O macho do caralho cavalar

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 9118 palavras
Data: 12/02/2021 09:54:38

O macho do caralho cavalar

Eu tive a certeza de que ia acontecer desde o primeiro instante em que nossos olhares se encontraram na minha chegada ao saguão do resort e, os últimos quatro dias só foram confirmando essa convicção. Não me assustei quando ele atravessou as cortinas finas que esvoaçavam com a brisa que soprava do mar e entrou no meu bangalô perto da meia-noite. Apesar dos dias agitados que estava tendo, eu estava sem sono, nem a caminhada do final da tarde pela praia, nem o jantar prolongado com o pessoal da empresa haviam me induzido ao sono, pelo contrário, pareceu que tinham me deixado ainda mais ligado. Estava recostado na cabeceira da larga cama da suíte dentro de um short de seda, chegando a um terço das páginas de Wings of Fury, quando ele caminhou na minha direção. Nenhum dos dois pronunciou uma palavra sequer. Introduzi o marcador entre as páginas e fechei o livro assim que ele colocou o joelho sobre o colchão, fazendo-o afundar naquele ponto sob o peso de seu corpo parrudo. Foi a primeira vez que nossos olhares se encontraram tão próximos e determinaram o que ia acontecer. Eu sabia o que ele queria, ele sabia que eu sabia o que ele queria. Talvez até suspeitasse que eu também queria a mesma coisa. Ele usava o mesmo short vermelho com listras azuis e brancas que usou durante a partida de vôlei de praia com seus colegas de empresa naquela tarde. E, dentro dele, lá estava aquela estrovenga gigantesca, impudica e intimidante, que havia seduzido meu olhar sobre si quando ele se achava na rodinha de homens que conversava descontraidamente no saguão do resort quando da minha chegada.

Ele caminhou de joelhos sobre a cama até se aproximar tanto de mim que pude sentir o calor que seu corpanzil emanava. Seu primeiro toque foi no meu queixo, a mão que apoiou embaixo dele ergueu meu rosto para que nossos olhares se fixassem um no outro. Não soube, de início, qual era sua intenção por trás daquele gesto, mas quando sua mão começou a deslizar sobre a minha bochecha, percebi que estava me admirando fascinado pela harmonia dos meus traços. Podia jurar que, se ele fosse verbalizar alguma coisa, seria no sentido de me dirigir um elogio aos quais eu já não dava mais muita importância, não por falsa modéstia, mas por estar habituado a eles, referindo-se a minha beleza. Eu tinha ciência de que era um homem bonito, porém não me sentia privilegiado por conta disso; afinal, esses traços harmônicos do meu rosto e os contornos distribuídos ao longo de quase um metro e noventa de altura do meu corpo esguio nunca me deram motivo para festejar, pelo contrário, na imensa maioria das vezes, só me trouxeram dissabores. De qualquer forma, o toque daquela mão pesada me fez estremecer e colocar um sorriso acanhado nos lábios que precisei lamber, pois haviam ressecado subitamente. Foi na direção deles que ele se inclinou. Sua boca tocou a minha sem pedir permissão, apenas se apossando dela, criando um preâmbulo periculoso do estava para acontecer. A minha necessidade de tocar naqueles bíceps bem estruturados levou minhas mãos até eles, o que pareceu agradá-lo, tanto que começou a forçar a abertura dos meus lábios com os dele, introduzindo sua língua devassa e quente na minha boca. Fui cedendo progressivamente, permitindo que aberturas cada vez maiores, fizessem aquela língua chegar até a minha garganta, onde a minha começou a se entrelaçar com a dele, e onde eu comecei a sorver as nossas salivas que iam se formando mais abundantes à medida que nossas bocas se saboreavam mutuamente. Ele ia jogando o corpo dele sobre o meu, sem desgrudar a boca da minha, tomando posse de mim com suas mãos que não paravam de deslizar sobre a pele do meu tronco desnudo, envolvendo-o e apertando-o. Enquanto isso, as minhas começaram a amassar seus bíceps quase tão duros quanto um pedaço de madeira. E, quando ele erguia meu tórax e o fazia encostar nos pelos de seu peito, eu as deslizava até seus ombros largos e enfiava as pontas dos dedos naquela musculatura vigorosa. Há três anos, desde que meu último relacionamento chegou ao fim, eu não sentia o desejo tão exacerbado de um macho pelo meu corpo. Era isso que estava causando aquela tremedeira repentina que se apossou de mim, tesão, o mais primitivo e puro tesão. Eu não tinha dúvida de que ele estava sentindo essa tremedeira com suas mãos e, que tinha sido ela a responsável por colocar aquele sorriso contido em seu rosto sexy. Saber que ele era a causa daquele abalo que eu estava sentindo aumentou sua autoconfiança, o que o levou a apalpar minhas nádegas, que a seda do short só tornava mais sedutoras e excitantes, levando-o a perceber que a ereção já não cabia mais dentro de seu short. Livrar-se dele e do meu estava se tornando, a cada segundo, mais imperativo. O meu desceu primeiro, lenta e sensualmente, expondo a pele branca daqueles glúteos imensos e protuberantes contrastando com a pele bronzeada do entorno. Que machos são seres visuais ficou mais uma vez comprovado, através daquele arfar que aflorou em sua boca e da ereção que, finalmente, conseguiu driblar o tecido do short e fazer emergir através da abertura da perna direita, uma cabeçorra arroxeada e úmida. O que introduziu sensivelmente aquele aroma almiscarado nas minhas narinas foi a testosterona que corria solta em suas veias. Ele me fez deitar de lado, e eu, espontaneamente, ergui uma das pernas, deixando minha bunda exposta e totalmente acessível à cobiça daquele macho. O fato do reguinho profundo, agora ligeiramente aberto, ser tão liso e aveludado quanto a casca de um pêssego o deixou ensandecido. Eu tinha um arcabouço masculino em todos os sentidos, mas não tinha pelos, à exceção dos pubianos charmosamente ralos e distribuídos num pequeno triângulo e, um arremedo de barba tão tênue e fina que mal se podia notá-la. Ao sentir o toque úmido de sua língua sobre as minhas preguinhas anais, soltei um gemido involuntário, mais potente que minhas forças, mais forte do que meu autocontrole para não demonstrar qualquer comoção. Eu não queria que ele tivesse nenhuma ascensão sobre mim. O que ia rolar era tão somente sexo, dois corpos excitados procurando os mais primitivos e instintivos desejos carnais para saciarem suas necessidades fisiológicas. Por isso, eu não estava a fim de demonstrar àquele macho nada além da minha própria satisfação com aquilo que ele carregava entre as pernas e o que essa coisa descomunal era capaz de fazer, um objeto sexual para ser aproveitado em benefício próprio. Eu sentia o quanto ele estava se esforçando para fazer o mesmo, mas sua respiração excitada ante a maciez daquela rosquinha rosada que piscava sedutora na ponta de sua língua e diante de seus olhos cheios de cobiça o denunciava. Ele me lambia e me mordiscava a pele do rego que suas mãos mantinham escancarado numa voracidade animalesca e selvagem. Seus brios de macho lhe diziam que ele tinha que me colocar a sua mercê, e só enfiando sua verga na minha boca teria esse poder. Ele me puxou para perto de suas coxas peludas, arriou o short e soltou a jeba cavalar a centímetros do meu rosto. Eu jamais tinha ficado cara a cara com uma pica daquele tamanho. Uma mangueira grossa de carne com vida própria, reta, mais de vinte e cinco centímetros de extensão, recoberta por um emaranhado de veias saltadas, onde uma glande volumosa e praticamente toda fora do prepúcio, pulsava cheirosa e babona. Um sonho idílico para qualquer gay. E eu era um deles, reservado, discreto, com um cuzinho muito apertado e pouquíssimo frequentado por picas, que havia se conciliado com sua natureza a duras penas, depois de uma adolescência conturbada por abordagens muitas vezes humilhantes e irracionais. Só depois que aprendi a tirar proveito da sedução inata que meu corpo trazia, é que passei a experimentar momentos menos traumáticos e dolorosos. Daí a origem da cautela e ceticismo com que tratava os machos que farejavam minha condição. Afortunadamente não eram muitos, só aqueles que carregavam em seu DNA perto de 100% da virilidade que os definia como alfas, capazes de não se aterem a definições de gênero na escolha de parceiros sexuais; bissexuais e heterossexuais que não davam bola para barreiras que os impedissem de usufruir de todas as regalias que sua masculinidade lhes proporcionava. Ele era um desses, como logo descobri naquele primeiro cruzamento de olhares.

