Fui traído e ainda levei a culpa. Parte 3

Um conto erótico de Luiz
Categoria: Heterossexual
Contém 1512 palavras
Data: 22/03/2022 19:35:27
Última revisão: 22/03/2022 22:04:28

Continuando…

Eu estava novamente de frente para os dois traidores. A raiva que me consumia chegava a me cegar. Fui tirado daquele estado de fúria pela fala do Júlio:

- Antes de vocês começarem, eu exijo total respeito aqui dentro. Não quero saber de agressões. Se eu tiver que usar a força para manter a conversa em um nível aceitável, eu o farei.

Ao ouvir o que o Júlio disse, eu olhei com mais atenção para o rosto do Flávio. Um enorme hematoma havia se formado no olho esquerdo, que estava muito inchado e praticamente fechado pelo soco do dia anterior. Me deu uma satisfação enorme aquela visão. Eu encarei o Flávio com ódio e disse:

- Você começa! O que você acha que pode me dizer para amenizar a sua traição? Seu aproveitador. Se não fosse pelo Júlio, minha vontade era dar um tiro na sua cara e na dela. Eu só saí de casa ontem, para evitar que isso acontecesse. Minha primeira vontade, foi pegar minha arma e acabar com a vida dos dois. Se ela não estivesse guardada no closet e vocês não estivessem no caminho…

Júlio tomou a frente, me deu alguns tapinhas na costa e disse:

- Calma, respira! Ainda bem que isso não aconteceu. Você teria acabado com sua vida também.

Na verdade, em momento nenhum eu pensei no que acabara de dizer. Essas palavras me vieram à mente somente agora, no momento da raiva. Quando eu vi os dois na minha cama, minha vontade era só de sumir dali, apagar aquele momento da minha vida. Só disse isso, para tentar deixá-lo com medo. Eu jamais teria a coragem de tirar a vida de alguém. Nunca fui um cara agressivo. Como disse antes, sou até pacífico demais.

Vendo a completa apatia do Flávio e a falta de justificativa, Angel, até então, quieta e de cabeça baixa, resolveu se manifestar:

- Eu conto tudo o que você quiser saber, mas só se estivermos sozinhos. Eu e você.

Que abusada! Minha vontade era de socá-la também. Fazer um hematoma naquela cara de pau, ainda maior do que o do Flávio. Eu, ainda mais furioso, disse:

- Você ainda quer ditar as regras, sua piranha! Quem você pensa que é?

Júlio interveio novamente na situação e disse:

- Luiz, o que eu falei serve para você também. Respeito!

Eu me irritei e respondi:

- Vai se foder, Júlio! Você vai passar a mão na cabeça desses dois pilantras? Vai ficar do lado desses filhos da puta também? Aí o puteiro vai estar completo: o aproveitador, a puta e o leão de chácara.

Júlio, sem se alterar com os meus insultos, disse:

- Eu não estou do lado de ninguém. Só quero que essa situação seja resolvida sem ninguém fazer bobagens. Principalmente você.

Angel se achou no direito de me dar um ultimato. Ela disse:

- Ou você conversa comigo a sós, ou paramos por aqui.

Eu olhei para ela, pela primeira vez com nojo e disse:

- Vai tomar no cu, sua vadia! E quer saber, fodam-se as explicações de vocês. A partir de agora, sua conversa será com os meus advogados. Vagabunda traidora.

