No meu grupo de amigos, sempre fui o último em todas as coisas que os homens cantam vantagem – o último perder “BV”, o último a transar, o último a namorar. Achava muito incômodo, inclusive, quando tentavam me forçar a estar com uma situação que não me sentia à vontade. E quando namorei, não foi como esperava. Bianca era linda, inteligente e bem-humorada, mas éramos mais amigos do que namorados. “𝘊𝘢𝘤𝘢, 𝘦𝘶 𝘢𝘤𝘩𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘷𝘰𝘤ê 𝘱𝘳𝘦𝘤𝘪𝘴𝘢 𝘴𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘳 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘦𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘶 𝘵𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘢”, disse Bia em uma de nossas últimas conversas como namorados. “𝘐𝘯𝘥𝘦𝘱𝘦𝘯𝘥𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘷𝘰𝘤ê 𝘲𝘶𝘪𝘴𝘦𝘳, 𝘦𝘶 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘢𝘲𝘶𝘪 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘴𝘶𝘢 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘢, 𝘢𝘤𝘪𝘮𝘢 𝘥𝘦 𝘵𝘶𝘥𝘰!”, completou.
Depois de refletir por dias sobre aquilo, Bia me chamou para sairmos. Achei estranho, mas ela disse que eu não me arrependeria. Fomos a uma boate no centro da cidade. Quando cheguei, vi um público diferente do que estava habituado a conviver – homens ficando com homens, mulheres com mulheres, além dos casais héteros. Estávamos em uma balada LGBT, mas apesar de tudo que meus amigos falavam, eu me sentia bem, livre e meu coração palpitava vendo aquele cenário de liberdade. Com todas aquelas sensações, eu começava a entender o que Bianca havia me dito. Entramos, peguei duas cervejas e nos sentamos em frente ao bar. Conversamos como melhores amigos que não se encontravam há um tempo. Algum tempo depois, ela avistou alguém conhecido. “𝘓𝘶𝘢𝘯, 𝘲𝘶𝘦𝘳𝘪𝘢 𝘵𝘦 𝘢𝘱𝘳𝘦𝘴𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳 𝘮𝘦𝘶 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘰 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘵𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘦𝘪...”, disse ela piscando pra mim. “𝘝𝘰𝘤ê 𝘲𝘶𝘦 é 𝘰 𝘊𝘢𝘳𝘭𝘰𝘴, 𝘦𝘯𝘵ã𝘰? 𝘈 𝘉𝘪𝘢 𝘮𝘦 𝘧𝘢𝘭𝘰𝘶 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘣𝘦𝘮 𝘥𝘦 𝘵𝘪 𝘦 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢 𝘴𝘦𝘪 𝘱𝘰𝘳 𝘲𝘶ê!”, disse Luan, me olhando dos pés a cabeça. Pela primeira vez em muito tempo, um arrepio tomou conta de meu corpo.
Conversamos um pouco. Ele saiu por instantes e, então, questionei Bia: “𝘔𝘦 𝘢𝘫𝘶𝘥𝘢 𝘢 𝘦𝘯𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘳 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘵á 𝘢𝘤𝘰𝘯𝘵𝘦𝘤𝘦𝘯𝘥𝘰?”. “𝘚𝘦𝘫𝘢 𝘷𝘰𝘤ê, 𝘊𝘢𝘤𝘢. 𝘌 𝘵á 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘣𝘦𝘮!”, disse ela com um sorriso no rosto, como se soubesse daquilo há muito tempo. Luan nos chamou para ir a pista dançarmos. Eu apreciei aqueles momentos, como não havia curtido nada igual. Bia estava em minha frente, quando senti uma mão tocar minhas costas e subir até meu pescoço. Uma sensação diferente tomou conta de mim quando percebi que era Luan atrás de mim. Olhei nos olhos dele, que mordia os lábios e passava as mãos sobre meu corpo. Beijei-o com uma vontade que nunca tive quando namorava Bianca.