Ele não foi sutil, muito menos gentil, quando botou aquela estrovenga na minha cara, sem dizer uma única palavra, um simples – é toda sua – ou um mero – gosta? – ou ainda, um sincero – adoro ser chupado – nada, simplesmente nada. Era como se eu não soubesse se estava a lhe fazer um favor, ou se era ele que estava me dando o privilégio de colocar aquela caceta na boca e dar um trato nela. Venceu o meu tesão, uma vez que foi ele a me incitar a chupar aquela cabeçorra gigantesca que tive dificuldade de colocar na boca, pois preencheu-a completamente assim que meus lábios se fecharam ao redor dela, fazendo-o gemer. Ao mesmo tempo em que a desencapava do prepúcio com os lábios, fui sorvendo o pré-gozo abundante e viscoso que minava dela aos borbotões. A jeba terminou de endurecer com o movimento da minha língua rodopiando em volta da glande, provocando e lambendo, atiçando e acariciando. Ele enlouquecia a olhos vistos, contorcia-se, soltava o ar entre os dentes cerrados num sibilo prolongado de prazer e satisfação. Suas mãos agarraram minhas madeixas sedosas e me impulsionaram contra sua virilha pentelhuda na tentativa de me fazer engolir aquela pica, mas a cabeçorra não cabia na minha garganta e ele precisou se contentar em foder minha boca apenas com ela. Até eu conseguir concatenar minha respiração apenas através do ar inspirado pelas narinas, passei pela sensação de estar sufocando com aquela coisa entalada na goela. Porém, logo descobri como tirar o máximo proveito daquele caralhão, chupando, lambendo, mordiscando a pele aqui, apreendendo-a acolá, me satisfazendo com seu cheiro e seu sabor viril, enquanto meus dedos massageavam e tateavam pelo sacão peludo brincando com aqueles dois testículos consistentes e pesados do tamanho de um ovo de galinha. Ele mal podia se controlar, olhava para a habilidade da minha boca em seu pau sentindo que o tesão dominava seu corpo por inteiro. Por breves instantes, cheguei a pensar que aquele macho nunca tinha sido mamado antes, tão evidente era o assombro de prazer estampado em sua cara. Mas como um homem com todos aqueles predicados nunca teria sentido a satisfação de ter sua pica, especialmente uma daquelas proporções, usada num sexo oral? Seria ingênuo da minha parte supor algo assim. Ele tinha cara de macho cafajeste, daquelas que já se veem em molecões curiosos recém entrados na puberdade, com a cabeça poluída por sacanagens que os hormônios lhes injetam. E, no auge de sua virilidade, ele já devia ter experimentado de tudo, de se valer dos serviços de uma puta experiente, rasgar o cu de um gay, a deflorar uma buceta virgem, nada mais devia lhe causar aquele assombro que eu vislumbrava em seu olhar. De onde então a origem daquele olhar? Enquanto tentava encontrar uma resposta a essa pergunta, eu continuava empenhado naquele boquete delicioso e suculento, sedento por provar o sabor da porra daquele macho, que ele me negava, tirando rapidamente a pica da minha boca toda vez que sentia o gozo iminente.

Ele estava com tanto tesão que já não sabia mais como me submeter ao desejo que queimava dentro dele. Parecia que me envolver e me apertar com força em seus braços já não o contentava, que deitar-se sobre o meu corpo esfregando sua pele contra a minha só o deixava mais ensandecido, que o sabor da minha boca, que ele devorava como se fosse um leão faminto, já não conseguisse aplacar a dor que começava a torturar sua rola dura como uma rocha. Não sei se foi o sadismo ou o desejo de acompanhar minha reação que o levou a se encaixar entre as minhas pernas colocando-as sobre seus ombros, quando pincelou a cabeçorra ao longo do meu reguinho apartado, forçando-a contra a rosquinha anal turgida e metendo-a em mim numa estocada brusca. Eu apertei os lábios com tanta força para não deixar escapar o grito que se formou na minha garganta que cheguei a marcá-los com os dentes. Nunca havia sentido tanta dor durante uma penetração, embora já tivesse tido algumas bastante doloridas, mas nada se assemelhava àquilo. Enquanto ele empurrava aquele caralhão bruto para dentro do meu rabo, eu sentia minha carne se rasgando, a dor aguda ganhando força e se espalhando por todo baixo ventre, o sufoco crescendo dentro de mim com a incerteza do desfecho daquele coito.

