League of Alyssa - Capítulo 2 - Judas na Cova dos Leões

Um conto erótico de Bruna Camila
Categoria: Heterossexual
Contém 2677 palavras
Data: 15/05/2021 21:51:49
Última revisão: 29/03/2023 18:55:19

Capítulo 2 – Judas na Cova do Leões

A mensagem misteriosa que eu recebi sobre o Rei Arthur e lendas correlatas me deixou encucado com aquilo.

- Pera, mas o que você quer dizer com isso?

E o perfil Arthur Pendragon some e me bloqueia. Eu não sabia se isso era por questão desse ser misterioso ter desistido dos seus intuitos ou se aquilo era algum código cifrado secreto e que viria a conta gotas no futuro.

Mesmo com essa provocação eu ainda queria esquecer aquela mensagem e principalmente tudo relacionado à Daniela, Alyssa, e o Pedro. O maldito League of Pedro tinha acabado com o LOD e só me restava recuperar a normalidade que eu tinha perdido.

E foi isso que eu fiz nos dias que se seguiram. Eu fico jogando meu LOL e via pré-vestibulares para fazer e entrar em uma universidade no ano que vem.

E nesse tempo eu notava que meu pai estava com uma cara abatida e preocupada, e agora sempre ficava fumando e bebendo o dia inteiro.

- Papai, tudo bem? O senhor me parece mal.

Ele solta finalmente a mão já enraizada daquele copo de Whisky e me responde.

- Tô bem. Só preocupado com questões financeiras urgentes do trabalho.

Só agora eu via de mais perto que os olhos dele estavam vermelhos e com ramificações sanguíneas de estresse e seu olhar era meio insano.

- Financeiras? Tem a ver com a grana embaixo da cama?

Eu nem notei que falei isso com naturalidade. Eu tinha devolvido a grana que a Alyssa pegou aos poucos para o fundo falso da cama que nem notei que não era para eu saber disso.

Só que a reação do meu pai foi completamente a inversa de qualquer naturalidade quando ele me aperta com as mãos nos meus braços e diz.

- Moloque! Como você sabe disso? Me responde!

Ele me balança como se eu fosse um coqueiro e meu pai quisesse arrancar de mim um coco.

- Eu devolvi o dinheiro! Para, pai!

Ele para e fica olhando pra mim com um semblante que misturava raiva e medo.

- Devolveu? Vem comigo.

- Tá bom, calma.

Ele me puxa pelo braço e me leva para o seu quarto e só levanta o colchão.

- É esse o dinheiro? Como assim você devolveu?

Eu não sabia a origem desse nervosismo do meu pai. Mas eu também não podia falar do LOD, da Dani e tudo o mais.

- Sim. Eu precisei pagar alguém. E aí tirei da minha mesada aos poucos e fui devolvendo tudo já-

Meu pai dá um chute na cama e me assusta com a força e o rompante de violência dele.

- Puta que pariu!

Eu espero ele se acalmar para tentar contrapor algo que me fizesse entender aquela reação.

- Pai, eu devolvi cada nota. Não entendo o que está acontecendo.

Já chorando meu pai bota o colchão no lugar e senta nele.

- Raul, meu filho. Esse dinheiro é desviado. Digamos que eu não sou aquele pai 100% honesto.

- Como assim?

(Com quem você tem se envolvido, papai?)

- Eu... Você realmente acha que eu, como superintendente da PF e que ganha só merosreais por mês, poderia te dar uma vida dessas? Nesse bairro e com gastos milionários? Metade do meu soldo já vai no aluguel dessa mansão. Esse dinheiro não era estoque meu. Era uma quantia numerada de desvio parcelado. Alguns traficantes de armas precisam de um agente interno e que desvia esse dinheiro e o torna lícito. Eu sou esse homem e tiro 10% de comissão. Porém para isso tem que ser exatamente estas notas! E se eu não conseguir eu estou morto! Nós estamos mortos! Sua mãe, eu, você! Todos nós! Entendeu agora, garoto?

