Aventuras do Jovem Cowboy na Capital - O Belo Físico de Úrsula!

Um conto erótico de Causos do Cowboy
Categoria: Heterossexual
Contém 10459 palavras
Data: 05/03/2021 11:01:59
Última revisão: 05/03/2021 12:30:18

Hoje amanheci saudoso, e o motivo foram uns sonhos que tive noite passada!

Acho que contar esses meus causos me deixaram assim.

Passei meu café como sempre, bem feito, nem doce, nem muito amargo, no ponto pra melar o bigode e fazer uma boca de pito!!!

Quando olhei no meu relógio, marcava 4:30 da manhã, coração apertado, um nó na garganta miserável. Quem me conhece sabe os motivos das minhas mágoas, das perdas recentes.

Mas hoje,a causa foi outra, e vou contar pros amigos e amigas o que aconteceu.

Sonhei com aquela minha vida, com os familiares e amigos que morreram.

Sempre tive boa memória para as coisas, e como dizia meu velho avô:

-- É fio, nois fica Véio só pra alembra… pensa e alembra das coisa… é só o que nois Véio pode fazê… Alembra e pensa…

E as lembranças chegam em mim igual uma jamanta, sem freios, descontrolada.

Sai pro terreiro, uma vontade de gritar, pegar o berrante e repicar na rebatida bem alto, e ver se aparece algum conhecido velho.

Que nada, sei que se fizer isso, será capaz de assombrar algum vivente passando na estrada…

Desisti de bancar o ponteiro de comitiva, sem tropa ou boiada, a pé, no escuro, e fui matar o tempo ouvindo umas modas no celular.

Entrei no tal youtube e fui caçar uns modão. Acho engraçado procurar música nesse aparelhinho quadrado e comprido, tela brilhosa… antes era pegar uns discos e colocar pra rodar, descer a agulha com cuidado, ouvir aquele som parecido com um arranhão nos auto falantes da vitrola e aproveitar.

Hoje ouvi o de sempre!

Tião Carreiro e Pardinho - Saudosa Vida de Peão, Boiadeiro Punho de Aço, Boiadeiro de Palavra, Caçador, Três Cuiabanas, Boiada Cuiabana, Rei do Gado, Cavalo Enxuto…

Vieira e Vieirinha - Transporte de Boiada, Embarcação de Boiada, A Moça que Dançou com o Diabo. (essa última fala de São Carlos, terra de parte da minha família, onde meus pais se conheceram).

Sérgio Reis - Cavalo Preto, Boiadeiro Errante, Panela Velha, Menino da Porteira, Mágoa de Boiadeiro…

Almir Sater - Comitiva Esperança, Boiadeiro do Nabileque…

Leopoldo Rassier - Veterano…

Luís Marenco - Recuerdos da 28, De Lua Linda, Batendo Água, Quando o Verso Vem Pras Casas…

Eita saudade…

Só música que fala daquela vida e da época em que o fio do bigode e uma palavra empenhada valia mais que qualquer coisa. Uma amizade sincera era tudo que se podia esperar de uma pessoa de boa índole.

Quando os homens eram cavalheiros, mesmo os mais caipiras e sem instrução nenhuma!

Peguei o fim dessa época, mas pela convivência com meus velhos heróis, eu os imitava nesse modo de ser e agir.

Lembro quando eu andava pelas calçadas, sempre de chapéu na cabeça, e vinha uma senhora, um grupo de mulheres ou mocinhas, eu recuava, retirava o chapéu, e quando passavam por mim, acenavam cordialmente com a cabeça, as vezez até sorriam, e eu direcionava a elas, um gentil bom dia senhoras, senhoritas ou meninas!

Era muito comum entrar em um estabelecimento e desejar a todos um bom dia, tarde ou noite.

Pedir licença, por gentileza, desculpe o incômodo, poderia me fazer um favor…

Lembro uma vez, voltando de Trem com meu pai. Embarcamos na antiga estação da FEPASA, linha da Alta Paulista, época de férias, havia muitas pessoas no nosso vagão.

Quando chegamos em Osvaldo Cruz, ao desembarcar um pouco de passageiros, logo o vagão voltou a ficar lotado com os que embarcaram para seguir viagem.

Sobrou em pé um senhorzinho.

Eu devia ter meus 10 para 11 anos, mas ainda me lembro do que meu pai fez.

Ao ver o senhorzinho, que parecia roceiro, chapéu de pêlo de lebre marrom, calça rancheira, camisa xadrez, um pente no bolso da camisa e umas palhas escapando do bolso traseiro da calça, uma bolsa de couro, tentando se equilibrar durante os solavancos que a máquina fazia antes de embalar nos trilhos, se levantou, mandou eu pular pro banco do corredor, e chamou aquele senhor para se sentar na janela e refrescar o calor.

Lembro de ter proseado um bocado com aquele velho, que tinha um sítio naquela cidade, tirava leite e cuidava do seu cafezal, e me contou uns causos de quando chegou na região, e como tudo estava moderno! E volta e meia agradecia meu pai por seu ato de gentileza.

Estava indo visitar uma filha, não lembro se em Junqueirópolis ou Dracena, mas era quase no fim da linha do corredor Alta Paulista.

Pelo que vejo hoje, era capaz de algum gaiato, ouvindo um funk no celular, caçoar do jeito daquele velho!!!

Ei tempo aquele… Eita recordações que às vezes fazem minha cabeça doer!!!

🐂🐎🐂🐎🐂🐎🐂🐎🐂🐎🐂🐎🐂

E falando em viagens de trem, acho que a última viagem que fiz para a capital paulista foi em 1990.

Meu pai perguntou se eu queria ir de ônibus ou de FEPASA (trem), e como sempre adorei viajar balançando nos vagões, pedi pra ele me levar até a velha estação de Dracena.

Eu estava indo visitar uma tia que morava na capital, a irmã mais velha da minha mãe. As outras moravam pras bandas de Jundiaí, eram bem casadas com seus maridos e viviam muito bem por lá.

Era junho, lembro que embarquei de madrugada no trem. Na plataforma daquela estação ventava bastante, aquele ar gelado que vinha das bandas do Paraná!

O trem partia para a capital de madrugada, não recordo se as 4 ou 5 da manhã, sei que era cedo.

Soubemos por uma das irmãs da minha mãe que minha velha tia, viúva a 5 anos, estava passando por uns apertos financeiros, por conta das mudanças e loucuras nas finanças nacionais daquele 1990.

Ela não andava bem de saúde, pouco saía da sua casa, e creio que era osteoporose e algum outro problema cardíaco, que estavam limitando minha velha tia. Dois velhos males da minha família.

Tadinha, era boazinha, gostava de me ver, e falava que eu era um molecão sacudido.

Meu pai não bicava muito com as minhas outras tias, pois na época que conheceu minha mãe, as tias falavam que ele era um sujeito do mundo, peão do trecho sem rumo, e levaria minha mãe no bico e não voltaria pra se casar. A única que apoiava era esse minha tia, que consolava minha mãe, que corria pelo corredor da entrada do sítio do meu avô até a boiadeira, toda vez que ouvia os polacos batendo no pescoço de alguma égua madrinha, o repique de berrante ou os estalos dos arreadores da peonada que condiziam boiadas que seriam abatidas naquela cidade!

Meu avô viajava comprando e vendendo boiada pra todo canto, na época que não se via nelores nas invernadas, de Aquidauana, até os confins do nortão de Goiás, onde hoje é Tocantins!!

Coisas de família…

Meu pai me mandou dar um pulo ligeiro na capital, a tia não saia de casa, então não poderia mandar uma ajuda através de depósito bancário.

Sei que estava levando uma bolsa de viagem de couro que eu comprei em Campo Grande - MS, e mais outras bolsas que comprei em Prudente para levar queijo meia cura pra minha tia que adorava queijo e precisava repor cálcio no organismo.

É que naquela época eu não era muito de viajar de carro, e se tivesse ido de caminhonete, conhecendo meus pais, me fariam levar um boi inteiro, frango, ovos, verduras e legumes, frutas, leite…

Mas a tia estava precisando, e meus pais não eram de ficar especulando a pessoa, simplesmente faziam o que precisavam, sem alardear e deixar a auxiliado envergonhado.

