Verdades secretas capítulo 4

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 4292 palavras
Data: 18/02/2021 12:49:27
Assuntos: Amor, Gay, Mistério, Sexo, Tesão

Capítulo 4

Entre beijos e carícias Gael e Victor namoravam deitados na cama.

_ Isso foi muito bom. Obrigado por fazer a minha primeira vez ser incrível.

Gael pôs a mão na bunda de Victor e o puxou para si com a intenção de beijá-lo.

Abriu a gaveta e retirou um cigarro de maconha, acendeu e deu uma tragada fechando os olhos, relaxado.

Victor não estava acostumado a ver pessoas se drogando na sua frente. Ele sempre aprendera que drogas ilícitas eram uma das piores coisas do mundo.

_ Quer dar um trago?

O menino fez sinal negativo com a cabeça. Estava espantado com a naturalidade que Gael fumava na sua frente.

Gael entregou o baseado na mão de Victor.

_ Seguere pra mim.

O menino ficou trêmulo, pois nunca tinha tocado em um. Gael pegou o celular, desbloqueou.

_ Me diz o seu número.

Victor ficou feliz em saber que Gael gostaria de manter o contato e disse o seu número sorrindo.

_ Seu nome é?

O seu sorriso desfez. Para Victor, aquele foi o melhor momento da sua vida. E Gael tinha muita importância para ele. Por isso, ficou frustrado ao saber que Gael esqueceu o seu nome com tanta rapidez.

_ Meu nome é Victor.

_ E, gatinho. Victor é nome comum e é o nome que mais tem na minha agenda. Você tem algum apelido?

_ A família me chama de Vitinho.

_ Tá aí. Vou pôr Vitinho apertadinho. Assim, fica mais fácil de lembrar.

Gael pegou o cigarro de volta e voltou a fumar. Victor ficou chateado por ser tratado como mais um na coleção de Gael.

O menino pegou o celular com a intenção de pegar o número de Gael.

_ E o seu número?

_ Pode deixar que eu te ligo.

Victor se assustou ao vê que havia várias ligações e mensagens da mãe.

_ Caralho! A minha mãe vai me matar!

Gael o olhava sorrindo e chapado.

_ Xiiii! Tá fodido. _ Gael sorria aéreo com os olhos semi cerrados e vermelhos.

_ Eu preciso ir.

Victor levantou-se apressado e começou a se vestir rapidamente. Por uma das mensagens descobriu que a mãe havia descoberto a farsa e estava indo ao seu encontro.

_ Calma, nenem. Pra que essa pressa toda? Fique mais um pouquinho.

_ Não posso. A minha mãe tá indo lá para a parada. Se ela não me encontrar as coisas vão ficar piores do que já estão.

_ Saiu escondido da mamãe, é?_ Gael gargalhou ._ Eu mesmo já fiz muito isso. Já dei vários perdidos na minha coroa, quando eu era moleque.

_ Você vai me levar de volta como prometeu?

_ Claro.

Gael sorria sem parar sobre o efeito da maconha.

Levantou tropeçando nas pernas e vestiu a roupa.

Quando Ivan levantou para beber água, deu de cara com Gael tentando encaixar a chave na porta. O jovem cantarolava e dizia coisas sem nexo.

_ Tem muitos ratos nesta cidade. Vamos matar?_ dizia gargalhando, antes de cair no chão.

_ Que porra é essa? O que você deu a ele?_ Ivan gritou empurrando Victor, que o olhava assustado com medo de apanhar.

_ Eu não dei nada. Eu juro! Ele tava fumando maconha.

_ Vocês dois são muito gostosinhos. Poderiam tirar as roupas e se beijarem para eu bater uma bronha. _ mais gargalhadas.

_ O que você tá dizendo, Gael?! Tá chapado, seu filho da puta?

_ Moço, eu preciso ir embora. A minha está me esperando e...

_ Que se foda você e a sua mãe. Mete o pé daqui, pirralho.

_ Eu vou levar a loirinha de volta para a parada.

_ Você não vai a lugar algum. Olha o seu estado.

_ Eu vou sim. Eu prometi que ia levar e vou cumprir. Sou um homem de palavras.

Gael tentou levantar e caiu novamente.

Victor começou a chorar.

_ Eu não sei voltar sozinho. E preciso ir embora.

_ Ah, é? Não diga? E por acaso você é idiota, garoto? Olha o estado dele. Gael não tem conduções de dirigir.

_ Tenho siiimm, pooorraaa.

