UIVOS AO LUAR

Um conto erótico de O BEM AMADO
Categoria: Heterossexual
Contém 4843 palavras
Data: 08/10/2020 23:11:24

Sempre receosa, Selena trilhava aquele caminho sombrio de volta para sua casa ao sair do trabalho naquele bar de reputação duvidosa que a ajudava com as contas mensais, temendo um possível ataque de algum maníaco ou ainda de um estuprador; como não havia escolha, a jovem caminhava a passos rápidos, sem olhar para os lados e sem dar atenção a alguma daquelas figuras bizarras que, frequentemente, surgiam do nada, exibindo seus olhares assustadores e expressões lúgubres.

E naquela noite tudo pareceria igual, não fosse o surgimento de uma ameaça real; saindo da avenida e contornando uma antiga praça mal iluminada, Selena ouviu algo; no início achou que fosse a sua imaginação e continuou sua caminhada acelerando os passos; entretanto, um rosnado confirmou não se tratar da imaginação dela. Em uma esquina, ela olhou para trás e o sangue gelou nas veias. Era um lobo! O animal selvagem tinha olhos avermelhados, e exibia a boca aberta com dentes afiados, além de um porte incomum, visto ser um exemplar muito mais e ainda mais ameaçador.

Selena, paralisada de medo, não sabia o que fazer; pensou em gritar, porém sabia que seria algo inútil àquela hora da noite; com o senso de preservação da vida falando mais alto, a garota desandou a correr em desatino; ela correu …, e correu …, e correu, sentindo seu coração pulsar forte e a respiração tornar-se ofegante, sem obter êxito em despistar seu predador, que persistia na perseguição implacável.

E após um esforço atroz, Selena enredou-se em uma armadilha mortal, ao entrar em um beco do qual não havia saída; no fundo, apenas um muro alto encimado por uma cerca de arame farpado; ela se voltou encarando a fera que rosnava e se preparava para o bote; nesse momento, um rosnado pode ser ouvido; ele provinha da entrada do beco; o primeiro animal voltou-se e encarou o outro lobo, cuja aparência era tão assustadora quanto o algoz de Selena.

A moça viu seu destino traçado como presa iminente de dois animais selvagens e agressivos, cuja existência em uma cidade como aquela poderia parecer improvável, porém, não impossível. Contudo, o que se seguiu foi algo surpreendente para a jovem, pois o animal que chegara por último avançou contra o primeiro, em um claro gesto de intimidação; na escuridão, Selena não era capaz de distinguir um do outro, não fosse pelo fato do segundo animal agir como se estivesse a defendendo.

Repentinamente, o primeiro animal, sentindo-se acuado, partiu para o ataque; os dois se engalfinharam em uma luta que parecia ser a batalha de suas vidas, com mordidas e patadas sempre mais agressivas e mortais …, e depois de algum tempo, um dos animais recuou, dando-se por vencido …, pelo menos, naquele momento; ele olhou uma última vez para Selena e depois desapareceu dentro da bruma que começava a precipitar-se sobre a cidade.

Selena fitou o segundo animal que e olhava fixamente, embora não parecesse ameaçador; depois de alguns segundos, ele curvou as patas dianteiras, até cair sobre o chão frio e úmido do beco; o rosnado tornou-se um lamurioso uivo, denunciando que ele estava machucado; e enquanto a jovem se aproximava dele com a intenção de ajudá-lo, ele se levantou e pôs-se em fuga, mancando e sangrando.

Atônita, a jovem caminhou lentamente até a saída do beco, e ao voltar-se para a rua nada viu; com a bruma tornando-se ainda mais densa, Selena foi para casa, pensando no que havia acontecido, ou melhor, pensando se havia mesmo acontecido. E na manhã do dia seguinte, tudo pareceu ainda mais insólito; na faculdade, pensou em confidenciar o acontecimento noturno com alguém, mas voltou atrás com a certeza de que seria objeto de pilhéria. O mesmo fez quando chegou ao seu trabalho, limitando-se a cumprimentos e comentários vazios.

