Verdades secretas 48

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 5401 palavras
Data: 09/04/2021 21:14:02
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 48

Ivan ficou pensativo diante do corpo de Felipe. O moreno observava a poça de sangue formada ao redor da cabeça do cadáver, que penetrava entre os lençóis formando manchas.

O seu coração batia acelerado. A adrenalina estava a mil.

Aos poucos, foi se acalmando. Pensando que deveria fazer algo para se livrar daquela situação.

Um assassinato pesaria muito na sua vida. Perderia a liberdade, o escândalo não seria bom para os seus negócios e o pior para ele era a possibilidade de perder o seu grande amor. Uma investigação policial chegaria ao motivo do crime e assim, na descoberta como autor do atentado contra Victor.

Presumiu que o amor da sua vida não o perdoaria pelo mal que o causou. E correto como o seu Solzinho era, não aceitaria continuar casado com um assassino.

Maldito Felipe! Maldito dia que confessou a Carla sobre o atentado! Ivan o auto odiou por deixar a situação chegar onde chegou.

Contudo, ele pensou que deveria ter feito o que fez. Afinal, ele tinha o direito de se defender. E defender o amor da sua vida. Ivan morto não poderia proteger o Victor das garras malignas de Felipe e Sônia.

Num instante, lembrou -se da mãe. Ela chegaria a qualquer momento e seria uma testemunha do seu crime, o que para Sônia seria um prato cheio. Afinal, a loira desejava se vingar do filho.

Tomou um banho as pressas, vestiu-se e ligou para Walace.

O segurança chegou numa rapidez impressionante. Estava acompanhado do filho mais velho, que era um dos seus melhores aliados.

Contou ao segurança que havia entrado em conflito com Felipe e que o matou para se defender. Ocultou do capanga a tentativa de estupro que sofreu de Felipe, devido a vergonha que costumam assolar em vítimas de crimes e assediados sexualmente.

_ O senhor quer que damos sumiço no presunto? Faço isso de um jeito que ninguém encontrará nem ossos.

_ A gente pode cortar e dar para os cães. _ sugeriu o filho de Walace.

Ivan olhou para o corpo de Felipe. Os seus olhos abertos, mãos caídas sobre a beira da cama e o sua expressão raivosa e debochada o provocou raiva. Culpou Sônia por está nesta maldita situação.

_ Ela há de me pagar por tudo isso.

_ Ela quem, doutor?

_ A Sônia, Walace. A Sônia.

O empresário sorriu de um jeito maligno, arqueado as sobrancelhas, abaixando a cabeça e erguendo o olhar maléfico.

Olhou para o outro lado da mesa de cabeceira. Pediu a Walace que lhe arranjasse um par de luvas, o que não foi difícil para o capanga, que sempre carrega consigo um par para executar os seus serviços extras.

Ivan pegou o outro abájur de ferro. Mirou no corte profundo do corpo e começou a golpear com força até que o objeto se quebrasse e ficasse sujo de sangue.

Walace e o filho olhavam se entender o que estava acontecendo.

_ Tire os sapatos.

_ Você, limpe o chão para tirar as marcas das nossas pegadas._ disse ao filho de Walace. E nós, vamos por o corpo no porta malas do carro que eu trouxe.

E assim foi feito. Como Felipe era alto e forte, eles tiveram dificuldades em descer com o corpo enrolado no lençol.

Ivan pôs o segundo abájur ao lado do carro e levou consigo a verdadeira arma do crime, que mais tarde atirou no mar, depois de lavado.

Ele ligou para a polícia fazendo uma denúncia anônima. Relatando que ouviu uma briga de casal, onde uma mulher gritava e logo em seguida ambos se silenciaram. Como vizinho, avistou uma mulher por algo no porta malas que parecia ser um corpo.

Ivan aguardou Sônia na entrada da casa. Assim que a mulher chegou, sorriu debochadamente.

_ Trouxe o que te pedi?

_ Sim. Mas, o dinheiro está lá dentro com o Felipe. Aqui está a chave do carro. Eu quis te entregar pessoalmente.

Sônia olhou sorrindo com ar de superioridade.

_ Foi um prazer fazer negócios contigo.

_ Você venceu, mãe. Parabéns.

Ivan saiu do local, entrando no carro com Walace.

Sônia quis saber quem estava no carro com Ivan, mas não conseguiu por o vidro ser de fumê.

Ela entrou na casa com a intenção de ver o dinheiro. Estranhou encontrar as cédulas arrumadas sobre a mesa e a casa silenciosa.

Gritou por Felipe e não obteve resposta.

