Borboletas sempre voltam II Capítulo 23

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 4181 palavras
Data: 21/06/2021 23:12:48
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 23

_ Quem bom que você veio, Matheus!_ exclamava dona Chiquinha, abraçando Matheus, sem levantar da cadeira, quando ele se curvou para abraçá-la.

Ela ficou feliz ao perceber que Patrick não estava mais tenso. Matheus a parabenizou pelo aniversário.

_ Eu pensei que não viesse. A Renatinha disse que você estava cansado por causa do trabalho.

_ Eu estava mesmo cansado, dona Chiquinha, mas bateu uma saudade do meu amorzinho. Aí decidi vir._ Matheus dizia acariciando o rosto sorridente de Patrick. Ambos tinham brilhos nos olhos.

_ Você é muito sortudo, Matheus. Você não tem um companheiro, tem um tesouro. Esse menino vale ouro, viu. Cuide bem dele.

_ Eu vou cuidar. Prometo que vou cuidar muito bem do meu príncipe._ Matheus disse beijando a mão de Patrick.

Dá outra mesa, Rose apontava para o casal, mostrando a Renata.

_ Olha, amiga! O Matheus acabou tomando vergonha na cara e veio.

_ Eu estou por aqui com o Matheus. Não estou gostando nada do jeito que ele está tá tratando o Patrick. O menino é tão bonzinho! Não merece as patadas do meu filho. Mas, Matheus que me aguarde. Vou chamar ele no esporro legal!

_ Hum! Tô te estranhando, hein Renata! Justo você que vive mimando esse menino!

_ Tudo tem limites, Rose. Eu já vi o meu filho namorar e ficar com outros meninos e posso te garantir que nenhum ele amou como ama o Patrick. Nem o mesmo o Jonas, que ele achava que amava, quando, na verdade, era paixão. Com o Patrick é diferente. Ele ama de verdade e eles vivem uma relação saudável. É um amor que faz bem, Rose. Olha, eu te garanto que se o Matheus perder o Patrick, ele não vai aguentar.

_ Eu também sei que eles se amam. É um tipo de amor que se ama uma vez na vida. Mas, não há amor que aguente o temperamento difícil do Matheus. Espero mesmo que ele mude, porque torço pela felicidade dos dois.

O casal permaneceu na festa por mais uma hora. Patrick percebeu que o marido estava cansado e sugeriu que fossem para a casa.

_ Você tem certeza, meu amor? Por mim a gente fica o tempo que você quiser.

_ Eu quero ir pra casa._ Patrick afirmou dando um selinho em Matheus.

Matheus se aconchegou por baixo do edredom , abraçando Patrick, que leveu um leve sustinho, ao sentir as mãos geladas do marido sobre a sua pele.

_ Aí, amor! Suas mãos estão geladas!

_ Faz elas ficarem quentinhas._ Matheus disse dando um beijo no rosto de Patrick.

A TV estava ligada na série Alf, o eteimoso e chuva caia feroz do lado de fora.

_ Que porra de série é essa?

_ Alf, o eteimoso. É uma série dos anos 80. Eu sempre assisto antes de dormir.

_ Mais uma porcaria para a sua coleção de gosto de séries ruins. Será que essa é pior do que Friends?

_ Ah, principe, você não se atreva a falar mal de Friends, que eu peço o divórcio.

_ Mas é um ruim mesmo!

_ Não é nada! Você é que não entende nada de série. Falando nisso...príncipe, eu sonhei que tinha virado hétero e me casado com a Mônica.

_ Casal perfeito. Dois chatos com limpeza. Mas, aí, quer dizer que o meu veadinho, sonhou que tava comendo boceta? _ Matheus pos o dedo debaixo do queixo, fazendo uma pose como se tivesse pensando._ E aí? Será que eu vou ter que transformar o meu pau numa xoxota e pintar o meu cabelo de preto pra poder te reconquistar?

_ Babaca!_ Patrick disse sorrindo e o abraçando pelo pescoço.