Lá pelas tantas, ela viu um homem aproximar-se do balcão do bar; era um sujeito de meia idade, lindo e elegante, com gestos refinados e postura altiva; pediu uma bebida para Selena que, sem demora, serviu-o, percebendo seu olhar inquietante cair sobre ela; ela um olhar dotado de magnetismo próprio e era tão intrigante, que Selena sentiu-se desnudada por aquele olhar, como se o sujeito tivesse o poder de dominá-la como bem quisesse.

Como o movimento estava fraco, Selena deixou-se levar por uma troca de palavras com o cliente, que apresentou-se, dizendo se chamar Sheldon, e engatilhando uma conversa interessante e sedutora; tão sedutora que a jovem não foi capaz de resistir ao apelo sensual de Sheldon, aceitando seu convite para acompanhá-la na saída. E já na rua, ela também não conseguiu resistir quando ele sugeriu escoltá-la até seu apartamento.

Quando deu por si, Selena estava na porta de seu apartamento, envolvida nos braços de Sheldon recebendo carícias e longos beijos, quentes e molhados. Imbuída do que parecia ser uma possessão, Selena deixou Sheldon entrar; com cuidadosa habilidade, ele a desnudou, deitando um olhar guloso e excitado sobre o corpo sinuoso de sua mais nova parceira. Chamou-lhe a atenção os lindos seios da jovem, cujos mamilos intumescidos apontavam para a frente em postura intrigante e insinuante.

Sheldon segurou os peitos em suas mãos firmes, sugando os bicos, enquanto Selena gemia, acariciando os cabelos do macho. Após mais algumas carícias e beijos, ele a tomou no colo e caminhou em direção ao quarto, depositando a jovem sobre a cama e livrando-se também das suas roupas; Selena olhou detidamente para Sheldon, com sua boca salivando de excitação; o homem era quase um deus grego, com formas não exageradamente musculosas, mas muito bem delineadas, com um peito firme e largo, braços e pernas bem torneados e um falo de impressionar não apenas pelo tamanho, como também pela forma perfeita.

Ela não pode deixar de notar a tatuagem que ele tinha no braço direito; era a figura de um lobo, cuja autenticidade realística chegava a impressionar, pois dava a impressão que pudesse ganhar vida e saltar do braço de Sheldon tornando-se real; todavia, Selena não conseguiu ver mais nada a partir do momento em que o macho veio para cima dela, devassando sua vagina quente e muito úmida apenas com um poderoso golpe pélvico, fazendo-a gemer e suspirar de prazer ao ser preenchida por Sheldon.

Envolvida nos braços do parceiro, Selena sentia seu corpo vibrar a cada novo golpe pélvico desferido contra si, assim como delirou com a onda de orgasmos que varreram seu corpo por inteiro, proporcionando uma sensação que ela jamais sentira antes com outro homem; a voracidade de Sheldon era algo somente superável por seu desempenho, não dando sinais de arrefecimento, e ainda se mostrando pronto para foder a noite inteira …, e foi o que aconteceu …, sem intervalos e sem distrações, Selena viu-se dominada pelo desejo impetuoso e irresistível de seu parceiro, que em alguns momentos parecia uma máquina de sexo dotada de sensibilidade e delicadeza incomuns.

E quando ele, finalmente, atingiu seu ápice sexual, gozando caudalosamente nas entranhas da fêmea, Selena sentiu-se preenchida com uma perfeição que não podia ser descrita com palavras; e a última coisa de que se lembrou antes de adormecer profundamente, foi o sorriso enigmático de seu parceiro, cuja expressão trazia algo de primal …, algo animalesco.

Quando conseguiu, novamente, abrir seus olhos, a visão turva a impedia de distinguir a realidade a sua volta; foi tomada de sobressalto ao ver que passava das três horas da tarde! Perdera suas aulas daquele dia e não sabia se tinha energia para ir ao trabalho; olhou em volta e não viu a presença de Sheldon; ao lado da cama, duas rosas vermelhas e um bilhete aguardavam a sua atenção. “Nos vemos a noite. Tem café, na cozinha. Te pego na saída do trabalho. Beijos, Sheldon”, dizia o bilhete perfumado.

