lado de Noslen. Eles conversaram bastante, principalmente, quando Nico começou a contar os micos que Noslen passou no Brasil. Não demorou muito e Nico se distraiu com o convite de Dália para dançar. Uma noite estava perfeita, apesar do início problemático. Inclusive, o clima agradável colaborou e a lua abençoou a celebração.

A batida da música "Señorita", de Shawn Mendes e Camila Cabello, fez os braços de Noslen e Enzo se encontrarem. Aos poucos, as mãos dos dois se entrelaçaram. O venezuelano não sabia como agir, ele amava Enzo, mas não se achava bom o suficiente.

— Eu te acho muito especial, Noslen. — disse Enzo, enquanto acariciava a mão do venezuelano.

— Você também. Sério, eu nunca imaginei ter a sorte de encontrar alguém tão legal. Você me deu tanto, fez a noite da Mama Aurora valer a pena. Obrigado. — ele falou olhando para Enzo.

— Eu não sei onde a gente vai chegar, mas quero tentar Noslen. Isso, se você estiver afim, nunca faria nada que te machucasse.

Os dois seguiram para o pequeno quarto onde estavam suas roupas. Noslen deu o primeiro passo, ele se aproximou de Enzo e o beijou. Um beijo, longo e quente, demorou um pouco para eles encontrarem uma posição confortável, afinal, o ombro de Noslen continuava machucado. As carícias foram aumentando, entretanto, eles decidiram parar com medo de alguém aparecer.

Como diria a famosa música do Rei Leão: "Nesta noite o amor chegou!!!". O cupido ficou atarefado naquela festa. Ian aproveitou que não havia ninguém na empresa e decidiu organizar uns documentos, mais um de seus planos contra Enzo.

Ele viu uma foto de Iara e Popi, porém, decidiu deixar a irmã quieta, não queria confusão. Depois de guardar os papéis, ele seguiu para o elevador.

Ian quase morreu, quando André apareceu do nada. Eles ficaram se encarando por alguns minutos, então, André explicou que foi deixar uns equipamentos que utilizou na festa de Dália. Pela segunda vez, os dois ficaram sem assunto, até que Ian decidiu fazer uma pergunta para o colega.

— Aqui tem câmera de segurança? — Ian olhou em volta, esperando a resposta de André.

— Acho que não.

— Quer saber, que se dane. — beijando André de forma quente, quase o derrubando.

Um beijo improvável, que pegou os dois de surpresa. André até pensou em afastar Ian, só que por algum motivo não conseguiu. Movido pela excitação, André parou o elevador e eles se entregaram, ou seja, sexo selvagem.

Em outras circunstâncias, Ian, pensaria melhor. Ele não era um cara de pensar com o coração, porém André despertava alguns sentimentos adormecidos no jovem empresário.

Após o fim da festa. Lá, pelas 3h. Erick levou Enzo e Noslen para casa e pediu o carro do irmão para dar uma carona para Celina, afinal, ir de moto para a Zona Leste era complicado.

No trajeto, eles começaram a escutar a playlist de Enzo. Dentre as canções que tocaram estavam "Baby One More Time" (Britney Spears), "Single Ladies" (Beyoncé), "Modo Turbo" (Luísa Sonza) e "Rajadão" (Pabllo Vittar).

Para a surpresa de Celina, Erick sabia algumas das músicas. Ela riu de algumas canções, mas entrou no clima. No trajeto, Erick, lembrou de histórias de sua infância com Enzo.

— Caramba, vocês aprontavam demais, hein? — questionou Celina, adorando conhecer mais do crush.

— Enzo é a minha única família, sempre tive esse instinto protetor com ele. Ainda mais quando depois que os nossos pais...

— Eu entendo. Enzo é muito especial, um garoto tão inteligente, sensível, capaz de ajudar as pessoas sem pensar duas vezes. — comentou Celina, suspirando e olhando pela janela.

— Nossa, conhece melhor o meu irmão do que eu. Parabéns. — brincou Erick aplaudindo, aproveitando o sinal vermelho.

— Ele e o Noslen, tipo, são, como eu posso dizer... eles são namorados? — questionou Celina, tentando escolher as palavras com todo o cuidado.

— Eu não sei, mas acho que eles se beijaram hoje. Enzo é um péssimo mentiroso.

— Espero que o irmão dele seja assim também, sabe, um péssimo mentiroso. — brincou Celina, cantarolando "Umbrella" de Rihanna.

Erick pensou em contar a verdade sobre o assassinato do irmão de Celina. Em sua cabeça, as coisas se misturavam, ou seja, ele temia uma reação negativa da garota. "Celina, eu matei o seu irmão", pensou Erick. Naquele momento, a música "I Will Survive", da Gloria Gaynor. Os dois se olharam e riram.

— Realmente, o meu irmão é muito gay, e eu o amo por isso. — afirmou Erick, prestando atenção no trânsito.

— Parabéns. É uma atitude linda. — disse Celina pegando no ombro de Erick e fazendo carinho.

Roupas espalhadas pela casa, duas taças de vinho em cima da mesa, música romântica saindo de uma caixa de som, realmente, a primeira vez de Noslen e Enzo foi especial.

Os dois acabaram adormecendo abraçados. Ninguém sabe se foi a excitação juvenil, ou o dia puxado que eles tiveram, mas uma coisa é certa, Noslen sonhou com a sua família.

Eles tomavam café da manhã. Noslen conseguiu sentir o aroma do pão saindo do forno, sua mãe passou por ele e bagunçou seus cabelos. O venezuelano se sentiu em casa, uma sensação que aqueceu o seu coração.

— Você fez o dever de casa? — ela perguntou enquanto servia café.

— Não, mas prometo que faço daqui a pouco. — respondeu Noslen, passando manteiga no pão.

— Olha lá, filho. — comentou seu pai, sem tirar os olhos do jornal.

— Noslen Fuerte, não esqueça de fazer o dever. — pediu a mulher.

Um sonho lindo, né? Porém, aos poucos, o venezuelano voltou para a sua realidade e acordou gritando. Ele falava coisas sem nexo e se debatia na cama. Enzo levantou e ligou à luz do quarto, em seguida pegou os seus óculos e sentou ao lado do amigo. Erick entrou no quarto, ele segurava uma arma, outro susto em Enzo.

Depois que se acalmou, Noslen explicou sobre o sonho e o nome que ouviu de sua mãe, Noslen Fuerte. Para não esquecer, Enzo, preferiu anotar, uma vez que aquela pista era de suma importância para descobrir a origem do jovem venezuelano.

— Bem meninos, depois desse susto eu vou dormir. — avisou Erick se levantando. — Ah, irmãozinho. — chamando a atenção de Enzo e apontando para uma camisinha no chão. — Precisa ter mais cuidado com as suas coisas.

— Idiota. — soltou Enzo pegando a camisinha, ficando vermelho e jogando no lixo.

— Boa noite. — desejou Erick ao sair do quarto.

— Enzo. E se esse for o meu nome de verdade. Será que vou encontrar meus pais?

— Eu não sei, mas no que depender de mim, você vai. A gente vai descobrir mais sobre a tua vida, Noslen. Eu prometo. — afirmou Enzo abraçando e beijando Noslen.

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Comentários

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Que lindo. É muita emoção e coisas boas num capítulo só. Parabéns e obrigado.

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Estou amando mais este conto!!!

O amor está no ar, Erick e Celina, Iara e Popi, Ian (demônio) e André e por fim Noslen e Enzo...

Tudo está muito lindo porém as armações de Ian (demônio) ainda devem causar muita confusão.

E mais uma vez Erick perdeu a chance de se abrir com Celina...

Como será que André vai reagir quando souber das armações de Ian???

E o que ainda descobriremos sobre a origem de Noslen???

Mesmo que Celina aceite e entenda a morte do irmão por Erick, como será que a mãe dela vai receber essa informação??? O que ela será capaz de fazer contra Erick???

E Iara??? Será que ela vai se apaixonar ir Popi??? Tudo indica que sim, mas será que ela vai tomar partido de Enzo quando souber das armações de Ian????

Muitos questionamentos passeando pela minha cabeça e eu quase enlouquecendo de curiosidade... Rsrsrsrsrsrsrs

Não demoraaaaaaaaa!!!!! Rsrsrsrsrsrsrs

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