Matheus virou de lado e o beijou. Acariciava o seu rosto, enquanto saboreava a sua boca.

_ Hum! Que beijinho gosotoso, hein vidinha! Quero mais!_ o puxou novamente para outro beijo. Desta vez, com as mãos, mais aquecidas, Matheus pôs as mãos por baixo da blusa de Patrick, acariciando os mamilos.

Com a sensibilidade aflorada, Patrick gemia, tendo uma ereção.

Sentiu a mão do marido no seu pau e a seu pescoço sendo beijado. Fez o mesmo, pondo a mão no pênis de Matheus.

_ Eu te quero todinho pra mim hoje. Pode ser?

Patrick respondeu concordando com a cabeça, antes de ganhar outro beijo.

Conforme era beijado e as mãos de Matheus passeavam pelo seu corpo, Patrick foi deitado na cama e o loiro ficou por cima.

_ Quer me comer ou quer me dar?

_ Eu quero te dar. Mas, vai devagar?

_ Pode deixar. Vou te comer com tanto carinho que você vai se sentir uma donzelinha. _ Matheus dizia com um sorriso tão doce, que aqueceu o coração do marido.

Um arrepio tomou conta do seu corpo quando sentiu Matheus retirar a sua blusa e beijar a sua barriga, enquanto tocava com a ponta dos dedos em seus mamilos, num movimento giratório. O loiro ergueu a cabeça em busca da boca do marido para um beijo longo e molhado. Beijo esse, que foi finalizado com uma mordidinha no lábio inferior de Matheus.

Ergueu o pescoço para o lado, facilitando para que Patrick o beijasse, sentindo o seu corpo arder em desejo.

Despiram-se entre beijos e carícias. Suas mãos e bocas saboreavam os seus corpos. Seus membros estavam rígidos, desejosos um do outro.

Matheus ajudou Patrick a ficar deitado de lado, ele se deitou ao seu lado com a cabeça em direção aos seus quadris. Sentiu o pau ser segurado delicadamente pelas mãos do ruivo, e a ponta da cabeça do pênis ser beijada, antes de ser engolida. Matheus fez o mesmo e ambos se deliciavam no sexo oral.

Patrick tremeu de nervoso, quando percebeu que sua ereção havia finalizado antes do tempo. Mais uma vez, se sentiu envergonhado.

_ Me desculpe, amor! Me desculpe!_ disse quase choroso.

Matheus deitou em seu peito e beijou os seus ombros, em seguida acariciando o seu rosto, afastando a franja da testa. Olhava-o com ternura.

_ Eu não sei o porquê isso acontece comigo! Será que nunca mais vou ter uma ereção decente?

_ Claro que vai, meu bem. Eu vou marcar uma consulta para cuidarmos disso.

_ Eu só queria te dar prazer.

_ Mas, você me dar prazer! Você é muito gostoso! Eu estou fervendo aqui._ Matheus o beijou._ Eu não quero que se preocupe com nada. Relaxe, que vou meter gostoso nesse cuzinho.

Matheus o virou de costas, pondo duas almofadas por baixo dos quadris de Patrick, para que o seu bumbum ficasse arrebitado. Beijou-o, lambeu e acariciou. Abriu as abas, beijando a rodelinha, fazendo Patrick gemer. Em seguida, deslizou a língua pelas bordas e aprofundou se movimentando, enquanto tocava no próprio pau.

O ruivo se retorcia, gemendo e mordendo lábio, apertando a fronha com as mãos. Vibrou ao sentir o gelado do lubrifante e Matheus entrando em si. O loiro movimentava os quadris sentindo o pau ser contraídos naquele buraco quente e apertado.

Há meses não sentia o sabor do corpo do marido e ia à loucura a cada estocada.

_ Vai com mais força!

_ Tem certeza?

Patrick concordou com a cabeça. Matheus deitou sobre as costas do ruivo, pondo os braços por baixo das axilas dele. Enquanto metia num ritmo frenético, beijava o pescoço do companheiro e deslizava a língua sobre a sua orelha. Patrick estava totalmente entregue ao companheiro. Sentia uma alegria, que não sentia há tempos e que imaginou que jamais voltaria a sentir.