Angel explodiu de vez. A mulher se transformou e começou a gritar:

- É por isso que você foi corno. Já que você não quis atender ao meu pedido, vou falar tudo aqui mesmo, na frente dos seus amigos, eu só queria te poupar. Eu disse que o dinheiro ia mudar você. Só que em vez de crescer, você conseguiu ficar ainda mais encostado. Mais devagar. Nem para comer a sua mulher direito você prestava mais. Era só aquele papai e mamãe sem graça duas vezes na semana. Às vezes, nem duas. Enquanto isso, os outros me desejavam e me elogiavam. Você nem prestava mais a atenção em mim…

Tentei agredi-la, mas Júlio foi mais rápido me contendo. Enquanto Júlio me segurava, ela continuou:

- Eu nunca imaginei que ia dar para o Flávio. Mas, toda vez que a gente brigava e você não esboçava nenhuma reação e continuava sentado no sofá jogando vídeo game, naquela vidinha sem objetivo, ele me escutava e levantava o meu astral. As lingeries que eu comprava para você ver e me elogiar, passavam despercebidas. Você nunca mais me olhou com desejo. Minha depilação dolorosa, você nunca notou. Mas, ele, ele sim sabe apreciar uma mulher e tirar o melhor dela. Daí para a cama, foi um pulo.

As palavras da Angel me atingiam com força. E ela não parava:

- Você é o cara mais inteligente que eu conheço e o mais sem força de vontade. Teve uma ideia genial, mas precisou do Júlio para que ela funcionasse. Ficou rico e em vez de curtir a vida, estagnou. Qual é o seu próximo projeto? Me diz? Qualquer um, mesmo que não dê certo. Você tem uma empresa milionária que não produz mais nada. Quanto tempo você acha que vai demorar para a tecnologia mudar e o seu programa se tornar obsoleto?

Angel se jogou no sofá chorando muito. Ela tinha colocado tudo para fora. Tudo o que ela pensava de mim foi dito ali, sem filtros. Mesmo destruído pela traição, eu não podia negar a verdade de suas palavras. O ditado é claro: camarão que dorme, a onda leva.

Empurrei o Júlio, dei uma última olhada para a Angel e saí. Passei em casa e fiz uma pequena mala às pressas e peguei o meu celular também. Joguei a mala no banco de trás do carro e voltei a rodar sem rumo. As palavras da Angel martelavam meus pensamentos. Por mais dolorosa que fosse a traição, eu realmente tinha uma grande parcela de culpa.

Mesmo reconhecendo a minha parte na tempestade que atingiu a minha vida e também tendo a certeza que eu ainda a amava, eu jamais a aceitaria de volta. Corno, tudo bem! Mas, manso? Jamais!

Outra vez, recorri a um hotel e voltei a beber. Mas, dessa vez com um pouco mais de moderação. Me recostei na grade da sacada do quarto e fiquei olhando para a noite nublada e imaginando quais seriam os próximos passos da minha vida.

Em uma coisa, eu concordava com a Angel: eu realmente estava estagnado. Tinha dezenas de projetos engavetados que eu mesmo criei e depois de pouco tempo, abandonei. Alguma coisa boa deveria ter naquele meio. Me lembrei da Natália e do sexo maravilhoso daquela tarde, será que ela viria se eu chamasse? Liguei sem muitas pretensões e ela logo atendeu:

- Boa noite, Sr. Luiz! O que posso fazer pelo senhor?

Pelo jeito que ela atendeu, imaginei que estava acompanhada de alguém que eu talvez conhecesse. Eu disse:

- Tem algum conhecido do seu lado? Por isso me atendeu dessa forma?

Natália, com a voz mais descontraída, disse:

- Sim, senhor! A Luana, que também trabalha na empresa, estuda comigo. Moramos perto e voltamos para casa juntas.

- Vem ficar comigo. Preciso de companhia. Pega um Uber e vem. Vou te mandar o endereço por mensagem e autorizar a sua subida. Posso esperar?

Natália, dissimulando a conversa para a amiga, respondeu:

- Sim, senhor! Pode contar comigo. Boa noite!

