Confissões fora de ordem, versão 1.10: No cinemão ninguém é de ninguém

Um conto erótico de Confissões Eróticas
Categoria: Gay
Contém 527 palavras
Data: 23/07/2021 15:09:31

Não é um cinemão só: os meus relatos se passam em vários cinemões em várias cidades em que vivi e que visitei. Cada um é de um jeito, mas o prazer é garantido.

Até por volta do ano 2000 eu tinha uma boa experiência em saunas, mas passava longe dos cinemas de sexo (exceto uma ida na adolescência, que foi só para ver o filme) que já então eram considerados caídos e anti-higiênicos.

Então, numa tarde de sol de feriado, passei na porta de um cinema de que já tinha ouvido falar e entrei para conferir: não ia tirar pedaço. De fato, o filme era mal projetado, as instalações precisavam de uma manutenção, o cheiro era de mofo e o público era mais avançado na idade... de modo que um garotão com tudo no lugar, que era mais ou menos como eu era, parecia tudo que os coroas queriam. Tudo com cara de paizão de folga, mais ainda do que nas saunas.

Driblei os avanços dos sujeitos e saí meia hora depois para ir a uma sauna num bairro vizinho que eu ainda não conhecia (meti no rabo de um branquinho da minha idade; nada memorável), mas decidi dar uma chance aos outros cinemões da área.

Foi assim que eu conheci o maior antro de perdição imaginável, que não fechava nunca e atraía público variadíssimo a qualquer hora. Duas salas grandes, com filmes héteros e gays, mas quem se importava com os filmes? O negócio era ir para as darkrooms ou para os banheiros, entregar-se ao prazer, fumar descansando nas poltronas (onde também podia rolar muita coisa) e voltar ao fervo no escurinho.

Era um território livre para o sexo entre homens (nunca vi uma mulher lá), com baixo nível de frescura.

Já estava ficando com um corpo legal, e com um pau grosso e muito vigor da juventude, eu sempre arrumava muita companhia. Uma vez a coisa foi tão doida que deixei cair minha camiseta na darkroom e só fui dar por falta quando já tinha saído e estava na rua.

Visitei vários outros cinemões, grandes e pequenos, novos e velhos, mas quase todos eram repletos de velhos babões, travecos e GPs inconvenientes. Tal e qual, não encontrei igual. Fiquei com aquela saudade desse império do sexo quando, em outra cidade, pesquisei os locais de pegação e recebi a indicação de um cineminha discreto e bem frequentado. Em uma noite qualquer, fui lá conferir. Realmente, era um lugar pequeno e confortável. Povo mais velho e mais animado do que eu imaginava, porém cheguei meio tarde e muitos já tinham ido embora. Dos que ficaram, achei um garoto de uns 22 anos no máximo, branco, todo gostosão; parecia um militar fazendo hora extra de GP, ou um GP imitando militar, sei lá. Só sei que, naquela hora, o que ele queria era brincar muito. Encostei o garoto na parede da darkroom improvisada e o agarrei deliciosamente. Ou será que ele é que me agarrou?

Saí de lá aliviado e satisfeito depois de uma foda louca em que não deu tempo nem de perguntar o nome do parceiro. E prometi que ainda voltaria muitas vezes àquele pequeno cinemão.

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