Vasculhou a casa a procura do amante e nada.

_ Tem alguma merda acontecendo por aqui. Eu vou é meter o pé. Que se foda o Felipe.

A mulher pegou umas sacolas de lixo e pôs o dinheiro. Levou a primeira para fora.

Ao abrir o porta mala, se surpreendeu com o corpo enrolado num lençol branco sujo de sangue e abájur quebrado ao lado.

No impulso, pôs a mão no objeto e a atirou no chão devido ao nojo.

O seu coração bateu acelerado ao ouvir o barulho da sirene se aproximando da casa.

_Puta que pariu! Isso é armação da bicha desgraçada!

_ A casa caiu! Mãos ao alto!

Os policiais invadiram sem dificuldades o portão, que Ivan deixou aberto.

Desesperada, Sônia tentou correr, mas foi detida por um policial, que a mobilizou no chão e algemou.

_ Eu não sei de nada. Cheguei aqui agora. Armaram pra mim. Eu sou inocente.

_ Tem um presunto aqui no porta-malas, Peçanha. _ gritou o outro policial perto do carro.

_ Pra onde a senhora vai todo mundo também é inocente.

_ Eu juro que estou falando a verdade. Eu sou incapaz de matar uma mosca. Piorou um ser humano. Armaram pra mim. O meu filho, Ivan Matarazzo, ele é o verdadeiro assassino.

Sônia foi arrastada aos gritos para a viatura. Debatia-se desesperada, gritando e tentando inultimente se soltar.

Ivan chegou em casa algumas horas depois. Depois do ocorrido, foi ao escritório e marcou uma reunião com os funcionários. Tentou se acalmar e quando estava emocionalmente recuperado voltou para a casa, onde foi recebido pelo seu amado marido.

_ Vamos sair um pouquinho hoje?

_ Sério, Ivan?! Faz um tempo que não saimos. Para onde quer ir?

_ Bahia. Quero jantar num restaurante maravilhoso que tem por lá e aproveitar para passar o final de semana no resort.

_ Mas, dar tempo de fazer reservas?

_ Eu já fiz. Pedi a tia Fernanda para cuidar disso.

_ Assim?! Em cima da hora? Como conseguiu?

_ Meu Solzinho, se quiser eu compro aquele resort ,você acha que não consigo uma vaga?

_ Hum! Poderoso esse meu marido. Deu até tesão. _ Victor disse segurando a gravata de Ivan.

_ É mesmo? Então, guarda esse fogo no cu para mais tarde, que vou te comer todinho._ O moreno disse dando um tapa de bunda do loirinho, o deixando excitado.

_ Vá lá fazer as nossas malas. Peça a Maria para te ajudar.

Victor sorriu e o beijou. Subiu as escadas saltitando de felicidade.

Quando o menino estava no quarto, o sorriso de Ivan se desfez. Ele se jogou no sofá exausto.

Sentindo-se enclausurado, Victor decidiu convidar a amiga para fazer compras no shopping center.

Virgínia aceitou de imdiato, deixando a louça suja na pia sem se importar se a mãe iria reclamar quando chegasse do trabalho. Ela que não iria perder a oportunidade de curtir a tarde fazendo compras para ficar lavando louças.

Walace foi buscá-la em sua casa junto Victor e outro segurança e todos foram ao shopping.

O menino contou todo o acontecido para a amiga, que ouvia assustada, enquanto eles tomavam um sorvete numa sorveteria.

_ Menino! Por que não me disse isso antes? Quando eu fui te visitar no hospital?

_ Estou dizendo agora. Amiga, eu tô morrendo de medo.

_ Eu tô passada! Esse tal de Felipe e a sua sogra tentaram te matar. Só de pensar me dá um desespero!

Ela o abraçou forte.

_ Eu te amo muito, Vitinho. Eu não suportaria se alguma coisa ruim acontecesse contigo.

'E você estava tão inocente deste história. Tá certo que como marido você tem até direito na herança do Ivan, mas daí ele deixar tudo pra você deixou aquela vaca louca de raiva.'

_ Eu não quero esse dinheiro!

_ Deixa de ser burro! O próprio Ivan quis deixar pra você.

_ Eu sei disso! Mas eu não quero. Para tê-lo o Ivan teria que morrer e eu não quero perder o meu marido.

_ Eu entendo.

_ E o que tinha nesse tal vídeo?

_ Eu não sei. Ivan apagou e bloqueou o Felipe.

_ Ivan tem a senha do seu Instagram?

_ Sim. Um tem a senha do outro.