Nos dias que se seguiram, o relacionamento entre Sheldon e Selena tornou-se algo sólido e envolvente; embora houvesse momentos em que ela se via um pouco aprisionada pelas vontades do parceiro, Selena não conseguia mais desvencilhar-se da sedução envolvente daquele homem elegante e sofisticado, que a fizera conhecer lugares onde jamais pensou que pudesse frequentar. Mesmo quando ele lhe fazia algum pedido incomum, que mais soava como uma ordem, Selena se via impelida a obedecer.

Assim foi, quando ele exigiu que ela tirasse sua calcinha, dentro de um restaurante requintado, sem se levantar da mesa; um pouco constrangida, ela acabou por obedecer; e naquela mesma noite, ele a fez ir ao banheiro masculino, onde a pôs sentada sobre o amplo e largo balcão da pia, levantando seu vestido e metendo seu membro com voracidade, golpeando sem se preocupar com o risco de que fossem flagrados em um lugar público.

Sheldon fodeu com volúpia, fitando profundamente os olhos de Selena, com uma expressão que mesclava a virilidade do macho alfa, com uma aura quase primitiva; nesses momentos, era como se Sheldon não fosse a mesma pessoa, exibindo um comportamento quase brutal, embora não beirasse a agressividade. Nessas ocasiões, Selena sentia-se usada como um objeto, ou melhor, como uma escrava, obrigada a satisfazer seu dono de todas as formas que ele pudesse conceber.

De outra feita, ele a forçou a sugar seu membro dentro do carro em plena rua; e mesmo sendo noite, Selena o fez, sentindo-se um tanto desconfortável com a exigência esdruxula, diminuindo seu valor como mulher e também como fêmea. De toda sorte, Selena era incapaz de desobedecer a qualquer pedido proveniente daquele homem sedutor e extremamente sensual. Todavia, a medida em que o tempo passava, Selena sentia-se ainda mais aprisionada por Sheldon, que habituara-se a verificar as ligações de seu telefone celular, investigar amigas e amigo da faculdade e impedir que ela mantivesse proximidade com outros homens enquanto trabalhava.

Nem mesmo suas amigas mais íntimas compreendiam a submissão de Selena, e aos poucos, foram sendo, discretamente, afastadas por Sheldon, cuja abordagem sempre sutil e cavalheiresca não deixava espaço para recusas ou negativas. Em situações que se seguiram, ele avançou seu controle sobre Selena, indicando o que ela podia ou não vestir, comer, beber e usar, especialmente, se não fossem coisas próximas ao gosto dele, que prevalecia sobre tudo e sobre todos.

Vendo-se usada e subjugada por Sheldon, Selena decidiu que precisava por um fim ao círculo vicioso em que fora atirada por um homem dominador e dotado de alguma espécie de crueldade psicológica, que a deixava prostrada perante ele; a primeira reação não foi muito convincente, já que, ao chegarem em casa, Selena viu suas roupas serem rasgadas com energia, porém sem violência, deixando-a ainda mais contida no anseio de a ele pertencer …, e foi mais uma noite insana, em que Selena recebeu o macho em seu interior, com uma impetuosidade ainda mais eloquente.

Mesmo quando lhe foi permitida inverter de posição, cavalgando seu homem, Selena ainda sentia-se por ele controlada, como se a amazona obedecesse aos comandos da montaria, cuja amplitude sexual transcendesse a tudo que ela, até então, conhecia como limites do prazer; Selena teve orgasmos tão intensos, que chegou a pensar que desfaleceria, perdendo os sentidos, o que não aconteceu, pois, a destreza máscula de Sheldon ditava o ritmo de tudo que acontecia naquele quarto.

Não havendo o que fazer, e percebendo que sua resistência era pífia, Selena cedeu à sedução dominadora de seu parceiro, permitindo que ele ditasse os rumos de sua vida. E tudo prosseguiria nesse cenário insólito, não fosse uma estranha e repentina mudança de comportamento em Sheldon, que passou a agir com gestos mais agressivos, impondo sua vontade acima de tudo, castigando Selena pela eventual desobediência com um sexo mais brutal e menos prazeroso.

Selena continuou a submeter-se as vontades de Sheldon, deixando para trás até mesmo sua dignidade e seu amor-próprio, tudo em detrimento não apenas do prazer, mas também da segurança que ele lhe assegurava …, porém, um acontecimento singular fez com que ela recobrasse alguma consciência racional sobre sua situação. Uma noite, quando retornavam de um jantar delicioso em um conhecido bistrô, Sheldon tomou um caminho oposto, rumando para uma área decadente da cidade.

Depois de convidar uma transsexual negra para que entrasse no carro, rumou para um hotel que era a imagem da decrepitude social da região; pediu um quarto e subiu, trazendo Selena pela mão, seguido pela convidada; no quarto ordenou que tirassem suas roupas, e após um exame detalhado no enorme membro da conviva, ele empurrou Selena sobre a cama, ordenando que a transsexual copulasse com ela.

Enquanto aquela criatura arremetia seu enorme membro para dentro das entranhas de Selena, esta sentiu-se humilhada de uma maneira atroz e vil; recebendo os golpes intensos e profundos daquela criatura dentro de si, Selena queria apenas morrer, já que não podia fugir, enojada de si mesma e da forma como o homem que ela escolhera como parceiro, a usava, rebaixando-a a uma condição degradante e nojenta.

Tomada por uma fúria descontrolada, Selena livrou-se do assédio da transsexual, pegou suas roupas e saiu do hotel, correndo nua pelas ruas sórdidas e imundas daquela região decrépita onde pessoas foram reduzidas a miseráveis fantoches da maldade humana. Selena vagou a esmo pelas ruas estreitas, sem saber como sair dali e voltar para sua casa …, e quando um cheiro que ela não sentia há muito tempo, invadiu suas narinas, ela deu conta de que estava novamente servindo de caça a um caçador impiedoso.

Olhou para trás e lá estava ele …, o enorme lobo de olhos avermelhados, com as mandíbulas abertas, rosnando com uma ferocidade que parecia não ser desse mundo; Selena, então, viu-se na iminência de ser consumida por ele e pôs-se a correr desesperadamente, ansiando por uma forma de escapar do encalço ameaçador do animal. Ela correu e caiu, várias vezes, esfolando os joelhos e causando vários ferimentos em seus pés …, Selena corria não apenas por sua vida, mas por sentir que o desejo daquele animal era por sua alma!

Largou as roupas, a bolsa e continuou correndo nua, pelas ruas que pareciam desertas de vida humana; era com se tudo aquilo fizesse parte de um pesadelo que somente teria fim, no momento em que a fera dela se alimentasse; exausta, suada e esbaforida, Selena valeu-se até seu último suspiro para escapar de seu algoz …, até que uma nova queda e jogou em uma larga e funda vala de concreto, que parecia ser uma espécie de duto repleto de lama, excremento e lixo.

Viu-se, então, frente a frente com o lobo, cujo rosnar quase a ensurdecia, deixando sua mente em pleno desespero, vendo seu fim aproximar-se; o animal, percebendo que sua presa não tinha escapatória, pareceu saborear o momento em que daria o golpe final …, e esse teria sido o desenlace, não fosse o surgimento repentino de outro animal.

Um outro lobo, pôs-se entre Selena e seu predador; era tão grande quanto o outro e rosnava desafiadoramente, pronto para preservar a incolumidade da jovem que viu-se paralisada ante o iminente embate que poria fim ao seu sofrimento de uma forma ou de outra. De súbito, os dois enormes animais lançaram-se em uma luta feroz e sangrenta, com mordidas e golpes das patas, com movimentos rápidos e de uma precisão impressionante. E após uma batalha sem tréguas, um dos animais ganiu, caindo para o lado com um enorme ferimento em seu pescoço; por um momento, eles apenas se entreolharam, e Selena supôs que o pior ainda estava por vir.

