Maycon - o uber hétero comedor - Parte 2

Um conto erótico de Ephebus
Categoria: Gay
Contém 1514 palavras
Data: 05/09/2020 10:40:18
Última revisão: 08/09/2020 23:25:07

.. (Parte 2)

Santo pau duro certo na hora errada, ou santo pau duro errado na hora certa? Fato é que ao mesmo tempo em que eu me odiava por ter esquecido a mochila no carro do Maycon, eu me amava por ter colocado as chaves de casa no bolso da calça na hora em que fiquei de pau duro, enquanto ele me exibia seus músculos do braço.

- Ok, flamenguista. Agora que você finalmente chegou em casa, vamos nos desinfetar – disse para mim mesmo em voz alta.

Passei álcool em gel nas mãos e comecei a despir-me na área de serviço. Minha cueca estava melada.

“Nossa! Que tesão louco. ”

Eu sempre achei que o bom de morar sozinho era poder ficar nu em qualquer cômodo da casa a qualquer momento. Coloquei a roupa suja na máquina de lavar e liguei-a. Mais álcool em gel nas mãos e na máquina.

“Que filho da puta gostoso. Sempre foi. Sempre achei. ”

Lavei as mãos demoradamente no tanque.

“O que tem na mochila? ”

Com as mãos limpas, tirei o face shield e a máscara.

“Roupas, carteira...”

Lavei o face shield.

“E o celular?”

“Estava no bolso.”

“Ok. ”

Lavei a máscara.

“Melhor avisar logo no aplicativo. ”

Peguei o celular. Passei álcool.

“Quer vê-lo de novo essa noite? ”

Lavei as mãos mais uma vez.

“Que saco essa limpação! Não preciso vê-lo essa noite. ”

“Quer vê-lo? ”

“Não. ”

“Não essa noite ou não quer vê-lo nunca mais? ”

“Quero. ”

“Quer o quê? Vê-lo essa noite ou vê-lo outro dia? ”

“Porra, Bruno! Você é chato pra caralho! ”

“Caralho? Quero. ”

“Banho frio. ”

Já dizia a minha amiga Rosa, um banho frio é o melhor amigo de um gay que está com tesão em um hétero homofóbico. Verdade. E já dizia o meu anjo da guarda, uma manchete de crime de homofobia é a melhor lembrança de que esses caras não merecem o carinho que temos para dar.

“Mas ele estava de pau duro. ”

“Novidade. ”

“Eu vi! ”

“E daí ? ”

“Ele no fundo deve gostar. Ele deve ser gay. Por que não? Tem muitos caras que...”

- AAAAAHHH, NÃÃÃOO, BRUNO! – Descontrolei-me comigo mesmo.

- NÃO! NÃO! NÃO! Vamos parar por aqui! Esse assunto já deu!

Quando estou no chuveiro, perdido em pensamentos, não escuto nada além de mim mesmo. No entanto, hoje não é um dia comum. Eu penso ter ouvido o interfone. O interfone está realmente tocando! Agarro minha toalha e saio correndo para atender.

“Meu Deus! E se estiver pegando fogo no prédio e esse interfone está tocando há muito tempo?”

“Ai, que drama! Me poupe! Eu não estou mais aguentando você.”

- Alô?

- Dr. Bruno ?

- Oi, João.

- Dr. Bruno, o seu amigo de infância trouxe sua mochila. Eu interfonei várias vezes para avisar, mas como o senhor não atendeu, eu disse para ele subir e entregar para o senhor pessoalmente, já que os senhores são amigos. Ele disse que tem carteira na mochila e tal. O senhor sabe que não gosto de guardar essas coisas de valor aqui na portaria, para me evitar confusão. Sei que o senhor confia em mim, me respeita, mas como ele é seu amigo e o senhor não atendia, deixei ele subir direto. Fiz mal, Dr.?

“Você está de toalha.”

- Dr. Bruno? Fiz mal?

A campainha toca.

“Caralho, Joãããããooooo. Amigo de infância de cú é rola, Joãozito.”

A campainha toca mais uma vez.

- Imagina, João. Tudo bem. Obrigado. Boa noite. – Respondi desligando rápido.

“Amigo de infância de que é o quê? Você ouviu o que você pensou? ”

Alguém bate na porta.

“Ele quer te ver.”

“Para! Não me enlouquece! ”

“Você está de toalha. Estou avisando pela última vez. ”

Vou abrir a porta.

Escondido atrás da porta, coloco a cabeça para fora.

- Bruno! Você esqueceu a mochila no meu carro!

- É verdade! Poxa, muito obrigado pela gentileza!

“Sorria. Seja simpático. ”

“Simpático com um homofóbico?”

Coloco o braço para fora e pego a mochila. Sinto como se sujasse as mãos.

- Er... – disse ele, sem assunto.

- Obrigado, Maycon.

“Não! Você não vai ser escroto a esse ponto! Não vai nem abrir a porta direito?”

“Eu estou de toalha, amor. Não sei se você reparou.”

- Pô, to apertadão. Tem como eu dar um mijão, ae, não? Rapidão. – pediu Maycon.

“Que língua é essa? ”

“Heterês.”

- Hahaha! – Ri alto da minha própria piada interna.

Maycon me olha sem entender o motivo da risada e um segundo antes de ele ficar ofendido, respondo:

- Claro, claro.

“Você não vai fazê-lo entrar pela cozinha, né?”

“Mas ele está sujo! Como vai entrar aqui em casa sem mudar de roupa? Vai infectar tudo!”

“Suponho que ele deva tomar banho com você, então?”

