As Aventuras de Regina - Lembranças do Futuro Passado

Um conto erótico de Paulo_Claudia
Categoria: Heterossexual
Contém 1588 palavras
Data: 01/09/2020 07:12:37

“- Amor, eu estive pensando...”

“- O que, Regina?”

“- Como estarão eles?”

“- Quem?”

“- Diana e Drake, Gwen e Wolfe, Connor e Laylah... “

“- Eu falei... devem estar bem, tomei o cuidado de...”

“- Não esses...os da realidade futura, onde aconteceu o que lembramos...”

“- Nem pense em querer se transportar para lá. Pra começar, estamos pelo menos vinte anos antes do que aconteceria se...você sabe...”

“ - Tá...mas e aquele livro? Com a Profecia?” Regina perguntou.

“- O que tem o livro?”

“- Como Wolfe previu tudo? Você me disse que não acreditava em profecias...Nostradamus errou muito... E se...?”

“- E se ...?”

“- Você falou em escrever um livro. Sei que você escrevia muito enquanto estávamos estudando, no Castelo e na Irmandade...mas parou depois daquele dia...”

“- Foi. Não aguentei mais escrever, queria só viver os últimos dias com você...”

“- E se a Profecia não foi Profecia?”

“- Como assim?”

“- E se a Profecia for o livro que você vai escrever?”

“- Eu falei escrevermos, tudo o que cada um de nós lembrar...e você sabe, as interpretações podem ser diferentes...”

“- Tá, então e se for algo que nós escreveremos e depois enviaremos ao Wolfe, trezentos anos antes?”

“- Eu não posso, em sã consciência, dizer que é impossível, porque senão não estaríamos aqui agora, mas seria bem difícil”.

“- Se não enviarmos o Livro, talvez não haja Profecia, e aí aquele mundo acaba. E talvez a gente nem venha parar aqui.”

“- Tá difícil entender”, falei.

“- Pense. Eu só voltei depois do ‘Ritual da Verdade’ porque você me falou da Profecia. Se não, eu teria caído fora...”

“- Verdade.”

“- E só nós dois sabemos como foi que aconteceu...que eu saiba, nenhum deles viajou para o passado alguma vez. Nós sim.”

“- Isso tem lógica. Então, teremos que escrever o livro e depois tentar enviar para o Castelo, há trezentos anos. Mas não seria uma realidade alternativa?”

“- Não... trezentos anos atrás, a linha do tempo ainda não havia se dividido. Foi só depois que nós...sabe... tivemos a...” ( Nós evitávamos falar em Iniciação, Irmandade, ou outras coisas relacionadas, ficamos meio paranoicos em relação a isso)

“- Também é verdade. Se visualizarmos bem o Castelo, certamente Wolfe estaria lá, e acharia o texto...”

“- Mas tem que ser algo que ele entenda. Com um linguajar da época, e em tom de profecia mesmo... aí despertaria a curiosidade dele. E ele providenciaria o que precisássemos”

“- Por isso o Castelo já possuía todos os móveis que você imaginou... porque seremos nós que descreveremos tudo.”

“- Foi exatamente isso o que pensei. Mas é triste, muito triste, saber que teríamos que passar por tudo aquilo...”

“- Ah querida... como seria bom a gente simplesmente vier nossas vidas sem nos preocuparmos com nada disso...”

“- Mas...se vamos escrever o livro de qualquer jeito, podemos muito bem escrever a tal profecia com os pontos mais importantes, e tentar mandar para lá.”

“- É... lembrei que a profecia era vaga em algumas coisas... ou não descrevemos tudo, ou demorou para Wolfe achar e algumas partes se perderam...”

“- Ou ele não nos contou porque achou que poderíamos desistir se soubéssemos.”

“- Pode ser. Eu mesmo quase desisti algumas vezes...”, falei.

Então, começamos a escrever o Livro, a partir do momento em que Regina encharcava o travesseiro com suas lágrimas, e eu levava até o Quarto Vermelho, onde aquilo se tornava uma névoa que ia parar na Caixa que continha o Cálice.

“- Aiii amor, é muito triste... é muito duro lembrar isso...” Regina chorava. Foi realmente um período terrível...

“- Quer parar? Afinal, você acabou de voltar...”

“- Mas eu sou eu... lembro de tudo o que fizemos até agora, mas também lembro de tudo o que iria acontecer ... gozado, agora lembrei de quando eu era três... é meio parecido...”

“- Vamos fazer o seguinte: eu escrevo alguma coisa quando estivermos sossegados, você escreve quando quiser, depois a gente lê e escreve um texto só...”

Realmente, era difícil para Ela reviver tudo o que acontecera, logo agora que estávamos tranquilos e em paz.

E eu precisava resolver algo importante. Meu “eu” anterior, recentemente dissolvido quando reentrei em meu próprio corpo, havia deixado uma fortuna em contas ao redor do mundo.

Só que eu havia tomado o cuidado de fazer contas conjuntas, com meu nome e o de Regina como titulares. Eu lembrava de cor – obviamente – todos os meus dados e os dela, e só faltaria apresentar os documentos reais para assumirmos essas contas.

Isso nos daria uma tranquilidade em relação ao futuro, e poderíamos viajar em nossas férias.

Um problema é que, em nossa “vida futura anterior” eu já estava acostumado com a velocidade da informação, e no início deste século, não era bem assim.

As câmeras fotográficas consumiam muita bateria e a resolução era baixa, os computadores eram absurdamente lentos ( pelo menos era o que eu achava)...mas também havíamos passado um bom tempo sem absolutamente nada; Regina andava sempre completamente nua, e eu apenas com uma túnica , sem nada por baixo.

