POR ESSE AMOR - EP. 23: SURPRESA

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1956 palavras
Data: 25/03/2021 22:43:45
Última revisão: 25/03/2021 23:10:02

OI, GALERA. SÓ PASSANDO PARA AGRADECER AS PESSOAS QUE ESTÃO COMENTANDO. SEI QUE SÃO MUITOS QUESTIONAMENTOS, MAS GARANTO QUE VOCÊS VÃO SE EMOCIONAR COM OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS. UM MEGA ABRAÇO PARA TODOS!!!

ESCRITO POR KLEBER VIANA:

Eu nasci para vencer. Não precisa me aplaudir, eu sei disso. Arrasei durante as seletivas para entrar no clube de natação da Ufam. Fui parabenizado até pelos professores e veteranos, mas o melhor reconhecimento de todos veio do meu mozão, o Santino.

— Parabéns, bebê. — ele disse ao me abraçar.

Eu sou o bebê dele! Eu sou o bebê dele! Caramba. Como as coisas podem evoluir tão bem? Primeiro, o encontrei no Ceará; em seguida, aconteceu a enrolação na festa; agora, o gordinho que conheci no Beach Park é o meu namorado e me chama de bebê. Que vida louca.

Para comemorarmos os bons frutos do nosso relacionamento, pensei em algo memorável. A ideia que tive é a melhor de todas. O nosso primeiro beijo (em Manaus) aconteceu no gramado da Ponta Negra. Então, pensei em algo romântico e fofo, um piquenique.

Falei com alguns contatos, no caso a Giovanna, e consegui a permissão para utilizar o sítio da sua família. Ela mostrou as fotos e o local é surpreendente. Falei do meu plano para o Enzo e André que decidiram ajudar também. Nada melhor do que amigos bem intencionados.

— Gente, comprei todos os itens necessários. — expliquei para Enzo, André e Giovanna, colocando uma sacola em cima da mesa.

— A cesta já está no carro. Vai ser uma surpresa linda. — disse Giovanna suspirando e fazendo uma careta. — Por que os homens héteros não prestam?

— Sei lá. — respondi junto com Enzo e André, antes de rir do drama da Giovanna.

Felizmente, a data do nosso primeiro mês de namorado cairia em um final de semana. Na quinta-feira, os meus amigos seguiram para o sítio da tia de Giovanna. Eu ficaria para enrolar o Santino e ganhar um tempo, antes de partimos para lá.

Resolvemos almoçar juntos em um restaurante do shopping. O Santino ficou afim de comer massa, então, escolhemos um italiano, daqueles que preparam o prato na hora. Eu fiquei interessado em experimentar uma lasanha de bolonhesa, já o Santino pediu um nhoque gratinado.

Eu tentei ser um cavalheiro, tipo, levantar a cadeira para o meu namorado e dizer coisas carinhosas. Queria provar para ele que poderia ser perfeito, mesmo tendo uma infinidade de falhas. A gente bolou vários planos para os próximos meses, incluindo, uma viagem para o Ceará.

— E quais são os planos para mais tarde? — perguntou Santino limpando a boca com um lenço de papel.

— Surpresa. Inclusive, precisamos passar em um lugar, antes de seguir para a última parada.

— Kleber. Eu não sou fã de surpresa. — ele falou de uma forma tão fofa que não resisti e apertei suas bochechas.

— Você vai adorar, juro. — disse, sem me importar com as pessoas que olhavam para nós.

Enviei uma mensagem para Giovanna, mas ela não respondeu. Que droga. Com certeza, a conexão no sítio deve ser mínima. Respirei fundo e levei o Santino para o cinema. Confesso que não sou o tipo de pessoa do cinema, porém, contava com a enrolação para ganhar tempo.

O filme escolhido foi "Enlaces da Paixão", uma comédia romântica. Eu não entendo muito bem o roteiro e, com certeza, cochilei em alguns momentos. O Santino por outro lado, assistia atentamente, enquanto comia uma pipoca amanteigada. É engraçado como nossas personalidades e gostos são distintos, porém, a cada dia, me apaixono mais por ele.

Após o filme, verifiquei o relógio e 16h. Perfeito! Parti para o segundo local do nosso encontro especial de namoro. Eu nunca vou me acostumar no carro do Santino. É algo surreal dirigi-lo, ainda mais em uma data tão importante.

