O escravo cativo: A trousand years

Um conto erótico de Duque chaves
Categoria: Gay
Contém 1707 palavras
Data: 02/11/2020 02:33:51

Antes de mais nada, vamos ter sim depois de alguns capítulos um salto temporal, coisas vão acontecer a partir o próximo capítulo e estou dando a vocês e a mim mesmo de pensar fora da caixa e fazer algo de diferente a história me levou a isso, espero que gostem, porque eu gostei demais.

Dan acordou novamente assustado, seu corpo estava pegando fogo, ele teve aquele pesadelo novamente. Ele olhou o relógio e se assustou. Ele estava um pouco atrasado para o seu trabalho. Putz…

Dan Não ouviu o despertador… lógico. Ele era surdo-mudo. Desde de quando nasceu ele não conseguiu ouvir nada e nem falar. É isso para uma família que era perfeita demais, foi como um câncer.

Dan era um rapaz de cabelos encaracolados negros, os olhos castanhos e a pele parda, seu rosto parecia um elfo de triangular e orelhas pontudas, ele era magro e alto como sua família, tinha músculos de um bailarino e alto.

Viver no calor de Manaus era algo para poucos, mas Dan sabía muito bem como sobreviver. Ele trabalhava numa empresa renomada e aquele bendito dia seria o dia em que o novo CEO seria apresentado e ele estava mais do que atrasado.

Ele soltou um palavrão em linguagem de sinais e foi para o banheiro. Sua caixa de mensagem estava lotada, com seu melhor amigo mandando mensagem para o mesmo não se atrasar.

Dan tinha seus 25 anos, e mesmo sendo gay, ele era fora dos padrões que a sociedade queria dele, um deficiente auditivo, não era para qualquer um ter um namoro.

Dan sofria preconceito por ser deficiente, toda vez que ele abria o Grindr, sua baixa auto estima gritava em sua mente como um alarme. Toda vez que ele falava que era assim, sempre recebia um bloqueio ou pior, sempre tinha pessoas curiosas demais para ficar com ele, mas apenas isso. Seus olhos encaravam o espelho e odiava o que via.

Ele encarou uma parede enorme preta da sua sala e escreveu com uma letra delicada, Seja forte e seja melhor do que ontem.

Ele todo dia escrevia uma frase auto motivadora, para nunca se esquecer o quão era incrível ser um Dan. Ele tentou sorri e colocou sua roupa de trabalho. E saiu para a porta à frente esperando o Uber.

Dan tinha conseguido o emprego por um amigo que já trabalhava a anos na empresa e como era formado em Administração, ele era um dos melhores empregador que a empresa tinha. Uma boa parte da empresa não sabia fazer linguagem de sinais e as vezes era humilhante para ele ter que escrever num papel o que queria.

Dan foi o funcionário do ano, em 2019 e agora em 2020 ele lutaria para poder crescer e pegar o cargo de supervisor administrativo. Ele almejava isso, porque poderia viajar, fazer seu intercâmbio que tanto quer. Seus olhos brilhava com emoção.

“Bom dia senhor… senhor… bom dia?”

Dan Nao ouviu e nem prestou atenção quando o motorista disse algo para ele. Dan sorriu e acenou de modo que se dizia, sou surdo não te ouço.

O motorista era bonitinho, reconheceu Dan. Ele era grande e parrudo, seus olhos eram verdes, ele era um afro descendente, de cabelos negros escuros e sorriso branco, ele tinha uma barba e assim que Dan o encarou, logo ficou vermelho por ser o tipo de cara que Dan se apaixonaria.

“Eu sei Línguagem de sinal. - Respondeu o Motorista antes de parti. - Não se incômodo Dan, aonde vamos hoje?”

Dan sorriu e o Motorista percebeu que ele estava alegre até demais. Dan conhecia poucas pessoas que falavam em linguagem de sinal. E ter um Uber com isso, era algo extraordinário.

Dan envergonhado encarou o motorista.

“Para meu trabalho. Por gentileza. - Dan se remexeu no assento e se ajeitou. - Você tem alguém em sua família que é surdo-mudo?”

“Não, Minha mãe me fez aprender a linguagem de surdo mudo. Um chinesa com muitas tradições, ela disse que seria útil eu aprender todo linguagem. Uma forma de ver a vida por outro ângulo, e disse que encontraria alguém especial, diferente do que procurava. - Disse o Motorista que encarou Daniel já que ele estava no banco do carona.”

“Sua mãe é chinesa? Não que eu seja preconceituoso. Não é isso… melhor eu ficar calado.”

O motorista que tinha um nome bem diferente do que parecia, Deurick Wu, sorriu de forma gentil, deixando Dan constrangido com o sorriso encarando que aquele negro tinha.

“Minha mãe é chinesa, mas casou com rapaz com afrodescendências, então pela biologia o sangue dele e mais forte, eu nasci assim. Grande e parrudo, mais pareço um gorila preste a esquentar alguém no frio.”

“Eu gosto de gorilas. - Admitiu Dan, sem nem ao menos ter percebido no que falar. E viu Deurick rindo. - Desculpas.”

Deurick parou o carro num engarrafamento e Dan supirou de forma cansado, ele estava fudido mesmo, dessa vez mais do que nunca. Ninguém poderia se atrasar, e justo ele iria fazer essa proeza.

“Primeira vez que vejo alguém que gosta de gorilas. - Disse Deurick encarando o rapaz. - E do que você gosta mais?”

