POR ESSE AMOR - EP. 24: RELAÇÕES

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1828 palavras
Data: 28/03/2021 01:40:04
Última revisão: 28/03/2021 01:43:11

ESCRITO POR SANTINO PEIXOTO:

Estou no céu. O mundo poderia acabar hoje e eu morreria feliz. Ok, talvez seja drama demais, não acabe universo, por favor. Ainda tenho muitas coisas para viver e conquistar. Enfim, não estranhe a minha animação, nunca recebi uma surpresa de namoro.

Com todo o êxtase que o Kleber me causou, acabei sendo mais incisivo que o normal e fiz uma promessa em seu ouvido: "Estou preparado, Kleber. Eu quero você por completo". Acreditam que eu, Santino Peixoto, falei isso para o meu namorado? Eu não estava mais reconhecendo as atitudes que tomava. As palavras saíram naturalmente, não conseguia evitar.

O rosto de Kleber se iluminou. Depois que a excitação passou, o medo tomou de conta do meu ser. Como eu prometi isso? A gente tomou uma taça de vinho e jantou sob a luz das estrelas. Depois de um tempo, o papo entre nós fluiu e fiquei mais tranquilo.

Estávamos sentados no chão, com taças em nossas mãos e rindo de algumas piadas do Kleber. De longe, via um movimento na casa da família de Giovanna. Será que eles estavam fuxicando ou assistindo ao nosso encontro? Espero que não. Sou muito tímido para que meus amigos assistam aos meus encontros.

— Você está gostando, mozão? — ele perguntou, deixando a taça de lado e fazendo carinho no meu rosto.

— Demais. É a melhor surpresa de todas, Kleber. Eu não sabia que você podia ser tão romântico. — respondi sendo sincero e recebendo um sorriso envergonhado do meu namorado.

— A ideia surgiu aos poucos, porém, os nossos amigos ajudaram demais. Sem eles, eu não conseguiria. E por você, Santino, vale a pena ser romântico.

Que declaração. Que beijo. Eu, realmente, estava no céu. Os lábios de Kleber pareciam ser feitos sob medidas para mim. Não sei explicar, mas nossas bocas combinam. Deitamos e usamos alguns travesseiros para apoiar a cabeça.

Comecei a explorar cada parte do Kleber. Usei minhas mãos para tatear. O Kleber fazia a mesma coisa, um pouco mais afoito do que eu. É tão bom não ter medo de expressar nossas sentimentos e excitações.

— Acho bom a gente não exagerar. — pediu Kleber ofegante, após uma sessão de beijos e caricias.

— Verdade. Olha, só, Kleber Viana sendo o controlado da relação. — brinquei apertando a bochecha dele.

— Vamos encarar a galera? — ele perguntou levantando e me estendendo a mão.

— Sim.

Depois que a adrenalina baixou, o Santino vergonhoso apareceu. Enzo, André, Zedu, Richard e Giovanna, jogavam baralho na varanda. Eles começaram a fazer algumas piadas sobre o casal apaixonado saindo do ninho de amor. Isso é quase nada, se comparado ao bullying que eu sofria na escola.

O Kleber foi no carro pegar as nossas bolsas, aparentemente, ficaríamos o final de semana no sitio. Sentei ao lado da Giovanna que me encheu de perguntas, usando nossa telepatia, claro.

Quem não entendeu nada foi o Zedu. Talvez, ele pensou que erámos malucos ou algo perto disso. O Yuri apareceu com uma caçarola na mão. Eu nunca vi alguém tão habilidoso na cozinha. Para o jantar, o Yuri preparou uma macarrão à bolonhesa. Eu não sei o gosto, mas o cheiro estava de arrepiar.

Os meus amigos pareciam zumbis e atacaram o coitado do Yuri. Eles se serviram e voltaram para a mesa. O Yuri explicou que a casa possuía cinco quartos. O Kleber e eu, dormíramos em um; a Giovanna e o Richard, no quarto com beliches; O André e Enzo, no quarto do bebê e dormiriam em um colchão inflável; já o Zedu e ele ficariam na suíte.