A tia teve uma filha, que na época estava casada e morando no Paraná, não lembro onde, mas era a cidade do marido. Mas por motivos que desconhecia até então, não tinham uma boa relação. Creio que por alguma rusga da tia com o genro.

Fui instruído a tentar levar minha tia para a nossa casa na fazenda, e caso ela viesse comigo, eu contrataria um carro de aluguel para voltar.

Embarquei, arrumei minhas malas no bagageiro, e quando a máquina buzinou e arrancou pelos trilhos, deixei para trás a silueta alta do meu amado pai no meio da neblina da plataforma da estação.

A viagem de ônibus era mais ligeira até a capital, mas eu preferia ir de trem, mesmo levando umas 12 horas ou mais no trajeto.

Lembro de quando passava um homem empurrando um carrinho vendendo lanche, guaraná Antárctica, chocolates e balas. Eu aproveitava e fazia uma boquinha. Ele passava umas vezes a mais no meu vagão, sabendo que o boiadeiro aqui não perderia a viagem!! 😂

Naquele dia não havia vagão restaurante! 😢

O trem ia meio vazio até Marília, mas quando saía de lá, estava quase sempre lotado.

Olha do que fui me lembrar, dessa viagem!!!

Eita tempo véio…

Vinha caminhando uma moça de uns 28 anos… 30 no máximo, usava óculos, cabelos cacheados castanhos, branca, olhos da mesma cor dos cachos.

Não tinha muita coisa de excepcional na mulher que fosse atiçar minha tara, era comum, estava com um casaco pesado, que cobria até a metade das suas coxas.

Nas mãos uma bolsa de viagem média, e um livro.

Veio olhando, caçando um lugar, e quando passou um pouco do meio do vagão, que estava quase cheio, olhou para o banco do meu lado e perguntou:

-- Com licença...Bom dia moço, posso me sentar do seu lado?

Rapidamente me aprumei no banco e perguntei se preferia a janela:

-- Ah, se você não se importa, eu gosto de viajar na janelinha sim!

E sorriu gentilmente arrumando os óculos no rosto.

Me levantei, sai para o corredor, e pedi sua bolsa, para poder guardar no bagageiro que tinha acima dos assentos.

Ela me agradeceu muito, disse que eu era muito gentil…

Assim que pegamos o assento, o trem apitou e arrancou pelos velhos trilhos.

Ainda me recordo do cheiro que havia nas estações de trem. Era uma mistura de óleo diesel e graxa.

Eita tempo veio…

Essa me lembro perfeitamente seu nome, não tinha como esquecer, era diferente, nunca tinha ouvido!

Úrsula, assim se chamava a mulher

Me apresentei tirando o chapéu e pegando sua delicada mão, que ao apertar, senti a pele macia, mas muito firme, e não fez feio no comprimento.

Comentei que ela era forte para uma mulher, e tinha a pegada de mão de uma mulher que trabalhava com cafezal.

Ela sorriu solta e me contou que era professora de educação física na capital, e aproveitando as férias escolares, foi visitar a família em sua cidade natal.

Aí depois dessa nossa primeira conversa, a mulher desandou me fazer perguntas:

De onde você é?

Qual sua idade?

Como se chama peão?

Está indo pra São Paulo?

Trabalha em fazenda?

Respondi tudo quanto havia me perguntado, satisfazendo parte da sua curiosidade.

Depois comentou que achou meu traje bem diferente.

Ah, me esqueci de contar como estava vestido naquela ocasião!!!

Fui com uma bota de cano longo preta, bem lustrada, calça rancheira azul de sempre, camisa de flanela manga longa xadrez, uma jaqueta que por fora era jeans, e por dentro forrada com lã de carneiro, até a gola, e por cima de tudo, chapéu com copa baixa três pontas preto, de aba larga reta e um pala de cavaleiro preto com detalhes vermelho no forro, presente de um amigo gaúcho do meu tio, fazendeiro lá pras bandas de Campo Grande.

Disse que achou bem legal minha roupa, e não teve como não me notar dentro do vagão, e sorriu toda alegre.

E o papo rolou solto, contando sobre sua vida na capital, como era viver e trabalhar naquela loucura de cidade. Eu contando meus causos, como sempre né, minha sina, falando da lida na fazenda, das viagens com a comitiva pelos sertões do centro-oeste e região...

Logo me cortou e falou que eu parecia saído da novela Pantanal, pelo meu sotaque e jeito. Aquela novela foi um grande sucesso da televisão naquele ano.

Logo veio o funcionário que picotava a passagem e conferia os passageiros.

Tirei o chapéu, coloquei ele encaixado no joelho e continuei o papo, que estava gostoso, era uma moça sabida, estudada, e ligeira nas respostas.

Bem mais adiante, quase chegando em Jaú, lembro que o rapaz do carrinho de lanche passou outra vez, e parando do meu lado, brincou, perguntando se o peão ia comer mais alguns chocolates, lanches e guaranás.

Ela arregalou os olhos e disse que eu não devia engordar por ruindade, porque guaraná, lanche ou outras coisas engordava.

Dei de ombro, pedi mais uma batelada de porcarias, ela também pediu uma água e um biscoito de polvilho (lembro da marca Biscoito Rodrigo), e umas balas de hortelã.

Bati a mão por dentro da capa e peguei dinheiro no bolso da camisa, e paguei o meu e o dela.

A professora achou gentileza demais da minha parte, agradeceu e disse que era difícil encontrar um peão boiadeiro desconhecido ou conhecido, em um vagão de trem, indo para capital daquele meu jeito.

Eu muito danado perguntei fazendo cara de menino caipira, de que jeito ela estava falando!

Ela sorriu meio sem graça e arrumando os cachos disse:

-- Ah...assim igual você, esse tipão… loiro, grandão… todo gentil e atencioso!!!

Agradeci demais os elogios e contei que eu era daquele jeito pela educação que recebi em casa, que era de uma família muito simples, mas de gente muito boa e trabalhadeira.

E como em todo momento da vida, onde quer que eu fosse: a pé, cavalo, carro ou montado numa porca … a prosa pendia e pendeu pro lado da paquera, só pra variar um pouco!!! 😀

Ela tirou os óculos, se virou toda soltinha e manda no meu peito igual um coice de mula:

-- Assim… esse peão boiadeiro, por acaso tem namorada ou noiva na sua região… porque, se fosse meu namorado, eu não deixaria viajar por aí sozinho, dando atenção e ajudando a todas!!!

Dei risada, rodei o chapéu nos dedos e falei com a maior cara de rapariga:

- Tenho ninguém me esperando não moça, a vida é corrida, mal sobra tempo de ir no barbeiro, olha como eu tô cabeludo! (na época eu tinha uma vasta cabeleira 😂)

Cocei a cabeça, deixando o topete bagunçado, fazendo cara de cansado:

-- Ahh Betooo… pra cima de mim… saí do interior mas moro em São Paulo desde a faculdade, não caiu mais nesse papinho furado… mas ainda assim, sozinho você não viajaria, ainda mais pra capital, cheinho de perigos maiores que onças e bois bravos!!!

Sei que rimos muito da observação dela, que me olhava fazendo cara de indignada com meu relato sobre minha pobre vida solitária. 😂😀😂😀😂😀

Me abri um pouco mais e disse que estava indo ver uma tia que não andava bem de saúde, e não teria tempo de me divertir, ou sair para paquerar.

Outra vez ela foi me alfinetando e dando indiretas:

-- Mas com essa sua carinha, não vai precisar sair pra muito longe da casa de sua tia para arranjar um namoro em São Paulo.

-- O doido moça, você acha mesmo, eu sou meio bicho do mato, barriga verde, que mulher ia querer me dar umas namoradas? (todo inocente)

-- Eu mesma me candidataria a sua namorada, mas sou mais velha que você...

Me virei, olhei dentro dos seus olhos, reparei melhor na moça, que era bonita sem os óculos, e devia ficar bem jeitosa mais arrumadinha, fiz um movimento com o indicador, cheguei o rosto no meio do caminho, fazendo minha cara de safado, já velha conhecida das meninas da minha região!!!

Ela veio de encontro e me beijou com vontade, foi uma briga de língua que faltou pouco para sair faísca.

