O Novo Normal – Putas por um dia (T.2 - Ep.7)

Um conto erótico de Álvaro Campos
Categoria: Heterossexual
Contém 2029 palavras
Data: 19/05/2022 01:06:35
Última revisão: 20/06/2022 14:38:35

INTRODUÇÃO

Esse conto pode ser lido separadamente ou como parte de uma série maior. Na sequência de contos intitulada O Novo Normal, narrei como eu, o professor concursado Álvaro Campos, vivenciei, no isolamento da pandemia, um trio amoroso e familiar. Dele fez parte, primeiramente, a minha filha Bia, uma estudante de direito de 19 anos. Em seguida, a sua melhor amiga Angélica juntou-se a nós e conquistou o nosso coração, fazendo com que formássemos um trio amoroso. No conto atual, narrarei um acontecimento inusitado, em que Bia e Angélica tornam-se putas por um dia.

PUTAS POR UM DIA

Sexta-feira sem alívios, gozos ou cantos de pássaros. A buceta de Angélica está seca, não tem nada, nenhuma gota. A buceta de Bia está seca, sem nada, nenhuma gota. Bucetas vazias de prazer. Elas me ignoram, não querem, dizem que não é um bom dia. O dia está seco, o sol parece ter queimado os prazeres. As meninas já chegaram da universidade com dor de cabeça, desmotivadas. Um dos professores saiu distribuindo notas baixas para a turma e elas, que tanto haviam estudado, vingam-se em mim. Fecharam a minha caixa de doces.

Espero anoitecer, pego o carro, ando pelas avenidas, as prostitutas acenam para mim, desejosas. Mas sou eu que não as quero. Já tenho Bia. Já tenho a minha Gê. Já tenho a minha caixa de doces. Angélica liga para mim e falo a verdade, digo que parei num puteiro apenas para olhar as putas e beber uma cerveja. Ela pergunta onde fica e eu digo, sem pudores. No momento, quero apenas olhar, e sentir o desejo, o cheiro de sexo que emana do lugar, as prostitutas se oferecendo. Mas não quero nada. O dinheiro costuma roubar a espontaneidade dos prazeres.

O calor é grande, os corpos estão suados, as prostitutas mostram os seios, desfilam entre as mesas, chamam os clientes. No centro, tem um pequeno palco meio decadente, com luzes, música, e alguma puta dançando e despindo-se.

De repente, logo atrás de mim, desponta o som de vozes femininas conhecidas: as duas, Bia e Gê, chegaram vestidas com minissaias brilhantes, como se fossem garotas de programa. Bia senta-se ao meu lado e Gê no meu colo. As duas, imitando as meninas do local, tiram as blusas e começam a conversar comigo, como putas convidando um cliente.

O local tem regras e a cafetina, percebendo as duas novatas, resolve chamá-las. A senhora foi logo explicando que as mocinhas não podiam sair entrando e se oferecendo como se fossem as donas do pedaço. Existia uma comissão, de quarenta porcento do programa, que deveria ficar com a dona. As garotas deveriam circular por todo o ambiente sem deixar que o cliente as tocasse. Precisavam saber seduzir e provocar. Se o cliente quisesse tocar, tinha que pagar o programa primeiro. Aquele horário estava tarde para elas começarem, já eram duas da manhã. Se quisessem trabalhar na casa, teriam que chegar mais cedo, às 22 horas, e só sair às quatro ou cinco da madrugada, o horário de fechamento.

Além disso, elas não deveriam escolher o cliente. A garota deveria ir para o quarto com o cliente que aparecesse primeiro e estava proibida de deixar a casa antes do horário de fechamento. Cada programa só poderia durar no máximo uma hora e nenhuma puta poderia querer ser mais esperta do que a dona, tentando roubar os seus clientes. A senhora terminou, dizendo: “Isso aqui não é diversão. Hoje, para animar a casa, vou deixar vocês ficarem. Mas, amanhã, se não cumprirem o combinado, vão ter que trabalhar na rua”.

Bia e Gê escutaram caladas as palavras da dona do prostíbulo. Elas pensaram, primeiro, em tentar desfazer o mal-entendido, dizendo que só estavam vestidas de putas por brincadeira. Que não estavam ali para se prostituir de verdade. Mas tiveram medo das possíveis reações. Os seguranças parrudos e fortes amedrontavam. Por isso, elas se dirigiram para minha mesa e disseram:

– Hoje, somos as tuas putas, vamos dizer que você deseja ir para o quarto com nós duas.