_ Você poderia me ajudar? Eu preciso voltar?

Ver Victor chorar aumentava ainda mais a raiva de Ivan, que se controlou para não socar o menino.

Gael insistia que ia levá-lo de volta e vendo que Gael estava irredutível. Ivan concluiu que o melhor seria ele ir para dirigir o carro.

Ivan pegou as chaves da mão do primo.

_ Eu dirijo.

_ Ui! Papai!_ Dizia Gael gargalhando.

Como Ivan assumiu a direção do carro, Gael e Victor foram sentados no banco de trás. Victor estava nervoso e assustado e Gael deslizava a língua na face do menino.

Ivan os observavam pelo espelho do carro com um olhar raivoso.

_ Você é muito gostosa. Quero te comer mais vezes.

Movido pelo ciúme, Ivan deu uma freada no carro fazendo com ambos batessem as cabeças nos bancos da frente. Victor ficou ainda mais assustado.

_ Ei, calma aí, priminho. Quer me matar?_ Gael sorriu e penetrou a língua na orelha de Ivan.

Andréia procurava pelo filho em meio a tantas pessoas. A sua raiva aumentou ao ver Adrian e as meninas dançando e Victor não estava por perto.

Aproximou -se do irmão como um furacão.

_ Cadê o meu filho, Adrian?

O homem olhou para ela com ar de desdenho.

_ Boa noite pra você também, irmãzinha.

_ Sem palhaçadas, cadê o meu filho?

_ Então, quer dizer que a senhora mentiu pra mim que a Andréia tinha deixado o Victor vir?

Virgínia estava tão assustada que não conseguiu responder a mãe.

_ O Victor saiu para transar com um homem. E muito gostoso, diga-se de passagem.

_ Como assim?! Adrian, você é muito irresponsável! E ser esse homem for um homofóbico disfarçado que tá com a intenção de arrastar o meu filho para algum beco e matá-lo ? Você sabe muito bem que isso aconteceu com o filho da Neide. Olha Adrian, se acontecer alguma coisa com o meu filho eu juro que te mato, caralho!

_ Ih, mulher. Se acalme. Você tá precisando transar. Eu conheço o Gael. Ele não vai matar o seu filho.

_ Quem é Gael?

_ Um cara muito gostoso com vinte centímetros de pica. A essa hora o Vitinho deve estar nas nuvens de tanta felicidade.

_ Me poupe desses detalhes. E você, hein Virgínia? Usar alguém para fingir que é a sua mãe no telefone para mentir que vocês iam fazer trabalho da escolha? Vocês dois são muito irresponsáveis.

_ Se a gente não mentisse, você não ia deixar ele vir. Andréia , nós não estamos fazendo nada de errado.

_ Mentir para as mães não é considerado um erro pra você?

_ Virginia, vamos embora. A festa acabou pra você.

_ Mas, mãe...

_ Agora! Tchau, gente. Me desculpe, Andréia, pelas mentiras da minha filha.

Patrícia segurou no braço da filha e ambas saíram.

Adrian acendeu um cigarro e Andréia tomou-o da boca do irmão e fumou.

_ Oh!

_ O pior é que ele não atende o celular.

_ Quem atende o celular quando está transando?_ perguntou Tânia sorrindo.

Andréia a olhou com tanto ódio que o sorriso dela se desfez.

Adrian avistou o carro de Gael sendo estacionado próximo à praia.

_ Olha lá. Eles chegaram. Aquele carro vermelho é do Gael.

Andréia foi às pressas em direção ao carro e foi seguida por Adrian.

Victor desceu do carro junto com Gael, que sem nenhuma cerimônia o beijou em público passando a mão na sua bunda.

O menino ficou assustado ao ver a mãe.

_Mãe!

_ Vamos embora agora!

_ Relaxe! Deixe o seu filho curtir um pouquinho.

Gael tentou beijar Victor, mas ele foi puxado pela mãe.

_ Não se meta nisso, Gael._ disse Ivan.

_ Você parar de pegar no pé do seu filho.

Andréia olhou para trás.

_ Um homem da sua idade não deveria tocar em crianças. Você tem noção que o meu filho é menor de idade. E você deve ter uns trinta e cinco anos.

_ Trinta e um! Eu tenho trinta e um.

_ E você diz isso com orgulho? Pedófilo.

_ Mãe, pelo amor de deus!

_ E você cala a boca! Nós vamos ter uma conversinha muito séria quando chegamos em casa.

_ A gente se vê, nenem. Tchau, sogrinha.