“Por favor, não dificulta a minha situação. Já está pesado para mim.”

“Você está ciente de que ele vai urinar no seu vaso, não está? Você já imaginou essa cena?”

Engoli seco. Uma ereção formava-se com vigor triplo.

- Er... Pode entrar. Não repara, é que eu estava tomando banho. Com essa pandemia, eu já chego em casa tirando os sapatos e correndo para o banho. Você se incomodaria de usar o outro banheiro? Só mesmo para eu terminar o meu banho rapidinho.

Para meu alívio, Maycon foi tirando os sapatos enquanto eu falava. Porém, tive a impressão que ele só prestou atenção na parte do “entrar” e “sapatos”. Abri a porta toda liberando a passagem e usando minha mochila como escudo contra minhas ereções inconvenientes. Maycon entrou reparando a sala, o piano, a TV, caminhou direto para a varanda, voltou contornando a mesa e sentiu-se irresistivelmente atraído pelo sofá.

-Maycon! Por aqui!

“Não senta no meu sofá com essa roupa de rua, please, please, please.”

Encaminhei-o até o banheiro da lavanderia e coloquei a minha mochila no chão ao lado da máquina e fiquei meio de costas, para disfarçar o volume.

- Fica à vontade. Eu só vou me vestir e já volto.

Saí às pressas da área de serviço, mas no fundo querendo ficar e ouvir o som do “mijão”. Suspirei. Meu pau estava muito duro e eu queria mamar o Maycon. Sujo mesmo. Sujo não. Podíamos tomar banho juntos. Eu só queria que esse constrangimento torturante acabasse.

“Que roupa você vai botar?”

“Short curto sem cueca, óbvio!”

“Nããão! Sem cueca não!”

“Short curto sem camisa?”

“Sem camisa?”

“Ele já te viu sem camisa mesmo! E você não tem do que se envergonhar. ”

Realmente eu estava em um bom momento com o meu corpo. Guardando as devidas proporções, eu ostentava uma definição muscular muito parecida com a do próprio Maycon, quando o conheci. A diferença é que sou mais esguio e um pouco mais baixo. Com braços e pernas finos e longos, o relevo dos meus músculos desponta suave a firme, marcando minha pele brilhante, como se fosse mármore preto nas mãos de Michelangelo. Além disso, o adinkra representativo de amor e segurança enfeita a parte esquerda do meu peitoral na forma de uma bela tatuagem. E não posso esquecer de um par de nádegas carnudas que, como pétalas de uma tulipa, escondem um botãozinho delicado e doce.

“Ok. Short curto sem camisa. ”

“Depois não reclama. Não quero ouvir um ai! Desito! ”

Coloquei uma cueca super apertada e pequena, que não usava há muito tempo. Todavia, recordo-me que ela é excelente para segurar o pau quando fica duro. Além disso, uma ideia macabra me surgiu. Quando eu era bem novinho, meu tio me presenteou com um short Adidas do Flamengo. Com certeza deve estar mega curto. Experimentei. Realmente. Está indecente. Está quase nas polpinhas e marcando tudo.

“Está mega, sexy!”

“Você não vai se rebaixar e se fantasiar de flamenguista, para chamar a atenção desse hétero homofóbico de meia tigela? Isso é humilhação!”

“Bruno, você está lindo! O short é seu, essa casa é sua e você é livre para usar a roupa que você quiser!”

“Isso! Isso! Incentiva o seu lado existencialista! Deixa fluir e se foda depois!”

- Bruno! – Maycon me chamava lá da lavanderia.

Corri para lá de shortinho do flamengo.

“Ai, não. Isso não vai prestar!” – pensei ao deparar-me com uma montanha de roupas que fazia companhia à minha mochila ao lado da máquina.

- Bruno!

- Oi.

-Bruno, cara, você poderia me emprestar uma toalha? Eu acabe entrando no banho aqui, porque, você sabe como é, o dia inteiro rodando, essa pandemia e tal. Não quero correr o risco de te passar nada. E nem de pegar nada também!

“Ai, que fofu.”

Maycon abre a porta do banheiro completamente nu. Eu fico congelado.

- Pega lá, fazendo o favor, amigo.

“Eu vou desmaiar. ”

“Manja.”

“Não manja!”

“Manja logo. Ele já fez pra isso.”

“Ele está na sua frente! Ele vai perceber!”

“A ideia é essa, bebê.”

Manjei.

“Nossa. Que delícia. Geeeente. Tô passando mal, amiga.”

“Eita, valeu a pena. Menina, bonito ele, né? Pauzudo.”

- Arrasou no short. – disse-me ele, enquanto eu tentava recuperar-me daquela visão inesquecível de boa.

“Arrasou? Eu ouvi arrasou?”

“Bruno, senta nele. Mas senta rebolando gostoso, beleza?”

- Tá, sento sim.

-O quê? – Perguntou-me confuso.

- Tá... Er... Obrigado... Eu... Eu pego lá... De boa...

“Boa. Muito boa.”

“E gostosa.”

“E grossa.”

“Eu mamaria.”

“Eu também.”

“Vocês querem parar? Eu suplico.”

Saí tonto da lavanderia. E agora?

À suivre.

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Comentários

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Delícia chama eu também, kkk

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O conto está legal, mas para com essa mania de escrever todos os pensamentos loucos. Incomoda bastante.

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A loucura, meu pai kakakakaka

Continua,manaaaa

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Muito legal o conto mas... Que esquizofrenia é essa, meu pai? kkkkkkkkkkkk Continua

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gente kkkkkk

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