Ainda me lembro de como começou minha tara por trans. Eu estava estudando para o vestibular na época, e meus únicos prazeres eram comer doces, dormir e assistir pornografia na internet. O videogame tive que aposentar — ou jamais entraria na faculdade. O restante do tempo — a maior parte dele, claro — eu dedicava aos estudos.
Eu via de tudo nas categorias heterossexuais: pussy, hardcore, solo, entre outras. Mas, com o tempo, e sem outros estímulos além das imagens na tela, comecei a buscar algo novo. Assim, fui explorando categorias desconhecidas, à caça de alguma novidade.
Foi então que descobri um site de "bonecas". Não sabia o que eram exatamente, então decidi investigar. De repente, começaram a surgir vídeos e fotos de garotas com algo a mais — algo que, segundo meu entendimento na época, não deveria estar ali. A maioria era de asiáticas lindíssimas — verdadeiras bonecas, delicadas, femininas — até tirarem a calcinha. Aquilo me chocou.
Eu sabia da existência de travestis, mas sempre imaginei que fosse fácil reconhecê-los. Jamais me passou pela cabeça que alguém com um pênis pudesse ter um corpo tão perfeitamente feminino. Mas aparentemente, eu estava redondamente enganado.
Só que o mais impactante não foi isso. O que realmente me pegou de surpresa foi o que meu corpo fez: meu pau endureceu num segundo, como um raio. Eu não fazia ideia de que aquilo poderia me excitar tanto.
O que havia ali era tesão à flor da pele. Cada vídeo, cada foto, exibia entre 16 e 20 centímetros de desejo pulsante — e aquilo não tinha como ser fingido. Mulheres podem simular prazer com facilidade; eu nunca soube se uma atriz pornô estava mesmo excitada ou apenas atuando. Nunca soube se o orgasmo dela era real ou encenado. Mas quando assisti a um vídeo em que uma trans gozava litros com um pau enfiado no cu, sem sequer se masturbar, fiquei abismado. Não tem como fingir uma ereção, muito menos uma gozada dessas.
Era tesão verdadeiro. E era contagiante.
A partir dali, entre uma punheta e outra, precisei tomar cuidado até para não melecar minhas camisetas. O prazer, agora, vinha mais rápido, mais intenso — mais real.
Outra coisa que sempre me impressionava era como elas aguentavam um pau no cu com tanta naturalidade. Eu tinha tido uma namorada que deixou eu tentar uma vez, mas não suportou a dor tempo suficiente para que eu conseguisse gozar. Isso me deixava intrigado. Como algumas pareciam acolher aquilo com tanta facilidade, enquanto outras mal conseguiam tentar?
Foi então que comecei a imaginar como seria estar do outro lado — de quatro, sendo invadido por um pau grande. Como seria ter o cu tomado, preenchido até o fundo? Essas ideias vinham devagar, quase sem que eu percebesse. E quando eu me tocava, não conseguia mais evitar: pensava nisso. Pensava nelas. Pensava em mim, no lugar delas.
Mas, assim que eu gozava, minha cabeça de hétero voltava a funcionar. E junto com ela, vinha a repulsa. Era como se algo tivesse me possuído — e depois me deixasse envergonhado, sujo, confuso. Por isso, eu sempre fazia a mesma promessa a mim mesmo: nunca mais. Nunca mais ver pornô com travestis. Jamais.
Logo depois que entrei na faculdade, conheci a Érica. Linda. O tipo de mulher que fazia a sala inteira parar quando entrava. Por um tempo, esqueci as trans. Estávamos no começo do curso, e nossa fome de viver era quase incontrolável. Quase reprovamos no primeiro semestre de tanto sexo, festa e impulsos desgovernados.
Mas o namoro não durou muito. E, no último bate-boca que tivemos, ela me disse, com raiva fria, que eu nunca a tinha feito gozar — e que nem tesão sentia por mim. Aquilo me feriu mais do que qualquer xingamento. Eu não podia nem discutir. Como saber se ela dizia a verdade? Tudo que eu tinha eram os gemidos, as caras e bocas — tudo aquilo que, agora, me parecia ensaiado.
