O Novo Normal – O inferno dos libertinos - Temporada 2 (Ep. 9)

Um conto erótico de Álvaro Campos
Categoria: Heterossexual
Contém 2156 palavras
Data: 01/08/2022 22:55:14
Última revisão: 07/08/2022 05:04:38

Eu já havia tido uma experiência anal antes, através da inversão. Mas aquilo era diferente. Eu tinha dado o meu cu para outro homem e o seu membro havia devassado as minhas carnes. Tudo havia acontecido na frente da minha esposa e pela vontade e desejo dela. Aquilo era estranho.

Eu não sabia o que eu era. Não conseguia mais me definir. Sentia-me afundando nos próprios desejos. Chegamos em casa às cinco e meia da manhã e, mal abri a porta, já fui retirando a roupa e correndo em direção ao chuveiro.

Comecei a me lavar com força, enquanto as águas escorriam pelo meu corpo. Eu me sentia mudado. Tentava tirar de mim aquela estranheza. O que eu estava fazendo comigo? Meu corpo se enchia de espuma, mas nenhum shampoo ou sabonete líquido parecia ser suficiente. O que eu estava fazendo com a minha esposa e filha? As espumas iam escorrendo e não se fixavam no corpo por muito tempo. O que eu estava fazendo comigo? Liguei o chuveiro. Eu me sentia líquido como as águas que escorriam.

“Por que papai está chorando no chuveiro, o que aconteceu?”, Bia perguntou.

Não houve respostas. Gê pegou Bia pelos braços e a levou para fora das minhas vistas. Ela diria para minha filha que o pai havia sido devassado por outro homem? Por que eu tinha tanta vergonha de mim? Não éramos nudistas e liberais? O sexo não era livre entre nós? Por que a sexualidade masculina tinha que ser tão mais difícil? Qual era o peso de ser homem?

Não contive o choro. Fechei os olhos e liguei o chuveiro. Queria escorrer junto com as águas. Senti as mãos de Ângela me acariciando. Senti a doçura das suas palavras: “Eu te amo, Álvaro, você não precisa ter vergonha de nada”. Não abri os olhos, as águas escorriam. A voz de Gê continuava: “O problema nunca é o sexo ou o que as outras pessoas vão pensar. O problema são os nossos fantasmas. O problema são os medos que a gente carrega dentro da gente”.

A voz de Gê parou, ela desligou o chuveiro, enxugou o meu corpo e me levou até a cama. Pediu para eu não abrir os olhos. Senti que ela me beijava amorosamente. Todo o meu corpo era coberto pelos seus beijos. A voz continuou: “Quero que você sinta o meu amor por você. Quero que você sinta que nada mudou entre nós”.

Os beijos se prolongaram. Gê começou a sugar o meu corpo: meus peitos, meus dedos, meu pênis, minha boca, minhas nádegas, minhas bolas, meu ânus. “Eu amo o teu corpo, Álvaro, amo cada parte de você. Não precisa ter vergonha”.

Gê ia me tocando e falando. Não parava de falar, baixinho, quase um sussurro:

“Álvaro, quando você fez anal comigo pela primeira vez, foi prazeroso e dolorido. Eu também tinha meus fantasmas. Tenho uma tia evangélica que sempre falou que a igreja não era o lugar da sodomia e do vício. Lembro que eu sequer sabia o que era sodomia e já sabia que era um pecado. Lembro de um noticiário que falava que o HIV tinha aumentado na população feminina e da minha tia comentando que a culpa era da sodomia e da depravação”.

“Então, eu tinha meus fantasmas. Depois do nosso sexo anal, como era minha primeira vez e o local ficou dolorido, a voz da minha tia aparecia na minha cabeça, quase como se fosse um pesadelo. Não te contei da dor e nem dos meus medos, porque senti o quanto você tinha sido amoroso comigo e o quanto aquilo havia sido importante para você”.

Gê me olhava nos olhos, suas mãos tocavam os meus cabelos, minhas nádegas, os meus peitos, acariciavam, percorriam o meu corpo. Suas palavras também pareciam querer me acariciar, consolar, compreender:

“Na época, eu tinha uma ginecologista marcada, para exames de rotina, e contei para a médica que o local tinha ficado dolorido. Ela me fez relaxar e passou uma pomada que me ajudou. Ela me explicou que a pomada tinha duas substâncias: uma anestésica, a base de xinchocaína ou xilocaína, e uma substância antibactericida e antifúngica que servia para evitar infecção e ajudava a cicatrizar a pele, retirando o tecido morto”.