— Tá, pelo visto, a segunda parada é na Ponta Negra, né? — perguntou Santino, enquanto fazia carinho na minha orelha direita.

— Moço esperto. Só vai curtindo, bebê. — pedi aproveitando o carinho que recebia.

A Ponta Negra está lotada. Nunca vi tanta gente aglomeradas, pessoas passeando de um lado para o outro, alguns se exercitando e outros aproveitando o sol da tarde. O Santino ficava tão lindo envergonhado, mesmo ele negando tal fato. Gostava de provoca-lo e dizer coisas carinhosas para deixa-lo sem graça.

— Você lembra que o nosso primeiro beijo, no caso, em Manaus, foi aqui na Ponta Negra? — perguntei o abraçando por trás e o deixando vermelho.

— Kleber! — exclamou Santino, nervoso e preocupado com a reação das pessoas.

— Santino, eu não tenho vergonha de estar com você. — falei, ainda o abraçando e cheirando suas costas.

Sim. Para quem não sabe, o meu namorado é alto, já eu sou pequeno, não tanto, porém, é perceptível a diferença. A ponta do meu nariz encosta no pescoço dele e o perfume toma conta do meu olfato, o cheiro do meu ursão.

O virei na minha direção e o beijei. Assim como a primeira vez, sem pressa ou pudor. Eu nem sei se choquei alguém, mas, por favor, estamos no século 21. Uma pessoa com a mente fechada no mínimo deve ser enviada para o século 19. Eles que lutem para viverem em uma sociedade arcaica, sem qualquer traço de humanidade e compaixão com o próximo.

O Santino estava ofegante e tremulo, não sei se por causa do beijo ou devido ao medo das pessoas. Aproveitei o momento para fazer a versão "Kleber Galã". Segurei em suas mãos com força e fiz a primeira declaração do dia.

— Nosso amor percorreu tantos quilômetros. Eu tirei a sorte grande, pois, tenho um namorado lindo, inteligente, bem humorado e humildade. São qualidades difíceis para encontrar em alguém, Tino. Espero que esse seja o primeiro de muitos meses e anos. Te amo.

— Kleber. — Santino soltou ficando vermelho e olhando em volta.

Eu não sei se foi a declaração ou o clima agradável de fim de tarde, mas o Santino tomou a iniciativa e me beijou e, cara, que beijo. Ele, praticamente, colou nossos corpos em um abraço caloroso e envolvente. Sua mão acariciava minha nuca, enquanto, eu passei os braços em volta do pescoço dele.

Toma-lhe família tradicional brasileira, vai ter beijo gay sim! E muitos! Milhares! Nossa, eu me sinto invencível quando estou com o meu boy. Somos opostos, isso é inegável, entretanto, conseguimos fazer funcionar essa relação e ela melhora a cada dia.

Depois de chocarmos metade da Ponta Negra, eu assumi o volante para a última parte da surpresa do Santino. Ainda bem que o trânsito não estava tão complicado. Eu liguei o meu celular no sistema de som do carro e mostrei um pouco do meu excelente gosto musical.

Para começar com o pé direito, selecionei a música "Tempo Perdido" do Legião Urbana. Cara, eu acho a voz do Renato Russo a perfeição. Até hoje, não encontrei um artista que conseguisse bater um talento deste nível.

***

Todos os dias

Antes de dormir

Lembro e esqueço

Como foi o dia

Sempre em frente

Não temos tempo a perder

***

A paciência do Santino é de impressionar. Em nenhum momento, ele questionou onde era o lugar da surpresa. Sua mão estava ocupada demais fazendo carinho na minha orelha. Como casal, criamos uma rotina de caricias e fofuras, e eu amo cada momento, principalmente, quando estamos no carro cantando Legião Urbana.

— Você é feliz comigo? — perguntou Santino, enquanto acariciava minha orelha.

— Sou o homem mais feliz de Manaus. Não, eu sou o homem mais feliz do universo! — gritei e tossi fazendo o Santino rir. — Eu te amo, garoto.

— Eu te amo, momozi.

Eu sou o momozi dele. Ai, Santino, não faz isso com o meu coração de papel. O GPS mostrou que o sítio da família da Giovanna estava perto. Nem preciso dizer que o sítio era lindo, né? Uma placa escrito "Recanto" indicava o local certo, ou seja, sucesso para o motorista, Kleber.