Já nas primeiras bombadas ele percebeu que esse cu era pouco usado e estava longe de ser tão frouxo quanto uma buceta. A satisfação por chegar a essa conclusão logo se expressou em seu rosto. E foi, provavelmente, a razão de ele ir metendo em mim com mais cautela. Meus esfíncteres encaparam sua rola tão justa e apertadamente que só isso já valia o coito. O deslizar suave e lento daquele mergulho nas minhas entranhas era como um troféu inesperado. Eu havia me agarrado incialmente ao lençol da cama, repuxando-o todo quando a pica entrou no meu cu, depois agarrei aqueles bíceps rijos procurando algum apoio e, ainda sentindo um desamparo tão gigantesco quanto o que estava entrando em mim, me agarrei aquele tronco maciço e quente, fazendo aquele macho esboçar o primeiro sorriso que vi naquele rosto másculo. Foi a certeza que ele teve de que não apenas meu corpo, mas eu inteiro estava tresvairado com seu desempenho. Eu jamais imaginei que uma coisa daquele tamanho coubesse no meu cu. À medida que deslizava cu adentro, a verga ia preenchendo minha ampola retal, distendia e atravessava meus músculos anais, penetrava onde nunca algo jamais havia penetrado e parecia não chegar ao fim. Eu me agitava debaixo do peso dele, gania, me debatia, continha os gemidos para não lhe dar a oportunidade de se vangloriar do estrago que estava fazendo no meu cuzinho. Repentinamente, invadindo meu reto sem controle, a cabeçorra varou a válvula retal superior, trespassou a junção retossigmoidal provocando um espasmo abrupto e involuntário de toda minha pelve aprisionando-a naquela profundeza acolhedora. Ambos sentimos a contração insólita, eu na forma de uma cólica e ele no aprisionamento de sua glande. O pauzão havia me atingido tão profundamente, chegado a um ponto tão entranhado como nunca antes algo havia me penetrado e provocado aquele espasmo. Isso nunca tinha me acontecido antes, não foi só o meu cu que travou, foi toda a ampola retal que se contraiu agarrando aquele caralhão de tal forma que mesmo que quiséssemos, não conseguiríamos nos desengatar. Cada estocada daquele cacetão depois disso se transformou numa tortura, minha musculatura pélvica era estirada como se fosse um estilingue com os movimentos de vaivém. Era como se eu fosse uma cadela presa à pica estufada de um cachorro enorme, sem chance de um desengate antes que o coito estivesse completamente consumado e a verga perdesse a rigidez.

- Que cazzo de rabo é esse? Que tesão do caralho! Quem disse que há sete maravilhas no mundo esqueceu de contar esse cuzinho! – grunhiu ele ensandecido pelo tesão. Foram suas primeiras palavras para comigo desde que nossos olhares se cruzaram pela primeira vez.

Eu estava trepando com um tremendo de um macho, experimentando sensações com as quais jamais tinha sonhado, sentindo uma dor que praticamente bloqueava todo o prazer, porém torcia para que aquilo chegasse ao fim, e que ainda restasse alguma parte da minha anatomia anal que não tivesse sido estraçalhada por aquele caralhão. De tão desesperado, nem senti quando gozei. Só percebi que havia gozado, quando senti meu ventre melado por uma substância pegajosa que havia saído do meu pinto. Ele continuava em cima de mim, socando aquele cacete no meu rabo como se fosse a última coisa que lhe permitiram fazer, seus olhos brilhavam, a expressão contraída do rosto intimidava pela luxuria que expressava. Ele arfava feito um touro, estava todo molhado de suor, minhas mãos escorregavam sobre a pele de suas costas, mesmo eu cravando as pontas dos dedos nela. Aos poucos o arfar foi se avolumando e se transformando num urro rouco e gutural, as estocadas ficaram mais espaçadas, o corpo todo dele se retesou, e o gozo veio. Os jatos mornos e abundantes começaram a escorrer pelas minhas entranhas, nossos olhares outra vez fixos um no outro, o prazer tomando conta de nossos corpos. Ele se deixou cair sobre mim, procurou minha boca e me beijou demoradamente, deixando sua saliva me umedecer como a pouco o fizera a absurda quantidade de porra que encharcou meu cu. Nem o nome dele eu sabia.

Abraçado àquele homem, afagando-o na nuca e sentindo como seu coração acelerado batia em consonância com o meu, eu tentava entender o que tinha acabado de acontecer. O que nos levou aquilo? Como pude me entregar a um macho daquela forma, sem sequer saber seu nome, sem ter ouvido dele uma única palavra que antecedesse aquela loucura? Essa era a única palavra capaz de descrever o que acabara de acontecer, loucura. Eu não estava em meu juízo perfeito, só podia ser, pois nem os três anos de abstinência amorosa e sexual podiam explicar o que acabara de fazer com aquele homem. Eu nunca tinha sido tão incauto e irresponsável.

Eu sabia o que devia fazer, pedir que ele tirasse aquele pauzão enorme que relutava em amolecer de dentro de mim, dar uma desculpa para me livrar de sua presença, expulsá-lo da minha suíte, porém eu continuava calado, afagando-o enquanto ele não esboçava o menor desejo de sair dali, pois sua rola continuava presa em mim. A exaustão acabou por embalar meu sono. Ele já cochilava relaxado e ressoando baixinho quando isso aconteceu. Compartilhei a cama a noite toda com um estranho que arregaçou meu cuzinho. Não bastasse essa insanidade, na manhã seguinte, com o sol aquecendo nossos corpos nus, ainda me deixei penetrar mais uma vez, deixando-o me rasgar as carnes para dar vazão a seus instintos.

- Fiquei louco por você no primeiro instante em que te vi! – disse ele, após encher meu cu mais uma vez de porra. – Espero não ter sido rude demais com você! – exclamou, quando viu que o lenço úmido que passei no rego saiu tingido de sangue.

- Estou tentando entender o que aconteceu conosco. Nunca fui um libertino! – devolvi.

- Senti que precisava que você fosse meu! Eu tinha que te sentir, tinha que tocar nessa pele, tinha que saborear sua boca, era mais forte do que eu! Nunca senti nada tão maravilhoso! – exclamou.

- Somos dois loucos! – retruquei.

- Dois loucos que se completaram da maneira mais harmoniosa e prazerosa que se possa imaginar.

- Aonde isso vai nos levar? – questionei

- Será que depois do que vivemos isso ainda importa?

- Se eu não estivesse tão entorpecido pelo teu sêmen eu talvez tivesse uma resposta à sua pergunta. – respondi. Ele sorriu.

- Sergio! E quem me proporcionou o mais insólito e inesquecível prazer tem nome? – indagou, no que me pareceu o primeiro indício de normalidade quando duas pessoas se conhecem.

- Rodrigo! – respondi.

- Seria pedir demais se repetíssemos esta noite o que aconteceu na passada? – questionou, ainda excitado, mesmo depois de ter esvaziado os colhões no meu rabo, quando me viu vestindo a roupa para enfrentar outro dia de trabalho.

- Se eu tivesse um pingo de juízo, diria que sim. Mas, eu o perdi no instante em que te vi pela primeira vez. – respondi, com um sorriso simultaneamente tímido e safado. Ele riu.

O evento promovido pela empresa dele terminou no início daquela tarde e, pouco depois, um ônibus fretado partiu em direção ao aeroporto levando os funcionários, a exceção dele. Ele permaneceu no resort apenas para trepar comigo durante todo o final de semana. Foram três dias de pura devassidão, de tantas penetrações que acabei por perder as contas, de coitos prolongados que me deixaram tão esfolado e arregaçado que caminhar se tornou uma tarefa hercúlea. Não obstante o final de semana ser de folga, eu ainda tinha meus compromissos com a condução do meeting da empresa e do relacionamento com meus colegas, porém eles mal me viram desde a sexta-feira à noite, uma vez que passei quase todas as minhas horas dando o cu para aquele macho insaciável. Ele partiu em direção ao aeroporto junto a um grupo de turistas que também havia se hospedado no resort no começo da noite de domingo. Tinha me dado uma última enrabada, enchido meu cuzinho de porra, tomado uma ducha e terminado de arrumar sua mala na minha suíte, quando veio me tomar mais uma vez em seus braços. Ele apertou meu corpo nu contra si, colou sua boca na minha, enfiou a língua nela e me lambeu. Naquele instante eu soube que também não haveria uma despedida, como não houve um cumprimento inicial. Não haveria um adeus, um até breve, um até qualquer dia ou, a combinação de um reencontro.