_ Eu te amo! Você é perfeito!

As palavras de Matheus o envaidecia. Sentia-se orgulho de si mesmo por ser ainda capaz de dar prazer ao marido.

Matheus decidiu mudar de posição. Virou o companheiro de barriga para cima e se beijaram novamente. Pôs as pernas imóveis de Patrick em seus ombros, e esfregava a ponta do pau melado na porta do cuzinho lubrificado marido.

_ Aaaaa, Matheus! Aaaa que delícia!_ o ruivo dizia com os olhos fechados e a cabeça inclinada para o lado.

Ver Patrick sentindo prazer o deixava extremamente feliz. Seu coração batia acalentado e seus olhos brilhavam felicidade porque o outro estava feliz.

Seu pau deslizou com um pouco de dificuldades, devido ao aperto, que Matheus desconfiava que Patrick fazia propositalmente para ssduzi-lo. Sentia o seu pau pulsando dentro do marido e metia, enquanto os seus olhares se encontraram um irradiando carinho ao outro.

Patrick sorriu sentindo a quentura do esperma do marido dentro dele e o beijou.

_ Ah, eu te amo, Matheus!

Matheus deitou com a cabeça em seu peito, recebendo um cafuné. Sentia, em silêncio, as batidas do coração do marido, e isso o trazia uma sensação de paz e aconchego. Entrelaçou os seus dedos entre os de Patrick e beijou a sua mão.

_ Você me perdoa?_ disse olhando para Patrick, apoiando o queixo em seu peito.

_ Eu já não disse que sim?

Matheus acariciou o queixo do ruivo com a ponta do dedo polegar.

_ Eu sinto muito por tudo que te disse. Por não ter te protegido naquela noite.

_ Amor, você não podia evitar. Eu não quero te ver triste, carregando uma culpa que não tem. Sabe, essa semana, a minha terapeuta me disse que o passado é algo que não podemos mudar. Ele já aconteceu. Mas, podemos escolher se ele vai interferir na nossa vida atual ou não. Eu não quero que essa tragédia continue me fazendo mal e que te faça mal também.

"Hoje foi difícil ir àquela festa e estar em público novamente. Amor, eu senti um pânico horrível. Mas, eu não quero que isso aconteça sempre. Eu pensei em voltar a fazer a pós graduação. Quero dar continuidade a minha vida. Eu sei que não temos dinheiro agora, mas futuramente...quem sabe?"

Matheus deitou ao seu lado e o abraçou.

_ Eu vou dar um jeito de pagar. Nem que eu dê mais aulas extras.

_ Eu não quero que você se mate de trabalhar. Você anda muito cansado para ter mais uma carga de trabalho. Eu falei com a Olívia e ela me disse que vai pintar um freela pra mim. É algo que posso fazer em casa mesmo. E daqui a pouco, eu vou conseguir me aposentar. A sua mãe me garantiu que o advogado está cuidando de tudo.

_ Okay. Enquanto a sua aposentadoria e o seu trabalho não pintam, eu vou pagando. Mas, eu vou te levar e te buscar na faculdade. Ainda não me sinto seguro de te deixar sair sozinho.

"Mudando de assunto, meu bem, o seu aniversário está chegando. O que quer de presente?"

Patrick sorriu e o beijou.

_ Você vai me dar o que eu quiser?

_ Te dou a lua se você pedir.

_ Vai me dar mesmo? Sem resistência?

_ O seu desejo é uma ordem.

_ Eu quero que você faça terapia.

Matheus o olhou espantado diante do pedido inesperado.

_ Você tá brincando, né?

_ Eu não! Esse é o meu presente, que você prometeu que não me recusaria.

_ Mas, amor, eu tava pensando em te comprar qualquer coisa que te alegrasse.

_ Nada mais me alegra do que a sua felicidade. Você precisa de ajuda. Está sofrendo e amargurando uma culpa que não é sua. Tenta se manter forte o tempo inteiro, pensando que me esconde o seu sofrimento. Mas, o sinto Matheus! Estamos conectados pela força do amor. Eu sei que você sofre e eu não quero que isso aconteça. Por favor, não me negue esse presente? A terapia está me fazendo tão bem. Quero que te faça também.

_ Você não existe!_ Matheus dizia emocionado, ao perceber que Patrick não era tão frágil como ele imaginava. Ao contrário, Patrick era forte a sua maneira.

Matheus abriu os olhos aos poucos. Percebeu a porta se abrindo, e Patrick entrando com uma bandeja com o café da manhã na cadeira de rodas. Pulou da cama para ajudá-lo.

_ Oh, minha vida! Por que não me acordou para me dizer que tava com fome? Eu prepararia o café da manhã pra você, meu rei.

_ Eu quis fazer uma surpresa! Quero cuidar do meu maridinho._ Patrick o beijou, envolvendo os seus braços no ombro de Matheus._ O meu dia da semana favorito é domingo. É o dia que você está em casa e eu posso te curtir bastante. Hoje o dia está uma delícia! Friozinho e chuvoso! Do jeito que eu gosto.

Patrick disse sorrindo, fechando os olhos. Matheus pôs as mãos na sua face e o beijou.

Passaram o dia abraçados, deitados na cama assistindo séries e filmes, comendo pipocas e fazendo amor.

Bruno

Rose esfregava as mãos aflita. Desde que soube do ocorrido por Olivia e Jonas, ela não sabia o paradeiro de Bruno. Todos tentavam ligar para o seu celular, que dava caixa postal.

Rose e Jonas ligaram para todos os amigos e colegas de trabalho do jornalista, vasculharam vários lugares da cidade a sua procura e chegando a registrar uma ocorrência na delegacia.

O domingo foi longo e torturante para Rose, que imaginava que alguma tragédia aconteceu com o seu filho.

A preocupação com o Bruno se estendia aos amigos e parentes. Renata estava extremamente preocupada.

_ Eu tenho pra mim que não aconteceu porra nenhuma. Isso aí é frescura da bicha, que quer fazer draminha só porque levou um par de chifres do meio da cara. Quando ele fez isso comigo, eu não reagi dessa forma tão ridícula. Logo eu, que todos me chamam de infantil._ Matheus dizia sentado no sofá, com o braço no ombro de Patrick, segurando a sua mão e indignado com a atitude de Bruno.

_ Oh, meu filho, eu sei que você não gosta do seu primo, mas vê se não faça esse tipo de comentário quando a sua tia estiver aqui. Vamos ter mais respeito por ela.

_ Mãe, é lógico que eu respeito a minha tia! Ao contrário do Bruno, que é um irresponsável, que desaparece deixando a mãe aflita, só pra fazer gracinha pro Jonas. Ah, vá pra puta que pariu!

_Amor, e se não for isso? E se realmente aconteceu alguma coisa com o Bruno? Pelo que a Olívia disse, ele saiu da festa transtornado e ainda pegou no volante.

_ Que nada, vida! Se tivesse acontecido algum acidente, todo mundo já estaria sabendo. Notícia ruim chega rápido. Isso aí é frescura do veado! Iiiih! Eu não tenho paciência!

Rose não conseguiu comer e dormir devido à preocupação. Passou a noite em claro, aos prantos. Pela manhã, decidiu que não iria à loja para ficar à espera de Bruno, caso ele aparecesse em sua casa.

Quando o dia estava amanhecendo naquela segunda-feira fria e nublada. Rose levantou da cama vestida com o sua camisola rosa de cetim, enrolada numa manta para se aquecer do frio e preparou uma xícara de café. Sentou no sofá olhando para a janela que dava a visão para o portão torcendo para que Bruno surgisse.

O seu corpo foi vencido pelo cansaço e cedeu ao sono, sentada no sofá.