“Eu gosto de ler, aprendi a ler quando mais novo, e gosto de escrever. Mas o que eu gostaria mesmo era ouvir música. Eu sonho com isso, bem… devo sonhar com o barulho que seja.”

“E o que imagina que seja? - Deurick andou com o carro, mais parou um pouco.”

“É meio constrangedor falar disso. E eu acho que não queira saber como é isso. Sou um desconhecido falando com você. O certo seria você apenas dirigir e ficar no seu mundo”

“Ei… ei… pare com isso. Você é bastante importante, você tem voz… quero dizer… deveria ter voz… quero dizer…. você entendeu. Porque não te ouviria? Quero dizer leria suas mãos? - Se Deurick tivesse que falar ele estaria mais do que gago, jamais falou com um surdo-mudo antes por muito tempo e o cheiro do rapaz era familiar. Ele já tinha sentido aquele cheiro antes.”

Dan ficou se remexendo no banco, ele estava ficando mais vermelho do que poderia estar. Ele não está afim de você, está apenas sendo gentil, disse a voz em sua mente, e ele fechou a cara ao encarar seu motorista.

“Eu falei algo que não te agradou?”

Dan so se tocou que ele nao tinha entendido sua cara fechada repentina, quando ele entendeu a linguagem de sinal. Ele fez um gesto muito parecido com o você ficou irritado porque?, e Dan logo se desculpou.

“Você me perguntou em como eu queria ouvir os sim, quero dizer a música. Em minha cabeça e tipo uma sinfonia, um conjunto de vozes tocando. Cada uma em seu tempo e arranjos de instrumentos. Eu gostaria de ouvir alguma vez”

“Eu poderia cantar para você em linguagem de sinal. O que você acha? - Deurick se sentiu importante naquele momento, seus pais jamais aceitaram a vida que ele queria para ele. Mesmo seu pai sendo negro e sua mãe sendo chinesa, ele foi expulso de casa muito cedo devido o que planejou para si, ele era uma densonra duas vezes para os Wu e os Odé.”

“Pelo visto não vamos andar nesse engarrafamento. Eu gostaria de ouvir. Quero dizer… ser seus lábios e suas mãos. - Retrucou Dan sorrindo de forma simplista, fazendo Deurick sorri sem jeito”

Deurick gostava de um tipo de música, ele gostava daquela música em particular. Ele gargarejou água na sua garganta e jogou fora, abrindo a janela.

“Espero que goste. É uma das minhas músicas preferidas.

Quando está escuro

E ninguém te ouve

Quando chega a noite

E você pode chorar

Há uma luz no túnel

Dos desesperados

Há um cais de porto

Pra quem precisa chegar

Eu estou na Lanterna dos Afogados

Eu estou te esperando

Vê se não vai demorar

Uma noite longa

Pruma vida curta

Mas já não me importa

Basta poder te ajudar

E são tantas marcas

Que já fazem parte

Do que eu sou agora

Mas ainda sei me virar

Eu tou na Lanterna dos Afogados

Eu tô te esperando

Vê se não vai demorar.”

Deurick cantou com toda emoção. Ele não via problema em cantar para o rapaz, seria um problema não ajudar aquele rapaz que fez os pensamentos de Deurick se clarear. E em pensar que existe gente passando por furacões piores do que o dele e não perder o sorriso.

Dan encarou o motorista e chorou. Ele nunca tinha ouvido alguém cantar, bem, com tanta emoção mesmo em gesto de sinais, a música era bonita. A letra era perfeita e Dan se encontrou chorando pelo que ele passava naquele momento, ele tinha que ir pelo menos duas vezes no psicólogo, e ainda ser chutado de sua casa, por causa do acidente com seu irmão mais velho. Ele chorava por tantas emoções em seu coração.

“Porque está chorando? Você não gostou? Eu canto mal mesmo, sabia disso. Por isso não sou cantor, passaria fome.”

Dan sorriu e enxugou as lágrimas por debaixo do óculos.

“Não é isso, você tem uma voz linda, quero dizer, gestos lindos, e a letra é fantástica. Você sabe como tocar o coração de qualquer um. Sua esposa deve te amar e muito. - Disse Dan apontando logo em seguida para o Anel na mão esquerda.”

“Oh não… não… eu uso isso para afastar pessoas idiotas. Eu não tenho esposa, tenho um gato e um Rusky em casa. Mas esposa não. Além do mais, eu sou gay ainda por cima…”

Dan se assustou e sua mente novamente o repreendeu: Ele não está dando em cima de voce, apenas se compadeceu com parte de sua historia, ele não te conhece, não sabe porque foi expulso de casa. Se ele soube-se, não ficaria do seu lado. Não é?

“Deve ter bastante pretendentes ao seu lado não e? - Perguntou Dan, imaginando a resposta.”

“Para falar a verdade sim. Por isso uso essa aliança grossa no dedo. Tem muita gente imbecil nesse mundo, estou esperando alguém bacana para quem sabe casar? E você em?”

Dan riu de escárnio e deboche, Deurick entendeu a ideia do que ele quería passar.

“Sou surdo-mudo. Ninguém falaria comigo, ou ficaria comigo. Já cansei de idiotas ao meu lado. - Disse Dan sincero, não tinha porque mentir para aquele cara.”

“Eu ficaria.”

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 12 estrelas.
Incentive Duque Chaves a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível