As consequências de ter uma esposa infiel (parte 2)

Um conto erótico de Lael
Categoria: Heterossexual
Contém 2151 palavras
Data: 21/03/2022 17:44:08

Um detalhe muito importante que me esqueci de mencionar na primeira parte, é que apesar do mote inicial ser a traição ou possível traição de uma esposa, essa trama não focará basicamente nisso, mas nas consequências e nos rumos que cada um tomará. Em alguns momentos, haverá importantes conflitos entre o casal, mas não será o foco principal, ao contrário de outros contos meus. Espero não ter dado spoiler (rs)

Voltando à história, ao contrário de agora, onde qualquer pessoa consegue descobrir com facilidade os passos da outra, pois até o celular pode “caguetar” onde você esteve, em 1989, a coisa era bem mais difícil, mesmo para um policial. Eu cursava o último ano de Direito na parte da manhã, pegava um plantão de oito horas depois que poderiam chegar a dez, onze dependendo do dia, então era difícil ter tempo para ficar na cola da minha mulher. Claro que havia dias mais calmos, em que eu poderia pegar uma viatura descaracterizada, pedir para algum colega dizer que estava resolvendo uma investigação e ir atrás dela, mas era um chute no escuro, pois até ali, eram só incertezas. Uma opção seria grampear meu telefone fixo, mas era tudo tão difícil na época que além de contar com um favor de dentro da civil, pelo menos uma pessoa ouviria tudo, ou seja, se meus temores fossem confirmados, não só eu, mas muitos amigos saberiam que eu estava sendo traído, e se hoje isso já é embaraçoso, imaginem há mais de 30 anos. Decidi que arrumaria um jeito de facilitar as coisas para Fernanda, para o caso dela ter um amante.

Mas antes de entrar no que fiz, contarei um fato que ocorreu justamente nesse meu momento de agonia. No final dos anos 80, a chamada Boca do Lixo, em São Paulo, estava passando por algumas mudanças e se tornando ainda mais decadente. Situada na região central, o local ficou conhecido nos anos 70 e começo dos 80 não só por ser um ponto grande de prostituição e drogas, mas por abrigar várias produtoras de cinema onde eram produzidas as pornochanchadas, aqueles filmes nacionais com lindas mulheres nuas o tempo inteiro e enredos geralmente bem fracos. Esses longas fizeram tremendo sucesso e enriqueceram alguns diretores, porém com a liberação dos filmes de sexo explícito perto da primeira metade dos anos 80, eles perderam força, pois ninguém queria mais ver sexo simulado quando poderia ver de verdade. E foi nesse contexto que a Boca do Lixo piorou ainda mais, pois agora havia não só nela, mas nos locais próximos, salas de cinema com filmes de sacanagem pura e até teatros onde atores e atrizes transavam para uma plateia assistir.

Certa vez, eu e mais dois policiais fomos a um desses cinemas para tentar prender um suposto maníaco que pegava gays dentro das salas, os convidava para irem a um hotel pulgueiro e lá os matava, e minha experiência foi de revirar os bagos, pois assim que as luzes se apagaram, prostitutas já com certa idade e gays começaram a abordar os homens para sexo ali mesmo ou em outro local. Havia um forte cheiro de cloro para disfarçar o cheiro de esperma e outros odores terríveis, para todo local que eu olhasse havia vultos de pessoas chupando ou sendo chupadas, se masturbando ou até mesmo transando.

Ao saber que teria que ir a um lugar desses novamente, evidentemente não fiquei nada satisfeito. A informação que tínhamos é que numa discreta boate, onde havia uma “peça de teatro” de sexo explícito quatro vezes por semana, um dos atores ou o próprio diretor era suspeito de ter dado fim a uma garota de programa. Mas ainda sem provas mais robustas, fomos apenas falar com toda trupe teatral e com o dono do inferninho, fingindo que ainda não tínhamos nenhum suspeito.

Estranhei quando chegamos à boate, pois ao contrário do cenário que descrevi do cine pornô, ali, havia até uma certa sofisticação, um enorme cartaz sobre a peça de teatro de sexo explícito iluminado trazia em destaque, uma jovem loira com uma camisolabranca aberta e transparente, onde se conseguia ver a aréola dos seus seios e até a calcinha, mas o que mais impressionava além da beleza era seu olhar um tanto desafiador e cafajeste. Ao fundo, com destaque menor, mais duas “atrizes” e dois “atores”.

Entendi logo que ali era um espaço não para ricaços, mas digamos, gente com um pouco mais de grana do que a peãozada. Eram gerentes de banco, comerciantes, pequenos e médios empresários, advogados etc. A entrada, disfarçada de consumação mínima tinha um valor bem salgado e de quinta a domingo ainda tinham que pagar pela peça de teatro. Shows de streap-tease ocorriam todos os dias, inclusive com a loira do cartaz.