Dessa forma, eu tive que pagar para transar com as duas mulheres da minha vida. A minha esposa Gê e a minha filha Bia eram, literalmente, as minhas putas. A dona esperava pela comissão. Eu tinha uma hora com as duas e depois elas teriam que circular pela casa e transar com o primeiro cliente que aparecesse. No quarto, fiquei abismado com a situação:

– Vocês tinham que ter dito a verdade. Que era só uma brincadeira.

Gê, então, contra-argumentou:

– E você já pensou o que a cafetina e seus seguranças poderiam fazer com a gente, se achassem que estávamos querendo tirar onda do lugar? O melhor é a gente rezar para não aparecer ninguém. E, se aparecer, acho que vai ser um programa só. Às cinco, o local já vai estar fechando.

Bia, então, falou:

– Pai, deixa de besteira, foi melhor assim, eu estou super excitada com a ideia de ser puta por uma noite.

Quem estava nervosa com a situação era a Gê. Ela se lamentava, dizendo que não deveria ter ido pela cabeça de Bia. Tinha medo que um cliente brutamontes aparecesse. Ser violentada, num local daqueles, seria terrível. Ao ocupar o papel de puta, ela não teria como se defender de uma possível violência.

Tentei acalmá-la e Bia também. Minha filha falou que seria a puta simpática do local e tentaria chamar a atenção dos homens, enquanto a Gê deveria ficar de cara amarrada, para que ninguém a quisesse. Depois, ela não deveria pensar nos clientes ruins. Tem muito homem que frequenta puteiro apenas por um sexo agradável. Nem todos são fetichistas, tarados ou violentos.

Bia, então, partiu para a ativa e foi chamando a amiga:

– Vem cá, putinha, vem me beijar, temos um cliente agora. Ele pagou por nós duas, temos que satisfazê-lo.

O sexo, naquele momento, funcionaria como uma distração. Combinamos que eu seria o cliente e elas seriam as putas. As duas, Gê e Bia, a partir daquele momento, teriam que escolher um novo nome, seria o batismo das guerreiras. Bia foi a primeira:

– Vou me chamar Alice. Vou ser a menina das maravilhas.

A Gê só pensava na própria proteção e ensaiava golpes de defesa pessoal. Acho que, por isso, escolheu que se chamaria Diana. Assim, eu deveria chamar as minhas novas putas e tinha que tratá-las como se estivéssemos num palco, dentro de uma peça hiper-realista. Chamei Alice e pedi para ela tirar a calcinha. Quando toquei na sua xana, não havia nada da secura de antes. A buceta pingava inúmeros prazeres. Chamei Diana e, mesmo apreensiva, ela também estava excitada e me fez um pedido:

– Eu vou fingir que estou numa peça de teatro. Sou a Diana e quero que você seja o meu segurança. Se um cliente me chamar, irei tentar ir para o quarto que fica mais próximo do bar e você fica de prontidão, com os ouvidos atentos, tentando escutar todos os sons.

Concordei. A minha esposa iria dar para outro e eu iria ser o segurança dela. O corno dela. Aqueles pensamentos, o meu assentimento, tudo aquilo me fez ver como eu também estava, completamente, mergulhado naquela situação. Eu era parte daquele desatino.

Nesse momento, Diana sussurrou no meu ouvido:

– Come a tua puta, vai, aproveita enquanto é tempo. Aquece essa putinha que ainda não gozou nenhuma vez durante todo o dia de hoje.

Comecei a chupar a puta Diana, a colocar a boca na intimidade que seria penetrada por outro macho. Precisava aquecer o seu corpo, amaciá-lo, fazer brotar o fruto que nascia de dentro daquela buceta.

Diana me olhou como se soubesse do meu prazer ambivalente de corno e fustigou-me ainda mais:

– Prepara a entrada da tua putinha, deixa ela bem molhada e soltinha, abre os meus canais, desfaz os meus nós, retira de mim todos os medos. Diz que eu sou puta, mulher do mundo, repete o meu nome de guerra, faz eu me sentir uma vadia de verdade.