- Eis meu cartão de visitas! Me ligue quando quiser. – exclamei, ao lhe entregar meu cartão antes de ele sair da suíte com sua mochila no ombro.

- Ok! Se cuida! – balbuciou em resposta e partiu.

Permaneci ali deitado, nu, sentindo o frescor da brisa entrando no quarto e roçando minha pele ainda quente da luxuria desenfreada daquela tarde e, refletindo sobre aquele homem que acabara de sair do quarto. Ele me fizera sentir coisas com as quais jamais havia sonhado, nossas peles pareciam soltar faíscas quando se tocavam, nossos corpos haviam entrado em conjunção com a mesma raridade e beleza que o fazem os corpos celestes proporcionando um fenômeno único, o que explicaria tudo isso eu não saberia responder. Simplesmente aconteceu. Meus compromissos profissionais me levaram a permanecer por mais uma semana no resort.

No entanto, para entender como tudo isso aconteceu, seria preciso voltar no tempo. E, esse tempo, remontava a pouco mais de três anos, com o fim do meu último relacionamento. Ele acabou como se extingue a chama de um fogo, por falta de algo que o alimente. Não foi um fim dramático ou sofrido, mas consensual e equilibrado. Ao me ver só, mergulhei de corpo e alma no trabalho, um emprego promissor numa gigante farmacêutica suíça, cujo impulso se deu depois de eu ter participado de um encontro com a alta cúpula da empresa. Fui acompanhando meu chefe direto, o diretor da área de pesquisas que aguardava uma promoção e sua transferência para a matriz da empresa, e o diretor-geral para a América Latina, o mais graduado dos funcionários que eu conhecia até então. Minha missão durante esse encontro era apresentar uma total reformulação da área de pesquisas na América Latina, com a coordenação de diversos centros de pesquisa autônomos, no estudo clínico de novas drogas que a empresa desenvolvia, um projeto que eu havia criado e implementado com sucesso com a minha equipe. A cúpula da empresa comprou a minha ideia com entusiasmo, havia décadas que não surgia algo tão inovador na empresa, mesmo antes da fusão dos dois laboratórios farmacêuticos que compunham a atual empresa.

Contudo, não foi apenas o meu projeto inovador que me alçou ao meu atual cargo na empresa, em substituição ao meu chefe direto que na mesma ocasião recebeu a sua tão almejada promoção. Essa constatação, por mais insólita que possa parecer, aconteceu dentro de um dos banheiros do hotel onde o encontro acontecia. Durante o coffee break, com a bexiga quase estourando, corri a uma das toilettes próximos aos salões onde se dava o meeting. Havia apenas dois mictórios onde se podia mijar em pé, e um deles estava ocupado por um sujeito que se aliviava olhando para o teto. Sempre fui avesso a esse tipo de mictório, a proximidade constrangedora com um estranho segurando a benga tinha um poder inibitório sobre a minha bexiga. Assim, fui em direção a uma das cabines na parede oposta para me aliviar. Mal tinha começado a mijar, distingui perfeitamente a voz, com o ainda carregado sotaque, do nosso diretor-geral e de mais alguém que, durante o desenrolar do diálogo entre os dois, constatei ser o CEO da empresa. O sujeito que estava mijando havia terminado e saíra no mesmo instante em que os dois entraram no banheiro. Pensando estarem sozinhos, a conversa versou sobre mim. As primeiras frases trocadas entre os dois foram elogios ao meu projeto, mas, em seguida, e para meu espanto, por se tratar de dois sexagenários, o restante da conversa tinha minha bunda avantajada como tema principal. A primeira observação nesse sentido partiu do CEO que eu acabara de conhecer poucas horas antes. Ele descaradamente afirmou que se sentiria um felizardo se pudesse meter a rola no meio das minhas nádegas, uma vez que nunca tinha visto uma bunda tão sensual e com aquele contorno em um homem e, que bundas como a minha faziam mais parte de um corpo feminino do que de um masculino. Boquiaberto com o que estava ouvindo, e controlando até a minha respiração para que não notassem que havia mais alguém naquele banheiro, ouvi o comentário do nosso diretor-geral em resposta. Ele afirmou categoricamente que tinha chegado aos seus ouvidos que dois diretores de outras áreas da empresa já tinham satisfeito sua lascívia no que relataram ser o cuzinho mais apertado onde já tinham enfiado suas picas, e que eu sabia ser extremamente generoso com uma caceta introduzida no meu rabo, segundo os boatos que lhe contaram. De onde ele tirou essa informação eu não fazia ideia, uma vez que se tratava de uma tremenda mentira. Certo era que eu já havia levado umas cantadas dentro da empresa. Minha condição de homossexual não era aberta, porém, sempre havia aqueles machos que pareciam ter um olfato bastante aguçado para farejar outros homens cuja masculinidade e, especialmente, a libido predadora que ela ensejava, estava bem abaixo da maioria. No entanto, eu sempre tirei de letra essas cantadas e até algumas encoxadas que deveriam parecer não intencionais. Portanto, a informação dada ao CEO nada tinha de verídica. Talvez fosse mais uma pretensão não confessada do nosso diretor-geral, pois o flagrei algumas vezes com um olhar de peixe morto fixo nos meus quadris, o pensamento distante a ponto de não ouvir o que se dizia e, quando não, ajeitando discretamente o cacete dentro das calças. Naquelas circunstâncias é que se fechou a questão da minha promoção, que me foi participada numa reunião pouco antes do nosso regresso ao Brasil, na sala do CEO da empresa. Eu era o novo diretor da área de pesquisas, não mais restrita ao Brasil, mas englobando toda a América. Tinha alçado essa posição antes de completar trinta anos, me tornando o mais jovem diretor dentro da multinacional.

Foi nessa condição que organizei o evento no luxuoso resort na costa litorânea de Pernambuco, escolhido por se tratar de um meeting com a participação de dirigentes de diversos centros de pesquisa espalhados pela América Latina, do Norte e Central, visando unificar protocolos de pesquisa para um novo medicamento. A baixa temporada era propicia para esses eventos empresariais, o que levou a empresa do Sergio a também se valer das instalações do resort para um evento. Foi assim que fomos parar naquele lugar paradisíaco.