Não sei quanto tempo durou o nosso amasso, mas foi um tremendo beijo gostoso.

Após aquela cena, se afastou, encostou a cabeça no banco e ficou rindo, com um dedo na boca como se fosse roer as unhas.

Eu continuei virado pra ela, esperando ela dizer alguma coisa, e foi o que fez:

-- Beto, posso saber onde você vai ficar… onde sua tia mora… e se você não se importar, gostaria de te encontrar com mais calma... o que você acha peão?

Respondi que por mim estava tudo certo, e falei que minha tia morava em um lugar bem conhecido da capital, perto do centro, no bairro da Mooca, pros rumos de um estádio de futebol, que agora não me recordo o nome.

Ela sorriu satisfeita, e disse não ser longe de onde ela tinha seu apartamento, que ficava próximo à estação de metrô da República, bem no centro.

A professora Úrsula pegou uma caneta na bolsa de alça que tinha pendurada dentro do casaco, um papel copiou o endereço da minha tia e o telefone, da folha de caderno onde eu havia escrito.

Disse que ficaria por lá uns dois ou três dias, que não poderia me ausentar por muito tempo, pois a serviceira da fazenda estava me esperando igual uma sucuri esperando cair um filhote de garça do ninho!

E ficamos mais à vontade um com o outro durante o trajeto até a velha e fedorenta estação da Luz. 😂

Muitos beijos, abraços, fungadas, mordidas dela no meu braço, boca… A mulher era meio bruta nos pegas, mas nada além disso, e apesar de mostrar excitação, segurou bem a onda dentro do vagão do velho Trem da FEPASA!

Chegamos na capital, passava das 19:00 hs. Um frio do capeta, garoa e um vento de cortar até a alma.

Toda vida odiei frio, e aquilo era um pesadelo para um rapaz iguar qui nem eu, crescido no Oeste Paulista.

Pegamos nossas bagagens, eu com quatro bolsas de médias para pequena e minha bolsa de couro com meus panos de bunda.

A Úrsula ainda me advertiu sobre os trombadinhas que circulavam pela estação, e ficasse esperto com meus pertences e dinheiro.

Respondi enquanto descíamos na plataforma, que pra levar minhas coisas, precisaria de uns 10 pra me encantuar!!

Ela riu do meu jeitão caipira, e ao atravessar a plataforma e sair daquele prédio grande e muito movimentado da Luz, saímos na calçada e fomos atrás de um táxi pra me levar até a casa da tia.

Que catinga de chiqueiro de porco e mijo tinha o lugar. Eu havia estado ali em outras ocasiões, mas a coisa estava feia naquele dia. Pior que banheiro de pracinha o lugar!!!

Quando encontramos um chofer de praça no jeito, ela foi se despedindo e falando que acabaria de chegar de metrô.

Eu empinei a carroça com ela e falei que não ia deixar ela andar por ali, naquela hora, correndo risco.

Tomei delicadamente igual um cavalo sua bolsa e entreguei pro chofer guardar. Ela sorriu, fez cara de tudo bem e foi entrando no banco traseiro do carro.

Se não me falha a memória, era um opalão.

Saímos daquele lugar e ela foi falando que ia descer perto do tal metrô República.

Pela garoa, e a quantia de carro por onde passamos, gastamos um pouco mais de meia hora, entrando e saindo nas ruas do centro da capital. Eu conhecia um pouco o centro, mas nunca havia andado naquelas bandas.

Paramos no tal endereço, ela pegou a bagagem, me deu um abraço e um beijo bem gostoso, dizendo que no outro dia, depois do almoço me ligaria.

Perguntei se seria as 10:00 hs, e a Úrsula riu demais, dizendo que naquela hora ainda estaria dormindo, e me ligaria depois das 13:00 hs.

Brinquei e disse que aquela hora eu já tinha comido a merenda depois do almoço.

E sai deixando a moça na porta de um prédio alto.

Pulei no banco da frente e fui proseando com o chofer, um sujeito gente boa, alto e gordão, nariz igual uma batata, barba cerrada, não lembro do nome, só que disse ser português.

Contei ao homem que tinha um amigão na nossa região, dono de um bar bem movimentado, o seu Manoel Português...

E falamos um bocado, contei o que fazia, e ele igual a Úrsula e tudo que era pessoa falou da tal novela Pantanal, que eu parecia personagem da novela pelo meu jeitão.

Da casa da Úrsula até minha tia, gastamos quase uma hora, e ele ia mostrando os lugares por onde ia passando. Me lembro bem do teatro municipal, viaduto do chá e da praça da Sé. Depois fez uns cambiocó e saímos no bairro da Mooca.

Quase na casa da tia, ele olhou pra mim e disse que meus parentes só podiam morar naquele bairro, por eu ter uma cara bem de italiano.

Sei que passava um pouco das 21:00 hs, e quando fui tirar as bagagens, minha tia apareceu na porta da sala, acendeu uma luz no pequeno alpendre da garagem e falou toda carinhosa:

-- Má Dio Santo...Bambiiiino… má vamo chegano pa dentro heim… acerta tudo ai e sai dessa friagem… má Cristo Dio...via via...

Parte da família da minha mãe tinha aquele jeito dos caipiras descendentes de italianos falar. Minha mãe só falava daquela maneira quando ia me dar uma bronca, ou uns tapas. Tudo sempre mais que merecido!!!!

Desembarquei minhas tralhas, paguei o chofer pelo trajeto todo que fizemos, ele me deu um cartão e disse que quando eu fosse embora, ou qualquer outra coisa, era só ligar.

Agradeci o portuguesão gente boa, e fui entrando na casa da minha tia.

Depois do meu tio, o irmão do meu pai que foi meu amigo e tudo quanto mais, aquela era a única das parentes mais velhas que eu tinha um carinho sincero.

Ela andando com dificuldade até queria me ajudar, mas fui colocando ela pra dentro, e assim que entramos na sala, vi no oratório umas velas queimando. Ela me disse que era para abençoar a minha chegada, e que meu pai havia ligado a umas duas horas querendo saber se eu havia chegado, e que no outro dia cedo ligaria outra vez.

E fomos contando nossas novidades, a tia ficou surpresa ao saber que eu estava indo para sua casa, e que estava bem, não precisava meus pais se preocuparem…

A casa da tia era bem arrumadinha,bem limpa, tudo no lugar, com muitas imagens de Santos e em frente à mesa de jantar, um quadro enorme da Santa Ceia.

Pedi para ela se sentar, que eu mesmo arrumaria todas as minhas coisas. Só perguntando onde eu deveria deixar o que minha mãe havia mandado! Os queijos meia cura que ela amava, e quando soube, juntou as mãos no peito e falou:

-- Il formaggio di tua madre...Santo Dio…

Era uma graça quando ela falava!!

Pediu para eu deixar os queijos em um armário de madeira que ficava em uma pequena despensa do lado da cozinha.

Depois gritou pra eu deixar minha bagagem no quarto do fundo. A casa da tia era grande, tinha 4 quartos, sala bem ampla, dois banheiros, uma casinha no fundo do quintal. Só a garagem era pequena, e mal cabia um fusca e um fiat 147, por conta das plantas e vasos de tudo que era tamanho.

Perguntou se eu havia comido no caminho, e que faria uma janta pra mim. Despreocupei a tia, disse que havia lanchado o caminho todo, que eu queria mesmo era um café.

Ela foi se levantar, eu já pedi pra ela sossegar, que eu mesmo faria o café. E abrindo uma das bolsas, retirei um dos muitos saquinhos de café que eu mesmo moi e preparei pra ela. Eu comprei naquele vizinho espanhol que vendia um café bom toda vida!!

Sem falar nos doces que às vezes perdiam em casa, parando no cocho da porcada.

Levei aqueles vidros de azeitona grandes, que a mãe aproveitava e guardava para colocar doces. E levei de goiaba, manga, morango, casca de laranja, jabuticaba, seriguela, carambola.

Também tinha umas duas latas bem lacradas com banha de porco, e um saco com uns 5 kg de torresminho frito, bolacha de pinga, de polvilho, de nata.