“Usei a pomada e fiquei boa. Os fantasmas, aos poucos, foram embora. Depois, fizemos sexo anal outras vezes e nunca mais senti dor. Ou melhor, resta uma dorzinha, bem de leve, quando você mete fundo, querendo me rasgar e eu me desfaço em gemidos, mas é uma dor gostosa, que se confunde com o prazer. Meu corpo se acostumou com o seu membro e aprendeu a gostar dele. Eu aprendi a confiar em você e a perder o medo do sexo anal”.

“Então, se o sexo anal é coisa de mulher vadia, se é coisa de pecaminosa, se vai me levar ao inferno, então eu quero o inferno. Eu quero o inferno, se for com você, se fizer parte da nossa intimidade, porque o paraíso da minha tia deve ser muito tedioso”.

Depois dessas palavras, Gê calou-se, esperando a minha reação. Eu a abracei. Senti o calor do seu corpo e, sem saber como definir meus próprios sentimentos, passei a retribuir no seu corpo os mesmos beijos e carícias. Os lábios de Gê, o rosto, os seios, os braços, o ventre, a buceta, as pernas, as nádegas, o ânus. Tudo eu percorria com mãos, dedos e bocas, imitando os movimentos da minha amada.

Então, de forma inusitada, Gê me pediu:

– Come o meu cuzinho.

Para ter certeza, peguei o lubrificante e comecei a massagear seu anel. Meu dedo foi entrando, primeiro um, depois outro, Gê foi relaxando, sentindo, querendo a penetração. O prazer dela era visível. Depois, ela pegou o lubrificante e começou a massagear o meu anel, repetindo no meu corpo os mesmos movimentos. Falou:

– Dar o cuzinho é gostoso, não é?

– Sim, é gostoso. – Respondi, consentindo.

– Existe coisa mais íntima do que dar o cuzinho para a pessoa que a gente ama?

– Não, não existe. – Concordei.

Foi, então, que Gê começou a tocar o dedo na minha ferida:

– Por que você se sentiu mal depois de dar o cuzinho para o Bruno? Você tem vergonha do sexo anal? Tem vergonha de ter sido o passivo?

– Não, não foi isso. – Respondi.

– Então, o que foi? Por que você estava chorando?

– Por que eu não amo o Bruno. Não sinto atração por homens e não curto sexo por dinheiro. Acho que foi o local, a confusão de estar dando para um homem, a minha responsabilidade de marido e de pai. Eu me sinto numa areia movediça, como se tudo estivesse afundando.

– As coisas todas que colocam nas nossas cabeças desde que somos pequenos.

– Sim, acho que é isso e mais um pouco.

– O que você queria com o sexo anal, por que aceitou ser submisso? – Ela perguntou.

– Por que eu queria sentir aquilo que você sente? O prazer que você sente.

– Eu sabia. Sempre senti isso, essa sua necessidade de sentir o que os outros sentem, de dividir todos os prazeres, de ser homem e de ser mulher na cama. Foi por isso que eu meu apaixonei por você e foi por isso que eu te chamei, eu queria dividir o Bruno contigo.

– Você sabia? – Perguntei.

– Sim, eu sempre soube. Eu acho que sou como você.

– Como assim? – Questionei.

– Eu não queria que fosse o Bruno. Eu queria ter um pênis para poder te comer. Queria sentir o que um homem sente ao dar prazer para uma mulher. Naquela hora, enquanto você queria sentir aquilo que eu sinto, eu juro que desejava ser o Bruno, ou talvez ser uma travesti. Sim, eu queria ser a sua Gê e queria ter um pênis bem grande e grosso para poder te comer, sem precisar da ajuda de ninguém.

– Mas já tentamos a inversão e não deu muito certo. – Falei.

– Sim, você tem os seus complexos e o pênis da inversão não é igual a um pau de verdade. – Ela respondeu. – Você mesmo disse que não gosta de fazer sexo com um pedaço de plástico.

– É verdade. Eu não gosto. Sabe que não seria ruim se você tivesse um pênis de verdade? – falei.

– Mas eu não tenho. Eu te amo, mas não sou uma travesti e nunca vou ser.

– Uma travesti. – falei.

– Você quer me trocar por uma travesti? – Ela perguntou.

– Não. – Respondi. – Mas talvez não fosse uma má ideia transarmos com uma travesti.

– Talvez fosse uma má ideia. – Gê falou. – Você não sente atração por homens. Gosta apenas de dar esse cuzinho para sentir aquilo que uma mulher sente. Já por uma travesti, você se sentiria atraído.

– Da mesma forma que você se sentiu atraída pelo Bruno. Apenas uma coisa física.

– Mas uma travesti tem justamente o tipo de prazer que eu não posso te dar.