“𝘉𝘐𝘈𝘕𝘊𝘈!”, gritei em desespero, imaginando o que ela pensaria. Quando a encontrei no meio daquela multidão, ela sorriu e me abraçou: “𝘦𝘶 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘤𝘪𝘮𝘢 𝘥𝘦 𝘵𝘶𝘥𝘰, 𝘦𝘶 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘳𝘪𝘢 𝘢𝘲𝘶𝘪 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘴𝘶𝘢 𝘢𝘮𝘪𝘨𝘢!”. Bia já sabia, Luan sabia. Só eu não. Eu precisava me descobrir. Tudo aquilo era muito diferente. Eu finalmente descobri o que era tesão, quando Luan me abraçou e sugeriu que fossemos à sua casa. Assim que chegamos lá, não aguentei a espera. Agarrei-o contra a porta de entrada. Era o melhor beijo de minha vida. Suas mãos passeavam sobre meu corpo. Ele estava perdido entre buscar a chave em seu bolso e apertar meu bumbum. Assim que entramos, fomos direto ao quarto. Ele tirou minha camiseta e beijava cada centímetro do meu corpo, que se arrepiava. Beijou meu pescoço, lambeu meus mamilos e me arrancou o primeiro gemido: “𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘦𝘭í𝘤𝘪𝘢!”. Ajoelhou em minha frente, tirou minha calça e me olhando nos olhos, colocou meu pau todo dentro de sua boca. Tirei o resto de minha roupa e sentei-me na cama. O vi se despindo em segundos para que se deitasse sobre mim. Eu adorei aquela sensação de pele na pele. Estava em êxtase, me sentindo liberto.
Nos beijamos durante minutos, aproveitando ao máximo aquele momento. “𝘝𝘰𝘤ê 𝘲𝘶𝘦𝘳 𝘵𝘦𝘯𝘵𝘢𝘳?”, me perguntou Luan, passando seu dedo em meu cuzinho, me deixando melado. “𝘛𝘦𝘯𝘩𝘰 𝘮𝘦𝘥𝘰 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘰𝘴𝘴𝘢 𝘥𝘰𝘦𝘳”, respondi. Ele voltou a me chupar, massageando a entrada de meu ânus. Senti um dedo entrar em mim, senti dois dedos entrarem. O tesão era tanto que em segundos, senti Luan pulsar dentro de mim. A dor não existia, porque eu já queria sentir aquilo há muito tempo. Meu corpo pedia, minha cabeça aceitou. Luan me tinha por inteiro. Queria eternizar aquele momento. Cheguei ao orgasmo enquanto ele me penetrava e tocava meu pau de forma sutil. Ele, por sua vez, não gozou. Perguntei se não queria aliviar e ele respondeu: “𝘩𝘰𝘫𝘦 𝘢 𝘯𝘰𝘪𝘵𝘦 é 𝘵𝘰𝘥𝘢 𝘴𝘶𝘢, 𝘥𝘢 𝘴𝘶𝘢 𝘥𝘦𝘴𝘤𝘰𝘣𝘦𝘳𝘵𝘢. 𝘌𝘶 𝘢𝘤𝘩𝘦𝘪 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘱𝘦𝘯𝘢𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘴𝘢𝘳í𝘢𝘮𝘰𝘴. 𝘔𝘢𝘴 𝘧𝘪𝘻 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘯ã𝘰 𝘧𝘢𝘻𝘪𝘢 𝘩á 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘵𝘦𝘮𝘱𝘰”.
Me senti especial. Queria tornar aquela ocasião mais especial ainda. Enquanto estava deitado do meu lado, o beijei, masturbando-o até que gozasse. Eu me apaixonei pelo seu olhar, me apaixonei pelo seu beijo, pelo seu toque e pelo seu corpo. Estou apaixonado desde que nos conhecemos. Bianca era mesmo minha melhor amiga. E seria, em alguns anos, minha madrinha de casamento. Eu conheci naquela noite, meu verdadeiro eu e meu marido maravilhoso.
