BONECA LÉIA, DE QUATRO PRA QUATRO - O INÍCIO

Um conto erótico de Nadja Cigana
Categoria: Gay
Contém 3711 palavras
Data: 09/10/2020 08:40:48

No quarto de hotel, à meia luz, ouvindo sonatas de Beethoven, Leia ainda beijava o engenheiro Nilson, sentindo com a mão sobre o pau do homem, através de cueca e calça, que o cliente havia gozado.

Tudo havia sido diferente naquele encontro, e os dois, sentados na beira da cama, um ao lado do outro, ainda estavam completamente vestidos. A jovem travesti pensou que agora as coisas iam finalmente esquentar, e já imaginava qual seria o gosto e o cheiro do esperma do engenheiro. Sonhou acordada que agora ia deitar o cliente, arriar a calça e cueca esporrada do homem, e cair de boca naquela pica até ficar dura de novo, em ponto de foda. Afinal, tava claro que ela teria que tomar a iniciativa.

Mas Nilson novamente surpreendeu a putinha que havia contratado. Depois de interromper o beijo e soltar um suspiro profundo pelo gozo, o engenheiro olhou Leia com muita ternura, segurou a cabecinha da viada com as duas mãos, e falou:

- Me desculpe... acho que ultrapassei o limite, para um primeiro encontro... eu não devia. Mas você é tão sensual... me excita tanto...

- Que bom!

O engenheiro pegou com as duas mãos a mãozinha de Leia que havia esfregado sua rola até o gozo, e começou a dar beijinhos, em cada cantinho dos dedos e palma da mão:

- Acho que... eu teria gozado... só de te beijar... nem... precisava... você me... tocar...

- Tu não gostou?

- Tá brincando?... foi mágico... você é uma feiticeira... que enfeitiçou... meu coração...

Beijaram-se mais um pouco, mas em lugar de engrenar para a transa, como Leia esperava, o engenheiro foi mais frio, e parou o beijo dizendo que precisava ir ao banheiro. Na volta, Nilson surpreendeu a bonequinha novamente:

- Bom, minha querida. Acho que já fomos além do que eu pretendia pra esse primeiro encontro.

Perplexa, a bichinha viu o cliente segurar suas mãozinhas sorrindo, e o ouviu falar, sempre carinhosamente:

- Você vai querer me rever na sexta que vem, aqui, no mesmo horário?

- C-com certeza... vou sim!

- Então está combinado. Estarei aguardando. Vou ligar pro teu... “motorista”. Acho que é correto a gente falar assim do Osvaldo, né?

Vadão não estava no ponto de táxi, e Nilson deixou recado pra ele, de que a “encomenda” estava pronta, no quarto tal, do hotel tal. Leia assistia a tudo sem entender porque eles não transavam! Ficaram conversando sobre música mais uns 40 minutos, até a recepção avisar que “o táxi” havia chegado, e se despediram. Nilson foi gentil o tempo todo, mas não voltou a sentar juntinho da travesti, como antes. Na despedida, deu um CD embrulhado à viadinha.

Umas seis e quinze da noite Leia saiu do hotel feliz da vida, embora confusa, e encontrou o táxi de Vadão no estacionamento. Entrou toda sorridente e foi logo beijando seu empresário na boca de estalinho. Só depois que a boneca contou que não tinha chupado o cliente ela e o empresário se beijaram na boca com tesão. Satisfeito com o humor de sua piranha, o motorista perguntou se ela tinha gostado, e a travesti começou a falar entusiasmada, enquanto Vadão dirigia para um motel barato.

- Ele é um amor de pessoa, Seu Vadão! Um fofo!

- É... eu achava que ele era um fresco, mesmo...

- Seu Nilson? Né, não, Seu Vadão! Ele é muito gentil e educado. Mas é homem. Um amor de homem.

No motel, Leia mamou a pirocona de Vadão com uma fome de rola que fez o taxista comentar que ela era mesmo apaixonada pela sua “boiúna”, ao que a travesti respondia só com “u-hum”, de boca cheia. Depois a bonequinha novamente cavalgou seu empresário, como no último encontro, concentrada em tirar leite de pica do cinquentão. Em 20 minutos de ação, terminaram tudo, com Leia só se permitindo gozar, toda empinada e retinha sobre a cintura do macho, e olhando pro teto, depois de ter sentido a gala do motorista se espalhando quente em suas entranhas.