Depois disso, voltei ao pornô. Mas havia algo diferente. Toda vez que via uma mulher gemendo com uma buceta sendo invadida, lembrava da Érica — e da possibilidade de tudo ser mentira. Cada grito, cada gemido, cada olhar: tudo soava falso.
E meu pau parecia saber disso. Já não se empolgava como antes. Eu precisava de algo em que pudesse acreditar. Algo que fosse real. E foi aí que voltei para elas: as bonecas, as shemales, as trannies, as ladyboys. Com elas, não havia espaço para dúvida. A ereção era verdadeira. O gozo era inegável. Com elas, eu acreditava.
E, com o tempo, até minha aversão por caralhos foi desaparecendo.
No início, eu achava aqueles cacetes nojentos. Me causavam repulsa. Mas, com o tempo, fui me acostumando. Eles começaram a me parecer como as barras de vida de um jogo de videogame: quanto mais cheios, mais vivos. Eram indicadores do prazer delas — e isso, por algum motivo, me deixava ainda mais excitado.
Depois, algo mudou. Aqueles caralhos deixaram de ser apenas termômetros do tesão alheio. Começaram a despertar minha curiosidade.
No fundo, uma pergunta martelava: como uma garota como a Érica podia levar ferro por minutos e não sentir tesão? Aos poucos, essa dúvida evoluiu para outra, mais inquietante: como seria ter um pau no cu?
Essa pergunta se formava devagar, como um broto discreto que, sem que eu percebesse, foi crescendo até virar uma árvore. Um tronco grosso, lenhoso, rugoso — impossível de ignorar. No começo, eu ainda conseguia afastá-la com um "isso não é pra mim". Mas logo a recusa dava lugar à imaginação. E essa imaginação, que antes era passageira, começou a ocupar espaço demais. Às vezes, por minutos inteiros, eu não conseguia pensar em outra coisa.
O problema é que eu não tinha nenhuma experiência para basear essas fantasias. Nunca tinha sido penetrado por nada. O máximo que eu podia fazer era observar. Imaginar. Ver os vídeos no Xvideos, no Pornhub, e tentar sentir, através deles, o que talvez pudesse ser real.
Tudo começou a mudar numa sexta-feira à noite. Eu e uns amigos saímos para uma balada. Éramos cinco dentro de um carro, rindo e falando besteira o caminho inteiro. Foi a primeira vez que passei de carro por aquelas ruas escuras e suspeitas da cidade — onde mulheres negociam seus corpos com homens.
Meu amigo, que estava ao volante, começou a tirar sarro das travestis. Achou engraçado parar o carro e perguntar a uma delas quanto custava o programa. Ele encostou ao lado de uma loira. No escuro do beco, não dava pra ver bem o rosto dela, mas a silhueta era marcante: feminina, mas um pouco grande demais.
— Quanto é o programa? — ele perguntou, com deboche.
Ela se inclinou para olhar dentro do carro e viu aquele bando de moleques recém-saídos da adolescência. Respondeu com aquela voz típica, carregada de afetação:
— É cem pra cada um, amor.
Meu amigo deu uma gargalhada maldosa, soltou um comentário idiota e acelerou antes que ela pudesse terminar a frase.
Nenhum dos meus amigos sabia dos meus desejos secretos. Mas, naquela noite, além do desejo, algo ficou gravado na minha mente: R$ 100.
Cem reais.
Será que valia a pena?
No dia seguinte, enquanto eu curava a ressaca com dor de cabeça e boca seca, minha mente trabalhava em silêncio — planejando, imaginando. Pensava naquela loira da rua escura. Imaginava a gente se beijando, meu pau entrando no cu dela... mas nada acontecia. Nada se mexia entre minhas pernas.
Porém, quando eu invertia a cena...
Quando eu me imaginava ajoelhado diante dela, fazendo o que nunca tinha feito antes, aí sim. Eu tentava mudar de pensamento, mas era inútil. A imagem se impunha como uma onda. E mesmo em momentos banais — escovando os dentes, por exemplo —, ela voltava. Bastava me inclinar para cuspir na pia, e já sentia, no fundo da mente, aquela loira me agarrando pela cintura. A escova de dentes, por alguns segundos, deixava de ser escova. Virava outra coisa. Algo mais grosso, mais simbólico.