De repente, o meu coração ficou mais acelerado que o normal. Como expliquei, eu não sou uma pessoa muito romântica, contei com a ajuda dos meus amigos para preparar uma surpresa para o nosso primeiro mês de relacionamento.

Um senhor abriu o portão do sítio, baixei o vidro da janela e o agradeci. Para chegar a casa do sítio, entramos em uma estradinha de seixo. A vegetação foi moldada para parecer um arco, mas pensei em um carro maior passando ali, não ia dar certo.

Geralmente, os sítios do Amazonas possuem piscinas naturais que são feitas a partir dos igarapés que cortam o estado. Não era o caso daquele sítio, porém, em compensação, a piscina impressionava pelo tamanho.

A casa era um show a parte. A residência possuía uma varanda enorme com várias redes instaladas. Uma mistura de madeira com alvenaria, algo que deu um toque especial para a estrutura. O telhado de barro também não passava despercebido. Demorei um pouco absorvendo toda aquela informação.

— Vamos descer? — quis saber Santino, enquanto eu estava perdido nos meus pensamentos.

— Ah, sim. Vamos. Só que. — fiz um suspense e mostrei uma venda vermelha para o Santino.

— Sério? — soltou Santino rindo.

— Sim.

Me inclinei para colocar a venda nos olhos do Santino e aproveitei para roubar um beijo. Desci do carro, avistei a Giovanna e dei ok para o início da surpresa. Abri a porta do Santino que não fez mais nenhuma pergunta, apenas confiou em mim.

Outro ponto positivo do sítio? A grama impecável. Acho que deve ser sintética, pois, é impossível uma gramado ser tão uniforme desse jeito. Os meus amigos preparam a surpresa na parte de trás da casa, então, tivemos que dar a volta.

Mais uma vez, o meu coração palpitou mais forte. A primeira coisa que vi foi a tenda no estilo Árabe. No chão, várias almofadas vermelhas em formato de coração. Já na área central da tenda, eles preparam um piquenique. Sério, estava a coisa mais linda de todas.

Giovanna, Yuri, Zedu, André e Enzo, ficaram de longe, apenas xeretando. Havia, também, uma caixa de som e conectei o meu celular para tocar a nossa música "if time stood still". De cara, o Santino reconheceu, por isso, retirou a venda.

Ele ficou encantado com a estrutura, olhou cada detalhe atenciosamente. Depois se aproximou e me abraçou forte.

***

Mas, você sempre acreditou em mim quando ninguém mais acreditou

Posso ter mais tempo com você?

Se o tempo parasse

Se tempo (se tempo)

Se o tempo parasse

Eu (eu), eu ainda gostaria de mais tempo com você

Eu ainda iria querer mais tempo

***

— Santino, eu não sou um cara tão romântico, mas eu preciso confessar que você tira o melhor de mim. Eu tirei a sorte grande em te conhecer. Eu sinto tanto medo de ser mal interpretado, pois, não quero que isso acabe. — falei me aproximando e o beijando.

— Kleber. Você é o namorado mais incrível do mundo todo. — afirmou Santino encostando sua testa na minha. — Mas, você acha que é o único com surpresas?

— Santino Peixoto! — exclamei.

O Santino pediu para que eu virasse de costa, claro que obedeci, mesmo contra vontade. De repente, ele colocou um cordão no meu pescoço. Eram as nossas iniciais "K e S", precisei segurar o choro, não sou muito emotivo, entretanto, aquela surpresa me pegou de 'surpresa'.

— Você pode colocar o meu? — ele perguntou me entregando o colar.

— Claro, momozão. — soltei, elevando o nível de romantismo ao extremo e colocando o colar do Santino. — Ficou lindo.

— Obrigado, momozi. — ele disse me abraçando. — Ah, e você pensa que esse é o único presente? — questionou Santino quase surrando no meu ouvido. — Estou preparado, Kleber. Eu quero você por completo.

Ok. Por essa eu não esperava. Meu Deus. O Santino vai se entregar? Será que eu trouxe alguma cueca boa? Camisinha, eu preciso de camisinha e lubrificante. Estamos no meio do nada. Como o Santino decidiu isso? Calma, Kleber. Respira. Respira.

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Comentários

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Olá, amado! Melhor site de namoro para sexo -> GAYS24.CLUB

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Continua logo está demaisNão demore. amando esse casal maravilhoso. parabéns pelo seu conto.

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Continua logo está demais........ Não demore

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