_ Isso não é meio invasivo?

_ Não vejo por essa forma. É sinal de confiança. Não temos nada a esconder um do outro.

Victor olhou para frente. Através do espelho viu uma loja de piercing e tatuagens. Sorriu e olhou para Virgínia. A menina entendeu o olhar e sorriu.

_ Você não vai fazer isso? É loucura!

Victor foi até o local acompanhado da amiga e dos seguranças. Estava convicto da sua decisão e sorriu, sentindo um frio na espinha.

Estava ansioso para mostrar ao marido a surpresa e decidiu que não voltaria para a casa. Pediu para que Walace o levasse para o escritório do marido e deu dinheiro para que Virgínia voltasse de táxi.

Antes de ir embora, Victor foi ao banheiro do shopping. Estava tão feliz que sorria.

Contudo, ao se deparar com Ítalo o aguardando apoiado na pia do banheiro, o seu sorriso se desfez.

O loiro desviou o olhar e foi lavar as mãos do lado oposto ao violinista, que o seguiu.

Segurando no braço de Victor disse:

_ Eu preciso conversar com você.

Victor se afastou sério.

_ Eu não tenho nada para conversar contigo. Me deixe em paz. Você quase estragou a minha vida, dando com a língua nos dentes sobre o tal beijo, que pra mim não significou nada.

_ Eu sinto muito. Mas o Ivan me provocou. Ele veio até a mim para me humilhar. Eu estava de boa tocando o violino na rua. Por culpa do seu marido, eu perdi o instrumento, que caiu no chão devido a briga.

'Me desculpe por ter falado do beijo. Eu estava de cabeça quente. '

_ O Walace e o outro segurança estão lá fora. Eu não quero problemas. É melhor a gente nunca se falar. Sinto muito pelo seu violino. Eu posso fazer um cheque para arcar com o prejuízo.

_ Eu não quero a porra do seu dinheiro! Eu me viro. Eu só não aceito não poder te ver. Eu te amo!

_ Tchau.

Victor caminhou e Ítalo o segurou.

_ Você acha que essa gaiola é amor? O cara te faz refém. Você não sair de casa sem vigia, não pode receber as visitas que deseja. Você sabia que o Gael esteve no hospital para te visitar e o Ivan o impediu?

_ Não! Eu não sabia.

_ Pois bem. Ivan te mantém prisioneiro dele. Ele te trata como se você fosse uma das propriedades dele. Te manipula e te isola. Você mesmo que isso é vida?

Victor ficou em silêncio pensativo. Temia que Ítalo tivesse razão. Contudo, amava demais Ivan e não queria perdê-lo.

Quis se convencer que tudo que Ivan fazia para o seu bem.

_ Quando você vai enxergar que o Ivan não presta?

Victor seguiu caminhando saindo do banheiro, deixando Ítalo revoltado, socando a parede.

Fernanda estranhou ver Victor chegando no escritório.

_ Boa tarde, meu querido. Que bom vê-lo.

_ Boa tarde, dona Fernanda.

Ambos se abraçaram e se beijaram nos rostos.

_ O Ivan está muito ocupado? Tipo alguma reunião?

_ Não, não. Ele está só no escritório. Eu vou anunciar a sua chegada.

_ Não precisa. Eu quero fazer uma surpresa.

_ Entendi. Coisinhas de namorados. Pode entrar. Pelo que sei do quanto o meu sobrinho é apaixonado por você, ele vai adorar de ver.

Fernanda disse sorrindo.

Concentrado digitando no computador, Ivan se irritou ao ouvir a porta se abrir. Pensou em dar sermão em quem que fosse que entrasse sem se anunciar. No entanto, sorriu surpreso ao vê o seu loirinho.

Reparou que Victor tinha um plástico envolvido no pulso.

_ Meu benzinho! O que você está fazendo aqui?

_ Com licença, senhor Matarazzo. Eu vim me candidatar à vaga de amor da sua vida. Tenho todas as características necessárias para preencher o cargo. Sou jovem, bonito, tenho disponibilidade de horário, tenho uma bunda grande e sei usar muito bem para o bel prazer do senhor.

Ivan sorriu com a brincadeira.

_ E por acaso o senhor tem referências? Eu sou muito exigente.

Victor girou a chave na porta e desabotou a blusa, revelando um piercing no mamilo rosado. E Ivan o olhou espantado.

_ O que é isso?

_ Eu não tenho referências, mas vim para me submeter ao teste do sofá.

Ivan se aproximou excitado. Puxou Víctor pelas nádegas e lambeu o mamilo com o piercing.