Agora sim eu entendi a gravidade de tudo o que estava rolando.

O LOP ao nos derrotar com a Alyssa Marinho tinha não só acabado com o meu fetiche de comer uma universitária que se prostituía (e eu já tinha superado isso). Mas agora a minha vida e da minha família inteira estavam em risco por causa disso.

Eu realmente tentei fugir desse passado, e agora o mesmo estava ali de volta me atormentando e me cobrando uma atitude.

- Pai. E se eu conseguir o dinheiro de volta? Estaríamos mesmo assim mortos ou não? Quanto tempo você tem?

Meu pai levanta o rosto para me encarar e parecia que a gente havia trocado de responsabilidades e papéis. O pai virou o filho e o filho o pai.

- Essa remessa não era grande, por isso estava aqui em casa e você conseguiu repor. Eu posso enviar e desviar outras. Resumindo: Uns 6 meses até eles notarem.

6 meses.

Eu tinha meio ano para pegar a grana da Aly e salvar a minha família.

Mas pera aí.

Porque eu tenho que parar só nisso?

- Entendi. Eu consigo recuperar a grana. Mas da mesma forma que você tem os seus segredos e trabalha com traficantes de armas e não sei mais o que. Eu também tive o meu e é a origem do porquê o dinheiro sumiu daqui em primeiro lugar.

- Entendi, filho. E o que eu faço? Posso te ajudar a reavê-lo? É pelo bem da nossa família!

Eu tinha o meu próprio pai na minha mão. Eu sinto até uma comichão na minha rola perante as possibilidades de não só ter um adulto me auxiliando, mas um que era policial federal.

Eu ia me vingar magnificamente do LOP e criar um novo LOD das cinzas do primeiro e mais forte e eterno que o primeiro.

- Sim. Mas antes de te contar eu preciso que você me confirme algumas condições básicas. Você pode rastrear um perfil de usuário de um jogo? E você tem como destacar homens para trabalhar em campo?

- Sim. Com o IP isso é fácil. E homens? Como assim?

- Eu quero uma equipe tática. Agindo nas sombras. Pode ser os seus contatos obscuros do crime.

(Eu quero a minha própria SWAT pra acabar com eles!)

- Raul, você está doido? Isso aqui não é um filme de ação.

- Ok. Então nós terminaremos todos mortos aqui em casa e eu ainda antes conto pra mamãe que você se relaciona com bandidos e-

- Tudo bem. Eu separarei uma equipe mista da maneira que puder. Mas eu vou supervisionar o que você for fazer.

E agora eu sento do lado do meu pai.

- Vamos lá. Tudo começou quando um rapaz formado em engenharia ficou desempregado e passou a prostituir a sua namorada pelo League of Legends. O nome dela é Daniela e [...]

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- Onde estamos? Araruraru...

- Araruama, Aly. Araruama.

Pedro tinha dito que a reserva do hotel já era pra hoje em diante e ficaríamos uma semana em Cabo Frio conhecendo não só aquela cidade, como também as cidades litorâneas próximas e tals. ( ͡❛ ‿‿ ͡❛)

Eu olho pra traz e vejo as mesmas pessoinhas de antes. Com a única diferença de que a Daniela estava acordada agora.

- Oi, Dani! Como você está?

Ela abre um sorriso e me responde.

- Oi. Sim. Eu estou bem. Obrigada.

Ela realmente me parecia melhor e mais corada.

Mas ainda sim ela falava um pouco distante, como se o que ela viveu ainda estivesse ali e entranhado dentro da carne dela.

Quem sabe seja porque não tem ninguém pegando muito ela?

Esse início de viagem não tinha mais o Jonathan para ser o namorado dela.

Quando chegarmos ao hotel quem sabe eu possa fazer ela ficar um pouco feliz de alguma forma. 😏

- Hey! Muri e Dani vamos brincar de alguma forma?