Acompanhado da minha secretária e um gerente de área, fui o primeiro a chegar ao resort, um dia antes do início das atividades, para fazer os últimos ajustes e preparos. Era uma manhã ensolarada, de temperatura agradável e muita luminosidade quando adentrei o saguão do resort e me deparei com aquele grupo de cinco sujeitos numa rodinha descontraída próxima à recepção. De imediato, meu olhar se fixou no homem parrudo, uma cabeça maior que os demais, que não desgrudava seus olhos de mim desde que adentrei ao saguão. Uma rápida conferida, de soslaio, quando estava sendo atendido pelo rapaz sorridente atrás do balcão, me fez constatar que se tratava de um belo exemplar de macho, entre cujas coxas grossas e, sob um jeans, havia um gigantesco e impudico volume. Na verdade, o maior e mais indiscreto caralho que eu já tinha visto, tão libidinosamente exposto. Disfarçando o olhar, como se estivesse observando a beleza e decoração do ambiente, dirigi-o na direção dele. Um imediato e largo sorriso se formou no rosto do sujeito que, por uns instantes, não se atinha aos companheiros que o cercavam, sua atenção estava toda concentrada em mim. Devolvi o sorriso, menos evidente e mais recatado, exatamente o contrário do que meu cuzinho assanhado pelo tesão fazia dentro da cueca.

Durante todo o dia não nos víamos, ele preso aos seus compromissos e eu aos meus. Nos finais de tarde, entre o fim das atividades e a hora do jantar, que acontecia por volta das 21:00 horas, tínhamos uma folga. Ele as aproveitava jogando vôlei de praia com os colegas da empresa, enquanto eu intercalava caminhadas solitárias pela areia fofa, e cavalgadas na areia firme onde as ondas mais potentes vinham lamber a praia, com sua espuma branca definindo as cristas. Já na minha primeira cavalgada, acompanhado de um residente local bronzeado e musculoso que fazia o aluguel dos cavalos para o resort, notei o cara de short vermelho com listras azuis e brancas se destacando entre os demais, com seu tronco largo e sensualmente peludo, com a musculatura vigorosa de braços e coxas, também revestidos de pelos negros sem exageros, mas deliciosamente viris. Eu cavalgava de sunga, pernas grossas e lisas expostas, tórax bem estruturado e lisinho, cabelos cor de caramelo que sempre trazia longos, num corte que me permitia trazê-los amarrados num coque ou soltos emoldurando meu rosto, como estavam agora, esvoaçando livres com o movimento sobre a sela e a brisa que os emaranhava. Sei que a decisão do rapaz sem camisa, exibindo seus músculos, de me fazer companhia durante a cavalgada nada tinha a ver com o fato alegado de que o garanhão Mangalarga tordilho que eu havia escolhido ser um pouco temperamental. O oferecimento dele se devia exclusivamente à minha bunda carnuda e roliça dentro daquela sunga preta. Ao terminar de encilhar o cavalo para mim, ouvi-o comentando com o senhor que ficara junto aos piquetes nos quais os cavalos de aluguel se encontravam, que moveria uma montanha para estar no lugar daquela sela e, da qual faria brotar um segundo pito com uma tremenda ereção bem no meio do assento no qual aquelas nádegas pudessem se encaixar. O senhor, provavelmente seu pai, riu da audácia do macho que havia criado. Acostumado a esse tipo de comentários, fingi não ter ouvido, mesmo porque o rapagão tinha um volume considerável dentro do calção, e o tesão que deixava transparecer não eram de ser desprezados. Assim, uma tarde eu passava pelo grupo jogando vôlei cavalgando, outro caminhando e curtindo o pôr-do-sol, sempre acompanhado pelos olhares cobiçosos daquele sujeito que me inquietava. Numa das ocasiões, de tão distraído que estava acompanhando o gingar das minhas pernas, levou uma bolada na orelha durante um saque do time adversário, fazendo-o soltar um palavrão, enquanto eu chutava a areia fofa e ria comigo mesmo. Esse safado está a fim de mim, era óbvio. Ele levou quatro dias para criar coragem e aparecer no meu bangalô, e foi assim que conheci aquele caralhão que me arrebentou as pregas e encheu meu cuzinho de esperma.

Esperei por três semanas, depois que regressei a minha rotina em São Paulo, por uma ligação do Sergio, ela não veio. Completados dois meses, sabia que jamais viria. Porém, ele continuava na minha cabeça, infernizando minhas noites sem conciliar o sono, atormentando meu cuzinho com espasmos delirantes imaginando aquele cacetão entalado nele e, me fazendo criar expectativas quanto a um eventual relacionamento mais sério com aquele macho. Esse era o meu grande mal, romancear, idealizar um homem, só porque havia entrado no meu cu. Não era a primeira vez que eu agia assim, mas desta vez estava disposto a lutar com todas as minhas forças para que isso viesse a se realizar. O que me mantinha com essa ideia fixa eu não saberia explicar. Não estava ligada apenas àqueles contatos tórridos de nossas peles, àquele espasmo que me fez aprisionar aquela verga gigantesca no mais íntimo das minhas entranhas, à maneira como ele fixara seu olhar no meu quando ejaculara no meu cuzinho; ia muito além disso, tinha a ver com a idealização do homem com o qual eu queria viver até o fim dos meus dias, ao homem que queria chamar de meu macho.

Pouco mais de um ano havia se passado depois daqueles dias no resort. Eu, sem sucesso na procura que empreendi para localizá-lo, uma vez que havia descoberto o nome da empresa onde ele trabalhava, também em São Paulo, acabei desistindo. Todos meus esforços foram infrutíferos, e eu resolvi tocar a vida adiante, guardando aquelas noites libidinosas como uma sandice a ser esquecida e superada. Nesse meio tempo conheci um cara incrível. Foi como se os céus quisessem me recompensar por não ter conseguido encontrar o Sergio. Repentinamente, surgiu aquele homem com quem eu sonhei a vida toda, com tudo o que eu admirava fisicamente num macho, com tudo o que um macho alfa tinha potencialmente a oferecer, aliado a um amor que crescia dentro de nós como a levedura de uma massa. Nem me lembrava mais do Sergio, pois tinha tudo o que ele me proporcionou e mais aquilo que ele ou o tempo exíguo que tivemos juntos não foi capaz de me oferecer, amor.

Meu cunhado tinha uma prima que veio fazer parte do meu rol de amizades fazia alguns anos. Eu a conheci solteira durante uma temporada de verão, quando engatou um namoro com um dos meus colegas de faculdade em cuja casa de praia fui passar uns dias. O namoro dos dois não durou muito mais do que aquele verão, e acabamos não nos reencontrando mais. Mantivemos um contato bem mais distante e protocolar pelas redes sociais e foi só. Eu e meu cunhado nunca estabelecemos um relacionamento muito próximo, ele tem preconceitos bem arraigados contra gays, entre outros inúmeros que fazem parte de sua personalidade. Isso limitava nossos esparsos contatos aos encontros familiares, onde mesmo assim, pouco nos falávamos. Até que certo dia, não sei inspirado pelo quê, ele me ligou dizendo que estavam organizando uma festa de aniversário surpresa para aquela sua prima, e que ela ficaria feliz em me reencontrar, segundo uma conversa recente que tivera com ela. Nada me inspirava a aceitar aquele convite. Meu relacionamento com o Bruno era recente, tinha poucos meses, eu nem o havia apresentado ainda à minha família, embora a certeza de que ele seria meu homem por toda a vida já estivesse confirmada. Também mal me lembrava da prima do meu cunhado, para ser sincero, nunca me preocupei em guardar fisionomias femininas, uma porque não me interessava por mulheres, outra porque ela tinha sido um caso de pouca importância para meu ex-colega de faculdade. Eu não queria aparecer nesse aniversário sem o Bruno, por outro lado, também não queria que as pessoas ficassem sabendo de nós no meio de uma festa que nada tinha a ver conosco.