_ Que delícia! Você vai acabar me levando à loucura.

O moreno sentiu as mãos macias do loiro acariciando o seu membro, que logo endureceu animado pelo que o esperava.

O beijo aconteceu no mesmo instante, enquanto Victor ergueu a mão para cima com a intenção de afagar os cabelos pretos e macios do marido.

Ivan puxou a mão para si e se surpreendeu com o que virá no pulso do loiro.

_ Você é louco, menino!

_ Sou louco por ti!

Victor exibia com orgulho a tatuagem que fez com o nome de Ivan escrito em caligrafia inglesa, com a ponta do N formando um coração.

Enquanto admirava a tatuagem e a ousadia do menino, teve o pescoço beijado pelos lábios rosados e macios do loirinho.

_ Você é muito maluquinho.

Victor começou a retirar o paletó e a gravata do amado, em seguida o cinto sem interromper o beijo. Antes que terminasse de desabotoar a calça, Ivan pediu licença ao amado e ligou para a secretária ordenando que não deixasse que ninguém o perturbasse.

Em seguida, entre beijos, chupões e amassos o casal se despiu. Com os seus corpos nus, Victor empurrou o amado no sofá, o fazendo sentar.

Ajoelhou diante dele numa posição submissa e beijava as pernas do moreno acariciando o seu pênis ereto.

Direcionou a Ivan um olhar malicioso, deslizando a língua sobre o lábios superior, deixando o empresário louco de tesão.

Em seguida, direcionou a cabeça aos pés do amado, erguendo um deles em direção a sua boca. Beijou-o sentindo o cheiro de talco, e admirando as unhas limpas e cortadas do moreno. Lambeu com tesão os pés brancos e magros do marido, chupando os dedos, fazendo Ivan revirar os olhos.

Subiu a língua deslizando até o pênis. Faminto por prazer iniciou o sexo oral, levando o empresário a se contorcer de prazer, apertando as almofadas para conter os gemidos por medo de ser ouvido.

Ivan já havia transando com várias pessoas e em vários lugares durante a sua vida, mas nunca em algum lugar ousado como estava acontecendo naquele momento. O medo de ser flagrado o deixava ainda mais excitado.

_ Eu não quero gozar agora. Quero te curtir um pouquinho mais. Quero te degustar por completo, meu bebê safadinho.

O moreno segurou nas faces do amado e trouxe o rosto dele para próximo do seu. Beijou-o com desejo de devorar aquele corpo gostoso, possuí-lo completamente.

Pôs o amado sentado em seu colo. Lambeu os dedos antes de penetrar no orifício rosado do lourinho, enquanto saboreava a sua língua quente e úmida, num beijo molhado e demorado.

Victor gemia baixinho sentindo os lábios do marido beijar o seu pescoço e lamber os seus mamilos. Ivan o posicionou em direção ao seu pau e o loiro sentou com gana.

Rebolava aproveitando o máximo de prazer que o pênis do marido podia o proporcionar, olhando-o com sua expressão angelical e inocente, deixando Ivan enlouquecido.

Mudou o marido de posição sem interromper a penetração, pondo-o de quatro e metendo com força, enquanto saboreava o pescoço do loirinho, o deixando arrepiado.

Victor estava inebriado de prazer. Não conseguia conter o gemidos. Ivan pôs a mão em sua boca e penetrava faminto por aquele corpo magro, branco e juvenil que tanto amava.

Victor se tocava enquanto era comido e gozou um pouco antes do marido.

Ivan o pôs sentado em seu colo como uma criança que precisava dos seus cuidados. Encantou o loirinho com o seu sorriso, e teve os cabelos negros e o rosto acariciado por ele.

_ Eu te amo tanto, meu bebê.

_ Não mais que eu amo a ti, Solzinho.

As palavras de Ítalo ecoavam na sua cabeça. Victor se recusava a acreditar que aquele homem que acabara de lhe dar prazer, que o amava e o cuidava seria alguém de caráter ruim. Ele sabia que Ivan havia feito algumas coisas que ele não concordava, mas para ele Ivan era bondoso e generoso demais para ser uma pessoa ruim.

_ Você é muito especial pra mim. Você cuidou de mim e graças a você eu tive forças para superar tudo que me aconteceu. Eu sempre quis ter um grande amor e tive a sorte de te encontrar. Você me promete que nunca vai me decepcionar?

_ Eu prometo, amor da minha vida. Eu vou cuidar de você. Ser o melhor marido e amigo que você possa ter. Comigo você está seguro.

_ É tão bom ouvir isso.