O animal ferido levantou-se com alguma dificuldade e depois de encarar seu oponente, recuou até desaparecer na escuridão da vala. Selena permanecia imóvel, quando o outro animal veio até ela; ao fitar os olhos da fera, ela sentiu uma calma tomar conta de seu corpo, como se aquela fera a preservasse de todo o mal que ela poderia sofrer nas mãos do seu vingador. Depois de rodeá-la, o animal sentou-se ao seu lado, agindo como se a convidasse e nele se encostar …, e incapaz de compreender o que estava acontecendo, Selena aninhou-se ao corpo peludo do lobo, desfalecendo, vencida pela cansaço e pelo sono.

Com alguma dificuldade, Selena entreabriu os olhos, e firmou a vista, esforçando-se para discernir tudo ao seu redor; assim que seu olhar se firmou, ela viu-se em seu apartamento, deitada no sofá, com um cobertor sobre o seu corpo ainda desnudo. Na poltrona a sua frente um jovem segurava uma caneca com um líquido fumegante.

-Tome …, é chá de camomila …, vai te fazer bem – disse ele com tom de voz amável, estendendo a caneca para ela.

Ainda um pouco assustada e muito confusa, Selena tomou a caneca nas mãos e sorveu seu conteúdo; e enquanto apreciava a bebida, começou a fazer perguntas de como chegara ali, o que havia acontecido, e, principalmente, quem era aquele rapaz e o que estava fazendo em sua casa.

-Calma, menina! Tudo a seu tempo – respondeu ele, com tom afetuoso e gentil – Meu nome é Sheppard, e eu estive a te proteger na noite anterior, quando você foi atacada por meu inimigo!

-Inimigo? Quem é seu inimigo? E o que está acontecendo, afinal – insistiu ela em tom impaciente.

-Selena, me inimigo é Sheldon – ele respondeu com firmeza – E assim como eu ele é um licantropo.

-Você é maluco ou o quê? Que história é essa? – tornou a questionar a jovem, com expressão aturdida.

-Espere …, tenha um pouco de paciência que vou te explicar – respondeu Sheppard com um sorriso suave – Não saberia te explicar de onde viemos, ou de quem descendemos …, o que sei é que, desde de jovem descobri que fazia parte dessa raça de seres incomuns …, vivemos em alcateias pelo mundo, protegendo uns aos outros e preservando nosso legado por meio da união carnal com seres humanos como você.

Selena ouvia tudo atentamente, embora não conseguisse acreditar em uma palavra do que Sheppard lhe dizia …, e mesmo assim, deixou que ele prosseguisse. “Em nossa alcateia há algum tempo procuramos por fêmeas que possam ser capazes de gerar uma linhagem …, há uma loba anciã que nos visita e nos indica quem são essas mulheres e como devem ser abordadas …, após engravidarem, recebem todos os cuidados para ela e seu rebento …”, contou Sheppard.

-Você quer dizer que Sheldon, me engravidou? Isso é impossível! Eu não sou fértil – disse ela em tom exasperado – Isso é uma loucura! E porque ele quis me matar?

-Assim que descobriu sobre sua infertilidade, ele queria te eliminar – respondeu Sheppard com ar tristonho – E eu fui incumbido de protegê-la, não apenas impedindo Sheldon de causar-lhe mal, como também mostrar-lhe que …, que você é uma de nós!

Ao ouvir aquilo, Selena caiu em uma gargalhada quase histérica, mostrando-se não apenas descontrolada, mas também incrédula. “Como assim, sou uma de vocês?”, perguntou ela, tentando conter o ímpeto de rir.