- Não faço questão nenhuma de ir a esse aniversário! Também acho precipitado conhecer sua família e, particularmente, nessa condição. Vá você! Assim você mata a saudade da garota e não se indispõe com ninguém. – afirmou o Bruno.

- Eu lá estou interessado em matar a saudade daquelazinha? Nem me lembro direito da fuça dela. Quanto a me indispor com meu cunhado, não estou nem aí, sujeitinho preconceituoso e inseguro que se caga de medo quando fica perto de uma bicha achando que ela vai estuprá-lo ou lhe fazer algum mal. Esse infeliz ainda tem muito a aprender com a vida! – retruquei. Mas, acabei indo a tal festa de aniversário, por mais que me faltasse ânimo para isso.

O apartamento não era pequeno, mas parecia, de tanta gente que se espalhava pelos ambientes. Do hall de elevadores, passando pelas salas, cozinha e até lavanderia, havia pessoas com copos nas mãos, formando pequenas rodinhas onde os assuntos variavam de questões políticas, indignações com a criminalidade, a última separação de um casalzinho que, supostamente era famoso, mas do qual eu e muitos outros nunca ouviram falar, da vitória apertada do time consagrado contra um rival sem expressão, dos padecimentos que era ser mãe e trabalhar fora, e por aí vai. Tive a ligeira impressão de que era o único a estar desacompanhado, uma vez que homens e mulheres podiam ser contados aos pares. Mais um motivo para eu me mandar daqui o mais cedo possível, pensei comigo. Fui me esgueirando entre as rodinhas, com um sorriso forçado que havia colocado no rosto assim que saí do elevador, até encontrar as primeiras caras conhecidas, minha irmã e seu controverso marido. Ela me cumprimentou efusivamente, me apresentando com orgulho para as pessoas em volta, sem deixar de frisar entusiasticamente meus atributos de galã de cinema e a minha solteirice. Havia anos que eu expus minha condição sexual para a minha família, mas minha irmã continuava a fazer propaganda para a mulherada como se eu, talvez conhecendo uma especial, fosse jogar em outro time. Meu cunhado, por outro lado, tinha certeza de isso jamais aconteceria, e me cumprimentou com um daqueles seus sorrisos amarelos e temerosos de que os outros soubessem que ele era cunhado de um viado. A aniversariante estava junto deles, estava mais roliça do que na época em que namorou meu colega de faculdade, a cara também havia mudado um pouco, embora eu não soubesse definir no quê, um preenchimento de Botox talvez, uma plástica no nariz cuja ponta me pareceu empinada demais destoando do restante, fosse o que fosse, não a tornou mais simpática. Cumprimentei-a acanhadamente e sem emoção, entregando-lhe a pequena lembrança que havia comprado. Ela me retribuiu mais espalhafatosamente o cumprimento, num abraço do qual fiz questão de me desvencilhar o quanto antes. Não era à toa que eu tinha fama de ser antissocial, minha dificuldade para encenações hipócritas era amplamente conhecida.

- Você precisa conhecer o Fernando, meu marido! – exclamou a aniversariante, com tamanha veemência que parecia tratar-se de um rei. – Alguém viu meu marido por aí, pessoal? – perguntou, espichando o pescoço para tentar encontrar o dito cujo. – Ah, ei-lo! Por onde andou? – emendou ligeiro, por sobre os meus ombros.

Quando me virei, atrás de mim estava o Sergio, em carne e osso naquele corpão másculo, de cuja cara o sorriso desapareceu assim que me reconheceu. Por uns instantes pensei que ele fosse tropeçar, pois pareceu que o chão havia se aberto num abismo a sua frente. Eu também fiquei constrangido, não sabia se mantinha aquele sorriso falso na cara ou se deixava transparecer minha surpresa com aquele reencontro inesperado. Optei pela primeira opção. Ele me cumprimentou com um aperto de mão frouxo, que em nada se parecia com aquela pegada com a qual ele havia me subjugado na cama do resort. Gaguejou alguma coisa que mal se podia ouvir, nem tanto pelo barulho que imperava no ambiente, mas pela insegurança da voz que parecia não querer sair.

- Como está, Fernando? – perguntei triunfante, pronunciando seu nome sílaba por sílaba, para que ficasse evidente a minha indignação.

- Oi, prazer! Já ouvi falar muito de você! – retrucou, mal sabendo onde enfiar a cara de pau.

- Ah, Rodrigo! Também quero que conheça meus filhos. Primeiro preciso achar minha princesinha. Bia, onde você está filhota? – questionou a aniversariante, tão deslumbrada em seu dia de glória que nem chegou a perceber que o marido e eu já nos conhecíamos e, em condições que ela provavelmente jamais sonharia.

Uma garotinha de uns três ou quatro anos apareceu do meio das pernas dos convidados, me encarou com um olhar tímido e se refugiou entre as pernas do pai, deixando-o ainda mais constrangido. Praticamente arrastado pela anfitriã, fui levado para o corredor que dava para os quartos, por trás de uma porta entreaberta, um bebê com talvez um ano de idade, dormia a sono solto, indiferente a balburdia que acontecia nos outros cômodos.

- Este é o Felipe, nosso caçulinha! – exclamou a aniversariante, orgulhosa da prole que havia gerado.

- É um belo garotão! – devolvi, sem saber que o Sergio/Fernando estava encostado no batente da porta.

- Ah, ele é tão fofo. Não dá trabalho algum! – retrucou a mãe-coruja. – Você já ofereceu alguma coisa para o Rodrigo, amor? – emendou, o que me fez constatar a presença do marido.

- Não, ainda, não! Você o monopolizou desde que ele chegou! Aceita uma bebida? – perguntou ele. Eu sabia que tinha que sair dali naquele instante, tinha chegado ao meu limite de tolerância à hipocrisia, falsidade e capacidade de parecer gentil e educado.

- Você tem uma bela família, parabéns! – exclamei, ao passar por ele, rumo à saída.

A aniversariante foi abordada assim que voltou à sala, e esqueceu de mim, facilitando minha saída à francesa. Esgueirei-me outra vez entre os convidados e caminhei decidido em direção ao elevador. Enquanto o aguardava chegar ao andar, o Sergio/Fernando pegou no meu braço na tentativa de me deter. Bastou eu olhar duramente para sua mão para que ele me largasse.

- Eu ia te ligar, juro! – começou, tirando do bolso o cartão de visitas que eu havia lhe entregue no dia em que nos despedimos no resort. – Viu? Eu o guardei comigo, como pode ver! Mas, acabei ficando sem jeito de te explicar que o cara que você conheceu no resort não era exatamente o que parecia.