Leia descarregou em seu empresário o efeito de toda a erotização que o estranho cliente Nilson havia provocado, e que ela não tinha podido soltar.

Em casa, à noite, a viadinha juntou todo o seu dinheirinho: o saldo de seu servicinho com Daniel na terça, a farta mesada de Nilson, e seu “salário” de puta, que Vadão lhe dera após a foda no motel. Tinha o bastante para pagar quase os três boletos de sua matrícula fora de época, no curso técnico de turismo. E os boletos venciam segunda-feira. O que faltava era pouco, e Leia sabia que a mãe teria em casa. Mas, ainda assim, se pudesse arranjar “trabalho” no fim de semana, ela preferiria pagar sem pedir a Verônica. Felizmente Gil estaria no quartel no fim de semana, e ela podia “se virar”, à vontade.

***

Mais ou menos ao mesmo tempo em que Leia pensava, sem culpa nem pena, que era bom que seu namorado não a fosse ver naquele sábado e domingo, sua cunhada, Gilda, se acabava na siririca, pensando no tal marinheiro Marcelo, de que tanto a amiga Sara lhe havia falado.

Doida pra perder a virgindade, Gilda lembrava do peso do corpo do irmão sobre o seu, quando Gil comia seu cuzinho de frango assado e deitava sobre ela. Com a buceta encharcada, lembrava do gosto, cheiro e sabor da piroca e porra do mano, e viajava fantasiando com o desconhecido Marcelo, imaginando como seriam os dele. Seu corpo quente ansiava por dar um fim ao cabaço, e sentia falta das sacanagens incestuosas com o irmão, Gil, que a aliviavam. Queria rola, e irracionalmente, sem poder explicar, queria a rola do quase namorado da amiga.

Gilda já tinha o convite para a festa de 15 anos da irmã mais nova de Sara. Sabia que ia conhecer o rapaz na festa, e pela primeira vez na vida não quis improvisar uma roupa de festa com as habilidades de costura dela própria e da mãe. Queria se produzir e chamar a atenção de todos. Principalmente de Marcelo. E, se conseguisse, esnobaria o rapaz. Sabia que se tivesse uma chance com ele, seria desse jeito!

***

Gilda se masturbava em seu quarto, naquela noite de sexta, mas Leia, sozinha em casa porque a mãe tinha ido pra casa do namorado, foi tirada da solidão pelo barulho do telefone. Olhou o relógio e faltavam dez minutos pras 10 da noite. Não devia ser Daniel. Mas foi atender e... era!

- Alô? Lélio? É Daniel.

- Danielllll! Mas que surpreeesa! Que bom que tu me ligou.

- É... tudo bem? Tu pode falar agora?

- Posso sim, Danny! Sou toda tua. Pode fazer o que quiser com euzinha!

Do outro lado Daniel riu do boiolinha. Era muito piranha! Mas, não podia negar pra si mesmo, o rapaz já tinha ficado de pau duro só de falar no telefone com o viadinho. A memória da foda que tinham tido na terça o excitava, e fazia ele querer mais.

- Escuta, Lélio... é... a gente pensou em te fazer uma festinha de despedida.

“A gente” significava que era Daniel e mais alguém. Pareceu pra Leia que sua estratégia de propaganda, mais cedo na porta da escola, tinha funcionado.

- “A gente” quem, Danny?

- Olha... eu, o Cláudio , o Mário, e o Sandrinho, primo do Mário.

“Pela mãe de todas as bichas!”, pensou Leia. “Quatro meninos?” Ela já tinha transado com três meninas, com Gilda, Samira e Tereza. Já tinha transado a três, com Vadão e Paulete, Gilda e Gil, Gilda e Verônica... já tinha até transado com Vadão e o doutor Flávio. Mas quatro meninos, no auge dos hormônios adolescentes...

- Ái, Danny... muita gente... não sei, não...