Victor beijou o amado, promentendo a si mesmo que não se deixaria envenenar pelas palavras de Ítalo.

A notícia da morte de Felipe caiu como um peso em Luíza. A mulher desabou em lágrimas e desespero nos braços do irmão, que também chorava a morte do amigo.

Ambos não conseguiam assimilar o que estava acontecendo. Primeiro souberam que Felipe tentou matar Ivan e Victor, mas a princípio não acreditaram pensando se tratar ser alguma mentira sórdida de Ivan.

Contudo, com o assassinato do amigo, a polícia confirmou que o rapaz cometeu a tentativa de homicídio contra o casal Matarazzo e foi assassinado por Sônia.

_ Por que ela fez isso? Por que tanta maldade? _ perguntou Luíza soluçando de tanto chorar.

_ Por incrível que pareça eu não estou surpreendida. Conheço muito bem a minha irmã. Ela não é incapaz de amar, nem ao filho e nem amou os pais. Sônia só pensa nela. É extremamente narcisista e não sente empatia por ninguém. É fria, cruel e viu. Sempre foi assim. Desde menina, mas os meus pais ignoravam. Achando que ela mudaria com o decorrer do tempo.

'Eles fingiam que não viam quando ela maltratava os animais do sítio e depois o filho.'

_ Ela é uma psicopata. E Ivan é como ela._ disse Gael. _ Ambos destroem as vidas das pessoas e não sentem nenhum remorso por isso. O Felipe caiu como um idiota na lábia dela. Pagou com a vida pelo pecado da luxúria.

_ Eu o amava, Gael. Eu nunca disse isso a ele.

Gael a abraçou forte.

Victor soube por Ivan e recebeu a notícia sentindo um alívio por saber que Felipe não tentaria mais contra as suas vidas. O loiro não ficou feliz, mas se sentiu um pouco mais seguro.

O velório e o enterro se realizaram numa tarde chuvosa. Amigos e familiares compareceram.

Os pais de Felipe estavam revoltados com a morte do filho. Desejavam prisão perpétua para a assassina e rogavam sobre ela pragas e maldições.

Ivan pediu para que o delegado fizesse o possível para que o fato não estampasse os jornais para evitar escândalos e o delegado atendeu o pedido do amigo.

No inquérito constou que havia impressões digitais de Sônia sobre a arma do crime e que a mulher foi presa em flagrante quando tentava fugir. Ela negou tudo, mas como o carro estava em seu nome, e havia dinheiro vivo em seu poder, eles presidiram que ela pretendia fugir.

Os policiais acreditavam que o motivo do crime fosse a intenção de ficar com o dinheiro todo para si e usar Felipe como queima de arquivo.

Sendo contestada pela origem do dinheiro, Sônia disse que não sabia de nada. Que recebeu uma ligação de Felipe e foi até lá e encontrou a casa vazia e o dinheiro no carro. Parou de acusar Ivan por orientação do advogado dela, que temia que a cliente fosse processada por calúnia e difamação pelo filho.

Sônia se viu perdida e assustada diante daquela situação. Desesperou-se ao saber que teve o pedido de aguardar o julgamento em liberdade e que seria transferida para um presídio feminino.

O seu ódio por Ivan aumentava a cada dia.

Pediu ao advogado que procurasse duas pessoas e pedisse que elas as vistasse, pois queria ter uma conversa com ambas.

A primeira pessoa solicitada foi Ivan. Que apareceu no dia seguinte, sorrindo com o seu ar arrogante de sempre.

Sentiu-se vingado ao ver a mãe, vestida de um jeito desleixado como nunca a viu antes já que estava sempre bela com suas roupas de grife e maquiagens.

Sônia vestia uma blusa branca e uma calça jeans. Os cabelos presos num pequeno rabo de cavalo, estavam secos e opacos, no rosto sem nenhuma maquiagem pesava a expressão de raiva.

_ Eu trouxe esse bolinho de chocolate para você, mamãe. Eu sei que você não curte comidas que engordam, mas não é bom ir para a cadeia em boa forma. Você é muito bonita, com certeza vai virar caça para alguma sapata tarada. Se for gordinha pode ser menos assediada.

_ Você se acha muito esperto, não é, cretino?Foi você quem matou o Felipe e armou para que eu levasse a culpa! Tudo isso por medo de que ele contasse para a sua bichinha anta que foi você que tentou matá-lo.