- Casado! Com uma garotinha e, a mulher prestes a parir! Sim, porque pela idade daquele bebê no berço ela pariu pouco depois daqueles dias! Um nome falso para que jamais fosse encontrado! Que espécie de pessoa você é? Precisava disso tudo? – questionei, ante a cara embasbacada dele.

- Foi infantilidade minha, reconheço! Mas, coloque-se na minha posição, não é fácil querer fazer amor com alguém quando existem tantos empecilhos. – respondeu.

- Não foi infantilidade, foi mau-caratismo! Eu jamais estaria na sua posição traindo a pessoa com a qual estou casado. E que fique bem claro, nós nunca fizemos amor! Nós trepamos, fizemos sexo e nada além disso! Fazer amor vai muito além de enfiar a rola num cuzinho ou numa buceta. Fazer amor implica respeito, afeto, verdade, carinho. E isso, tenho certeza que você desconhece! – devolvi.

- Posso imaginar o quanto esteja zangado comigo! Porém, você não pode negar que o que rolou no resort foi muito especial. Nós ainda podemos ter isso de volta, é só você querer. – insistiu.

- Cara! Você é muito mais nojento do que eu constatei quando a infeliz da sua mulher nos apresentou há pouco. Esqueça o que aconteceu no resort! Aquilo foi uma sandice, algo que não significou nada, um passatempo sem consequências. Eu estou com outra pessoa, esse sim um homem, um macho de verdade, um cara com quem faço amor e não o que fiz com você. Por maior que seja o cacete que está no meio das tuas pernas, ele não me proporcionou nem um décimo do prazer que o do meu homem me proporciona. Voltar a ter alguma coisa com você está totalmente fora de cogitação, não me desperta o menor tesão! – afirmei, instantes antes do elevador chegar.

- Posso ao menos te pedir para nunca comentar com os conhecidos em comum do que aconteceu no resort? – o sujeito era um velhaco sem caráter, ia continuar tendo seus casos paralelos, enquanto a tola da esposa ia encher a boca para falar das qualidades dele. Nem me dignei a responder, ao se fecharem as portas do elevador, respirei fundo e quis ficar o mais distante possível daquele lugar.

Fiquei tão indignado com aquilo tudo que rodei algumas ruas nas quais nem precisava passar, que não faziam parte de trajeto algum, seja lá para que lugar eu estava indo. Liguei para o Bruno para ver se ele estava em casa, como fui a esse compromisso, achei que ele também tivesse ido se encontrar com alguns amigos ou feito outra programação.

- Oi amor! Está em casa? – perguntei, quando ele atendeu o celular.

- Sim, estou! Você está na festa? Está se divertindo? – devolveu ele

- Não! Já saí. Vamos nos encontrar?

- Já saiu, como assim? Não ia começar às 20:00 horas, passaram-se vinte minutos? – indagou surpreso.

- Estava um saco! Não aguentei ficar mais tempo! – respondi.

- Vem para cá! Eu e mais alguém estamos morrendo de saudades suas! – exclamou, dando a perceber a safadeza com a qual me esperava.

- Ah, é! É alguém que eu conheço? – provoquei.

- Conhece a fundo, eu diria! – ele estava rindo.

- Chego em alguns minutos, não deixe esse alguém sair antes da minha chegada! – retruquei caçoando.

- Pode ficar tranquilo, ele vai estar aqui firme e forte, a postos te esperando. – devolveu. Nesse instante eu queria ser uma mosca para estar perto dele, pois colocaria minha mão fogo como ele estava mexendo na ereção que se formou durante nossa conversa.

Antes mesmo de eu tocar a campainha, Theo, o beagle do Bruno, já começou a latir e a se agitar diante da porta, ele era outro para quem eu dedicava meu afeto naquela casa. Assim que o Bruno abriu a porta ele saltou no meu colo.

- O primeiro a ganhar um beijo e as carícias deveria ser eu seu malandro! – exclamou o Bruno, sem que obviamente o Theo se importasse com suas palavras. Naquele momento, estar nos meus braços era mais estimulante do que qualquer coisa que seu dono dissesse.

- Oi!

- Oi! Estou tentando entender o que deu errado nessa tal festa. – sentenciou o Bruno.

- Nada, só tédio mesmo! – devolvi, pois não valeria estragar nosso encontro contando algo do meu passado, antes de tê-lo conhecido, que a partir daquele dia não tinha mais a menor importância.

- Você já foi para lá afirmando que seria um porre.

- Pois é, e não deu noutra! – exclamei, colocando o Theo no chão e agarrando aquele rosto viril com a barba por fazer que me encarava cheio de segundas intenções.

Beijei o Bruno seguidas vezes, mordiscando seus lábios, provocando-o para que enfiasse a língua na minha boca e me apertasse contra seu peito. Enfiei as mãos por baixo da camiseta dele e comecei a acariciar aquele tórax musculoso, ao mesmo tempo em que chupava a língua que ele enfiara na minha boca.

- Hummm, ainda bem que aquela festa não deu em nada, você veio cheio de tesão do jeitinho que eu gosto. – ronronou ele, sem desgrudar completamente os lábios dos meus.

Só para me cientificar das suas intenções, ele roçou sua ereção em mim, tipo, eu já estou pronto para a brincadeira começar. Eu adorava isso nele, essa devassidão que ele não conseguia esconder quando estava comigo querendo me enrabar. Continuei cobrindo-o com meus beijos, uns bem molhados depois de lamber meus lábios que depositava demoradamente abaixo de sua mandíbula, fazendo-o arfar feito um touro excitado. Acariciei sua rola que mal cabia dentro da bermuda de tão dura. Ele ficou me encarando com aquela carinha pidona e carente, até sentir que minha mão entrou pela braguilha e se fechou ao redor de seu falo. Um sonoro e longo ‘ssshhhhhhh’ saiu de sua boca, pouco antes de eu a cobrir com a minha. Ele deu aquela catada na minha cintura e me puxou com força para junto de si, começando a passar a mão na minha bunda desavergonhada e possessivamente. Ele empurrou a porta para fechá-la e me conduziu até o sofá numa urgência desatada. Eu abri o botão da bermuda dele, puxei-a até os joelhos e comecei a lamber a rodela úmida que se formara em sua cueca. Os aromas e sabores daquele macho querido estavam todos lá, escorrendo de sua uretra e empapando o tecido da cueca. Puxei-a pelo cós até o caralhão saltar para fora, com a cabeçorra lustrosa e babando quase toda exposta. Envolvi-a com meus lábios. Ele gemeu. Fui engolindo a glande e sorvendo o fluido translúcido que escorria dela, eu salivava como se estivesse prestes a deglutir minha comida preferida. As mãos dele entraram nos meus cabelos, me guiaram até sua virilha e afundaram meu rosto nos pentelhos densos, fazendo a cabeçorra chegar à minha garganta. O pré-gozo dele se mesclava a minha saliva e eu as deglutia com o olhar fixo no rosto dele.