-A anciã nos disse que você é um licantropo …, mas, por algum motivo que desconhecemos, não desenvolveu sua habilidade – explicou Sheppard, ainda com tom apaziguador – Selena, compreenda, por favor …, estou aqui apenas para protegê-la! Não cabe a mim interferir em sua vontade …, apenas quero preservá-la do ímpeto vingativo de Sheldon.

Selena, após ouvir as palavras de Sheppard, emudeceu, quedando-se pensativa …, lembrou-se de um episódio no início de sua adolescência; ela se perdeu em uma floresta que ficava nos arredores da cidade em que morava com seus pais; vendo-se perdida, ela embrenhou-se pela floresta, ansiando encontrar um jeito de voltar para casa. Foi quando ela viu uma loba de pelo alvo que uivava para a lua; o animal olhou para ela, e Selena não sentiu medo …, ao contrário, o animal lhe transmitia uma estranha sensação de segurança …, e conduzida pela loba, Selena conseguiu encontrar o caminho para casa …, olhou para trás e viu a loba desaparecer na escuridão …

Selena e Sheppard permaneceram em silêncio por algum tempo, até que ele disse que aplicara um unguento medicinal em seus joelhos e pés e que logo estaria bem; Selena fez menção de levantar-se, ansiando por um banho. O rapaz a impediu, dizendo que prepararia a banheira para ela. Pouco depois, ele retornou e tomou-a no colo, sem tirar o cobertor e levou-a para a banheira.

Selena olhou para ele e sorriu, enquanto deixava o cobertor cair ao chão; Sheppard ficou hesitante, mas fez com que ela entrasse na banheira, ajudando-a com o banho; e por alguma razão inexplicável, Selena sentiu-se segura ao lado de Sheppard, que por sua vez, olhava para ela com um olhar de imenso carinho e afeto.

Pouco depois, Selena foi para o quarto e deitou-se; Sheppard veio da cozinha, trazendo nas mãos uma tigela com uma sopa que ele mesmo preparara; sentou-se ao lado dela e deu-lhe de comer pacientemente; Selena olhava para Sheppard e experimentava uma incompreensível atração que a puxava para ele. “Sheppard …, quero lhe pedir uma coisa …”, balbuciou ela, com um olhar afetuoso.

-Se você quer que eu fique aqui …, não se preocupe – disse ele com carinho – Não tenho a menor intenção de deixá-la só …

-Então …, deite-se aqui, ao meu lado – pediu ela em tom suplicante – Fique perto de mim …, e me faça sentir segura outra vez!

Sheppard atendeu ao pedido de Selena e deitou-se ao seu lado …, o que veio a seguir estava escrito nas estrelas …, com beijos impetuosos, Selena entregou-se aos braços do rapaz, sentindo-se não apenas protegida, mas também, amada e desejada; e os beijos foram acompanhados de carícias cada vez mais íntimas. Com seu ser inundado pelo desejo de compartilhar um momento idílico com Sheppard, Selena fez com que ele se despisse.

Com as carícias avançando desmedidamente, Selena cingiu o membro rijo de Sheppard, sentindo toda a masculinidade afetuosa de um homem por uma mulher, diametralmente oposto ao desejo animalesco e desmedido de Sheldon; sem hesitar, ela desceu o rosto até que sua boca pudesse alcançar o membro rijo, sugando-o com voracidade sensível.

Sentindo seu membro saboreado, Sheppard acariciou os cabelos de Selena com imenso carinho; Selena, por sua vez, entregou-se a sabor delirante do membro do rapaz, e não demorou para que ele também desejasse saboreá-la; assim, eles tomaram-se em posição invertida, permitindo que ambos pudessem sentir, mutuamente, o sabor do sexo. Por muito tempo, eles sentiram o gosto do prazer fluir em suas bocas, e Selena sentiu mais que isso, pois sentia-se acolhida de fato.