Essa obsessão me consumiu por alguns dias.
Até que, no banho, finalmente me entreguei. Enquanto passava o sabonete no corpo, lembrei de uma trans que eu tinha visto anunciando num site de acompanhantes. O nome era Rebeca — ou melhor, Rebeka Dotada, como ela se apresentava.
Tinha fotos provocantes, quase perfeitas: rosto de boneca, cabelos loiros, olhos azuis, peitos fartos, um bundão redondo. E, entre as pernas, 20 centímetros declarados de dote. Na época, eu não tinha muita noção do que isso significava de verdade. O único pau com o qual eu tinha intimidade era o meu — 15 cm, medidos com régua, em uma dessas tardes solitárias.
Pensei nela enquanto ensaboava meu corpo. E quando minha mão escorregou até o cu, com espuma quente e pele molhada, não resisti. Enfiei os dedos. Bastaram dois movimentos, rápidos, discretos, e meu pau endureceu com força. Uma punheta breve e os azulejos já estavam melecados.
Era óbvio o que meu corpo queria.
Mas... e eu? O que eu queria?
Saí do banho e fiquei um tempo parado, nu, diante do espelho. Fitei meus olhos azuis refletidos ali. Depois, desci o olhar para o peito, para o abdômen — lembrei das horas que passei na academia esculpindo aquele tórax, aquelas curvas que agora tremiam sob a dúvida.
Peguei o celular. O contato da Rebeka já estava salvo no WhatsApp. A foto de perfil era a mesma do site. Ela estava online.
No site, dizia que ela tinha 1,64 m. E eu, com 1,80 m, musculoso… que sentido fazia me entregar a alguém como ela? Deixar que ela me tomasse?
Mas desde quando tesão tem lógica?
Então escrevi um simples “oi” e enviei. Fiquei olhando a tela, hesitante. Ela visualizou. Meu coração bateu mais forte. Então digitei:
— Tá afim de comer um cuzinho virgem hoje?
A resposta veio quase de imediato:
— 😍😋 adoroooo!!
A partir dali, já era tarde demais para voltar atrás. Combinamos tudo e, pouco depois, ela me mandou o endereço.
O lugar era uma casa velha, decrépita, que parecia abandonada. Ao lado, uma cerca de metal enferrujada e um portão mal pintado, com o número 669, pichado de vermelho. Era ali, segundo as instruções.
Tudo parecia uma cilada. O tipo de lugar onde histórias de crime terminam mal. Meu instinto gritava, mas minha vontade — aquela que brotava do fundo do estômago e fazia meu pau pulsar — já estava no comando. Não havia mais volta.
Não encontrei campainha. Mandei mensagem: “Tô aqui.” Ela visualizou, mas não respondeu. Alguns segundos depois, ouvi o estalo da trava se soltando. O portão rangeu e cedeu.
Atravessei o pátio. Um monte de lixo se acumulava em um canto, e juro que vi olhos brilhando no escuro — ratos, talvez. Uma escada descia até uma porta baixa, quase escondida. O porão.
E foi lá que a vi.
Estava de salto alto vermelho, um short minúsculo da mesma cor e uma camisa branca transparente, colada no corpo, revelando um sutiã de renda vermelho-sangue. Disse apenas: “Aqui.”
Desci, como se fosse um convite ao submundo — e talvez fosse.
Nem a voz afeminada, nem o cenário me importavam mais. Ela era linda, como nas fotos. Totalmente feminina. Cabelos loiros que desciam até o meio das costas, um perfume doce que se impôs no ar, um sorriso fácil, quase gentil.
Se eu saísse com ela na rua, de jeans e blusinha, ninguém desconfiaria do que ela guardava entre as pernas — desde que não abrisse a boca, claro.
Ela me deu um selinho com gosto de chiclete, depois pegou minha mão e me conduziu para dentro. Era bonita, cheirosa, envolvente — mas naquela noite eu aprenderia uma coisa: quando você está de quatro, com o rosto enterrado no travesseiro, a beleza de quem está por trás deixa de importar.