_ Já chega, Gael. Vamos embora._ Ivan estava extremamente irritado e cansado. O que mais queria era sair daquela confusão.

Victor ouvia os sermões da mãe sentado no sofá da sala com a cabeça abaixada.

Andréia esbravejava andando de um lado para o outro. Tranquilamente, Adrian fumava o seu cigarro na janela da sala e Roseli e Paulo estavam sentados em frente a Victor.

_ Você não tinha o direito de fazer isso comigo. Puxa, eu me sacrifício feito uma louca por você e você me dar uma punhalada pelas costas?

'Mentir descaradamente para poder sair. E se acontecesse alguma coisa contigo? Você tem noção do quanto esses lugares podem ser perigosos? E para piorar a situação ainda me sai de perto de todo mundo para ir para deus sabe onde com um homem que tem idade para ser o seu pai."

_ Não exagere, mãe.

_ Eu não estou exagerando. Aquele cara tem a minha idade! E ainda por cima estava drogado.

_ Victor, você não usou drogas não, né?_ perguntou Roseli preocupada.

_ Não, vó.

_ Será que é verdade ou é mais uma das suas mentiras?

_ Eu juro, mãe!

_ Você ultrapassou todos os limites. Saiba, que está de castigo. Pode me entregando celular, tablet e notebook. E não vai por a cara pra fora de casa para nada. Nem para descer para a pensão. Do colégio para a casa e só.

Victor permaneceu com a cabeça baixa.

_ Anda, me dê o celular e vá para o seu quarto.

Submisso, entregou o aparelho a mãe e saiu do ambiente.

_ E você, hein Adrian? Você é o adulto. Não deveria ter apoiado isso.

_ Eu já te disse que não sabia que o Vitinho ia à parada. Eu o encontrei lá.

_ E por que não me ligou?

_ Por que eu te ligaria? Para você chegar lá feito uma louca fazendo barraco? Andréia, se o Vitinho precisou mentir para sair a culpa foi toda sua.

_ O quê?!

_ É isso mesmo. Você sufoca esse menino. Parece que ele é de cristal. O Vitinho é jovem, saudável e bonito ele precisa namorar. Curtir a vida. E você atrapalha tudo com a sua super proteção exagerada. Então, a única forma dele se divertir é mentindo pra você. Talvez se você relaxasse, o seu filho confraria mais em ti.

_ Olha aqui, não me venha me dizer como eu devo educar o meu filho.

_ Mas é verdade. Você tá impedindo desse menino crescer. Até hoje ele era virgem.

_ E graças a sua irresponsabilidade ele perdeu a virgindade com um pedófilo. Parabéns, Adrian. Eu não me importo que o meu filho seja gay, mas como é um menino deveria namorar outro menino e não um homem da minha idade e drogado.

_ Eu acho que o Adrian tem razão. Se você não pegasse tanto no pé do Vitinho, ele não precisaria ter mentido._ disse Paulo depois de horas de silêncio.

Andréia cruzou os braços e ergueu a sobrancelha.

_ É mesmo, papai? Por acaso o senhor se esqueceu que quando eu era adolescente, o senhor não me deixava sair?

_ Não me esqueci. E o resultado das minhas proibições foi você ter engravidado com quatorze anos. Ou seja, eu errei e você está repetindo o meu erro.

_ Eu não vou perder o meu tempo discutindo com vocês como eu devo educar o meu filho.

_ Eu só acho que você deveria arrumar um namorado. Quem sabe assim você fica menos chata?

_ Vai tomar no cu, Adrian.

_Adoooro!

Andréia se retirou nervosa e Roseli bateu no braço do filho.

_ Você também, hein.

Deitado na cama, olhando o teto com os braços cruzados sob a cabeça, Victor ouviu o barulho da porta do seu quarto sendo aberta lentamente.

Paula entrou trazendo nas mãos um pacote, que entregou ao neto.

_ A partir de agora você vai precisar. Espero que use todas.

O idoso saiu do quarto fechando a porta.

Victor abriu o pacote e se espantou ao ver uma grande quantidade de preservativos.

Apesar da raiva, Ivan cuidou de Gael quando eles chegaram em casa. Depois de retirar as roupas do primo, Ivan o pôs debaixo do chuveiro, banhando-o. Em seguida, o pôs na cama e o observava adormecido, acariciando os seus cabelos.