- Como assim, Alyssa? – Murilo me questionava.

- Não sei. Que tal um jogo? Já ouviram falar do ‘’Caso, transo ou mato?’’

- Não conheço.

- Aff 😐. É aquele onde você fala um nome e a pessoa diz se casa com ela, transa ou a mata.

- Tudo bem. Começa aí conosco então, Alyssa.

E eu já foco direto no Murilo.

- Murilo, a pessoa é o Pedro. Você casa, transa ou o mata?

Ele fica vermelho e começa a olhar para todos os lados.

- P-Pedro? Eu... Eu... Eu caso.

- Que fofinho 🥰. Agora você, Daniela. A pessoa é o meu irmão Joe. Você casa, transa ou mata?

- Transo. Sim, eu transo. Transo sim.

Ela balança a cabeça veloz e obedientemente com os lábios cerrados e fica um clima curioso com essa resposta e prontidão dela.

- OK. Bom. Pergunta pra mim um de vocês. – Eu quebro então o gelo erótico.

- Eu vou perguntar. Alyssa, qualquer um dos caras que ficaram pra trás no LOD. Você transa, casa ou mata? – Era o Pedro perguntando ao invés deles.

- Eu? Eu mato todos. Todinhos. Até parece que eu casaria ou transaria com aqueles perdedores. Bem, nunca mais veremos eles de qualquer forma. Então nem preciso me preocupar com isso. 😎

E por hora eu paro com essa brincadeira e volto a só olhar a paisagem.

E passando por nós em uma ponte havia uma placa com os dizeres.

‘’Bem-vindo à Cabo Frio.’’

(Nossa, bem antiga mesmo *-*)

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E pensar que eu estava realmente executando isso a mando do Raul.

Alguns dias atrás (no dia mesmo que eu me despedi do Murilo, da Daniela, do Pedro e da minha irmã Alyssa) eu havia criado uma conta nova no LOL e enviado um recado para o Raul, uma coisa disfarçada e em código de mitos arturianos.

Porque eu tinha feito isso mesmo?

Os momentos de vitória do Clan do LOP tinha me causado muita dor e ressentimento. Nesses poucos dias eu vi a Dani, o Murilo, e até a minha irmã servindo de fêmea para o líder desse outro grupo. O Pedro.

Antes foi só a namorada dele que a gente comia. Fora que tínhamos que gastar rios de dinheiro, deixar de estudar e todo nosso tempo era gasto rotacionando ela entre nossos lares.

E não só ele recuperou a namorada que tanto tinha desprezado e aberto mão da mesma, como arranjou também mais 2 outros como putinhas pra ele (meu ex-líder do LOD e alguém da minha própria família).

Porque era justo ele sair tão por cima em comparação comigo e os meus outros amigos?

Éramos só um grupo inocente de adolescentes e que passou só um pouco do ponto ao nos apaixonarmos pela mesma garota. Nunca tínhamos chance com ninguém do sexo oposto; e fora isso sempre fomos humilhados, agredidos e sofríamos bullying na escola.

Porque tínhamos que sair de mãos abanando sem a Daniela por um errinho compartilhado nosso, enquanto o Pedro saía disso tudo com um saldo positivo de 2 namoradas a mais além da Dani? Sendo que foi ele que cometeu o erro sério e grande ao vender a sua própria mina? A gente só pagou o preço justo que ele cobrou.

Foi nesse estado ambivalente e inconstante de consciência e espírito que eu mandei a mensagem para o Raul.

E alguns segundos depois eu me arrependo disso e bloqueio esse último chefe do falecido clan de nome League of Daniela.

- Esquece. Já acabou, Jonathan. Para de ficar remoendo isso dentro da sua cabeça. – Eu tinha dito isso para mim mesmo no meu quarto sozinho.

E pouquíssimos dias após eu recebo uma mensagem no meu celular de um número desconhecido e com um prefixo triplo completamente estranho.

