NA FORÇA DO ÓDIO

Um conto erótico de Cláudio Newgromont
Categoria: Homossexual
Contém 1517 palavras
Data: 22/06/2022 16:46:45
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu odeio o João. Sinto por ele também o maior tesão do mundo. Ele é baixinho, muito gostosinho. Eu o conheci num curso que fiz na universidade. Éramos da mesma turma. Conversávamos, fazíamos trabalhos e apresentações em parceria, mas nunca falamos em sexo, apesar do clima que sempre pintava quando estávamos juntos.

Quando terminou o curso, resolvi investir. Pelo zap, comecei a conversar assuntos picantes e terminamos nos revelando a fim um do outro. Então marcamos um encontro. Eu me arrumei todo e fui para o local e hora combinados, disposto a me entregar a ele como uma rameira se entrega a seu macho, sem restrições. Só que o tempo foi passando e ele nada de aparecer. Imaginei mil coisas. Depois de 45 minutos de espera (logo eu, que não espero nem 5 por ninguém...), mandei mensagem. Ele só visualizou cerca de meia hora depois, quando eu nem estava mais esperando por ele, já tinha ido embora. Ele dizia, na mensagem que “tinha ESQUECIDO do encontro” e que não respondeu logo porque “estava DORMINDO”.

Eu me senti um lixo, a sombra da mosca do cocô do cavalo do ajudante do bandido. Engoli meu ódio, que a vida me ensinou a não falar nada na hora da raiva, que depois pra se arrepender é foda... Entendi que não rolaria mais nada, e fiquei na minha. Segui a vida. Meses depois, já com a ferida cicatrizada, e ainda com o maior tesão por ele, mandei mensagem, que ele respondeu de imediato. Esperançoso, convidei-o para sair. Ele respondeu: “só se for apenas para conversar.” E justificou: “Não estou sozinho!” Puta que pariu! Que tinha a ver ele estar com alguém? Eu não o estava pedindo em casamento! Será que ele pensava que eu iria grudar, e atrapalhar sua vida? Respondi que deixasse pra lá...

Mais alguns meses e eu já estava sarado (acho que) até mesmo da atração por ele, quando recebi uma mensagem: “Queria te ver!” Cínico, perguntei: “Pra quê?” Resposta dele: “Pra fazer sexo!” Cacete, ele nunca fora assim tão direto. Relembrei-lhe de que, em nossa última conversa, ele dissera não querer transar comigo. Resposta dele: “Acabei o relacionamento e estou precisando foder!”

Implodi!!! O ódio me preencheu as entranhas! Derrubei por terra o que tinha por perto (menos o celular, que eu não sou besta!). Vontade da hora: mandar-lhe tomar no cu e ir pra baixa da égua. O que aquele fresco de uma figa achava que eu era, afinal? Mas, novamente dei o tempo de me acalmar um pouco e enviei uma resposta, aceitando o convite. O tesão voltara multiplicado por mil e eu não pretendia ficar sem foder com aquele baixinho por orgulho besta.

No dia combinado, o gato escaldado aqui atrasou de propósito. Mas quando cheguei, ele estava lá, parecia ansioso. E como estava apetitoso! Mas os reveses sofridos como que fizeram nascer em mim uma carapaça, eu me sentia incapaz de qualquer carinho ou dengo. Quando dele me aproximei, ele veio todo molinho: “Demorou, meu querido! Pensei que não vinha mais...” Ignorei completamente o que ele falou e, ao invés de justificar a demora, apenas disse, secamente: “Bora?”

Acho que ele não esperava essa frieza. Pensei até que desistiria – e eu não estava nem aí se ele desistisse. Mas não foi o que aconteceu; levantou-se e seguimos para o meu carro. Ao sentar do meu lado, já senti aquele cheiro gostoso, que tantas vezes me arrepiara, embora eu não sentisse tal arrepio, naquele momento. Sem avisar, coloquei a mão em sua nuca e puxei-o com firmeza, dando-lhe um beijo, que ele não correspondeu de imediato, ficou alguns segundos processando minha atitude, até liberar a língua e se entregar. Larguei-o no meio do beijo, com um ruído engraçado de nossas bocas se desgrudando, e pus o veículo em movimento.

Fizemos o trajeto até o motel no mais completo silêncio. Ele olhava a paisagem, eu prestava atenção na estrada. Na garagem, ao sair do carro, dei a volta e fui espera-lo descer; quando ele fechou a porta, peguei-o pela camisa e lasquei mais um beijo violento, esfregando-o contra o veículo – desta vez ele demorou menos a reagir, e eu demorei menos também, para interromper o beijo, larga-lo e subir as escadas.

Não sei bem o que estava sentindo. Desaparecera aquele carinho de antes, aquele desejo intenso de me entregar a ele, de deixa-lo fazer o que quisesse de mim, de o enlouquecer de prazer. Pelo contrário, agora parece que meus gestos bruscos, meu tratamento de choque, sua cara de quem não estava entendendo direito – tudo isso me acendia o fogo do tesão, e eu não via a hora de fodê-lo.