Tanto nos shows de streap-tease quanto durante a peça de sexo explícito não havia cenas deprimentes de pessoas se masturbando ou transando, mas que todos os homens ali ficavam agitados, isso ficavam. A maioria das stripers fazia programa, então dali, muitos clientes escolhiam uma e iam, com a diferença de que o valor pagos a elas, era bem maior. Já algumas poucas, apenas aceitavam gorjetas e além de tirarem a roupa, o máximo que faziam era a chamada dança de colo, onde se esfregavam nuas em quem pagasse.

Nessa “visita” fui com Lao, um grande policial, de 43 anos que me deu muita força no começo. Chegamos bem antes da peça começar para poder ouvir todo mundo separadamente. Era para parecer algo informal, caso contrário seria na delegacia. Todos eles pareciam ter ensaiado as mesmas respostas, mas notei que um dos “atores” estava um pouco mais tenso que o normal e pisquei para Lao.

Porém, o que me marcou naquela noite foi a atriz principal da peça: Rúbia, nome artístico, pois, na verdade, se chamava Silvia. Tinha os cabelos loiros, mas não eram naturais, branca, aproximadamente, 1,70m, rosto delicadamente arredondado, olhos grandes e negros, bochechas que a faziam parecer ainda mais nova do que os seus apenas 21 anos, nariz pequeno, boca média sensual, apesar de um sorriso ligeiramente ordinário, seios grandes e perfeitos, bumbum também grande (não gigantesco), coxas grossas e sua cintura chamava atenção, pois era fina e perfeita. Entretanto, nos shows como stripper ou em suas “atuações”, ela carregava no rímel, no batom e até em alguns troços que eu como leigo, achava que eram purpurina, mas tinham outro nome.

Assim que entramos em seu camarim, Rúbia estava com um roupão vermelho, e usando botas negras. A moça disse:

-Antes que achem que sou louca, estou testando essas porcaria de botas antes mesmo de botar a roupa, pois se forem como as últimas e me machucarem, vou entrar no palco descalça, chega de dor, mas podem falar.

-Comecei a repetir as mesmas perguntas que já tinha feito, Lao também e as respostas eram praticamente as mesmas.

Notei que Rúbia me olhava com certa atenção, em um misto de querer provocar (nos dois sentidos, o de sensualizar, mas também o de desafiar quase que como um deboche à autoridade ali presente).

Num dado momento, perguntei se a amiga e ela tinham clientes em comum e antes que eu acabasse, Rúbia me cortou:

-Eu não faço programa, amore. Sou atriz de filmes adultos, modelo de revistas masculinas e aqui faço a peça de sexo com meu namorado e os shows de streap-tease. Se quiser, pergunta ao Salim, dono daqui, quantos caras da plateia mandam convites para sair comigo. Tá precisando se informar melhor.

-Ok, senhora atriz e modelo, peço desculpas, mas aqui senão todas, quase todas fazem e sua amiga fazia, pois já sabemos disso, talvez algum pequeno detalhe de um cliente que ela te contado, afinal vocês se viam todo dia.

-É, mas como falei notei nada de diferente não. As garotas que estão nessa vida, sejam as que fazem ponto na rua ou mesmo que trabalham dentro de boate, correm riscos, estamos cansadas de ver e depois não dá nada.

-Mas dessa vez dará. Disse-lhe encarando-a

Nós ainda trocamos algumas trocamos algumas provocações veladas, confesso que a atriz estava conseguindo me irritar, não tanto pelas respostas vagas, mas pelo olhar, ela às vezes abaixava os olhos e começava a subi-los e por um breve instante via dentro deles uma tristeza, mas que numa fração de segundos mudavam e davam uma ideia de deboche, provocação. Rúbia tinha uma energia forte, os místicos e religiosos ficariam impressionados. Resolvi encerrar a conversa:

-Talvez amanhã ou outro dia, você se recorde de algo, fica com isso e me liga, te garanto que sua identidade será preservada, sigilo total. –Disse entregando-lhe meu cartão com o telefone da delegacia.

Rúbia pegou meu cartão e nos despedimos, quando Lao e eu nos viramos, em direção à porta, Rúbia nos chamou e novos viramos para ver:

-Ei! Por que não ficam para assistir à peça?