Trepamos gostoso mais uma vez. E mais uma vez, a Angel estava certa: o sexo com Natália era muito melhor do que o sexo murcho que eu e ela fazíamos. Aquele sexo era mecânico e sem pegada. Isso ficava bem evidente comparado a toda a luxúria dessa ninfetinha que quicava de se acabar na minha rola. Mas, era só sexo mesmo. Carnal, devasso…

Na manhã seguinte, mandei mensagem ao Júlio dizendo que me afastaria por algumas semanas. Ele concordou dizendo que cuidaria de tudo e que era melhor mesmo eu tirar alguns dias para colocar a cabeça no lugar. Por vários dias, fiquei naquele hotel. Natália vinha toda noite e me trazia os diagramas dos meus projetos abandonados em pen drives, já que o servidor que os armazenavam, era offline para não corrermos os riscos de uma espionagem industrial. Eu e ela fazíamos sexo selvagem, com muita pegada e eu estava aprendendo muito com a Natália a ser um amante melhor. O resto do tempo, eu usava para completar os meus projetos e ver quais tinham potencial para uso real no ambiente da rede.

Na quarta à noite, recebi a primeira mensagem da Angel no meu celular:

" Podemos conversar? Por favor! Eu só quero falar com você. Sei que você está muito chateado comigo. Mas, só peço que ouça o que eu tenho para falar."

.

Três dias antes, após Luiz sair do apartamento do Júlio…

.

- Eu achei que seria bem pior. - Flávio disse, despertando o olhar furioso do Júlio.

Júlio olhava com total aversão para ele. Júlio não conseguiu segurar as palavras:

- Sai daqui! Some da minha frente. Você não traiu só o Luiz. Você traiu a amizade de todos nós.

Flávio ainda tentou se explicar, mas Júlio, aos empurrões, o colocou para fora.

Júlio logo se virou para Angel e perguntou:

- O que foi que deu em vocês? Logo o Flávio?

Angel não respondeu, ela tinha outra pergunta a fazer:

- Você acha que eu consigo reconquistar o meu marido? Mesmo após ter explodido dessa maneira?

Continua…

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Comentários

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Bom ! ......agora vamos ver o que Angel tem a dizer! Já estou focado no conto! ⭐⭐⭐💯

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Este eu estou gostando,pelo acontecido o cara e rico,mas transa mal esqueceu que a mulher também precisa gozar deu o que deu, mais tudo tem um jeito

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Me identifiquei muito com um personagem aqui: o Júlio!

Na vida, eu sou esse cara! Quantas crises de traições, crises que apaziguei de casais amigos e cenários semelhantes....

Agora, sobre a Angel, eu pressinto que tem mais coisa e a atitude de sociopata do Flávio, como se não tivesse feito nada demais, tá me deixando com suspeita.

O comportamento do Luiz eu achei muito realista. Se não fosse com a tal Natália, teria sido com alguma garota de programa.

Mais um conto muito bem narrado.

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Tô achando que é mais um complô da esposa com o sócio, o outro amigo é só sexo mesmo

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Parabéns, nota 10000000 essa nova história, mas estou com saudades do San e da Jen, que eles voltem logo👍

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O San e a Jen precisavam descansar um pouco. Estão envolvidos em duas histórias simultâneas. Pensei em dar uma semana de férias para eles e postar esse aqui. Assim eles dão uma descansada. Abraço, amigo e o rogado pela leitura!

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Eu gosto é da resenha nos comentários!!!! Kkkkk. Estive lendo novamente e acho o seguinte, quanto a falta de atenção com a esposa, concordo com ela, é uma baita mancada, mas ainda acho que não é motivo para chifrar o cara com o melhor amigo dele. Um erro não justifica outro. Quanto ao Luiz ser acomodado, como disseram em um comentário abaixo, ele sempre foi acomodade e ela mesmo assim casou com ele. Se ela o acusa de ter se acomodado no trabalho, ele tb pode dizer o mesmo dela... passou a trabalhar meio expediente meia boca, pois é sustentada pelo marido, qua ainda banca uma ONG pra ela se ocupar. Esse tipo de mulher que não produz por seu próprio esforço e ainda cobra produtividade do marido... ptz, é uma bela bosta. Se ele é acomodado, ela é pior, pois além de não produzir ainda vive às custas do que o Luz produziu. Se ele se tocar disso, pode jogar na cara dela tb.