Quando ele assomou na porta, já me encontrou sem roupa, a rola em riste. Ao se virar para passar a chave, encostei nas suas costas e o imprensei contra a porta, roçando minha rola na sua bunda, sobre a calça, mordiscando sua nuca perfumada. Ele ameaçou dizer alguma coisa, mas cortei, com energia: “Quieto!” E minhas mãos se enfiaram por baixo de sua camisa, alcançou seus mamilos, que endureceram ao receber meu toque. Ele foi desabotoando a blusa e antes que terminasse a operação, eu já a retirava pela cabeça. Fiz com que virasse de frente para mim, toquei seu ombro num claro sinal de que deveria se abaixar e me chupar (nem eu mesmo estava me reconhecendo – eu jamais fiz isso em toda a minha vida sexual).

João catou minha rola com a boca e foi boqueteando, enquanto eu, agarrado ao seu cabelo, comandava os movimentos de ir e vir, até que o puxei para cima e novamente o beijei violentamente, sentindo o gosto de minha pica em sua boca. Enquanto nos beijávamos, abri sua calça e a desci, junto com a cueca. Sua rola estava a meio pau, mas, à força das minhas carícias, foi endurecendo.

Sem largar sua boca nem sua pica, puxei-o para a cama, virei-o e o lancei no colchão, caindo em seguida sobre sua pica e sugando-a como sempre quis fazer. Era uma delícia, deveras. Imprimi maior firmeza e constância no boquete, e logo senti o líquido salgadinho na minha língua, João gemendo e tentando escapar para não gozar ainda. Retirei a boca, mas peguei com a mão seu caralho teso e babado, continuando a punheta vigorosamente, até que o primeiro jato de porra foi expelido com força, para o alto. Os demais foram menores e alagaram minha mão, que recolheu todo o sêmen, até a última golfada.

Imediatamente após ele gozar, virei-o bruscamente de costas para mim e usei sua porra para besuntar seu cu, encostando, em seguida, a cabeça da minha pica no seu buraquinho, e sem lhe dar chance de sequer pensar, fui entrando. Dos gemidos do gozo aos gritos e reclamação de dor foram segundos. Não dei a mínima atenção e continuei a entrar, mesmo com ele esperneando sob mim. Ainda pensei em enfiar meu pau todo de uma vez, mas algo me retinha e eu entrava devagar.

Ao encostar minha barriga na sua bunda e sentir minha pica toda enterrada em seu rabo, comecei a movimentar, primeiro suavemente, depois aumentando gradativamente as estocadas, até se confundirem meus gemidos com seus grunhidos, que eu já nem sabia se eram de dor ou de prazer ou os dois juntos. Sua bunda redondinha, com que tanto sonhei por tanto tempo, acendeu ainda mais meu tesão e eu fui acelerando os movimentos, até começar a sentir os raios de prazer se formando; retirei-me de dentro de João e meu caralho cuspiu leite sobre suas costas, em fortes jatos, que se espalharam em fios pastosos.

Após o gozo, levantei-me e, sem dizer palavra, dirigi-me ao banheiro e tomei uma ducha, sentindo que meu pau ainda se mantinha teso. Enrolado na toalha, voltei para o quarto, onde João, deitado como eu o deixara, olhava em silêncio para mim, com uma expressão que eu não saberia definir. Quando me viu soltar a toalha, recolher minha roupa e começar a me vestir, ele levantou-se e passou a fazer o mesmo, depois de enxugar às pressas minha porra de suas costas.

Enquanto ele punha sua roupa, pedi a conta. Ao receber a comanda, com o valor, quebrei o silêncio, secamente: “Paga aí, cara! Estou liso!” Ele quis rebater, sem muita convicção, mas falei, em cima de sua voz: “Eles aceitam cartão e pix, escolhe aí”. Enquanto falava, dirigia-me para a porta e descia as escadas, sentando-me no carro e já ligando o motor.

Em pouco tempo, João descia as escadas, devagar, cabeça baixa, passando a mão no cabelo, tentando arrumá-lo. Entrou no carro, aumentei o volume da música e saí. Juro pelos meus deuses, nada do que fiz foi por raiva nem espírito de vingança. Simplesmente foi rolando e eu fui curtindo e sentindo prazer. Também não estava experimentando qualquer sentimento de pena ou arrependimento. É como se tivesse sido uma foda como qualquer outra. E novamente juro: eu até queria transar com João de novo (não sei se desse jeito de hoje ou de outro jeito... não sei), mas acredito que agora sim que ele não vai querer me ver nem pintado.

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Comentários

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Ótimo conto, embora baseado em ambos os comportamentos que, evidentemente, não têm como trazer um bom retorno.

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