Enquanto a noite seguia seu curso, Selena subiu sobre Sheppard, passando a cavalgá-lo com enorme ansiedade, ora suspirando, ora gemendo, sentindo as mãos dele acariciando seus mamilos durinhos, sugando-os vez por outra; ambos pareciam tão sintonizados, que Selena ficava espantada; era como se ela o conhecesse há muito tempo, de tal modo que seu espírito vagara em sua procura por várias dimensões.

Quando trocaram de posição, com o macho subindo sobre ela, ao sentir-se preenchida pelo membro de Sheppard, Selena fechou os olhos, e imagens surgiram em sua mente; todas elas seguiam-se como um filme, onde os protagonistas eram eles próprios, porém, em outras existências anteriores. Cada imagem revelava, o quanto Selena e Sheppard estiveram juntos, convivendo uma paixão que desconhecia limites …, e naquele momento, eles estavam, novamente, unidos, apreciando o prazer de seus corpos e também de suas almas.

Selena viu seu corpo vibrar a cada novo orgasmo que o parceiro lhe proporcionava; não era um gozo apenas físico, pois, a vibração projetava-se do corpo para a alma dela, o mesmo acontecendo com o rapaz, que percebia a reciprocidade que os unia. Por horas a fio, eles apreciaram um prazer indescritível …, e mesmo quando Sheppard anunciou que seu gozo sobrevinha, o resultado final foi uma explosão de sensações múltiplas, indo e vindo em ambos com plena e perfeita cumplicidade. Adormeceram abraçados, suspirando felizes.

Quando Selena acordou no dia seguinte, tomou um enorme susto ao ver-se só na cama; com a ansiedade a flor da pele, ela se levantou, e pôs-se a procurar por Sheppard; ao vê-lo na cozinha, preparando o café, suspirou aliviada, correndo até ele e enlaçando-o com seus braços. Eles se miraram, sorriram e se beijaram. Em dado instante, o rapaz conduziu Selena para o banheiro, onde mostrou-lhe a banheira pronta para um banho.

Imergiram na banheira e ensaboaram-se com milhares de carícias e provocações, até que Sheppard fez com que ela ficasse de quatro, penetrando-a naquela posição; ele golpeava com ardor, porém, sem parecer brutal, causando uma sensação de pertencimento que Selena jamais sentiu, mesmo quando em companhia de Sheldon, cujas ações sempre vinham carregadas de um desejo quase embrutecido.

O casal passou a manhã, juntos, inclusive quando Selena foi para a faculdade, ele permaneceu próximo dela, sempre atento a eventuais infortúnios indesejáveis. “Ele está espreitando …, precisa permanecer alerta!”, disse um sujeito, ao passar próximo de Sheppard, que, imediatamente, percebeu tratar-se de um membro de outra alcateia que também fora incumbido de cuidar tanto dele como de Selena.

Voltaram para o apartamento da jovem e relaxaram …, até que a noite chegou e a jovem manifestou seu desejo de ir ao trabalho; Sheppard ponderou que seria muito perigoso, mesmo com sua vigilância, já que Sheldon também tinha seus aliados; Selena entristeceu, mas não se curvou. “Não posso passar o resto da vida com medo! Ele tem que entender que não posso ser vitimada apenas porque não sou fértil!”, reclamou ela, em tom repleto de impaciência. O rapaz tentou consolá-la, mas, sabia que era em vão …, Selena não permaneceria nas sombras, sempre fugindo de Sheldon.

Acabaram chegando a um acordo e ela foi para o trabalho, escoltada pelo rapaz que afirmou que não arredaria pé de perto dela. Tudo pareceu calmo …, apenas até o horário de saída. Contornando algumas ruas e vielas, não demorou para que eles fossem conduzidos para uma armadilha. Estavam em uma zona sombria, com pouca iluminação pública e imersa em um silêncio, que foi quebrado com um uivo seguido de um rosnado. Eles olharam para trás e viram …, era Sheldon, acompanhado de seus comparsas, todos com olhos em chamas!