Ivan lamentou o fato de ainda o amar, apesar de ter passado muitos anos. Seu coração foi preenchido pelo ódio do pai que os separou, impedindo os meninos de viverem o amor tão pueril e belo que tinham pelo outro, amor esse que o tempo e a distância dissiparam do coração de Gael.

O moreno deitou ao lado do amado primo adormecido e o abraçou por trás, beijando a sua nuca e rosto. Sentiu desejo de desfrutar do seu corpo e foi acariciando-o. O seu pênis estava rígido, sedento pelo corpo de Gael.

_ Eu ainda te amo.

Gael virou para o lado de Ivan e deitou a cabeça sobre o peito do primo, pôs as suas pernas por cima das de Ivan e o abraçou.

Ivan acariciava os seus cabelos. Estava ardente de desejo para possuí-lo.

_ Eu sei que se passou muito tempo e você esqueceu do nosso amor, mas você ainda vai ser meu.

Gael permanecia adormecido, perdido no mundo dos sonhos, onde Ivan não tinha acesso.

_ Caralho. Eu tô muito fodido._ Gael disse apoiando a cabeça na palma da mão e os cotovelos sobre a mesa. Sentia náuseas e dor de cabeça .

Ivan o olhava sério e voltou a procurar uma xícara no armário.

_ O que você queria? O resultado de encher a cara de bebidas alcoólicas e maconha é uma puta ressaca. Você não tem xícaras nesta casa?

_ Não. Eu tomo café no copo de requeijão. Sinto muito por não poder te dar o tratamento nobre ao meu primo milionário.

_ Deixe de ser babaca.

_ O pior é que eu tinha que trabalhar hoje e não tenho condições nenhuma de ir. A minha chefe tá no meu pé. Com certeza vou ser demitido.

Ivan pegou um copo e sentou à mesa.

_ Não se preocupe. O velho vai bater as botas logo logo, quando eu assumir a empresa eu te contrato._ Ivan disse, depositando café no copo e entregou a Gael.

_ Tome.

_ Está sem açúcar.

_ Eu sei. Dizem que café amargo ajuda a curar a ressaca.

_ Falando no poderoso Raúl Matarazzo, você não vai vê-lo?

_ Não tenho vontade.

_ Jura? Nem percebi._ Gael sorria._ Puta que pariu! Que dor de cabeça.

_ Você fez muita merda ontem. Nem se lembra. Aquela mulher louca.

_ Claro que eu lembro. Foi hilário.

_ Você ainda acha engraçado?! Você transou com um pirralho e foi chamado de pedófilo. Qual é a graça disso?

_ Eu não o obriguei a nada. O moleque deu pra mim porque quis. E vou te falar, que gostosinho, hein! Ele era virgem. Cara, cuzinho apertadinho.

Ivan não conteve a raiva e socou a mesa, fazendo Gael arregalar os olhos.

_ Não poupe dos detalhes da sua depravação.

_ Virou puritano, Ivan? Você deveria ter transado com alguém ontem. Assim não ficaria tão nervosinho. Aliás, por que não trouxe a Carla contigo? Ela é uma mina tão legal.

_ Desde quando você conhece a Carla?

_ Cara, ela me pediu para me seguir no insta. Veio no meu direct se apresentando como a sua namorada e conversamos.

_ Por que você não me disse nada?

_ Achei que ela tinha te dito. Eu gostei dela. Ela me disse que vocês vão se casar. Quando será?

_ Nunca.

Gael franziu o cenho.

_ Por quê?

_ Porque não a amo.

_ É bom motivo. Mas vocês terminaram?

_ Ainda não. Mas vou fazer isso o mais rápido possível.

_ Que pena.

_ Você lamenta?

_ Sim. Ela é maneira.

Ivan ficou triste por Gael não demonstrar felicidade com o término do seu relacionamento. Concluiu que Gael não sentia nenhum interesse nele.

_ Você se lembra do nosso beijo?

_ Como eu ia esquecer? O seu pai surtou naquele dia.

_ Eu ainda am...

Luíza entrou na cozinha com um saco de pães e queijo mussarela.

_ Gente, tá caindo uma tempestade lá fora. E olha que ontem o dia foi ensolarado. Tempo maluco, esse né?

A mulher falava sem parar e Gael interagia com a irmã. Diante disso, Ivan desistiu de se declarar para Gael. Concluiu que seria inútil, já que o primo não o amava mais.

Boate

Sorrir ao pensar e falar em Gael com os olhos radiando felicidade eram claros sinais de que Victor se apaixonou pelo homem que o iniciou nas atividades sexuais.