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E o autor lendo os comentários com a história já toda pronta? 😂😂😂😂

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Kkkkkkk. Sinal que o conto agrada!!!! Parabéns!!!! Quanto ao meu comentário, ratifico: a suja falando do mal lavado!!!! Kkkkkk

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É cada corno que aparece! O sujeito dá um show ao descobrir a traição pra depois ficar ciente de que tinha culpa no cartório! Precisou a infiel falar umas coisas pra ele considerar a verdade! Elogio demais o autor,pois mesmo sem tantas descrições sexuais,os acontecimentos nos deixa mais curiosos que a próxima trepada

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Cara, esse tipo de coisa realmente acontece. Conheço um caso que o marido era um beberrão que só ficava no bar jogando baralho e bebendo e nem ligava pra mulher. A diferença é que não teve traição, mas quando ela explicou o motivo do divorcio ele mudou totalmente, hoje esta casado com outra e o cara virou o melhor marido do mundo e nem beber mais bebe.

Claro que nada justifica a traição ainda dupla do conto, a mulher poderia ter feito o que a minha conhecida fez (pedir o divorcio ou apenas falar com o marido).

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Conheço muita gente assim e me espelhei nelas para construir o Luiz. Pessoas que esquecem das suas escolhas no passado e depois tentam culpar os outros por suas derrotas na vida. Luiz é a vítima, sim! Pero no mucho

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Ele é o culpado pelo casamento merda, e se ela tivesse pedido o divorcio a culpa seria 100% pelo fim do casamento. Mas a culpa da traição ainda é dela

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Nesse conto, eu ainda vou tentar explicar um pouco mais os motivos da traição. Pode ou não agradar. Mas, em uma coisa eu tenho que discordar de você: a grande maioria das pessoas traem por pura safadeza e sem justificativa.

Monogamia não é uma coisa natural. Mais de 98% das espécies só se relacionam para reprodução.

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Aguardando ansioso a continuação. Nota 1000. 3 estrelas. Será que ele vai aceitar a esposa traidora de volta? Tcham... tcham... tcham... tcham...

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cara o que falar dessa história esta boa demais...nota 1000

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Cadê a Renata? Estamos com saudade dela. Eu e a maioria que comentou aqui.

Abração, meu querido!

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Traição é foda véi, ainda mais quando é dupla ou seja , com o melhor amigo...é como uma bala disparada por mais que se arrenda à mesma não retorna ao cano....ao ver é seguindo à lógica este casamento já era....se à traição fosse com um estranho até daria....

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Fala aí, meu querido! Senti sua falta por aqui nos últimos contos. Bem vindo de volta!

Espero que esteja gostando.

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Estória boa demais. Quando a escrita, nada a reparar. A estória prende a atenção. Agora, sejamos francos, falta de atenção não é motivo para traição: o casamento não está bom, se separa e vá viver sua vida. Ao trai-lo ela só demonstrou não ter valor algum como pessoa e só estar interessada em seu dinheiro. Talvez se ela tivesse dado um tapa na cara dele, falado tudo o que disse nesse conto antes da traição, se ainda assim ele não mudasse, estaria mais que justificada; mas tentar se justificar depois de ter transado com o amigo de infância dele que, diga-se de passagem nunca foi um amigo verdadeiro, é inaceitável. Além disso, considerando que não existem indícios até o presente de que eles tenham cogitado a abertura do relacionamento anteriormente, acredito que ele não deverá perdoá-la. É só uma análise prévia.

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Muito do que você comentou aqui, será respondido amanhã. Amanhã teremos uma parte focada na traição em si. Como foi que ela aconteceu e todos os detalhes que levaram a isso.

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Ah! Só para esclarecer a você e a todos também, esse conto, pelo menos nessa primeira temporada, não tem relação nenhuma com vida liberal.

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Infelizmente, o ser humano nunca faz a coisa certa. Não generalizando, né? Mas, a maioria sempre age errado.

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