Família de italiano é assim, o povo morrendo de parada cardíaca, com as artérias entupidas, mas de bucho cheio! 😂😂😂😂😂😂

Foi uma festa com as coisas que minha mãe preparou. Tinha coisa que nem eu sabia que estava lá. Por isso eu disse que se fosse de caminhonete, teria levado um boi inteiro, sem falar nos frangos, ovos e leitões. 😂😂😂😂😂

Aquilo era nossa abençoada fartura! O que nos faltava em bons modos, sobrava na despensa da casa e nas invernadas!!!!!

Coisa pouca de tempo fui passando um café cheiroso que tomou conta da casa.

Minha tia havia parado de fumar, mas naquela hora até suspirou de vontade de pitar.

Assim que servi a tia, ela buscou um cinzeiro prateado bonito, colocou na mesinha de centro e mandou eu entregar a ela minha carteira de cigarros, pois estava louca pra fumar e beber aquele café da roça cheiroso. 😀😀

Fiquei com a tia fumando, bebendo café, ouvindo seus causos dos tempos que era criança lá pras bandas de São Carlos, quando conheceu meu pai, e a paixão fulminante que pegou ele e minha mãe. Ainda brincou comigo dizendo que qualquer hora eu me apaixonaria por alguma caboclinha faceira pela beira dos caminhos onde passava com meu pai na comitiva.

Contou que estavam batendo feijão no cambão, bem perto da boiadeira, quando veio chegando um rapaz meio molecão, cara de lambão, olhar ligeiro de moço sem vergonha, com um sorrisão fácil, avisando que havia uma boiada pra chegar em poucos minutos.

Era o meu amado tio 😂😂😂😂😂😂😂😂

Às vezes, quando se passava em uma estrada cheia de sítios e casas, mandavam um na frente alertando o povo.

Não demorou meia hora para ouvirem um berrante e uns estalos de chicote. Elas e as irmãs, junto com meu avô, ficaram mais afastados da cerca e quando meu pai apareceu na ponteira da boiada, virou um pouco o cavalo e viu minha mãe. Foi até difícil ele sair com a boiada da frente do sítio do meu avô. O pai do meu pai precisou chegar ao galope e mandar ele parar de tocar o berrante, e soltar a boiada, e não cercar.

Quando meu avô viu o motivo que prendia o seu filho ali parado, riu, e mandou meu pai seguir viagem, que no retorno, passariam por lá.

E assim fez no outro dia.

Meu avô boiadeiro cordialmente se apresentou, apresentou os dois filhos, e disse que meu pai, apontando pra ele, queria pedir autorização para o meu avô materno, para namorar sua filha, a italianinha de cabelos brancos igual um véu de noiva.

Bem assim meu avô falou pro meu outro avô, que estava com um 38 na cintura, uma cartucheira em cima da mesa e uma foice encostada por perto! 😂😂😂😀😂

Depois dos comprimentos de todos com todos, meu pai teve que falar na frente de todo mundo que queria saber da mãe se era do gosto dela namorar com ele.

A mãe ficou roxa igual uma beterraba, quase chorando, então minha nona, que conhecia bem as filhas, disse que ela faria gosto sim, desde que a coisa fosse séria e pra casar!!

Meu avô boiadeiro já se prontificou, que quando voltassem do Oeste Paulista, subindo para Noroeste, passariam lá e acertariam o noivado dos dois. Que já tinha visto que a família era de gente trabalhadora igual a deles, que eram italianos também.

Depois meu avô materno mais manso, buscou um garrafão de vinho e ele e meu outro avô, só os dois, em um gesto de firmar palavra, beberam um gole.

Meu avô boiadeiro mandou meu pai se despedir dos seus futuros sogros, das cunhadas e depois pedir permissão pra pegar na mão da minha mãe pros meus avós maternos!!!

Calculem se a coisa era pouco séria naquela época!

Com o consentimento dos meus avós, meu pai pegou na mão da minha mãe, tirou um anel de ouro do dedo que comprou em uma viagem a Goiás, e entregou a ela, como um cheque calção dos seus sentimentos e intenções com a bela italianinha, que não tinha cabelos dourados, eram esbranquiçados os longos cabelos da minha mãezinha amada, olhos verdes clarinhos. Era linda minha Santa mãezinha!!!

Eu ouvi essa história mais de um milhão de vezes, de ambas as partes.

O único que tinha uma versão mais cômica era meu debochado tio, que contou que dias depois, descendo para Bauru, foram em uma zona, e o único que não foi, e ficou cuidando da tropa e suspirando igual um bobo apaixonado, foi meu pai! 😂😂😀😂😂

Se casaram depois de 10 meses, se viram mais uma vez, depois de 3 meses, quando voltaram para marcar o casório, pois meu pai estava pra morrer, sem apetite, sem alegria…

Meu avô levou minha avó e meu pai para acertar tudo, e assim aconteceu!

Eita tempo veio..

E assim ficamos engatados na prosa, até que ela me relata uma coisa chata.

Confessou estar um pouco (MUITÍSSIMO) apertada de situação, porque havia emprestado um dinheiro do seguro da morte do meu tio (chorou nessa hora) para o genro, que depois, além de não pagar, brigou e fez minha prima virar a cara pra mãe! Sabe a parábola do filho pródigo! Então povo…

Me prontifiquei a ir dar uma taca no genro folgado, e levar ele maneado até a tia.

Ela vendo meu jeito todo espaventado, e falando sério, riu do meu jeito, e falou que isso eu havia puxado do lado do meu pai. Bravo igual meu velho, e maluco igual meu tio!!

E depois de muito rir, contar causo, já havia passado da meia noite, ela me pergunta o real motivo da minha visita até sua casa.

Enfiei a mão por dentro da jaqueta, e tirei um saco de açúcar cristal, daqueles de 5 kg, e entreguei pra ela com uma boa quantia em dinheiro, enrolados em papel muitas notas de 50 e 500 mil cruzeiros, até as coisas se ajeitarem. Foi uma época conturbada!!!

Ela chorou, disse não precisar de nada, estava se virando com a aposentadoria e pensão do tio.

Mas depois de eu ameaçar ir embora, virar a cara pra ela, ela pegou e chorou mais um bocado!

Ahh que Deus tenha a toooodos que amei na vida!!!!

Sei que a prosa ainda foi até as 2 da manhã, depois de minha tia se recolher, fui tomar um banho quente, coisa rara pra mim, e fui dormir um pouco.

Ainda estava atordoado com a viagem, com o que a tia havia me relatado sobre minha prima e marido, mas ainda assim, a Úrsula me veio na cabeça, e nossos amassos durante parte da viagem.

Mas não encuquei, eu tinha um bocado de namoradinhas perto de casa, não seriam dois ou três dias sem meter que me matariam.

Dormi com umas 4 cobertas, meias e meu pala, o frio estava matando!! Mesmo a casa da tia sendo de laje, o frio era de lascar!

Acordei assustado, sem saber onde estava, até que voltei pro meu corpo. Estava ouvindo uma conversa, e pelo tom, devia ser minha tia ao telefone com meu pai.

Pulei da cama e fui correndo falar com meu velho.

Assim que cheguei, minha tia falou pra ele que o bebezão havia acordado, me passaria o telefone. Ainda arrematou dizendo a meu pai que não precisava daquele dinheiro, mas estava agradecida pela generosidade dele.

Assim que falei alô:

-- Mai o rapaizim tá forgadu mêmu heim...puta que pariu! 10 hora da manhã, e durminu ainda… óia fiu, passarim que num deve nada a ninguém já tá de pé fai hooora… E quem ganha dinhero na cama é puta!!! 😂😂😂😂😂

Já ouvi a risadona do tio no fundo, mandando eu pegar tipo de homem, que eu tava veiaco igual burro de japonês, e apelaram comigo até!

Avisei que voltaria em dois ou três dias, que estava um frio da peste na capital, e que não ficassem chorando sem eu por lá.

Me xingaram mais um pouco, e logo desligaram.

A tia havia levantado mais cedo, passado um café e preparado uma mesa farta de café.

Sentei com ela à mesa, e fui me entupir de tudo quanto havia. Estava varado de fome.

Ela ria me vendo comer, falando que eu só tinha tamanho mesmo, era aquele bambino biondino de sempre!!

Na noite anterior, falamos tantas coisas, mas a tia havia esquecido de perguntar a quantas andava minha vida amorosa!

Perguntou se eu estava namorando, e disse que não, que não tinha tempo… E Joguei aquela conversa furada que contava a todas.

A tia sorriu, me olhou com desconfiança e me disse que com a minha faccia de puttana, eu enganava as moças, não ela.

Rimos demais daquele jeito que ela se referiu a mim, que sempre fui um 😇.

Falamos da família, da possível viagem que alguns dos parentes fariam até nossa casa no fim do ano, e quando é fé, já era meio dia.

Ninguém ia almoçar mesmo, então ajudei a arrumar tudo na cozinha, fui arrumar onde dormi (velho hábito), e fui tomar mais um banho. O clima não estava mais tão frio, e antes da ducha, contei pra tia que talvez, não era certeza, uma moça que conheci na viagem e veio sentar comigo, iria me ligar. Eu tinha tomado a liberdade de passar o número dela pra moça.

Ela já fez aquela cara, dizendo que eu tinha saído bem ao meu tio, aquele perdido (olhando pro teto com as mãos juntas), e que devia ter cuidado com as moças da capital, pois eram atiradas demais (fazendo sinal da cruz).

😂😂😂😂😂😂😂

Relatei que era de Marília a moça, morava em São Paulo, e trabalhava como professora!

Sendo assim, ela balançou a cabeça e foi dizendo, enquanto caminhava para o quarto:

-- Meno male...meno male...éh!!!

Tomei um banho gostoso, coloquei uma roupa mais leve. E fiquei ali na sala vendo televisão. A tia tinha ido dormir, havia dormido pouco na noite anterior!

Sei lá pras tantas, bem depois das 13:00 hs, toca o telefone.

Quando atendo com um alô meio atrapalhado, eu quase nunca usava orelhão:

-- Pelo sotaque e jeitão de falar é o peão Beto… oii… é a Úrsula… dormiu bem, descansou… o que vamos fazer de bom hoje peão?

Eu até animei na hora ouvindo a voz da professora.

E já combinamos de nos encontrar perto da casa dela, pois eu queria andar pelo centro e ver se tinha alguma loja pra levar umas lembrancinhas pra casa.

Me arrumei, fiquei cheiroso, e fui avisar a tia que eu ia dar uma volta, e me encontrar com a professora.

Ela ainda deitada me pediu cuidado que São Paulo não era as vilas do interior onde eu deixava o carro aberto com as chaves penduradas…

Mandou eu pegar uma chave reserva do portão e da porta da frente na cristaleira antes de sair.

Dei um beijinho nela, e depois eu fiquei sem saber o que fazer, e como chegar até a moça! 😂😂

Lembrei do cartão do chofer português, e pegando na carteira, liguei pro número.

Era de um ponto de táxi, e o tal português não estava, mas quem atendeu me indicou outro número, da região onde a tia morava.

Coisa de 20 minutos estava parando na porta da tia um carro de praça.

Tranquei a casa, pulei dentro e mandei o homem ir na Praça da República.

Só lá mais adiante, onde eu lembro que tinha uns ônibus com uns chifre igual um boizão guzerá, eram ônibus elétricos 😂, que fui me atinar que eu estava em São Paulo, sabia só o nome da moça, e que a tal Praça devia ter umas 500 milhões de pessoas zanzando!

Não falei nada, mas fiquei atento, e se desse problema, pelo menos o endereço da tia eu tinha decorado!

Pouco mais de meia hora, estava desembarcando na praça, rua Ypiranga, falada na capital!

Eu, parecendo um dos meus heróis dos filmes, o Crocodilo Dundee, chapéu, bota e aquele pala preto, perdidinho, parecendo um pistoleiro do velho oeste!

Andei de um lado a outro daquela praça, tinha gente de todo tipo, todo mundo me olhando, eu ficando nervoso… até de Véio do Rio me chamaram (assombração da novela Pantanal) 😂😂😂😂

A única coisa legal daquele desencontro, foi que passou uns policiais a cavalo, e vieram pro meu lado.

Um deles, montando um cavalão castanho se achegou e pelo jeito que falou, só podia ser do interior:

-- Ao peão, tá perdido por aqui… tá caçando algum lugar?

-- Oh companheiro, tô esperando uma muchacha, mai acho que me deu os cano!!

Haviam 5 policiais e já foi uma risadaria, apearam da tropa e vieram me cumprimentar.

O que falou comigo, era de Barretos, e antes de ir servir a polícia na capital, trabalhava na fazenda da Polícia Militar naquela cidade, onde preparavam a tropa para trabalhar na cidade grande.

E já engatamos na prosa, tinha uns de Araçatuba, outro de mais adiante.

Já fui querendo saber que raça era aquela que tinha uns cavalos daquele tamanho.

Me contaram que cruzavam cavalos Andaluz com Mangalarga Paulista, em uma fazenda na divisa com Minas... Só saia tropa grande, e já fui olhar as traia de montaria…

Contei que viajava na comitiva levando boi...

Fiz uma amizade com o povo da cavalaria, que parecia que estava na frente da fazenda proseando. Só faltou o tereré.😂😂😂

Sei que perdi a noção do tempo, e quando é fé, vejo parada na nossa frente a Úrsula, rindo e abismada com a capacidade de um caipira, igual eu era na época, em fazer amizade com o povo!

Pediu licença, comprimentou todos policiais, e disse que agora era com ela.

Os PM 's deram risada, vieram me apertar a mão, disseram pra eu fazer a inscrição e ir trabalhar com eles na polícia à cavalo (sartei de banda), depois pediram pra ela cuidar bem do peão perdido que estava procurando a muchacha dele.

Ela riu de chorar, e me olhou e quis saber que papo era aquele de muchacha.

Ela agarrou meu braço e foi me levando no meio daquele povo, todo mundo me olhando.

Depois de explicar o acontecido, e ter esquecido de pegar o endereço dela, ela mostrou onde morava, era em um prédio ali perto, do outro lado da Praça, e imaginou que eu poderia estar perdido.

Então foi me procurar pela praça, só nunca imaginou me encontrar de conversa com policiais, e não podia ser outro tipo né, só à cavalo pra prender minha atenção!!

Perguntou se eu estava com fome, disse que havia tomado café meio dia. Então resolveu me levar em um lugar para comprar as lembrancinhas que eu havia comentado.

Atravessamos a Ypiranga, e rompemos no meio daquele povo todo igual uma boiada esparramada, e aí eu conheci o lugar onde havia passado com o português chofer.

Era de frente pro teatro, a loja grandona que chama ou chamava Mappin, nunca mais passei por lá.

Entrei naquele empório gigante, e vendia de um tudo, acho que eles faziam de benzimento a casamento lá dentro!!! 😂

Fomos olhando tudo, setor de brinquedo, bicicleta, roupa, sapato… tudo naquela peste tinha!! Quase tudo, não vi tralha de arreio lá uai 😂😂😂.

Até arma vendia, fiquei doido vendo aquilo, mas a moça tinha horror a armas de qualquer tipo!

Mal sabia do meu punhal cabo de coral no cano da bota! 😂😂😂😂😂

Sei que comprei uma faca pro meu tio, um canivete pro meu pai, pras meninas uns bichinho de pelúcia e umas bonequinha cheirosa igual ping pong, pra tia eu dei umas toalhas de mesa, e pra mãe eu levei uns creme que uma atendente muita saliente me recomendou, que de tão animada, deixou a Úrsula enciumada! 😂

Antes de pagar tudo, olhei pra moça e perguntei o que ela ia querer de presente.

Me agarrou e tascou um beijão daqueles, dizendo que o ela queria, estava do seu lado!

Fiquei todo cheio, mas ainda assim, comprei pra ela um bonequinho de enfeite, era um homem montado em um cavalo. Assim ela se lembraria de mim! 😀

Depois que paguei por aquilo tudo, saímos com aquela sacolaiada da loja, eram quase 16:00 hs, resolvemos bater perna por ali.

Comemos lanche, café, uns biscoitos todo aviadados que nem lembro o nome, olhamos lojas, comprei uma camisa xadrez bonita e uma fivela na Praça do Correio, onde tem um bocado de chapelaria. Nem sei se ainda tem, mas eu me lembro do local por causa do Correio!

Depois de bater perna até, ver carro e gente, começou esfriar e caiu uma garoinha fina bem gelada, parecia o varjão do Paranazão no fim de junho, mas era mais gelado!! A moça me convida pra ir até sua casa. Quer dizer, casa modo de falar, era atrepado nas alturas, parecia um ninho de tuiuiu o apartamento da Úrsula.

Andamos por ruas largas e estreitas, e fomos abrindo picada no São Paulo, até que chegamos perto da praça. Atravessamos no sinaleiro e mais umas dúzias de caneladas, lá estava eu entrando no corredor que subia pra casa da moça.

Fui na escada, ela riu e mandou eu esperar o elevador. Eu já tinha andado naquela peste uma vez, quando era moleque, mas não tinha escape. Bateu o polaquinho do caixote, abriu as portas... e lá ia eu entrando no elevador!

No cú não passava uma agulha!!

Subiu uns tantos de andares, e quando parou, deu aquela balançada, que virou minhas tripas dos avessos!! 😂😂

Eu era jeca demais, só que evito elevador até hoje, confesso!!!!!!!!!!!!

Saímos do caixão abafado, e quebramos a esquerda em um corredor estreito igual um tronco de vacinação, e chegamos na porteira da menina Úrsula, a professora!!

Porta alta, duas trancas, e assim que deschaveou tudo, tirei o chapéu e entramos no cativeiro.

😂😂😂😂😂😂

Era bonitinho, bem arrumado, parecia casa de boneca de tão organizado e cheiroso, mas era apertado igual um cú de codorna!

Se eu desse um peido mais forte, tremia a casa toda!!!

Imaginei a peonada da comitiva ali, fazendo um fogo no tapete, queimando o alho, eu no berrante, Miguelito Véio no arreador e meu tio dando tiro pro alto… ri sozinho igual besta !!!

Meu mundo era outro, e meu coração até apertou em me imaginar vivendo em uma manga de curral de cabrito daqueles!!!

Ela fechou a porta pro vaqueirão do brejo aqui não escapar, olhou malina pra mim, pediu pra sentar no sofá, ligou a televisão, e disse que ia fazer um café novo.

Achei bom, sentei, e já fui enroscando o salto da botina no tapete bonito da moça. Me arrumei no sofá, escutei um clek, e vi que tinha quebrado uma caneta, fui levantar, a barra da capa já engastalhou nos bibelôs de uma mesinha de canto e já foi tudo pro chão...

Ouço uma gargalhada, olho pra cozinha que era logo ali, separada por uma balcão de alvenaria, a Úrsula até chorando em me ver destruindo seu apartamento! 😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂

Veio até onde estava, me ajudou a sair dali, e rindo de soluçar:

-- Beto...calma...como você é desajeitado… Você é muito grandão, desastrado … vai destruir minha casa... kkkkkkkk

Eu com cara de tonto, caí na risada também, e fiz graça da minha desgraça!!

Quando me tirou daquele canto, poir que cipó arranha-gato pra agarrar na gente, me levou pra cozinha estreita igual uma gaiola de tico-tico, me abraçou e me beijou gostoso.

O lugar por ser pequeno, era quentinho, aquele beijo me atiçou. Tirei a capa, abri dois botões da camisa, e deixei a moça curiosa:

-- Olha peão, sou professora de educação física, e estou curiosa em saber como é seu físico… será que está em forma? Abri mais um pouco a camisa, deixa eu dar uma conferida. (mão coçando queixo fazendo cara de séria)

Abri a camisa toda, tirei de dentro da rancheira e entrei no jogo dela, já sabendo o fim daquela empreitada!

Ela analisou, levantou uma sobrancelha, torceu a boca…

Depois passou a mão, alisou minha barriga, que não vou dizer que era igual de uma pessoa que fazia academia, mas naquela época, tinha os riscos e gomos bem desenhado, a caixa do peito forte que eu fazia pular os músculos, braço era um guindastão, e o resto ela ia descobrir logo logo!! 😂

Falou que pra quem não frequentava academia, eu estava em dia com o porte físico, apertou meus peitos, alisou minhas costas…

Ela era um palmo mais baixa que eu, e com uma levantada de pés, me beijou, abraçou meu pescoço, e com o maior dengo pediu pra eu abraçar ela com bastante força.

Grudei ela igual um tamanduá, até estalou a coluna da moça, que se soltou e pediu menos força. 😂😂😂

Depois eu soube que ela gostava de abraço forte, eram os assanhamentos dela.

Ela achou melhor deixar o café pra depois, desligou o fogão e me levou pro quarto, que também era logo ali do ladinho da sala.

Quando entrei, vi que era até maior o quarto em relação ao resto da casa, e uma cama grande de casal.

Ela me virou e me empurrou na cama, pedindo pra eu não me levantar. Fiz como pediu, fiquei lá quieto só olhando o que ela ia fazer.

A moça começou a tirar a blusona de frio, depois o sapato, meia e quando foi arriar a calça, se virou e desceu a roupa rebolando.

Rapaz que bunda bonita, redonda, durinha, com uma tanga socada bem no meio do rego.

Virou sorrindo, e pude ver as coxas grossas e bem duras que ela tinha!

O que não esconde uma roupa pesada de frio!!!!

Subiu a blusa, de manga que estava usando, mostrou uma barriga bem enxuta, e por não estar de sutiã, deixou à mostra seus peitos pequenos igual uma laranja bahia, bicos vermelhos.

Meu cacete começou a procurar uma saída da zorba com aquele show que ela me deu exibindo aquele corpo de atleta.

Me encarou e perguntou o que eu estava achando daquilo.

Sorri feliz e disse que se não viesse pra cama, eu ia meter a corda e arrastar na xinxa.

Ela mordeu os lábios, subiu na cama, montou em mim e veio me namorar.

O gente, a mulher que era de beleza mediana um ponto acima, pessoa normal se visse na rua, tinha virado uma pantera na cama, e que corpo ela tinha.

Me beijava, lambia minha boca e pescoço, arranhava e beliscava meu peito, jogava aqueles cachos no meu rosto, e roçava sem parar no volume do meu pau, que estava pra estourar.

Foi um rala rala gostoso, até que ela arrancou minha camisa, tirou minhas botas, se assusta com o punhal, mais tava tão tarada, que nem se importou, abriu a fivela da cinta, e quando foi descendo a calça, parou e ficou fazendo cara de safada olhando o mangote escapando por cima da zorba.

Acabou de tirar minha roupa, me deixando nuzinho em cima da cama. Foi até a janela, mandou eu ficar quieto na cama. Abriu um pouco a janela e deixou um vento frio do cão entrar, e logo depois fechou.

Fiquei até com os pêlos do saco arrepiado.

Ela volta pra cama e me fala que amou ver meu corpo todo arrepiado daquele modo, e veio me lambendo dos pés até o cacete, deu uma chupada no chapéu que fez estalar na boca da tarada.

Mordeu minha virilha, mordeu minha barriga, quase me arranca os mamilos, me pegou pelo rosto, dava lambidas violentas na minha boca, orelhas, desceu até o cacete e caiu de boca, bem faminta.

Abria a boca e tentava engolir até a metade. Depois cuspia tudo e punhetava com raiva, fazendo o cacetão pulsar as veias.

Depois de se deliciar e matar um pouco a vontade, ficou em pé na cama, tirou a tanga, e me deixou ver sua bucetinha que parecia mais um sanduíche, com as bolachinhas bem salientes, e um filete de pêlos bem crespos da testa da xana até o pinguelinho que era estufadinho, quase escapando.

Ah puta que pariu, como era gostosa aquela moça!!!

Sem avisar, se jogou de joelhos no meu peito, abriu as pernas e tocou com raiva a xana na minha boca, grudou nos meus cabelos e enquanto molhava meu rosto com aquela babinha viscosa, gritava alucinada:

-- Chupa minha buceta peão… faz essa fêmea gozar…

Rapaz, essas coisas marcam na memória...eita tempo véio!!!

Se esfregou até umas horas, roçou tanto aqueles pêlos crespos na minha boca que até doeu.