O menino sonhava acordado com o dia que reencontraria o seu crush e tivesse com ele mais momentos calorosos. Imagina -se andando de mãos dadas com o amado, assistindo juntos e abraçados a sua série favorita num dia frio e aconchegante de inverno.

Talentoso, Victor desenhou um retrato perfeito de Gael em seu caderno, enquanto a professora falava sobre equação do segundo grau.

_ Que desenho foda! _ admirou Virgínia olhando para o caderno do amigo.

No desenho Gael, estava representado semi nu, com apenas um lençol cobrindo a genitália e as curvas dos músculos expostas, com os cabelos lisos e escuros caindo sobre a testa. Sorria maliciosamente, como se o convidasse para mais uma noite de prazer.

_ Você tá a fim mesmo dele né, amigo?

_ Eu estou amando pela primeira vez na vida.

_ Primeira vez porra nenhuma. Lembra que você era a fim do moço da cantina e do menino da rua de baixo?

_ Aquilo era fogo de palha. Com o Gael é diferente. Sabe, o que eu sinto por ele é mágico. Penso nele a todo momento. Ah, estou tão apaixonado. Eu o amo.

_ Pensar em alguém o tempo inteiro não é amor. É cabeça vazia. E além do mais, amor é algo mais profundo. Isso aí é no máximo uma paixãozinha.

_ Como você é chata! Fala isso porque é seca.

_ Digo isso, porque sou sincera. E pelo o que o seu tio me disse, esse tal de Gael é o maior vagabundo. Passa o rodo em geral e não curte relacionamento sério. Cuidado para não se machucar.

_ Você é insuportável.

Vírginia mandou um beijo para Victor, que a olhava sério girando a cabeça negativamente.

O menino estava aflito por estar de castigo e não ter acesso ao celular. Temia que Gael o ligasse e Andréia atendesse. Inocente, Victor não fazia ideia que Gael nunca o ligou.

O loiro pediu a Virgínia que encontrasse o perfil de Gael no Instagram e assim o chamou via direct.

Mesmo trabalhando, Gael o atendeu e Victor explicou que estava usando o perfil da sua amiga porque a sua mãe o tomou o celular. Também disse que queria voltar a vê-lo assim que saísse do castigo.

_ Eu vou estar no Queer's club hoje à noite. Se você for, talvez a gente se esbarre por lá.

Victor vibrou de felicidade. Interpretou a fala de Gael como um convite e foi desmotivado pela amiga.

_ Ele disse que vai estar lá, que se você for talvez te encontre. Nas implicaturas significa que se não tiver ninguém interessante, talvez te foda.

_ Cala a boca.

_ Além do mais, esqueceu que a sua mãe não vai te deixar ir?

_ Mas o meu tio vai.

_ E desde quando ele manda em ti?

Victor sorriu maliciosamente para a amiga. O menino contou para Adrian o quanto gostaria de ir ao Queer's Club e que Gael estaria lá. Pediu para que o ajudasse.

_ Nem pensar. Se a sua mãe descobrir ela come o meu fígado preparado no azeite de dendê.

_ Por favor, tio. Ela não vai saber. Eu juro que dessa vez eu e a Virgínia vamos tomar cuidado.

A menina o olhou espantada.

_ Eu vou?

_ Vai. Esqueceu que sábado a sua mãe vai sair para passar o final com a sua avó? Aí você pode ir comigo.

Victor insistiu tanto com o tio, apelando pelo choro, que conseguiu convecê-lo.

_ Tá bom. Eu dou um jeitinho. Mas enxuga essas lágrimas que odeio de vê chorar.

Victor abraçou Adrian e sorriu como se não tivesse chorado.

Para ajudar o sobrinho, Adrian mentiu para Andréia que estava com febre e pediu para que Victor passasse a noite de sábado com ele. O homem foi tão convincente, simulando uma voz fraca ao telefone, que conseguiu convencê-la.

Queer's Club era a boate mais badalada da cidade por promover a diversidade no mundo LGBTQIA+. Gays, lésbicas, panssexuais, transgeneros e todos pertencentes a comunidade dançavam ao som das músicas eletrônicas, pop e funk de maiores sucessos da atualidade, sob os globos de luzes e fumaças coloridas. O local era de grande extensão, com duas pistas de danças e quatro camarotes. Victor estranhou que os banheiros não eram devidos por gêneros. Homens, mulheres e não binários compartilhavam do mesmo recinto e isso o deixou constrangido. Ao contrário de Virgínia, que não se importava e estava amando ir à boate pela primeira vez.