Alguns minutos depois, acordou com o coração acelerado, ao ouvir o barulho do portão de grades se abrir e os latidos festivos do cachorro.

Correu para o portão, despejando tapas no filho.

_ Seu pilantra! Como você some e me deixa aflita desse jeito?! O que você tá querendo? Me matar do coração?

_ Me desculpa, mãe? Eu nem sei o que fazer._ Bruno dizia com os olhos vermelhos e inchados, que Rose deduziu que estavam naquele estado de tanto chorar. Ela sentiu uma dó tão forte, que o tomou em seus braços num abraço forte.

_ Oh, meu amor! Onde você esteve? O que aconteceu, meu bem?

Bruno explicou que, depois que soube da traição do marido, dirigiu sem rumo pela cidade, indo parar numa praia, onde passou a noite chorando. Como não queria ver Jonas, decidiu se hospedar num hotel por um dia.

_ E por que você não veio pra cá, menino?

_ Eu sei que ele viria até aqui para me procurar. E eu temia que você me obrigasse a conversar com ele, como fez da outra vez.

_ Uma hora vocês terão que conversar. Isso tem que ser resolvido. Vocês são um casal!

_ Não somos mais! O nosso casamento acabou!

_ Bruno, você está de cabeça quente! Precisa se acalmar para não tomar decisões precipitadas e se arrepender depois! Você sabe que ama o Jonas.

_ Você não entende a gravidade da coisa? O Jonas me traiu dentro da minha própria casa! Não há amor que sustente uma decepção dessas, mãe! Eu não quero ver o Jonas! Posso ficar aqui?

_ Claro, meu menino! Esta casa é tão sua quanto minha.

_ Mas, eu não quero ver o Jonas! Não quero ser obrigado a falar com ele.

_ E não será! Se você não quer falar com o Jonas agora, não será obrigado a isso. Pensando bem, é até melhor que vocês não se encontrem mesmo. Nervosos do jeito que estão, não haverá conversa e sim brigas, e isso não é bom pra ninguém.

"Meu amor, vamos entrar. Você toma um banhozinho e eu vou preparar alguma coisa pra você comer."

_ Eu vou pra redação. Preciso ocupar a minha cabeça com o trabalho.

_ Não vai não! Você está um bagaço. Está na cara que não dormiu e nem comeu direito. Precisa descansar. Eu também não vou à loja. Vamos, amor.

Desde a morte do Gustavo, Rose deu uma guinada na sua vida. Ela vendeu a casa em que vivia com ele e foi cenário de muitos momentos ruins que passou ao lado do marido. Com o dinheiro, comprou um novo imóvel pequeno e modesto, porém bonito e confortável. Com a ajuda do filho, abriu uma pequena loja de roupas femininas, que vendia a preço populares. E, também, pode realizar o seu sonho de fazer um curso para ser massagista.

Trabalhava por conta própria, tendo como clientes muitas mulheres ricas e de classe média alta. Rose sempre dispensava os homens, devido aos assédios sexuais, que recebia no início da carreira. Ela atendia as clientes pela manhã e à tarde ia à loja para fiscalizar o trabalho da vendedora.

Aproveitou a sua habilidade profissional para fazer uma massagem no filho, após esse ter tomado banho e ter sido obrigado por ela a comer um sanduíche de frango.

Bruno relaxou deitado da cama macia e confortável da mãe, sentindo suas costas serem massageadas.

_ Mãe, você tem mãos de fada!

_ Apesar de você ter trinta e cinco anos, ainda o vejo como o meu menininho. Você deveria ter me procurado e não se escondido como um foragido. Devia sim ter corrido para o colo da mamãe.

Bruno acabou adormecendo, devido as massagens recebidas.

Rose deitou ao seu lado e tentou fazer o mesmo, mas foi despertada pelo barulho do celular. Era uma notificação de uma mensagem de Jonas, que estava desesperado querendo saber se ela já tinha notícias de Bruno.

Rose não teve coragem de mentir para o genro, se compadecendo do seu estado emocional.