_ Sônia querida, vou deixar umas coisinhas muita claras para que você entenda. Eu não matei o Felipe, foi quem fez isso. Eu não tive medo que o Felipe falasse nada porque eu não tinha rabo preso com ele, porque eu não tentei matar o meu marido. Você está louca. Mas, eu sou um homem íntegro. Um cidadão honesto que sei dos meus direitos. Se caso continuar inventando mentiras ao meu respeito eu vou processessá-la por calúnia e difamação e isso não vai ser nada bom para a sua situação. E homofobia também é crime. Então, quando se referir a mim e ao meu marido nada de apelidos pejorativos.

_ Bicha maligna! Você me paga. Eu vou te destruir.

_ Bicha, veado, boiola...ah, ainda tem pederastra, como o papai gostava de me chamar. Você enche a boca para me atacar com a sua homofobia desde que eu era criança, mas acabou dando para um veado. Felipe comia geral. Inclusive o seu sobrinho Gael.

_ Isso é mentira sua! Felipe era muito homem!

_ E quem disse que não era? Era um homem que transava com outros homens. Você beijava a boca dele suja de pau.

Ivan gargalhava o que deixava Sônia mais furiosa.

_ Mamãe, espero que tenha apreciado muito esse meu lindo rostinho, pois é a última vez que irá vê-lo. Eu sou um homem decente. Não gosto de ter relações com assassinos e nem frequento presídios. Sou da opinião que todos têm direito a vida. Até mesmo o Felipe, mesmo ele ter tentado me matar. Eu sou um homem bom. Não guardo mágoa dos vivos, quem dirá dos mortos. Agora tenho que ir, que o meu marido está me esperando para almoçar. A deus, mamãe.

Ivan caminhou sorrindo ignorando os gritos da mulher.

Gael descobre a verdade

Quando foi procurado pelo advogado de Sônia, Gael à princípio se recusou a ir visitar a tia. Sentia ódio por ela por ter tirado a vida do seu amigo.

No entanto, foi consumido pela curiosidade. Havia muitas coisas que não conseguia compreender. Como Felipe estava conseguindo dinheiro para viver no luxo? Por que Sônia o matou? E de onde veio todo aquele dinheiro encontrado junto com o corpo?

Consultou a mãe e a irmã sobre o pedido de Sônia em vê-lo e elas também estranharam. Mas o incentivaram a ir à delegacia para saber do que se tratava.

O rapaz foi visitá-la no dia seguinte da visita de Ivan. Sônia, apesar de abatida, ficou feliz em vê-lo.

_ Que bom que você veio. Como você está diferente da última vez que te vi. Você era só um menino e agora é um belo homem.

_ O que a senhora quer, tia? O que tem de tão importante para me dizer? Nunca fomos próximos. É estranho querer falar comigo depois de ter matado o meu amigo.

_ Eu não matei o Felipe. Foi o Ivan.

_ A senhora foi encontrada com o corpo, a arma do crime tem as suas impressões digitais e o Felipe estava tendo um caso com a senhora. Por mais que eu odeie o Ivan não vou cair nessas suas mentiras.

_ Não são mentiras. Eu sei do mal que o Ivan te causou, tanto a ti quanto a tua família. Sei que merece uma chance de se vingar de tudo que ele fez. O que eu vou te contar aqui pode acabar com o Ivan.

'Foi ele quem acertou a cabeça do Victor com o taco de beisebol. '

_ O quê?!

_ Ele estava louco de ciúmes de você e quis matar o menino para tirá-lo do caminho. Mas, percebeu que fez uma besteira e se arrependeu. Contou para a ex namorada e eu filmei tudo e peguei o taco de beisebol sujo de sangue. Comecei a chantagea-lo e tirei muito dinheiro dele. Depois o Felipe descobriu e fez o mesmo. Por isso o Felipe apareceu com carro e moto de luxo, apartamento no Leblon e dinheiro.

'Ivan se apaixonou perdidamente por Victor e estava disposto a qualquer coisa para manter esse segredo. Ele contratou capangas para invadir a minha casa e a do Felipe, roubou as provas e com certeza se desfez delas.'

_ Isso é loucura!_ Gael disse com lágrimas.

_ Não é. O Felipe voltou e disse que tinha consigo um pen drive com o vídeo e pediu dinheiro ao Ivan em troca do objeto. Esse dinheiro é o mesmo que estava na casa.

'Gael, o Ivan levou com ele um dos pen drives, mas há outro. Está no cofre que fica dentro do guarda-roupas. Estas são a senha do cofre e a chave da casa.'

Sônia entregou um papel e uma chave a Gael.