- É tudo amigo. E, pelo que eu me lembro, tu bem que dá conta.

- Ái... tu sabe que eu cobro, né? Não vou fazer isso barato, não!

- Pô! Avisei que tu vai cobrar, mas... não pode ser muito, né? Tu sabe que a gente vive de mesada.

Leia riu sozinha. Sabia que a “mesada” de alguns deles era mais do que um salário mínimo. Não ia ter pena de cobrar daqueles aprendizes de playboy. E, além disso, tinha que estabelecer condições.

- Tá... seguinte... não quero todo mundo junto, não. Tem que ser um de cada vez, sem os outros junto no mesmo quarto.

- Pô, viado... aí acaba a graça. Tu que botou pilha neles, de se amostrar me chupando a rola... agora todo mundo...

- Égua! Eu que botei? Tu que chamou o primeiro pra ver!

- E tu bem que gostou! Tanto que depois tu chamou o outro, também! Num foi?

- É, foi... huuummm... foi bom. E tu gostou de se amostrar, com essa tua pirocona gostosa também, não foi?

- Pô...

- Espia... bora fazer assim. Eu dou dois gozos pra cada um, mas assim, ó... sem poderem se ajuntar em mim. Primeiro eu deixo cada um gozar na minha boca. Chupo um de cada vez até me dar leitinho. Afinal, eu gosto muito, mesmo. Isso deixo ser na frente dos outros. Daí, depois dos quatro esporrarem, cada um me come até gozar, mas num quarto separado. Assim tu se amostra, e eu também tenho o que eu quero.

Daniel tava de pau duríssimo, com toda a putaria. Mas queria dar espetáculo pros demais. Se mostrar importante. Continuou argumentando.

- Mas pelo menos pra mim tu tem que deixar eu te comer na frente deles.

- Eu deixo. Tá bom. Mas tudo de camisinha!

- Tá. Por mim, tá bom...

- Tô doidinha pra te ver... tu e essa rola de chocolate, gostosona! Espia! Onde que vai ser isso?

- Amanhã. Tu chega umas duas horas! Na casa do Sandrinho, no Urimazal. Os pais dele viajam. Só voltam domingo. Anotaí o endereço...

Leia anotou e logo advertiu:

- Mas ô Danny. Fala pra todo mundo levar dinheiro, hein? Senão, não adianta nem tentar me agarrar à força!

- Pára de besteira. Claro que a gente te paga! Mas é quanto?

Leia pensou rápido. Agora que ia andar permanentemente de mulher, precisava de roupinhas básicas pra ir à aula. Resolveu pedir o equivalente a um salário mínimo pela suruba.

- Tudo isso?

- Égua! Dividido por quatro, não é muito, não.

- Pô! Quebra um galho, aí! É tudo dinheiro de mesada!

- Ixi! Se não quer, tudo bem, então. Tchau. Beijo nessa pica gostosa. Boa noitinha!

- Não! Péra! Eu...

- Oi?

- Vô tentá convencer os outros.

- Ah, tá. Antão... tu convence eles que outro dia te dou um “prêmio” de graça... aqui em casa! Bem gostoso! Pensa nisso, tá? Beijo na rola!

Quatro meninos! Leia por um breve momento teve medo. E se quisessem machucar ela? O único que parecia capaz disso era o próprio Daniel. Mas ele a viadinha achava que já tava era querendo se viciar em seu cuzinho e boquinha. A bichinha afastou os pensamentos ruins. Era a casa de um deles, o tal Sandrinho, o único que ela não conhecia. Não iam querer brigar com ela na casa de um deles. E ela sabia se defender.

Na verdade Leia estava era muito excitada. Dar pra quatro meninos! Além do tesão do sexo aleatório tinha uma vontade meio feroz de derrubar os quatro, no sexo. Dar uma surra de bunda e boquete, neles. Será que conseguiria? Se conseguisse, teria muito orgulho de si mesma!