O quarto era uma bagunça colossal. A cama, com um lençol vermelho desbotado e todo amarrotado, parecia já ter assistido a dezenas de histórias como a nossa. Em frente, um espelho trincado no armário refletia fragmentos do ambiente, como pedaços soltos da realidade. Pela pequena janela junto ao teto, dava para ver as pernas apressadas de pessoas passando na rua, alheias ao que prestes a acontecer ali dentro.
Ela já me comia com os olhos. Admirou meu corpo com um olhar faminto, deslizou os dedos pelos músculos dos meus braços, tirou minha camiseta devagar e passou as mãos pelos meus peitorais, mordendo o lábio inferior com um sorriso safado.
Puxou o elástico da minha bermuda, olhou meu pau e enfiou a mão lá dentro, pegando-o com firmeza e um prazer quase cruel.
— Tem certeza de que não quer o meu cuzinho primeiro, seu gostoso?
— Ah, gata… eu já comi tanta mulher, sabe?
— E foi malvado com elas, né? Aposto que metia sem dó das coitadas.
O jeito como ela disse aquilo, com aquele sorrisinho travesso, me fez rir. Um riso nervoso, meio sem graça.
— Acho que tá na hora de tu receber o troco — ela continuou. — Hoje eu vou me vingar de ti por todas elas.
Desabotoou o short e o deixou cair no chão. A calcinha vermelha não marcava volume nenhum. Por um instante, pensei: será que era operada? Ou teria algo errado nas fotos?
Mas ela tirou a calcinha… e ele apareceu. Tímido. Vivo.
— Aposto que tu mandava elas se ajoelharem diante de ti — disse ela, agora com a voz mais baixa, provocativa. — Como se tu fosse um rei… e elas tinham que mamar no teu cetro, né, garanhão?
Fez uma pausa, ergueu o rosto e sorriu.
— Pois hoje é tu quem vai se ajoelhar pra mim.
O jeito como ela falava — sexy, mas com uma autoridade tranquila — me deixava num limbo entre o medo e o tesão. Uma vertigem. Então fiz o que ela mandou: me ajoelhei, segurei nas coxas dela — lisas, grossas — e levei o pau ainda mole à boca.
À medida que eu chupava, ele foi crescendo. E crescendo. Até tomar quase todo o espaço da minha boca, forçando minha mandíbula. Era como se aquele membro fosse uma extensão da vontade dela, e agora ela me penetrava pela boca com um pedaço do seu poder.
Ela gemeu um pouco no começo, mas depois ficou em silêncio. Olhei para cima, confuso, e ela respondeu com um sorriso de canto de boca:
— Tá achando estranho eu não gemer, né, bebê? É que hoje… quem vai gemer é você. E não vai nem precisar tocar nesse teu pau. Hoje eu vou fazer você gozar só com o cuzinho.
Eu não fazia ideia de que pau tinha gosto de pele. Nem que fosse tão quente. Como eu poderia saber? As fotos não davam dimensão real daquilo. E o que mais me pegou: o quão grosso ele era. Faltava boca pra tanta pica.
Afastei um pouco os lábios e observei.
Era um pau de cabeça larga, maior que a minha, e mais grosso no meio — como uma garrafa que vai se afinando nas pontas. Tinha uma leve curvatura para a esquerda e era um pouco mais escuro do que a pele branca dela, que exibia marcas claras de biquíni. A base era toda depilada, lisinha, como que preparada para uma cerimônia.
— Lambe meu saco. Chupa minhas bolas — disse, num tom doce demais pra ser mandão, mas que tornava impossível desobedecer.
— Tu é mesmo virgem?
Balancei a cabeça, afirmando.
— Mas parece que já sabe tudo e tá bem acostumado…
— É que… fantasiei muito com isso, eu acho.
Ela ergueu uma sobrancelha, cética, mas com um sorriso maroto no rosto.
— Então vamos ver… fica de quatro aqui, vai.
Aí o nervosismo bateu de verdade.
A primeira dose estava chegando. E só então me dei conta de que eu não fazia a menor ideia de como aquilo ia ser. Algumas meninas amam tomar no cu. Outras não suportam.