Eu não reclamei, afinal, o objetivo da noite era ficar à sós com o Kleber e aproveitar aquele corpo maravilhoso. Por que tirando o namoro, a gente se conhecia há bastante tempo, ou seja, estava na hora de dar um próximo passo no relacionamento.

O resto da noite ocorreu de forma tranquila. Jogamos 'Mário Kart' e Banco Imobiliário. Adorei o gosto musical do Yuri, ele curte 'Oasis' e 'Coldplay', então, já ganhou milhares de pontos comigo. Um a um, os meus amigos foram se retirando. A Giovanna foi a primeira, pois, precisava fazer a rotina de 'skincare'.

— Crianças! — exclamou Zedu trazendo uma caixa térmica.

Conforme a bebida entrava, o clima ia esquentando, mas não no sentido sexual, o calor do Amazonas estava à flor da pele. Zedu, Kleber, Richard, André e Enzo, os padrões, tiraram suas camisetas sem cerimônia. Ainda pude disfarçar, pois, usava uma camiseta de botões e abri para pegar um arzinho. Já o Yuri vestia uma camisa sem manga e não sofria com a temperatura elevada.

O Zedu é um cara muito animado. Ele contou várias histórias legais que aconteceram na sua juventude. Já o Yuri é parecido comigo, um gordinho mais reservado. Outro contador de história maravilhoso é o André, eu nunca ri tanto ao ouvir um relato.

Quantas festas legais eu não perdi? Se eu tivesse um grupo de amigos assim, acho que não teria vivido parte da minha vida sozinho.

— Como eu sou o único hétero daqui. — soltou Richard, visivelmente, bêbado e levantando a mão.

— Fala, cunhadinho. — disse Zedu, passando a mão nos cabelos de Richard e sorrindo.

— Vamos fazer um jogo? Quero deixar essa festa mais interessante e descobrir uma possível bissexualidade...

— Eu topo! — falaram, André e Enzo, juntos.

— Já deu tua hora. — resmungou Yuri, puxando Richard pela orelha que protestou em dor. — Eu preferia quando você caçava animais peçonhentos na floresta. — levando Richard para o quarto.

— Meu namorado é uma fera. — disse Zedu, tomando um gole de cerveja.

— Pessoal, eu acho que vou dormir também. — anunciei pegando no joelho de Kleber.

— Dormir, né? — questionou Zedu levantando a sobrancelha direita e rindo. — Usem preservativo, crianças.

— Zedu! — exclamei ficando vermelho e rindo sem graça.

Para me deixar ainda mais envergonhado, o Kleber segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. Passamos pelo Yuri e desejamos boa noite. Graças a Deus pela invenção do ar-condicionado, quando abrimos a porta e entramos no quarto somos abraçados pelo frio.

O Kleber deixou a camisa em cima da escrivaninha, enquanto, eu tirei a camiseta e coloquei no cabideiro. Ainda nervoso, peguei o meu pijama na mochila e uma toalha branca que Yuri deixou reservado.

— Ei. — Kleber chamou a minha atenção. — Posso tomar banho com você?

Puta merda. Como assim? Pânico gay! Pânico Gay! Atenção, pânico gay! Eu entrei em pânico com a pergunta, porém, o meu namorado veio ao meu resgate e me beijou. Nossos corpos ainda estavam suados e o atrito deles trouxe uma nova gama de sentimentos.

Eu não tenho tempo de raciocinar. Vamos nos beijando até o banheiro. As coisas aconteceram muito rápido, mas de uma coisa que tenho certeza é: eu quero o Kleber. Ligamos o chuveiro e tiramos as nossas bermudas, uma cena muito cômica e que quero apagar desta noite.

Agora, somos só nós e a água do chuveiro. Nossos corpos estão molhados e a sensação é boa demais. Finalmente, depois de muito enrolar o Kleber, a gente tem a primeira transa. Confesso que o sexo é diferente de tudo que vemos nos filmes eróticos.

O Kleber não teve pressa e me ensinou muitas coisas bacanas, além de ser muito paciente com os meus limites. Após um momento fantástico, ficamos deitados na cama, apenas fazendo carinho um no outro.