Ouriçada com a promessa da suruba, Leia começou a pensar na roupa que usaria, e foi fazer a mochila. Ainda tinha medo de sair de casa toda produzida, num sábado, em plena luz do dia. E pra chegar na casa de Sandrinho, no Urimazal, sabia que teria que pegar ônibus e ainda caminhar um tanto. Então decidiu que levaria a maquiagem e seu escarpin branco, altíssimo, na mochila, junto com a gargantilha branca e os brincos e pulseiras de acrílico branco de que ela gostava, e lingerie branca. Por último, uma bisnaga de KY, camisinhas e xylocaína, que ela ia precisar

A adolescente travesti tinha acabado de fazer a mochila quando o telefone tocou de novo. Daniel tinha ligado pros três outros meninos, e voltava a telefonar pra viadinha.

- Espia... tá quase tudo fechado.

- “Quase”? Que que falta?

- O Sandrinho disse que quer combinar direto contigo, sobre usar a casa, o quarto... ele vai te ligar. Dei teu número pra ele. Espera só um pouco que ele disse que vai esperar os pais dormirem. Ele só vai deixar, depois de falar contigo.

- Tá. Mas e o dinheiro?

- Égua! Tu só quer saber disso, né viado? Tá tudo certo! Todo mundo concordou. A gente te paga amanhã.

- Antes!

- Tá! Assim que tu chegar, ô catiroba!

- Ái, Danny... falassim comigo não... eu sô tão boazinha pra tu... esse dinheirinho eu preciso pra tomar meus remédios... pra ficar bem mulherzinha pra tu... pra comprar cervejinha pra tu...

Daniel não resistiu mais. Cada uma das vezes que ele tinha falado com Leia, naquele dia, tinha tido uma ereção. Ao vivo, na saída da escola, e nos dois telefonemas. Viajando no tesão, o rapaz se entregou:

- Porra, viado... tu me deixa de pau duro!

- Jura? Ái, que de-lí-ci-a... huuummm... fico só imaginando essa tua rola gostosa na minha boquinha de novo! Tô doidinha pra beber tua gala outra vez! Se tu tivesse aqui agora...

- Posso ir aí... agora mesmo...

Leia riu por dentro, satisfeita consigo mesma. Curtia ter aquele poder de sedução sobre o machinho de 16 anos, espécie de líder daquele grupinho de garotos. Por um momento ficou tentada a chamar o menino. Afinal, tava sozinha em casa mesmo! Mas não! Era melhor guardar aquele fogo do rapaz pro dia seguinte.

- Ái, tesão... agora num dá. Minhã mãezinha tá bem aqui...

- E tua mãe tá escutando tu falar essa danação toda?

- Tá não, teu bobo! Ela tá no quarto dela. Desliguei a extensão de lá, sem ela ver.

- Tu é muito saída!

- Brigada! Ó! Num bate uma nessa piroca gostosa, não, tá? Guarda esse leitinho pra mim! Beijo!

Daniel não obedeceu à viadinha.

Uns quinze minutos depois o telefone de Leia tocou de novo. A viada já até tinha esquecido que o tal Sandrinho ia ligar, e se preparava para dormir nuazinha, no calorão da noite belenense. Atendeu e ouviu uma voz grave e empostada dar boa noite e perguntar se “Lélio” estava. A travesti tinha praticado aquilo por anos, e identificou na hora que o menino engrossava a voz de propósito. Só por brincadeira, resolveu fazer o mesmo e respondeu com a falsa voz de homem com que antigamente se escondia.

- É ele. Pois não?

A voz guaguejou, do outro lado, e afinou um pouco, mas não completamente.

- Na-não... quero dizer o Lélio filho, que estuda na...

Leia riu sozinha e falou com sua voz naturalmente feminina.

- Oi. Sou eu mesma. Pode falar. Tava só brincando contigo.

- Ah, tá. É... Então! Meu nome é Sandro. Tu não me conhece, mas eu já te vi numa festa da tua escola. Meu primo, Mário, é teu colega. Estuda lá. Um amigo do meu primo me ligou...

- Foi o Daniel, né?

- É. Foi... ele...

- Ele me convidou pra uma... “festinha”, na tua casa amanhã. É isso mesmo?

- É... é sim. E... ele disse que tu quer usar dois quartos.