Em casa, resolvemos andar nus. Minha esposa havia se acostumado, e já antes de tudo, gostava de praias naturistas. Eu não cansava de olhar aquela mulher lindíssima, e o curioso é que, como eu já havia reparado antes, ela não parecia ter envelhecido um segundo desde que nos conhecemos.

Agora, tendo retornado ao passado, vi que era a mais pura verdade.

Já deviam ser umas 9 da noite, então fomos jantar. Coisa simples, pão com bife, e um vinho tinto chileno. Nada parecido com os jantares na Rússia , Londres ou no Castelo. Aliás, lugares que nesta época ainda não tínhamos visitado.

Jantamos, e depois fomos para o quarto. Embora sendo sábado à noite, não tivemos vontade de ver tevê ou sair para algum barzinho. Queríamos apenas nos curtir, nós dois, juntinhos.

“- Amor... você já pensou que mais alguém pode ter viajado no tempo?”

“- Hmmm... é mesmo... se nós fizemos, alguém mais pode ter feito. Só que espero, sinceramente, que não tenha sido por Magia e sim por tecnologia.”

“- Mas qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da Magia. Isso o Arthur Clarke falou nos anos 60...”

Resolvemos dormir cedo, o dia tinha sido movimentado.

De madrugada, no entanto, acordei com Regina chupando meu cacete. Ela lambia minhas bolas, beijava , ia subindo, depois chupava a cabeça... meu cacete ficou duro na hora. Ela falou:

“- Amor, sei que trepamos de tarde...mas parte de mim estava morrendo de saudades, eu preciso disso... quero você dentro de mim, agora, sem tristeza, sem ser como foi antes...”

Eu lembrava bem, nossos últimos dias no Castelo foram de sexo intenso, mas entremeado com aquela sensação de saber que tudo acabaria...

Eu a puxei para cima e a beijei apaixonadamente, ficamos nos acariciando, eu apertava seu corpo contra o meu, havia aquela parte que não queria largá-la nunca, e sei que ela sentia o mesmo.

Regina me fez ficar de costas, e cavalgou meu cacete. Ela gozou logo, como se estivesse há décadas sem gozar...e uma parte dela realmente estava. Ela teve orgasmos prolongados, estremecia inteira, ficava toda arrepiada, enquanto lágrimas saíam de seus olhos.

“- Ai amor...achei que nunca mais íamos nos ver...”

Continuamos a nos beijar, abraçar e fazer amor por horas. Dormimos abraçados.

O domingo foi tranquilo, tomamos café da manhã e depois ela tomou sol para se bronzear sem marcas, totalmente nua. Enquanto isso, sentei ao seu lado em uma cadeira e comecei a escrever o que aconteceu depois que parei de escrever, lá no Castelo.

Ela notou minha expressão triste.

“- Amor, o que houve? Você está bem?” Ea sempre perguntava isso, há muitos anos, quando me via preocupado.

“- É duro escrever sobre aquele período. Volta tudo.” Ela enxugou uma lágrima que escorria do meu rosto.

“- Então pare. Vamos esperar a dor passar”.

Deixei o caderno de lado, eu estava escrevendo com caneta mesmo, como fazia lá no Castelo. Sem computador ou tablet.

Era um caderno de duzentas folhas, onde eu havia escrito em apenas oito, eram anotações sobre os programas de um teclado musical que eu tinha, e também algo sobre fotografia, ISO e valores de exposição...então, achei que havia folhas suficientes para descrever os acontecimentos.

Mas a “Profecia” teria que ser resumida, então eu e Regina teríamos que selecionar o que seria importante para que fosse lida trezentos anos antes. Isso se tivéssemos a magia necessária.

O resto do domingo passou tranquilamente, nos abraçamos e beijamos muito, fizemos amor de novo, e de novo... o dia seguinte seria de trabalho.

Acordar cedo, colocar roupas, dirigir, enfrentar o trânsito, reencontrar colegas de trabalho... e havia aquela sensação estranha, de ter trabalhado com aquela certa pessoa ou desafeto há vinte anos, e de repente lembrar de ter falado com essa mesma pessoa há dois dias. Para mim, pior, porque havia aqueles quarenta anos adicionais...quase como se eu tivesse sido dividido em três, como Regina.

E outra situação curiosa... volta e meia nos atrapalhávamos com a questão da tecnologia. E precisávamos tomar cuidado .

Regina havia aventado a possibilidade de outras pessoas também terem viajado no tempo, mesmo sem relação alguma com a nossa situação particular.

Eu pegava o caderno, escrevia algumas coisas. Mas eram frases isoladas,uma coisa aqui,outra ali... não conseguia encadear. Eu precisaria da minha esposa, nós dois teríamos que enfrentar o trauma e descrevermos juntos os dias entre a Grande Escuridão e o Áureo Alvorecer.

CONTINUA

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Comentários

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Simplesmente espetacular....rs...esta aventura está melhor que cachaça....rs...cada vez mais nos embriagando nestes episódios...rs

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É a deles mesmo, só que uns vinte anos antes. Só que eles lembram de tudo que houve nesse futuro possível. Cabe a eles não fazer nenhuma bobagem, para não acontecer a “Grande Escuridão” ( que ainda vai ser descrita)

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Regina e seu marido finalmente estão juntos de novo, agora no início deste milênio. Suas memórias, no entanto, são do futuro (nosso tempo atual), quando ocorreram as Iniciações, Rituais, os eventos em Berlim, no Caribe, Londres, Rússia... Isto é importante para entender as coisas. Ainda estão se recuperando emocionalmente do trauma do que aconteceu no Castelo, e ainda irão descrever tudo o que ocorreu nesse período.

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