Que tipo de "menina" eu seria agora?
Ela me mandou ficar na beirada da cama, numa posição que permitisse a ela me comer em pé — bem na frente do espelho, pra que a gente se visse.
Olhei pra ela antes de tudo começar. Pensei em dizer alguma coisa, tipo “vai com calma, por favor”, mas as palavras travaram na garganta. Ela pegou uma camisinha no meio daquela bagunça e vestiu o pau com rapidez — a naturalidade de quem já sabia muito bem o que estava fazendo.
Depois esfregou a rola na porta do meu cu, duas vezes, como se marcasse território, até mirar bem no centro e forçar a entrada.
A sensação foi brutal. Era como se ela estivesse afundando dentro de mim, não só entrando. A dor veio forte. Me levantei na hora e disse que assim não ia dar. Ela apenas riu, um riso leve, quase maternal, como quem ri da travessura de uma criança.
Sem dizer nada, pegou o lubrificante. Passou generosamente no pau e depois esfregou em mim, enfiando dois dedos com firmeza, girando lá dentro. Meu corpo estremeceu. Eu já estava de quatro outra vez. Meu pau, duro e pulsante, vibrava com a expectativa. Levei a mão até ele, mas outra mão interceptou a minha.
— Nããão… hoje tu vai gozar só com o cu.
Ela encostou a cabeça do pau na entrada e pediu pra eu ir no meu tempo. Fui empinando devagar, sentindo meu cu engolir aquela rola agora escorregadia. Diferente do que imaginei: não era uma dor aguda, era um alargamento constante, quente, como se meu corpo estivesse sendo moldado pra ela.
Fui descendo até sentir minha bunda colar na virilha dela. A ponta tocava um fundo que eu nem sabia que existia. Doeu um pouco, mas não o bastante pra querer parar. A sensação era essa: se fosse um milímetro mais grosso, eu rasgava. Mas ali, no limite, era prazer puro — o corpo se abrindo pra algo que nunca conheceu.
Ficamos assim por uns instantes. Olhei meu reflexo: suado, rosto vermelho, boca entreaberta, ofegante… quase gemendo. Ela, atrás de mim, firme, me encarava no espelho. Agarrava minha cintura como se estivesse domando algo. Ou cuidando de algo.
Então, tirou o pau devagar, até a ponta quase escapar… e meteu de novo com força. A cabeça bateu no fundo e me arrancou um gemido instintivo, involuntário. Daí pra frente, ela começou a meter com mais velocidade — e eu gemia a cada estocada. O prazer aumentava, se espalhava, crescia.
Sentia o saco dela bater em mim, fazendo aquele som molhado, pele contra pele. Estava completamente entregue.
Em um momento, ela me abraçou por trás, colando o corpo no meu. Senti o calor dela, o cheiro misturado de suor e perfume barato. A respiração dela ficava mais curta, mais urgente. As mãos, antes firmes na minha cintura, agora se cravavam nos meus ombros. O ritmo acelerou de novo — e percebi que, daquele jeito, eu ia gozar em pouco tempo.
Mas ela chegou lá primeiro.
Com um último gemido rouco, ela se estremeceu inteira, parou — e permaneceu encaixada em mim.
— Que delícia… gozei.
Ela se desplugou com cuidado e caiu de costas na cama, sorrindo, ofegante. A camisinha estava cheia de porra.
Mas eu não tinha gozado. E reclamei.
— É isso que acontece quando tu goza antes da menina, viu? Tira a mão daí. Hoje é como se tu nem tivesse pau.
— E agora?
— Agora tem que esperar, né, amor? E não vem fazer beicinho.
Tudo era estranho. Ficar de quatro, de costas pra ação. Ficar imóvel enquanto o outro se move como quer. Suportar sem saber quando — ou se — vai doer. Esperar o desejo do outro florescer de novo, como se eu fosse só corpo, à disposição.
Era tudo novo. Louco. E eu queria mais.
Ela sabia disso — e se divertia. O prazer dela era, em parte, me ver assim: inquieto, excitado, faminto, impotente diante do próprio desejo.