_ Aí no papel também há o endereço. Querido, o Ivan destruiu a sua vida. Ele roubou a sua irmã, te fez perder o emprego, roubou o seu namorado e quase o matou. Mostre esse vídeo ao Victor e se vingue naquele psicopata.

_ Isso é loucura! Eu...nem sei o que dizer. Eu passei todo esse tempo me culpando e na verdade o culpado é ele!

_ Mais um motivo para você se vingar. Acabe com o Ivan.

Luíza o aguardava do lado de fora da delegacia. Ficou espantada ao ver a expressão assustada do irmão.

_ O que houve, Gael?

O publicitário contou tudo a irmã que ouviu revoltada.

_ Desgraçado! Que maldito! Eu sempre disse que ele era um demônio, mas não imaginava que seu grau de maldade beirava a psicopatia.

_ E agora?

_ Nós vamos agir o mais rápido possível. Temos que ir à casa, pegar o pen drive e mostrar o vídeo ao Victor. Temos que tirá-lo da toca do demônio.

Assim fizeram. Quando chegaram ao local, Gael sentiu-se tão tenso que não conseguia digitar a senha no cofre. Luíza fez o trabalho.

Eles pegaram o pen drive e foram para casa, assistiram o vídeo no notebook da moça.

Ela ficou enojada com Ivan e Gael sentiu tanto ódio, que desejou matar o primo.

_ Vamos a mansão agora. Eu vou desmascarar o desgraçado do Ivan.

_ Só um minuto, Gael, não vão nos deixar entrar. Acho melhor procurarmos o Adrian e mostrar o vídeo a ele primeiro. Ele é o tio do Victor, com certeza a sua entrada não será barrada na mansão.

_ Boa ideia, Lu.

Depois de salvar o vídeo no smartphone de Luíza, os irmãos partiram para a casa de Adrian que os recebeu confuso.

_ Gael? Luíza? O que vocês querem aqui?

Gael narrou o fato a Adrian e o mostrou o vídeo, deixando o homem chocado. Ele chorava muito abalado com a revelação. Recordava-se do dia em que encontrou o sobrinho quase morto e do medo de perdê-lo. Para ele era assustador saber que o agressor era alguém que Victor amava e sentiu dó do sobrinho por causa da decepção que o menino teria.

_ Eu sei que pode parecer duro, mas o Victor precisa e tem o direito de saber a verdade. Ivan é um louco. Depois de tentar matar o Victor, o seduziu e o mantém nas suas garras. Precisamos salvá-lo._ disse Luíza.

Adrian concordou e os três partiram para a mansão.

Victor havia convidado Virgínia para passar a noite com eles. Os amigos aguardavam Ivan chegar do trabalho e pediram uma pizza para o jantar.

Ficou surpreso quando o porteiro anunciou a chegada de Adrian, já que o tio nunca ia à sua casa sem ser sido convidado.

Ao ver o tio com os olhos lacrimejando, estranhou. Temeu receber alguma notícia ruim relacionada a morte de algum familiar. As presenças de Gael e o Luíza também causaram estranhamento.

_ Carinho, eu tenho algo muito difícil para te contar?

_Aconteceu alguma coisa com a mamãe ou com os meus avós, tio?

_ Não, meu amor. Mas, é algo muito ruim que você terá que ser forte.

_ Deixa que eu digo._ disse Gael. _ Nós sabemos quem tentou te matar.

_ Quem?_ perguntou Virgínia.

_ Foi o Ivan.

_ Ridículo! Você é nojento, Gael! Como pode inventar um absurdo desses? Eu sei que você tem motivos pra ter raiva do Ivan, mas daí inventar algo tão baixo é ser sórdido!

_ Não é mentira! Eu posso provar. Na época, o Ivan era apaixonado por mim. Ele morria de ciúmes da nossa relação e queria te afastar do caminho dele.

_ Cala a boca! Tio, você acreditou nisso? Tá na cara que é mentira desse recalcado. Você tá com orgulho ferido porque nós dois nos amamos e não te queremos mais. Eu não vou admitir que fale assim do meu marido. Fora da minha casa!

_ Victor, assista isso. Eu sei que vai ser duro, mas é necessário.

Luíza mostrou o vídeo.

As imagens pesavam em Victor como uma pedrada. Tudo estava confuso dentro de si e as suas mãos tremiam, fazendo o celular cair.

Virgínia o pegou e assistiu o vídeo com o queixo caído.

_ Que merda! Ivan é um psicopata!

Em choque, Victor não conseguia falar. Sentia um nó na garganta. E o coração batendo acelerado.