E simplesmente deixou seu roupão cair, pisando com suas botas negras por cima e se mostrando completamente nua, estendeu os braços para trás como se quisesse mostrar ainda mais sua nudez. Seus seios grandes eram os mais perfeitos que eu já tinha visto, com aréolas bem claras, grandes com bicos pequenos que pediam para serem chupados. Naquele tempo não havia essa mania das mulheres se depilarem totalmente, então sua boceta, era raspada apenas dos lados e exibia um maravilhoso formato de triângulo de pelos pretos aparados, era sem dúvida, uma boceta imponente. Rúbia abaixou os olhos fitando seu ventre, depois foi subindo lentamente olhar até se fixar em mim e exibir novamente um sorriso cafajeste, digna dos vilões mais dissimulados do cinema, certamente, minha cara devia ser de um bobo assustado, assim como a de Lao que deixou o cigarro até cair e se queimou ao pegá-lo.

Não respondi, apenas sai rápido sendo seguido por Lao e quando entrei no carro, estava visivelmente impactado com aquela mulher, não só por sua beleza, mas pela energia indecifrável que parecia sugar as minhas forças. Lao, mais relaxado, brincou:

-Puta que pariu! Que bocetão era aquele? Cara, acho que a última vez que fiquei de pau duro sem nem encostar nele faz uns 15 anos. Caralho, que gostosa e tava jogando na tua cara, seu trouxa.

Enquanto arrancava com a viatura, eu tentava encontrar palavras para dizer o que senti naquele camarim, mas estava atônito:

-Essa moça...Tem uma energia per...Per...Tu... Badora, como ja...mais vi...

Lao me olhou sério por alguns segundos e depois riu:

-Caralho, Raul, você está pálido e gago! Ficou assim só porque viu uma boceta diferente na sua frente. Hahaahahahaha. Já trocamos tiro com vagabundo e nunca vi você nervoso assim. Haahahaha.

Tentando voltar à realidade, concatenei melhor as ideias e disfarcei:

-Nada disso, porra! Me admira você bem mais experiente que eu não ter notado a linguagem não-verbal dela, especialmente o olhar ordinário querendo gozar com a nossa cara, tipo esfregando que sabe de algo e não vai dizer. Mas além disso senti uma energia ali, se eu fosse esses religiosos diria que ali tinha uma coisa sobrenatural.

-Sobrenatural só se for o tesão que ela é. Sim, eu notei que a gostosa é debochada, mas tava querendo fazer charme para você. Isso acontece, tem umas aí da vida que gamam em bandido, outras em tiras. Mas, oh, uma coisa que é verdade, essa gostosa já fez uns filminhos de sacanagem e vira e mexe aparece nua em revista, não numa Playboy da vida, mas em outras, já vi até pôster dela em borracharia.

-Nunca tinha visto essa garota.

-Porra! Vai dizer que você é tão certinho que nem filme pornô assiste porque a patroa não deixa?

-Claro que vejo, mas só alguns americanos. Atriz famosa de nome que eu conheço é Ginger Lynn, Christy Canyon e uma outra lá. Filme brasileiro outro dia vi um na locadora e era coisa de sexo com cavalo, ah, tenha dó, né?

-Não, mas os dessa Rúbia são demais e não tem nada disso, são poucos, mas você acha fácil.

-Vamos focar no caso. O que acha de darmos uma dura naquele carinha de cabelo moicano com jaqueta jeans.

-E o camaradinha deu umas gaguejadas. Vale a pena dar um novo aperto nele.

Cheguei bem tarde em casa e ainda perturbado com Rúbia, era um misto de tesão, raiva e até receio daquele jeito dela. Queria transar, mas Fernanda já estava no último sono, então me vi obrigado a me masturbar ferozmente, pensando na imagem da safada jogando seu roupão no chão e exibindo seu corpo, me imaginei caindo de joelhos em frente aquela bocetona e chupando-a desesperadamente como se precisasse dos fluídos corporais dela para me alimentar e depois fodendo-a por horas. Gozei pensando em Rúbia, sonhei com Rúbia e acordei de pau duro por causa de Rúbia.

No meio dessa loucura toda, lembrei-me no dia seguinte que teria que sanar minhas dúvidas sobre Fernanda estar ou não tendo um caso. Muitas complicações estavam por vir.

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Comentários

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Boa boa! Vários fatos em uma só estória!

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Meu querido mais um belo conto,já estou ansiosa para ler o próximo capítulo,bjs me surpreenda

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Não tem nem mais o que dizer. Como sempre, no topo. Ansioso pelos próximos capítulos.

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É simples, não leia contos cuja a temática não te agrada.

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Véi, parece-me que este será um dos melhores contos...desde que não se perca o foco...rs

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Voltarei ao ponto da traição em breve.

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Obrigado, Carlos, algumas coisas eu sabia por ler, pois era pequeno na época.

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Gostei esse mistério todo é bem envolvente kkkkkk nota mil amigo.

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