- Espia, preciso de um quarto, que eu possa trancar por dentro, e de um espaço pra todo mundo. Tá entendendo? Pode ser assim?

- Po-pode...

- Pode ser um quarto com cama de casal?

- A gente tem um quarto que é escritório de meu pai e quarto de hóspede ao mesmo tempo. Tem um sofá-cama. E tem banheiro junto. Eu não queria usar o quarto dos meus pais. Tenho medo de dar problema.

Leia riu em silêncio do jeito meigo e quase infantil com que Sandrinho falava. Ou era muito ingênuo, ou o menino era viadinho, ou os dois.

- Tá combinado esse quarto de hóspedes antão, Sandrinho. E pra ficar todo mundo junto?

- Na sala dá. A janela dá pra rua, mas é só fechar as cortinas. Tem um blecaute bom.

- Antão tá certo, viu? Amanhã, duas da tarde, não é?

- Não... por favor, espera. É que...

- Que foi, Sandrinho?

- Eu queria que tu viesse aqui antes deles... tu pode vir?

- Égua! Por que?

- Eu... eu te... eu queria muito falar contigo antes. É que... eu tenho medo... e queria... ficar sozinho contigo. Sem que eles vissem. É que... quero te explicar umas coisas.

Leia entendeu tudo. O menino era viadinho enrustido. O problema era o combinado com Daniel

- Puxa... mas eu combinei com Daniel dele ser o primeiro.

Sandrinho respondeu num tom de quase pavor:

- Num quero ser o primeiro, não! Tu pode manter o que tu combinou!

O menino entregou o ouro. Falou de forma afetada e rápida, e Leia quase que o podia ver desmunhecando ao falar.

- Calma... tá bom. Antão, fala pra mim. Tu quer que eu chegue antes pra quê?

- Só... só pra gente conversar... eu...

- Espia, Sandrinho... a gente pode se conhecer melhor de outro jeito. Eu...

- Eu te pago! Ó! Te pago o dobro da minha parte! Por favor!

- Bem... tá... posso chegar que horas, antão?

- Uma da tarde? Tu pode?

- E se um deles também resolver chegar cedo?

- Vou contar pro meu primo que meus pais só vão sair pra viajar uma e meia... depois do almoço.

Leia reparou que o menino falava alto e muito à vontade, e concluiu:

- Teus pais já viajaram, né?

- É...

- Tá bom. Amanhã chego aí. Beijinhos.

No dia seguinte, sob sol forte, Leia caminhava para a casa de Sandrinho, no Urimazal. Ia de tênis, uma bermuda jeans feminina, vagabunda e apertadérrima, que destacava suas coxas grossas e marcava a calcinha atrás, e com uma camisetinha baby-look lilás, a que tinha comprado porque era do tom da cabeça da rola de Gil, seu macho. Levava seu uniforme de puta na mochila, e ia de tênis branco.

Leia estava sem brincos e maquiagem, e tinha escovado bastante os cabelos alisados, mas tava insatisfeita com eles. O corte assimétrico já estava bem grande, e a diferença já não era tão visível. O lado mais longo já batia no ombro, e a travesti tava doida pra voltar à franjinha e cabelos longos, o mesmo corte indígena que Gilda usava.

A proximidade do contato com o viadinho enrustido lembrou à jovem travesti sua própria trajetória, e ela caminhava pensando na sua vidinha. Quanta coisa tinha mudado naqueles dois anos de ensino médio. Leia se orgulhava do próprio crescimento pessoal, e da influência sobre sua mãe e Gilda.

Antes da última escola ela era um viadinho enrustido, que falava grosso forçando a voz, pra esconder seu timbre fino e feminino. Mais ou menos como achava que o tal Sandrinho fazia. Na velha escola, até a 8ª série, ela chupava a pica de Luiz Cláudio uma ou duas vezes por semana, e amava aquilo. Mas era uma bichinha oprimida. Só se sentia feliz com o pau e a porra de seu machinho na boca.