– Não tem o mais importante: o carinho que você sente por mim. Quero apenas você, sua boba.

– Eu também te amo, seu bobo.

– Gê, você me faz um favor?

– Qual?

– Tira o dedo do meu cuzinho, ele tá doendo.

– Acho que a lubrificação saiu. – Ela respondeu. – Está muito dolorido?

– Um pouco, o seu primeiro cliente tinha um pau descomunal.

– Tinha mesmo, uns vinte centímetros de pica. – Gê respondeu, mostrando o tamanho com as mãos - Quer que eu passe aquela pomada que eu te falei?

– Quero sim, respondi.

Gê pegou a pomada, mas, ao invés de passá-la, começou a brincar com o meu anel, chupando e dedilhando.

– O que você está fazendo? – Perguntei.

– Matando a minha vontade. – Ela falou. – Quando você estiver com o remédio, não vou mais poder brincar.

– Você é uma sodomita. – Falei.

– Somos dois sodomitas. – Ela respondeu. – Por isso, combinamos tão bem.

Quanto mais Gê brincava com o meu anel, mais meu pênis ficava duro e desejava penetrá-la.

– Come o meu cuzinho, vai.

Comecei a penetrar e Gê pediu para parar, estava com um pouco de dor.

– Acho que foi o membro do negão, o seu cuzinho deve estar meio dolorido também.

– Essa é consequência de sermos um casal de sodomitas. Acho que vamos para o inferno. – A Gê falou.

– Você quer desistir de dar o cuzinho. Se quiser eu como a sua bucetinha.

– Não. De jeito nenhum, enfia devagarinho no meu rabinho, vai, depois colocamos juntos a pomadinha e ficamos melhor.

Fui enfiando devagarinho. Gê foi aguentando. Para me provocar, ela perguntou:

– Amor, qual é a sensação de comer bem devagar o cuzinho dolorido da esposa, sabendo que ele acaba de ser arrombado por um negão.

– É maravilhosa.

– Por que?

– Por que eu sei que só uma esposa que ama muito o marido é capaz de dar para ele um cuzinho todo dolorido e arrombado.

– Se eu tivesse um pênis, você deixaria eu te comer?

– Deixaria, mas você teria que ser devagar e amorosa como eu estou sendo.

Meus movimentos eram lentos e intensos. Enquanto meu pênis ficava completamente preenchido pelo cu dolorido de Gê, eu a cobria de beijos. Retirava e penetrava devagarinho. Gê se vingava de mim, colocando os dedos no meu cuzinho. Um, dois, três dedos. Reclamei:

– Gê tira, meu cuzinho tá doendo.

Ela tirava um dos dedos e aumentava o movimento dos outros dois que tinham sobrado.

– Gê, vai devagar, tá doendo.

Para me vingar, eu aumentei as estocadas. Ela sentiu a dor junto comigo e paramos. Diminuímos o ritmo e os movimentos foram cessando por completo. Deixando apenas o meu pau enfiado nela, e sentindo a penetração dos seus dedos, comecei a beijá-la com intensidade.

– Teu cuzinho está doendo? – a Gê perguntou?

– Está. – Respondi. – E o seu?

– Também está. – Ela falou. – O que acha de terminarmos com um 69?

Começamos a nos chupar. Gê alternava os beijos e chupadas: ora chupava o meu membro, ora beijava o meu ânus, desculpando-se pela devassidão. Eu fazia a mesma coisa com ela e sentia que a sua buceta pingava de tanta lubrificação. Gê até conversava com o meu cuzinho, para me provocar:

– A titia foi muito má com você. Enfiou um pau de negão de vinte centímetros dentro de você e, sabendo que você estava dolorido, ainda penetrou três dedos, depois dois, e ficou fazendo movimentos rápidos, como se fossem as estocadas de um pau. A titia te deixou bem dolorido. Se eu te der vários beijinhos, massagens e chupadas, você me perdoa? Depois, a titia promete que vai passar uma pomadinha e você vai ficar novinho em folha.

Ao escutar aquelas palavras pervertidas, não consegui me segurar e anunciei que iria gozar. Gê aproximou a boca do meu pau, recebeu todo o meu sêmen e, ao invés de engolir, ficou fazendo gargarejos, juntando saliva. Eu sabia o que ela queria, o que nós dois queríamos. Aproximei a minha boca da dela e nos beijamos.

Sim, éramos dois sodomitas incuráveis. Dois pervertidos. Sim, iriamos para o inferno dos libertinos e eu queria aquilo. Eu precisava daquilo, com a condição de que Gê fosse comigo.

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Casal bem tesudo . . .nota dez e três merecidas estrelas ! ( rubilaser@yahoo.com )

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