- Alô? Quem é? – Eu digito e fico me perguntando se era do Brasil ou se me seria cobrado uma fortuna pra responder.

- Sou eu. O seu Lancelot. Eu decodifiquei essa mensagem. D é a Letra da Vida. Daniela. Fico feliz que você não tenha cedido aos encantos do League of Pedro e tenha me contactado. De certa forma o seu alerta salvou a minha pele. Mas enfim, eu preciso de você.

Claramente quem estava digitando era o Raul.

- Olha, eu não sei. Eu quero sair disso. Quem sabe nem o LOD e nem o LOP. Uma terceira via.

- Não existe ficar em cima do muro. Todos nós nos comprometemos ao entrar nisso. Eu estou atolado dentro dessa parada. E você também.

- O que você quer dizer com isso?

E para exemplificar o que ele estava dizendo uma imagem é enviada.

E quando eu clico para abrir eu quase grito junto, como se o arquivo .jpg tivesse sido enviado com um outro de áudio comigo em choque extremo.

(QUEM TIROU ESSA FOTO?)

Era uma foto da minha mãe na aula de Yoga dela.

- Ms qe por é esa??? – Eu digito tremendo e comendo letra de tanto nervosismo.

- Não reconhece a sua mamãe? É ela na foto. E foi um policial que tirou uma foto dela. Ou melhor, um miliciano a mando meu. ‘Policial’ esse que poderia a qualquer momento sequestrar ela no caminho para a sua casa. Estuprar ela. Mandar um dedo dela pelo correio. Quer que eu te envie qual? O mindinho ou o polegar? De brinde eu anexo os gritos dela de desespero e pedindo para que ele pare.

Eu lembro que nessa ocasião eu estava apavorado.

- Não encoste na minha mãe. Eu imploro.

- Só depende de você nos próximos dias. Não queria te impressionar muito com a foto. Mas relaxa, ela voltará ilesa para os braços da sua família. Aproveita esse intervalo até a minha próxima ligação para se acalmar e descolar com o clan do LOP onde que eles estão. E aí então eu exigirei uma decisão sua acerca de qual lado você está. Até breve. E dá um beijinho nas bochechas da sua mamãe por mim.

E nenhuma outra mensagem é enviada e ele não me responde mais.

Algumas horas depois minha mãe volta pra casa e eu a abraço chorando que nem um bebê.

- Filho. Que isso? Você sempre fica fechado no seu quarto e não é tão amoroso assim. Seria saudade da sua irmã que está viajando?

- Não, mãe. Saudade de ti.

- Meu filhote, eu não sai faz mais de algumas horas apenas.

- Mesmo assim bateu um aperto no meu peito. A sua aula de Yoga tinha alguma coisa de nova? Alguém novo?

Minha mãe era toda louca que nem a Alyssa e ela fica meneando a cabeça e olhando para o teto tentando se lembrar.

- Ah sim! Um aluno novo! Um rapaz forte e sisudo nos seus 30 anos. Pensei até que ele se enganou e caiu na aula de Yoga ao invés da área de musculação por engano rs! Mas porque dessa pergunta? Não se preocupe, sua mãe é louca mas é fiel ao seu papai embaixador.

(Calma, filhão. Eu sou todinha do seu papai. Esse aqui não tem chances (^-^))

Então a ameaça do Raul era sólida como aço.

- Nada. Estou bem, mamãe.

E foi nessas condições pregressas que agora eu me encontrava com a chave que o Pedro me confiou adentrando a sua própria casa para trair a sua confiança.

- Foi mal. Eu já escolhi o meu clan. Não posso arriscar ter a minha mãe e a minha irmã do lado derrotado e vitimadas. Você, o Murilo e a Dani terão que pagar por isso.

E eu abro o portão e entro.

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Comentários

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Pronto, mais um capítulo de League of Alyssa. Boa leitura, meus amores!

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