Depois, na escola nova, aprendeu muito sobre si mesma com Gilda, Samira, Teresa... Devia muito a Gilda. Mas tinha certeza de que Gilda também lhe devia. Achava que se não fosse a influência dela, Leia, sobre a amiga indiazinha, Gilda nunca teria tido coragem de ter uma relação incestuosa com o irmão gostosão, Gil. Relação oral e anal, que preservava o cabaço da gostosona. Mas que Leia tinha visto, e da qual ela adorava participar. No dia do trenzinho então... nossa!

Gil... que macho! Por causa de Gil tinha conhecido Vadão. Pra aprender a cuidar melhor de seu homem. Riu de si mesma lembrando que no início tinha ficado apaixonada pelo cafajeste que Vadão era. Agora Leia já sabia usar aquela maravilha de pirocona de cabeça estranha, do taxista, sem culpa e sem se deixar envolver por ele. Mas sempre teria por Vadão um carinho incondicional. Tinha sido graças a ele que a viadinha realizara seu sonho de se assumir travesti, e tomar hormônios. A ele e à mãe gostosona que Leia tinha em casa, e que ela, a filha boneca, tinha ajudado a voltar a viver.

Agora mesmo, imaginou Leia, Verônica devia estar cavalgando o namorado André, arreganhando a buceta na piroca do negro, que ela dizia ser grossona. Leia queria conhecer a jeba do padrasto. E a mãe lhe devia isso! Afinal... Leia tinha deixado a mãe tomar a linda pica de Gil naquela mesma xavasca!

Gil... sempre voltava a ele. Tinha dado pro namorado há quanto tempo? Três dias. Mas tinha acontecido tanta coisa que ela já tava com saudades da piroca que mais amava na vida! Gil... aquele “encaixe” dos dois de quatro! Égua! Como era bom! E Gil mostrou que era capaz de dar cinco gozadas, numa foda longa, de algumas horas...

Nessa hora Leia cruzou por um rapaz bonito, de bermuda e sem camiseta, com o peito forte e peludo à mostra. Ao contrário do que a bichinha pensava, que todo mundo percebia de primeira que ela era travesti, o macho, que morava ali perto, comeu Leia com os olhos e ficou se perguntando de onde teria vindo aquela garota gostosa, assim?

Mas Leia nem sequer percebeu que o moço a olhou com desejo. Ela só viu o peito cabeludo do macho e lembrou de seu homem. Soltou um suspiro involuntário, de saudade, e voltando a pensar no desempenho sexual de Gil, pela milésima vez viajou na fantasia romântica de “casar” com o namorado. O fogo deles se completava um no outro. Gil não precisava comer mais ninguém tendo ela. Ela não precisava de mais piru nenhum, tendo Gil. Ela podia trabalhar na agência de viagens de Dona Madalena, e Gil no quartel. Podiam adotar crianças! Ela adoraria ser “mãe”, e podiam...

Não... não podiam... Gil ia querer ser pai de verdade. Leia sabia disso. Ele ia querer uma mulher “de verdade”. Que parisse. Eles podiam ser amantes a vida toda. Tomara que fossem, e que nunca perdessem o “encaixe” que tinham. Mas ela nunca viveria como mulher dele... e também... seria muito duro pra Gil assumir uma travesti como esposa. Não queria que ele vivesse a discriminação, o preconceito, e o olhar de nojo das pessoas, que ela tava vivenciando naquelas primeiras semanas de travesti assumida.

Além do mais.. ela era puta! Gostava de ser puta! Se excitava demais com aquilo! Agora mesmo, estava no portão da casa do tal Sandrinho, vinda pra dar o rabo pra quatro adolescentes! Que tesão! Ia ser demais!

Mordendo o lábio de desejo, Leia tocou a campainha da casa!

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Comentários

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As vezes, surgem questões mto sérias nesses contos que tanto amamos. Leia merece ser esposa de Gil, e Boa esposa...mas filhos, de fato, são uma fonte de preocupações para os casais com trans, sejam homens ou mulheres.

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Fico triste qndo a Léia pensa que não merece ter um futuro com o Gil. Entendo que isso seja uma seja uma auto defesa para não sofrer, mas que no fundo ela sofre um pouco com esses pensamentos

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A própria Léia se põe pra baixo em relação ao Gil, mas da pra entender, é um modo de se proteger no futuro...

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