Mas quando gozou, segurou forte minha cabeça e falava pra socar a língua… que queria a língua lá dentro…

Quando a língua raspava no cuzinho, ela falava, que no cú não… Que depois eu ia querer e ela nao ia abrir o cú pra uma rola grande igual a minha…

E rebolou até não aguentar mais!

Tinha um cheiro suave na buceta, mas era cheiro e sabor de fêmea, do jeito que eu gostava.

Quando a Úrsula amoleceu e entregou os pontos, foi se arrumando e deitando em cima do meu corpo, que estava em brasas.

Ficou por um instante com a cabeça no meu peito, dava beijinhos e enquanto me acariciava, ia falando baixinho, toda derretida no dengo:

- Ei sei que você é carinhoso… Né peão… não vai me machucar com esse Pintão né… eu quero devagarinho… só gosto de ser chupada com força… mas gosto de amorzinho devagarinho…

E raspava as unhas nas minhas costelas!

Tomei uma atitude, taquei ela na cama com aquela bunda dura redonda, peguei com as duas mãos e soquei a língua naquele cuzinho vermelho, quase sem pêlos, todo melado daquele gozo cheiroso.

Enfiei a cara e atolei a língua naquele rabo, arrancando gritos e gemidos daquela égua selvagem.

Soquei tanto a língua que doeu nas tentativas de penetrar aquele cú vermelho.

Ela empinou aquele rabo lindo ainda mais, e pediu rola, queria rola na buceta.

Não esperei um segundo, montei na safada, so mirei na fenda toda babada, e quando fui iniciar a socada, ela deve ter lembrado do tamanho da peça e quase suplicando:

-- Aiii , devagar peão... heim… pega leve comigo tá bezinho…

Fui empurrando por entre as carnes molhadas daquela bolacha gostosa, bem devagar, e a cada milímetro que entrava, se ouvia aquele barulhinho do melado que ia lubrificando a vara pulsante, alargando as paredes da bucetinha da Úrsula.

Fui até onde deu, e quando ela deu um soluço seguido de longo suspiro, pediu calma, que estava bom até ali… Que eu esperasse um pouco, que parecia que ia rasgar a xaninha no meio!!!

Eu por cima, controlando para não soltar o peso do meu corpo sobre aquela bunda dura, linda e perfeita…

Úrsula raspava seu rosto pra lá e pra cá no travesseiro, boca aberta, ofegante, apertava os olhos, arranhava e dava socos no colchão.

Recuei um pouco, fazendo ela relaxar e soltar a respiração, mas o tempo que fiquei socado nela, laceou um pouco, então pude voltar a empurrar um pouco mais, e ao invés de resmungos, fiz Úrsula gemer de prazer.

A cada tirada e socada, ela ia ficando mais molhada, calorosa, tesuda, assanhada, e poucas bombadas, ela já estava gemendo igual uma puta na minha vara!

Eita tempo véio! Eu era bom no serviço…

E soquei fazendo ela gozar várias vezes, tirava rápido e socava bem devagar, dando umas mexidas, fazendo ela sentir lugares que nem imaginava existir dentro do canal daquela bucetinha linda.

Com as mãos pra trás, arranhava minhas coxas, às vezes chupava o dedão e ficava igual menina fazendo charme.

Quando anunciei a leitada, ela até se arrepiou, sentindo meu cacete ficar ainda mais grosso, e pulsar furioso dentro da sua bucetinha toda melada.

Me joguei por cima, peguei suas mãos, estiquei os braços e quando espirrou o primeiro jato de porra, foi uma aflição, cravei os dentes no ombro dela, e enfiei ate sentir o pau esbarrar no colo do útero da Úrsula, aquela gata malhada gostosa.

E descarreguei a gala toda, fazendo a gatinha estremecer e ter um último orgasmo.

Eu tremia igual uma Toyota na marcha lenta, estava lavado de suor, deitado sobre a menina, que só gemia baixinho, enquanto tentava sair debaixo do peão aqui.

Com custo rolei de lado, e pude deixar a gata se alinhar.

Ela olhou pra mim, sorriu toda descabelada, arrumou os cachos:

-- Somos dois malucos Beto… onde você estava menino… uuiiii… tô acabada… parece que corri a São Silvestre de costas!!!

Rimos demais, me levantei, o pau querendo ficar espertão outra vez, e ela sorrindo cismada, falando que naquele momento não… 😂😂😂

Fui pegar um cigarro, mas ela protestou, me mandando jogar aquilo fora... E ao me ver contrariado, sugeriu um banho para relaxarmos!

Tomamos um banho quente, eram quase 20:00 hs, aquela água gostosa, já me assanhei outra vez, lá no banheiro apertado, de frente mesmo, comi gostoso aquela buceta suculenta. Socava a vara e no vai e vem, fazia os couros dos lábios da xaninha da Úrsula fogosa se virar e revirar, entrando e saindo até onde a coragem dela me permitia, fazendo a moça sapatear os pezinhos no ladrilho do local de banho, enquanto escorava suas mãos nos meus ombros, e a bunda na parede!

Já era tarde, e a tia devia estar preocupada, então tive que voltar.

Me deixou ir embora sob muitos protestos, mas jurando voltar lá no outro dia… do contrário, jurou ir me caçar pelas ruas da Mooca! 😂😂😂😂😂

Combinei de passar no apartamento dela mais uma vez antes de ir embora, e chegaria lá no outro dia antes do almoço, umas 10 ou 11:00 hs. (almoço dela)

E dessa vez, anotei o endereço certinho, mas agora, nem era preciso. Pois, se tinha e ainda tem uma coisa que sou bom, é guardar na memória um caminho ou local.

Ah povo que saudade!!!

Na volta pra casa eu peguei um carro lá na tal Praça, e quando cheguei na casa da tia, quem havia morrido às 22:00 hs, já estava fedendo.

Quando entrei, a tia estava cochilando na sua poltrona, com a televisão ligada em volume baixo, coisa de velho, orelhando quando a rapaziada chegasse em casa.

Me troquei, voltei para acordar a tia, que ressonava igual uma criança.

Chamei com jeito, cuidado, até que ela abriu os olhos. Me deu um sorriso bonito, sincero e muito amoroso:

-- Ah molequinho namorador… você saiu bem ao lado de lá do teu sangue…

Fomos dormir, e no outro dia, às 4:30 da manhã, eu estava passando um café daqueles meus famosos.

Logo o cheiro chegou no quarto da tia, invadindo as frestas da porta.

Lembro dela aparecer com um camisolão rosa, meia nos pezinhos, e descabelada mesmo, foi ter comigo, que manuseava os trens de cozinha da minha querida tia!

Ela olhou um velho relógio na parede, entre bocejos:

-- O meu filho, mas pra que levantar tão cedo assim… você não está na fazenda… devia ter ficado na cama mais um pouco...oh meu Deus!!

Piscando e mandando meu famoso sorrisão de amansar onça, disse pra tia que se ficasse mais uns dias por lá, acabaria bardoso, preguiçoso, e logo mais, andando de conga o pé, e jaqueta colorida, igual os rapazes que vi no centro da capital.

Foi só risada na hora, e depois de adoçar à régua o café que viajou mais de 700 km de trem, servi pra tia e fui buscar sua lembrancinha.

Ficou agradecida demais, me abraçou e beijou minhas bochechas, afagou meus cabelos e foi forrar a mesa com uma das toalhas novas!

Tomamos um café e comemos bem, conversamos mais um caminhão de coisas, até ela querer saber do meu encontro.

Relatei meio por cima como foi, e contei que me encontraria com a Úrsula uma vez mais antes de voltar para casa.

Perto das 9:00 hs, fui me arrumar para um último encontro com a moça malhada e muito gostosa.

A tia ainda brincou :

-- Seu moleque mulherengo, que moça vai querer um namorador igual você… A cada dia parece mais teu tio, perdido e bonitão!!!

Fiz cara de santo 😇, um beijo na tia e fui me perfumar.

Cheguei na casa da moça pouco mais de 10:00 hs, e quando entrei na recepção do prédio, um baixinho com um uniforme me olhou, mediu e fazendo expressão de eureca:

-- Oxi que deve de cê o vaqueiro galego que a dona Ursa (assim mesmo ele falava e chamava a moça) falô qui im vinha aqui…

Comprimentei o homem, que já foi me avisando que a Úrsula havia deixado avisado que eu chegaria caçando por ela.