- Ah, Rodrigo, adoro quando você faz isso! – exclamou gemendo.

- E eu adoro colocar seu falo na boca! – sussurrei, tomado pelo tesão. Minha boca foi lenta e progressivamente mais uma vez em direção ao saco dele, um após o outro, chupei e massageei aqueles testículos ingurgitados; no caminho reverso, fui mordiscando a pele da parte inferior da jeba até voltar à glande, e no exato momento em a envolvi em meus lábios, o Bruno soltou um urro e toda sua gala cremosa, que me apressei em engolir. Seus olhinhos apaixonados brilhavam enquanto eu me deliciava com seu néctar almiscarado.

Me abraçando, ele foi me arrastando para o quarto. A cada passo eu ia ficando sem uma peça das minhas roupas. Entre os beijos devassos que trocávamos, suas mãos deslizavam pelo meu corpo, tão sedentas quanto ele de se apossar de mim. Meus braços envolviam seu pescoço, as mãos impacientes acariciavam seu rosto, sua nuca, seus ombros. Como eu desejava aquele macho, ainda mais tão excitado como estava. Ele interrompia os beijos ao enfiar o dedo no meu cu e movê-lo em círculos dentro do anelzinho apertado, só para observar minha reação, se deliciar com meus gemidos lascivos, notar o suplício libidinoso que iluminava meu olhar. Entre a ereção que resultara na abundante ejaculada durante o sexo oral e a que já estava novamente presente roçando minhas coxas mal haviam se passado dez minutos, tamanha a gana dele para me foder.

- Me penetra, amor! – balbuciei num gemido voluptuoso, posicionando-me de quatro na beira da cama.

Ele partiu para cima da minha bunda aberta exibindo o reguinho liso todo apartado onde, mesmo assim, mal se via a rosquinha rosada de tão carnudas que eram as minhas nádegas, como um garanhão pronto para cobrir uma égua. Meu ganido depravado ecoou pelo quarto quando senti a ponta da língua dele rodopiando sobre as minhas preguinhas. Aquele era o som do pecado, da libertinagem, do meu anseio para ser fodido que ele tanto adorava ouvir. Ele me torturou por alguns minutos, me deixava ganir de tanto tesão, enquanto lambia e mordiscava a minha pele sensível do rego, deixando-a avermelhada com as espetadas dos pelos de sua barba hirsuta. Minhas entranhas se contorciam alucinadamente, levando os movimentos ao restante do meu corpo, clamando por aquele caralhão que eu via balançado pesadamente quando olhava para trás. O Bruno ficou em pé, me puxou pelas ancas até minha bunda se encaixar em sua virilha, e meteu a cabeçorra no meu cu. O ganido que escapou dos meus lábios além de depravado, agora soava mais pungente, expressando a dor que a dilaceração das minhas pregas provocou. Eu, segurando a respiração na espera de outra estocada, empinei o rabo para dentro da virilha dele, tornando o encaixe tão justo e adaptado que o engate dos nossos corpos estava garantido. A cada estocada o pau mergulhava mais profundamente em mim, me preenchendo todo, me fazendo gemer de prazer e dor. Meu pinto duro como uma barra de ferro sacolejava entre as minhas pernas abertas quando o gozo veio, provocado por aquele vaivém cadenciado com o qual o Bruno me fodia, esporrando o lençol com a minha luxuria deflagrada. Ao me ver gozando, ele aumentou o ímpeto e a energia daquele vaivém. O atrito do caralho com a minha mucosa ia produzindo um calor úmido e crescente que se espalhou por toda minha pelve, embora eu soubesse que o resultado daqueles minutos de prazer seria um cuzinho esfolado e dolorido por uns dois dias. Mas nada disso importava, a satisfação de estar com meu macho superava qualquer inconveniente futuro. O prazer do Bruno estava em acompanhar as expressões do meu rosto enquanto ele se satisfazia no meu cuzinho, ver estampados nele a minha dor misturada ao prazer, a libertinagem com o receio das consequências da foda, a gula ensandecida por sua verga potente, tudo o fazia sentir-se mais poderoso e viril. Isso o motivou a me deitar de costas, abrir minhas pernas e encaixar-se nelas. Apontando a rola contra a portinha do meu cuzinho ele a meteu novamente em mim; na terceira estocada ela me preenchia por inteiro. Ao começar a bombar meu ânus, aconteceu outra vez, involuntariamente como da primeira, tão forte foi o espasmo que a pontada reverberou por todo meu baixo ventre, e o cacetão dele estava aprisionado pela minha musculatura anal. Ele levou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, enquanto eu imediatamente soube o que era. Tinha acontecido outra vez, como aconteceu no resort quando aquele caralhão do Sergio/Fernando varou minha ampola retal. Desta vez o reto não tinha sido varado, mas o espasmo com aquela contração dolorosa que prendia o macho a mim era a mesma. Eu levei minhas mãos imediata e apressadamente às coxas do Bruno, pois sabia que se ele voltasse a bombar com movimentos largos e vigorosos, todas as minhas vísceras seriam tracionadas provocando uma dor quase insuportável.

- Teu cuzinho está mastigando minha pica e me deixando maluco de tanto tesão. Tudo isso é vontade de sentir teu macho dentro de você, meu tesudinho? – balbuciou ele, ao compreender o que tinha acontecido.

- Ai, Bruno! Pega leve, por favor. – gani. O sorriso no rosto prazeroso dele não tinha preço.

- Está doendo? – ele sabia que sim.

- Amo você por demais, amor! – devolvi num murmúrio pungente. No mesmo instante um som rouco emergiu de sua garganta, e ele gozou feito um garanhão, ejaculando sua porra cremosa e pegajosa no meu cuzinho, numa felicidade sem tamanho.

Foram precisos mais do que quinze minutos depois de ele gozar e aquele cacetão amolecer um pouco para que meus esfíncteres se afrouxassem permitindo o desengate. Eu cobria o Bruno de beijos, afagava-o todo dengoso e cheio de ternura, enquanto ele se deixava acariciar feito um gato preguiçoso.

- Vem morar comigo! Quero que todos saibam que sou seu marido, que te amo, e que sou tarado por esse cuzinho cheio de surpresas. – murmurou ele, enquanto meus dedos brincavam os pelos do peito dele.

- Não é cedo demais para isso? – questionei, embora desejasse a mesma coisa e sabia que ele era o macho com o qual sempre sonhei.

- Não depois do que aconteceu há pouco! Nem que se passem cem anos vou esquecer dessa foda, você mastigou minha pica com tanta vontade que nunca senti prazer maior. Você precisa ser meu para todo sempre. – confessou. Nada do que eu já tinha ouvido tinha me dado tanta felicidade. Ser dele era meu maior desejo.

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Comentários

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Não acredito que Rodrigo não terá mais nada com Sérgio/Fernando. Conte-no mais ...

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Muito bom. Faz um conto de época inspirado em alguma obra literária ou filme, ia adorar um trisal entre drácula, van Helsing e um puto. kkk

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