"Jonas, ele chegou aqui agora de manhã e está dormindo."

Jonas estava tão tenso, que não conseguia digitar corretamente. Resolveu mandar um áudio.

_ Rose, você não sabe o quão aliviado estou de saber que ele está aí e bem. Eu preciso falar com ele. Meu coração tá destruído.

Rose levantou da cama e foi até a sala para mandar um áudio para Jonas, sem incomodar o filho.

_ Jonas, o negócio é seguinte: Bruno não quer te ver e tem todo direito de não querer isso. O meu filho chegou aqui arrasado, chorando muito. Ele está descansando. É melhor vocês se falarem um outro dia.

Jonas estava aflito demais para esperar para falar com o marido. Temia perdê-lo e foi dirigindo até a casa da sogra, passando por cima das suas recomendações.

Bruno acordou assustado, com os gritos de Jonas no portão da casa, chamando por seu nome.

Furiosa por ser desobedecida, Rose levantou da cama como um furacão, indo para a rua vestida apenas de camisola.

_ Eu não te falei para não aparecer aqui?! O que você tá querendo? Arrumar ainda mais confusão?!

_ Eu não quero confusão nenhuma, Rose! Eu só quero falar com o meu marido! Eu preciso falar com o Bruno!

_ Não vai falar coisa nenhuma! Bruno precisa descansar! Volta outro dia!

_ Pode deixar, mãe! Eu vou falar com ele.

Rose olhou para trás e viu Bruno na soleira da porta de casa, encostado na parede com os braços cruzados.

_ Você tem certeza, Bruno? Eu não quero barracos aqui dentro! Você sabe que eu odeio essas coisas.

_ Eu também odeio barracos! Não sou de me rebaixar a esse nível por ninguém. Muito menos por um homem que não vale a pena. Só aceito conversar com ele para que ele não me perturbe mais.

_ Tudo bem. Entre, Jonas! Conversem lá dentro, porque esses vizinhos são muito fofoqueiros.

Rose abriu o portão para que Jonas entrasse. Eles caminharam para a sala.

_ Eu vou deixar vocês dois conversarem à vontade. Você quer um café, Jonas?

_ Não, minha sogra. Obrigado. Eu só quero conversar com o Bruno mesmo.

_ Tudo bem. Qualquer coisa eu estou no quarto.

Rose se retirou deixando-os a sós.

Bruno o olhava no fundo dos olhos de um jeito firme. A decepção estampava o seu rosto. Jonas mostrava-se desesperado, com os cabelos desalinhados, um pouco de barba nascendo e as olheiras visíveis.

_ Meu amor, eu sinto muito por tudo que aconteceu! Eu juro pra você que está doendo muito em mim por ter te machucado dessa forma. Você não merecia! Oh, minha borboletinha, me perdoa?

Bruno pôs as mãos na cintura e ergueu a cabeça para cima.

_ Na nossa casa, Jonas! Na cama que dormiamos e faziamos amor! Como você pode ser tão cruel ?

_ Eu estava bêbado e com muita raiva. A gente havia brigado naquela noite...Você se recusava a ir pra casa e o Daniel estava ali se oferecendo pra mim! Eu não sou de ferro! Enfim, não há palavras que justiquem as minhas ações! Mas, eu te juro que só aconteceu uma vez! Aquele traste mentiu dizendo que foram muitas vezes e que eu disse que o amava! Eu senti nojo dele depois que percebi a merda que fiz!

_ Eu não sou o idiota que vocês acham que eu sou! Eu posso ter sido ingênuo, mas não sou burro. Eu sei muito bem que você não teve nenhum caso de amor com o Daniel. Você fez por vingança! Fez porque sentiu raiva das minhas atitudes! A sua intenção era unicamente me ferir, o que pra mim é muito pior do que se você tivesse se apaixonado.

"E você questão de manter em segredo para ficar se deliciando com o fato de eu estar sendo enganado. Você é cruel! Mas, tenho que te parabenizar! Você conseguiu atingir o seu objetivo com sucesso, Jonas! Conseguiu me ferir bem fundo, me destruir, me deixar em frangalhos! Parabéns!"