No meio das pistas, homens e mulheres de corpos esculturais dançavam semi nus dançavam nos poles dance.

_ Olha aquilo._ Victor mostrava ao tio e a amiga três homens num beijo triplo.

_ Você tem que se acostumar com isso, carinho. Isto aqui não é um convento.

_ Mas é esquisito.

_ Vai bancar o puritano, amigo? Você tá parecendo a sua mãe. Vamos dançar?

_ Eu estou procurando o Gael.

_ Ah, ele deve tá no beco.

_ Que beco, tio?

_ O beco que fica ao lado da boate. O esquerdo. Onde homens fodem loucamente. Lá é o point do Gael.

_ Gael não é assim.

Adrian acariciou o rosto de Victor.

_ Tão inocente esse meu sobrinho. Venha dançar conosco.

Adrian puxou Victor e Virgínia para a pista e os três dançaram. Virgínia sorria como nunca, enquanto o amigo percorria os olhos pela boate procurando por Gael.

_ Como você conseguiu que os seguranças nos deixasse entrar?_ perguntou Virgínia com a boca colada no ouvido de Adrian.

_ Não é por nada que eu tenho fama de boquinha de veludo.

A menina sorriu.

Victor avistou Gael no bar da boate. Ele estava acompanhado de Luíza e Ivan. Os três estavam gargalhando por alguma bobagem dita por Luíza.

_ Ali está!

Victor aproximou-se de Gael por trás e cobriu os seus olhos com as mãos.

_ Supresa!

Gael retirou as mãos de Victor dos seus olhos e o beijou. Para a raiva de Ivan.

_ Você de novo? Eu não sabia que as boates brasileiras também eram creches._ Ivan perguntou olhando para Victor como se quisesse matá-lo. O loiro sentiu tanto medo de Ivan, que abaixou a cabeça, evitando olhá-lo.

_ Que bom te vê, delicinha.

_ Quer dançar comigo?

Gael avistou um belo rapaz que passou por ele piscando um dos olhos. O rapaz o chamou com a cabeça.

Gael levantou do banco e entregou a garrafa de Cerveja para Victor.

_ Daqui a uma hora você me procura. _ E saiu indo em direção ao rapaz e o beijou na pista de dança.

Luíza se compadeceu ao vê que Victor estava triste. Era a primeira vez que o menino tinha o coração partido.

Ivan o olhava sorrindo, com a garrafa entre os lábios.

_ Quer um conselho de amiga? Não entregue o seu coração ao meu irmão. Ele não é de se apegar.

Mesmo sendo abordado por vários rapazes, Victor rejeitou todos, pois não parava de pensar em Gael. Tinha esperanças de ficar com ele naquela noite e a todo momento olhava no celular a todo momento para verificar se já havia passado uma hora.

Quando reencontrou Gael no bar novamente o beijou.

_ Agora você está livre?

Gael sorriu e confirmou com a cabeça. Ivan estava irritado com a insistência do menino e se controlava para não fazer uso da violência física.

_ Faz o seguinte, me espere lá no beco que eu vou pagar a conta e já vou.

Victor não tinha a intenção de transar num beco diante de outras pessoas. Ele tinha não coragem para isso e era reservado. Contudo, decidiu obedecer a Gael, pois tinha esperanças de convencê -lo a ir a um lugar mais reservado.

_ Você vai transar com esse veadinho de novo? Cuidado que pelo visto ele é grudento.

_ Pelo menos ele é gostosinho._ Gael respondeu beijando o queixo de Ivan. Retirou-se com a intenção de ir ao encontro de Victor.

Ivan estava muito irritado com a situação. Não suportava Victor no seu caminho e, por isso, decidiu tomar uma atitude.

O moreno seguiu o primo até o beco. Chegando no local, o puxou pelo braço e jogou contra a parede. Gael o olhou assustado.

_ O que você está fazendo?

_ Cala a boca e me beija.

Gael sorriu com a ousadia do primo e o puxou para si pela gola do casaco branco e o beijou.

Victor assistia a cena do casal com lágrimas nos olhos. Sem interromper o beijo, Ivan abriu os olhos e observou Victor enxugar as lágrimas, o que o deixou muito feliz.

O loiro correu do local como um menininho assustado.

.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 32 estrelas.
Incentive Arthur Miguel a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil de Ana_Escritora

Tá legal, o Gael é escroto mesmo hauahahahahaha. Tadinho do Victor.

0 0