Enquanto minha mente se revoltava em silêncio, vi que o pau dela começava a amolecer. Meia bomba. Aquele corpo que há pouco me invadia com fúria, agora repousava com indiferença. O meu pau, por outro lado, continuava duro feito rocha, latejando de ansiedade.
Então decidi provocar.
Comecei beijando sua boca, depois fui descendo até o pescoço, onde deixei minha respiração quente. Ela suspirou. Depois chupei os seios com vontade, lambendo e mordiscando os mamilos duros. Sentia o corpo dela se arrepiar, e logo o pau voltou a endurecer — pulsando entre nós, ressuscitado.
Por um instante, ela me olhou de um jeito diferente. Um olhar quase doce… parecia até que queria que eu a comesse agora. Que eu invertesse os papéis e mostrasse o meu lado selvagem.
Mas esse não era o combinado.
Ela se levantou da cama, ainda suada, e remexeu entre roupas e objetos até encontrar outra camisinha. Rasgou a embalagem com os dentes, vestiu o pau com destreza, passou mais lubrificante, e veio até mim. Deitou minhas pernas sobre os ombros com firmeza — e me olhou com intensidade.
Sem aviso, enfiou tudo de uma vez no meu cuzinho.
A dor foi aguda, repentina. Soltei um gemido curto, meio grunhido. Mesmo já meio arrombado, meu rabo reclamou. Mas também vibrou. A dor e o prazer dançavam juntos, e era impossível separá-los.
Ela começou a meter com força, de novo.
E eu queria que nunca parasse.
Soltei um grito alto e tentei me soltar, mas ela me segurou com força. Estava por cima, pressionando meu corpo com o peso do dela, dominando cada tentativa minha de fuga. Era como se estivesse montada num animal selvagem, prestes a domá-lo. E, de certo modo, era exatamente isso.
Ela me enfiava fundo, com vontade, enquanto dizia entre dentes:
— Geme, sua putinha. Mostra que gostou de ser feita de mulher.
Me enchia de desaforos, me rebaixava — e aquilo, por mais absurdo que parecesse, me deixava ainda mais entregue.
A dor começou a ceder. Não porque diminuía, mas porque eu parei de resistir. Aceitei. Entreguei. E, de repente, era como se eu sempre tivesse sido dela.
Agora eu era a cadela. Ela, o macho alfa.
Minha mente ainda tentava entender o que estava acontecendo, mas meu corpo já havia decidido: aquilo era delicioso. Eu queria mais. Queria que nunca acabasse. Estava sendo arrombado por uma travesti impiedosa, que encarnava todas as vinganças que o universo devia às minhas ex-namoradas.
Sentia cada centímetro do pau dela me abrindo, me moldando. Suas bolas batiam com força no vale da minha bunda, num som úmido, ritmado. Um som animalesco. Primitivo.
E então aconteceu.
Senti meu cuzinho contrair. Meu pau, latejante e intocado, começou a pulsar — e jatos de porra explodiram de mim como se estivessem sendo arrancados da alma. A gozada foi violenta. Tão intensa que parte do esperma me atingiu o peito, o rosto, os cabelos. Estava suado, arfante, com os olhos virando pra trás. Gozando como nunca. Gozando como ninguém.
Ela percebeu.
Aumentou ainda mais as estocadas, agora mais cruas, desesperadas. Gemeu alto. E então, num gesto rápido, puxou o pau de dentro de mim, arrancou a camisinha, e mirou o canhão para o meu rosto. Em segundos, senti o jato quente da porra dela explodir bem no meio da minha cara. Parte entrou no meu olho. Parte escorreu pela boca.
Ela riu, ofegante.
— Limpa meu pau com tua boquinha.
Obedeci. Chupei aquele pau coberto de gozo como se fosse um ritual sagrado. Lambi cada gota, senti o gosto salgado, espesso. Engoli um pouco. Suguei até o último vestígio de leite sair.
Depois disso, ficamos deitados, lado a lado, tentando recuperar o fôlego. O coração batendo ainda acelerado. Ela me acariciava o peito com as unhas pintadas, sorrindo.
— Foi uma delícia te comer, sabia?
E eu sabia que era verdade.
Sabia também que eu nunca mais seria o mesmo depois daquilo.