_ Eu sei que pode ser duro pra você, mas você precisa vir comigo, meu amor. Vou te levar pra casa antes que aquele doente chegue._ disse Adrian.

Para a surpresa de todos, o carro de Ivan estacionou na garagem e o empresário entrou na sala.

Ficou espantado ao ver Gael e Luíza. Presentiu que algo ruim estava acontecendo. Percebeu os rostos de tristeza e decepção de Virgínia e Adrian.

_ Que caralho está acontecendo aqui?

_ A casa caiu, Ivan. Todos nós já sabemos que foi você que tentou matar o Victor._ disse Gael.

Ivan sentiu um pavor dominar o seu corpo. As lágrimas umideciam os seus olhos.

_ Como pode ser capaz de inventar tamanha mentira? Victor, meu amor, não dê ouvidos a ele. Gael está com raiva. Ele foi até o meu escritório e tentou me seduzir. Eu neguei, disse que te amava. Aí ele prometeu vingança por ter sido rejeitado.

_ Deixe de ser mentiroso, seu cretino!_ Gritou Luíza._ A gente tem o vídeo e mostramos ao Victor. Não tem mais como negar, seu louco.

Victor sentia falta de ar, respirava com dificuldades como se estivesse corrido por quilômetros. As lágrimas escorriam pelo rosto com força.

_ Meu amor... Eu...Eu te amo...me perdoe.

Ivan caiu de joelhos chorando. Sentia o mundo desabando sobre si.

Victor sentiu uma força percorrer o seu corpo e num grito ensurdecedor, partiu para cima de Ivan, distribuindo socos pelo marido.

_ Aaaaaaaaaa! Seu desgraçado! Maldito !

E-mail para contato: letrando@yahoo.com

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Fortes emoções! Nunca imaginei que o Victor ia descobrir o segredo dessa forma, com todo mundo a sua volta presenciando o seu sofrimento. Tadinho dele.

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Só eu acho as opiniões do phoenix77 descabidos?🤔 Eu acho realmente acho essa obsessão em ver o Ivan passivo, contra a vontade dele, preocupante cara! Entendo que não goste dele, ele não é um mocinho, não é vítima e 5als mas, aí a quase todos os comentários pedir por isso, sendo que já foi explicitado pelo autor e pelo personagem que ele não gosta e insistir é meio nocivo moço! Existem gays ativos, passivos e versáteis e comer o rabo de alguém que não gosta disso é estupro e estupro não é castigo não. Leia mais, assista mais noticiários e tente entender mais sobre abuso sexual e estupro porque seus comentários parecem uma apologia ao ato podre que são essas coisas. Abraços e melhoras!😘

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A_ Escritora, vc é a segunda pessoa que me pede para não sumir. Já estou ficando preocupado comigo mesmo. Kkkkk

Phoenix77 , vc cismou com o Ivan sendo passivo kkkkk

Gente, para provar que não vou sumir, já postei o capítulo de hoje. Boa leitura

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"Acho que esse já é um final bom pra Sônia: ser condenada por um crime que não cometeu, só acrescentaria ser usada por uma lésbica como escreva sexual, perfeito pra alguém preconceituosa, tirada a rica e tirada a planejadora de crimes." Super apóio. E de quebra, passar a gostar de colar velcro kkk E por uma questão de coerência na história acho que vai sobrar pro Renato sim, infelizmente. Só se o Ivan assumir tudo sozinho não colocando o amigo no rolo.

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Eu já nem sei mais o que pensar. Só desejo que o Victor seja feliz depois dessa tormenta. Mas podia rolar um dramalhão mexicano bem básico com o Ivan se rastejando e implorando o perdão do Victor hahahhahaha. Pode ser que demore mas acho que o loiro perdoa. Ele tem o coração bom demais.

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Agora o Ivan vai pro fundo do poço e isso vai ser bom pra ele

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E o Italo é péssimo né?!

Mas, só de eles se aproximarem já será tormenta para o Ivan 😏

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Aff..... Victor e Italo não! Totalmente sem química os dois.

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CARALHO! Parece que eu que tomei os socos. Finalmente a verdade, a partir de agora Ivan vai sofrer muito, provavelmente Victor vai pros braços do desgraçado do Ítalo. Não sei oq pensar, mas realmente espero que o casal volte e termine junto.

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Minha Nossa Senhora. Que reviravolta. Sônia procura Gael e abre o jogo com ele que joga tudo no ventilador. Não queria estar perto da Andréia quando ela ficar sabendo da verdade. Pelo amor de Deus posta o próximo capítulo amanhã. Eu te imploro. Não some!!!!

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