Me deixou à vontade para subir no elevador, mas nem pensei duas vezes. Subi as escadas e num pulo de pulga, estava tocando o botão da campainha da moça, que até parecia uma cigarra com catarro enroscado na goela!!!

A dona " Ursa " me aparece descabelada, cara de sono, toda amarrotada:

-- Oi...bom dia Beto, que horas são (um olho aberto,outro fechado)...madrugou aqui foi?!?!

Não deixei ela nem pensar.

Agarrei, fui beijando e apalpando, beliscando, chupando…

Quando trancou a porta, peguei a moça no colo e levei pra cama.

Enquanto me despia, ainda sonolenta e bem cansada pela tarde e noite anterior, só arrancou a calça do pijama e a calcinha, ficou deitada com a cabeça de lado no travesseiro e pediu toda dengosinha que queria fazer um amorzinho gostosinho bem calminho, que ainda tinha soninho!

Eu toda vida fui tarado em mulher que faz chamego e charme antes de cair na vara, fiquei maluco na hora.

Pulei na cama com a rola balançando igual uma mola, subi lambendo das solas dos pés até a xaninha, que não aguentou nem umas 5 chupadas, e estava melecada, e naquela manhã com um cheirinho mais forte, creio que por algum xixi feito na madrugada.

Ela toda sonolenta, mas começando soltar faísca, nos cobriu com uma coberta felpuda, igual um bichinho de pelúcia, arrumou as pernas, deixou bem aberta, me chamou pra cima bem baixinho dando tapinhas nas minhas costas:

-- Vem amorzinho...vem… vamos fazer um amor bem gostoso!!!

Me abraçou, suas mãos estavam quentinhas, e ficou fazendo carinho enquanto eu beijava sua boca e atolava a rola no fundo da sua bucetinha molhada.

Nos amamos gostoso, embaixo da coberta, aquele friozinho, beijando na boca, gemidinhos e sussurros, namorando só no papai-mamãe, mexendo devagar, curtindo o momento, como se nada mais importasse na vida!

Fiquei naquele love todo até depois do meio-dia.

Nos arrumamos, fomos almoçar na rua, na volta mais amorzinho até depois das 18:00 hs. Fiquei com a rola esfolada, vermelha igual um tomate, mas deixei a Úrsula toda feliz e satisfeita.

E no outro dia, fui cedo na casa da moça, ela foi comigo comprar a passagem de volta, sairia na outra madrugadinha o trem.

Aproveitamos o resto do dia, ela ficou meio tristinha pela minha partida, mas eu tinha que cuidar da vida, e o serviço estava me esperando em casa!!!

Na madrugada do outro dia, pouco antes do português chofer me buscar, pois eu havia ligado no ponto que ele trabalhava, e deixei tudo acertado para me buscar e levar até a estação da Luz.

Depois de conversar muito com a tia, deixar acertado que qualquer aperto ela não deixaria de nos avisar, fui saindo pra rua, me despedindo com um abração e alguns beijos minha tia querida. Foi a última vez que a vi com vida!!

Na tarde anterior, eu havia me despedido da Úrsula com muito carinho, até a convidei para ir comigo na estação, mas se negou, dizendo que odiava a ideia de me ver partindo.

E assim segui com português gente boa até a velha estação da Luz do Trem FEPASA.

Era uma sexta-feira fria, aquela garoinha chata que não dava trégua.

Paguei o português, o homem parece ter gostado da minha pessoa. Me deu um abraço, apertou minha mão e desejou uma boa viagem de volta ao meu velho e amado Oeste Paulista…

Eu estava parado na plataforma sentindo cheiro de graxa e óleo diesel, bilhete da passagem no bolso, peguei um cigarro e fiquei fumando, olhando e analisando aquele povo todo que ia se aglomerando em volta.

Eu já havia embarcado e me ajeitava em um banco na janela, o trem apitou a buzina, deu aquele arranque, uns solavancos, e foi saindo bem devagar da estação.

Olhei pro lado, e correndo no meio do povo que se despedia, vi a Úrsula correndo, esbarrando e empurrando todo mundo.

Abaixei o vidro quando ela se aproximou, tinha um envelope na mão, que com um leve salto, me jogou o pacote, que ao passar pela janela, caiu quase em cima do meu chapéu, que estava em cima do banco ao lado.

Estava chorosa, usava um gorro na cabeça e um cachecol vermelho. Falava alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir o que era. Até que parou antes do fim da plataforma, fechou a mão direita, deu um soquinho no rumo do coração, abriu a palma da mão, beijou, fechou a mão e me atirou aquele gesto de carinho!

E também foi a última vez que vi aquela moça, que era linda à sua maneira, inteligente, bacana, engraçada e muito, mas muito gostosa e quente na hora do amor!!!

Bem mais adiante, eu fumando e acompanhando o balanço do vagão, pensando longe, me atinei para abrir o envelope.

Dentro havia uma carta, cinco folhas de caderno cheias de uma caligrafia bem feita em frente e verso.

Ali ela falava tudo, desde quando me viu, se sentou do meu lado na ida à São Paulo, nossos momentos, do amor que fizemos, das risadas, de quando me encontrou falando com os policiais à cavalo…

Tinha um poeminha de autoria dela, falando dos nossos pegas no chuveiro.

No fim das declarações de nossa breve, porém intensa paixão, estava seu endereço, um número de telefone da escola onde dava aulas, os contatos da sua família em Marília, e um beijo de batom meio borrado.

Antigamente as moças mandavam cartinhas, e no final, um beijo carimbado à batom, querendo que aquilo chegasse à sua boca e coração.

Li e reli, cheirei a carta, que tinha um leve aroma do perfume que ela usava. Beijei aquela marca de batom, e quando me dei por satisfeito, ao pegar o envelope para guardar a carta, reparei que havia uma foto.

Na foto, Úrsula estava fazendo pose com o queixo sobre as costas da sua mão.

Atrás dizia mais ou menos assim:

Beto meu Peão.

Cavaleiro do Sertão.

Vindo a São Paulo.

Te conheci na estação.

De Marília a Capital.

Chamou minha atenção.

Está indo embora.

Levando meu coração.

Era bem simples, um versinho mais ou menos assim pelo que me lembro.

Guardei carinhosamente aquele envelope, junto a algumas outras lembranças!

😀😀😀😀😀😀

A foto dela até pouco tempo eu tive, não sei onde foi parar.

Quem é que sabe, e assim segui de volta pra casa…

E vivi muitas e muitas aventuras por onde passei, fiz amigos, alguns desafetos, amei e fui amado… mas segui, sempre carregando boas recordações, de lugares, pessoas...

Eita tempo véio que não para…

Aooo saudade!!!!!!

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Comentários

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Nessa época que você descreveu eu era apenas uma moleca, nos meus 10 ou 11 anos. Mas sei que eram tempos mais doces, mais autênticos. Seus contos têm cheiro de café!!

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Não só mos meus causos, mas toda minha vida o cheiro do café bem feito, na régua, me acompanhou. Obrigado por ler meus causos, como sempre muito gentil em suas palavras. Sinto muita saudade daquela época, sabe... As coisas eram beeeeem diferentes, e só quem viveu aquilo tudo, vai saber do que este peão véio fala.

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Eu queria ver essa foto dela....é a primeira de suas histórias em que fico realmente triste, além claro das que vc conta dos parentes já falecidos. Um abraço. lux.ufo@gmail.com

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Boa tarde... Também queria saber onde foi parar a tal foto! Talvez e muié achou e picou fogo kkkkkk. E sobre o causo em si, esse eu escrevi com uma pontada no coração... Acho que pelo fato de ter sido a última vez que vi minha querida tia com vida... E a professora, a dona "Ursa", era uma delícia. Mas eu tinha uma vastidão de caminhos à minha frente, não me prenderia a ela. Assim como não me prendi a tantas e tantas outras... Um abraço!

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Mba'éichapa nde ka'aru angirū. Tudo porã ? Rsss só pro cumpadi matar a saudade do guaranizão falado pela bugrada boa de prosa . Compadre mandei um número de watts p o sinhô, pode usar sem receio pra alicerçar a amizade futura .

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