Olhei para ela, mandei abrir as pernas, e penetrei forte, dizendo:

– Diana, sua puta, dá essa buceta para mim, sua cachorra, deixa eu ser o seu primeiro macho da noite.

Gemendo, ela respondeu:

– Isso, abre essa buceta, prepara com o teu pau o caminho dos outros paus.

Depois de escutar essas palavras, uma voz distante e ancestral, voz de todas as putas e de todos os maridos de putas, começou a falar nos meus ouvidos. Não consigo reproduzir com exatidão as palavras, mas sei que elas me apunhalavam e me comandavam, fazendo crescer o meu prazer. A voz sussurrava fina como vidro e seguia o ritmo das minhas penetrações:

“Transforma esses vazios em carne sulcada de puta, penetra forte, beija a boca que vai receber o sêmen de outros machos, devassa a carne que vai ser devassada por outros machos, faz dela uma mulher de guerra, fêmea que se deita na cama sem nenhum preconceito de idade ou aparência. Mulher que sabe seguir os gritos do corpo. Puta guerreira e guerreira puta. Anaid e Diana. Fêmea no cio e cio na fêmea. Faz dela a puta que vai aceitar todos os homens, vai beber todos os homens, vai beijar o leite de todos os homens”.

Fui penetrando, sulcando, até que Diana sussurrou:

– Fode o cuzinho da tua puta.

Obedeci, penetrei, fui aumentando o ritmo.

– Isso, mais forte, mais forte, arromba o cuzinho rosado da tua puta.

Alice se aproximou de Diana, beijou-lhe a boca, segurou-lhe as mãos e falou:

– Isso, mais forte, mais forte, arromba a putinha do cu rosado.

A voz, sussurrando fino como vidro, seguia o ritmo das movimentações:

“Quem penetra no cu encontra a puta. Quem penetra na puta encontra o cu. O corpo é as suas ramificações. O cu é a linguagem. A linguagem é feita de ausências. Nada simboliza tão bem as ausências quanto o cu. O cu é a ausência que se faz plenitude, é a dor que presentifica o prazer. Quem não entende dos próprios vazios nada é capaz de compreender. A puta é como o cu. Ela é o âmago de toda uma civilização. A puta é o vazio. A puta é o corpo. A puta é o vazio-corpo capaz de receber todos os prazeres numa só carne”.

Eu entrei em êxtase enquanto penetrava Diana. Fiquei nublado de prazer e mal tive tempo de retirar o meu cacete para vê-lo gozar no rosto angelical da minha puta. Aproximei-me, beijei Diana, suguei do seu rosto o meu próprio gozo como se sugasse o líquido de outros machos. Eu queria que Diana fosse puta e trouxesse para mim os seus prazeres. Queria que ela me beijasse ainda trazendo na boca o gosto e o sabor ancestral de outros machos.

Diana estava tranquila. Estava bem puta. Estava pronta. Eu também estava pronto. Tinha aprendido a desejar o meu próprio destino. Queria ser corno. Queria a presença, ao meu redor, das minhas duas putas. As duas estavam perfeitas.

Alice beijou-me na boca, beijou a amiga e se despediu, dizendo que era lá fora que estava o seu destino. Enquanto isso, eu e Diana ficamos para tomarmos uma ducha.

Voltamos e vimos que Alice já tinha se amigado com as outras putas da casa. Dançava nua, ao som dos ritmos e luzes, beijava as outras na boca, deixava-se tocar por elas, e já tinha seduzido os poucos clientes que restavam no lugar. Havia um velho de cabelo escorrido, um negro de meia idade, um moreno de uns trinta anos e dois brancos bem jovens.

Sentei-me, enquanto Diana foi se juntar ao grupo. Era preciso enturmar-se com as putas. Alice foi ensinando a amiga. O negro de meia idade parecia ser o mais interessado. Quando ele chamou Diana para a sua mesa, senti como se eu também estivesse sendo chamado. Era como se, junto com ela, eu também estivesse destinado a ser fodido. De alguma maneira, eu queria estar na pele da minha amada, ser Diana junto com ela, dar o meu cu junto com ela, sentir a penetração que emana do mundo. Eu queria ser o corno da puta. O vazio caótico. O filho da putaria e da vadiagem.

Dependendo da participação dos leitores, o conto pode ter continuação. Leiam! Comentem!

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