— Santino Peixoto, você é maravilhoso. — Kleber falou, ainda ofegante e com o coração acelerado.

— Eu fiz tudo certo? Não quero te decepcionar. — falei inseguro e fazendo o Kleber beijar minha testa.

— Você é o melhor namorado do mundo, Santino. Tenho certeza que as coisas só vão melhorar daqui para frente.

— Que bom. Só não quero ouvir os comentários amanhã. Os meninos vão zoar conosco.

— O problema é deles. Eu sei apenas de uma coisa: tive a melhor transa da minha vida. E se me der um tempo, podemos fazer de novo. — ele disse apontando para baixo e rindo.

— Kleber! — exclamei, ficando vermelho e batendo levemente em seu peito.

No dia seguinte, acordei cedo. É sempre assim. Em casa, eu costumo acordar tarde, porém, quando durmo na casa dos outros, o meu relógio biológico dá uma bugada. Levantei e fui até o banheiro. Acabei tendo umas dores em lugares que nunca tive antes.

Fui até a cozinha e encontrei o Yuri passando um café. Ele me cumprimentou e continuou o seu serviço. Eu queria fazer algumas perguntas sobre a primeira vez, mas não conseguia encontrar um momento certo para a abordagem.

— E como foi à noite? — ele perguntou colocando o café dentro da garrafa térmica.

— Intensa e cheia de perguntas. — soltei, parecendo mais desesperado que o normal.

— Tino, você é uma graça. Pode fazer qualquer pergunta. — Yuri falou rindo e colocando a garrafa em cima da mesa.

— Sempre é dolorido assim? — perguntei fechando os olhos.

— Olha, não vou mentir. As primeiras vezes são doloridas, mas você se acostuma. — a resposta do Yuri me aliviou. — Outra coisa importante é o preservativo. O Zedu e eu, estamos juntos há uns seis anos e somos exclusivos, ou seja, não temos uma relação aberta. Além disso, fazemos o uso de um remédio chamado PrEP, um novo método de prevenção à infecção pelo HIV. — explicou.

—Então, nessa altura do campeonato vocês transam sem camisinha? — quis saber, achando legal o nível de confiança entre os dois.

— Sim. Porém, somos sinceros um com o outro. Um relacionamento, Tino, é muito mais que sexo e paixão. O Zedu é o meu primeiro namorado, mas eu não sou a primeira relação da vida dele. Eu tenho no José Eduardo, a figura de um melhor amigo. Já passamos por tanta situação juntos. — Yuri parecia realmente apaixonado pelo Zedu, os seus olhos brilhavam toda vez que falava o nome dele.

— Está falando de mim? — Zedu nos surpreendeu e nos tirou um sorriso amarelo.

Que linda relação. Espero que um dia eu tenha essa mesma oportunidade com o Kleber. Sei que ainda temos um extenso caminho pela frente, entretanto, temos o principal, uma relação de confiança e amizade.

Andei até o pátio da casa e observei o terreno. A piscina estava tão convidativa. Perdido em meus pensamentos, nem me dei conta de que o Kleber me observava. Fiquei sem graça de início, então, ele se aproximou e passou os braços em volta do meu pescoço.

— Você acordou antes de mim? — Kleber questionou me fazendo carinho.

— Desculpa, eu deveria ter te esperado, mas depois da noite de ontem...

— Você está bem? — questionou Kleber me virando e olhando para cima, pois, sou um pouco mais alto que ele.

— Sim, estou ótimo. Só estou reflexivo mesmo. Ah, e isso não é algo ruim. Estou feliz. Tive a minha primeira transa com o meu melhor amigo e namorado, poucas pessoas tem essa oportunidade. — admiti, baixando a cabeça e o beijando.

Eu transei. Tipo, não sou mais virgem. Li em alguns artigos que o sexo muda a nossa percepção sobre o mundo. O que será que vai acontecer? Quais são essas mudanças que terei? São tantas perguntas. Só espero continuar sendo fiel à mim mesmo e continuar amando o Kleber.

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