Sheppard puxou Selena para trás de si, preparando-se para o embate. “Você, sozinho, não vai ter como enfrentar os três!”, sussurrou Selena para seu defensor; ele fitou seu rosto e sorriu; imediatamente, Sheppard tomou a forma de lobo de pelo cinzento, e preparou-se para a batalha. Os combatentes se estudaram, aproximando-se aos poucos, até que Sheldon, que tinha a forma de um lobo de pelagem negra, tomou a dianteira, saltando sobre Sheppard.

O que se viu e ouviu a seguir foi uma luta sanguinária, com rosnados ferozes, mordidas dolorosas, patadas precisas e ataques conjuntos; encolhida em um canto, Selena observava tudo, vendo seu querido protetor vitimado pela fúria implacável de Sheldon e seus aliados; quando Sheppard caiu, após uma sucessão de golpes violentos, Selena desesperou-se e decidiu tomar uma atitude.

Saindo das sombras ela caminhou na direção do grupo em luta; assim que a viu, Sheppard ainda tentou manter-se em pé, mas novos golpes quase o colocaram fora de combate; Sheldon, por sua vez, caminhou na direção de Selena, exibindo o olhar da vingança que ele almejava saborear sozinho, deixando Sheppard evitando a morte certa ante os aliados do lobo negro. “Venha! Tire a minha vida! Faça o que quiser comigo …, mas, poupe Sheppard …, você quer a mim! Então! Venha!”, ela gritou, pondo-se de joelhos, esperando pela crueldade de Sheldon.

O lobo negro caminhou lentamente, saboreando o seu momento …, todavia, algo aconteceu que deixou todos surpresos e estáticos; com um halo de luz prateada banhando o corpo da jovem, esta começou a sofrer uma transformação …, e em poucos minutos, Selena era uma loba de pelagem prateada, cujo brilho cegava a todos …, e atrás do halo a loba branca anciã surgiu com seu olhar austero e sua postura altiva; comunicando-se por meio de uma linguagem mental, a anciã impôs que todos a ouvissem.

“Agora, basta! Você e os seus foram longe demais! Usurparam todos os regramentos que regem a vida dos licantropos, ousando pôr em risco nossa própria existência …, existimos para proteger e não para matar …, e você, Sheldon, não merece fazer parte de uma alcateia …, por isso mesmo, ficas condenado a vagar solitário pela existência, até que aprendas que preservar é muito mais importante que suplantar pela vontade egoísta!”, mentalizou a loba anciã.

“Mas …, mas, ela …, ela seria responsável por assegurar nossa linhagem! E essa rameira é infértil! E você, anciã, acha isso justo? Não vou aceitar tua sentença!”, pronunciou-se Sheldon, colocando-se em posição de ataque.

Entretanto, a loba anciã uivou longamente e surgindo das sombras, vieram outros lobos, cercando-a como também Selena. “Tolo! Ousas contestar minha autoridade? Vá! Siga teu caminho e não olhe para trás!”, mentalizou a loba com sua pose altiva. Sheldon viu-se obrigado a recuar, afastando-se sem dar as costas aos membros da alcateia, sendo acompanhado por seus aliados. Selena, sob a forma de loba correu para onde Sheppard estava caído, lambendo carinhosamente suas feridas e e também sua face.

“Venha, menina …, caminhe comigo, pois, agora, tu é um de nós! Orgulhe-se de tua origem e aceite o amor deste lobo corajoso que daria sua vida por ti …, e saiba que não és infértil …, e o tempo te provará isso …, venha minha jovem …, venha, que cuidarão de Sheppard e logo, vocês estarão juntos, usufruindo desse seu amor imortal …”, pronunciou a anciã, esperando pela companhia de Selena.

Algum tempo depois, a alcateia avançou em direção à escuridão …, uma escuridão diferente, pois representava a forma com que os licantropos vagueiam pela terra sem serem notados quando não estão sob a forma humana …, e todos uivaram para a lua cheia, orgulhosos de sua estirpe.

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Comentários

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Amei mais por favor faz a continuação ela engravidou? O Sheldon deu paz mesmo conta

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