_ Não é verdade! Eu não queria te ferir! Eu fiz merda e agi de cabeça quente. Eu prometo que isso não vai mais acontecer!

_ Isso você pode ficar tranquilo que não vai mais acontecer mesmo! Você não vai mais poder me trair, porque eu quero o divórcio!

Jonas arregalou os olhos desesperado! Segurou nos ombros de Bruno com o olhar suplicante.

_ Meu amor, não seja tão radical! Eu te prometo que vou fazer diferente! Me dê mais uma chance, por favor? Eu te amo.

_ Você me ama?_ a pergunta de Bruno soava num tom sarcástico. _ Que tipo de amor você me oferece? Um amor cruel, um amor doentio, traira e vingativo? Não, Jonas! Eu não quero esse tipo de amor! Ou melhor, eu não mereço esse tipo sórdido de amor. Dê ele ao Daniel, esse sim merece essa doença que você chama de amor.

_ Bruno, por favor...

Bruno sentia uma imensa vontade de chorar, mas não queria demonstrar fraqueza para Jonas, que se ajoelhavar os seus pés, em prantos, implorando por perdão.

_Jonas, vá embora! Olhar pra sua cara está me fazendo mal!

_ Bruno, pelo amor de deus!

_ Vai! É o melhor a se fazer. Você já me machucou demais.

Jonas levantou enxugando às lágrimas.

_ Você tem razão. Eu não quero te magoar ainda mais. É melhor eu ir embora. Mas, saiba que eu não vou desistir de você. Não vou aceitar o divórcio. Vou lutar com todas as forças para te reconquistar!

_ Vá, Jonas! Por favor!

Assim que Jonas saiu da casa, Bruno desabou em lágrimas. Correu para o quarto da mãe, deitando em seu colo.

_ Mãe, ele jogou tudo fora! Tudo que enfrentamos para ficar juntos! Toda a relação que construímos. Ele jogou tudo na lata do lixo por causa de um vermezinho qualquer!

_Calma, meu bem! Calma!_ Rose dizia acariciando a cabeça do filho, triste em ver o seu sofrimento.

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Comentários

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Ufa já Tava com saudades de ler essa maravilha.

concordo plenamente com você @A_Escritora

a trama Bruno e Jonas é mais interessante. Amo de paixão

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Excelente EP. Escrito com maestria! Parabéns!

Matheus e Patrick: adorei a cena dos dois, percebemos que se amam de verdade, e os dois se amando assim e de deixar qualquer coração mais quentinho.

É muito bom Patrick fazer terapia, isso é maravilhoso, na terapia podemos conversar muito e por para fora nossos medos etc.

Matheus fazer terapia também será de grande valia, afinal Matheus tem muita coisa para tratar, muita coisa para tirar do peito e ser uma pessoa melhor, psicólogo não é para doido, faz bem para todos nós!

Bruno é Jonas: estão se lascando de uma maneira que não tem precedência, e com um B.O que não deveria ser deles!

Ambos estão carregando uma culpa, Jonas muito mais, afinal ele sabia da sua condição de casado e fez merda, e não acredito no papo do “estou bebado”.

Não acredito que o álcool faça tu fazer merda e depois não lembrar e botar a culpa nele, no máximo ele nos dá coragem de extravasar aquilo que já estávamos pensando em fazer!

Vem em mim EP 24!

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Entre as duas tramas, confesso que gosto mais de Jonas x Bruno. Matheus x Patrick é lindo mas a novela mexicana do primeiro casal é mais frenética hahahahahaha

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Amei o Mat e Pat! Jonas tem q se humilhar muito e espero q os primos se reconcilie com essa história! Dani ainda vai aprontar muito. Seria interessante se ele tentasse consta a vida dos dois é isso os reconciliassem pelo medo de perderem de vez um ao outro! Amo como vc escreve Arthur?

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