MEU MELHOR AMIGO HETERO (História Real) — Parte 6.

Um conto erótico de ...
Categoria: Gay
Contém 1415 palavras
Data: 06/08/2020 02:40:06

Que porra estava acontecendo comigo? Eu não sabia. Ter batido uma punheta pensando naquele cara, o cara que morava comigo, o mesmo que era meu melhor amigo, o que havia crescido comigo, acabou me fazendo perder alguns sentidos da vida. Dali em diante, comecei a duvidar da minha sexualidade. Mas vamos aos poucos.

Levantei da cama e fui a cozinha tomar uma água. Lucas estava ao celular, em sua cama, discutindo com sua namorada. Não me lembro muito bem das palavras dele, mas o seu tom era bem sério. Não quis ouvir a conversa, em algum momento Lucas me contaria o que tava rolando.

À noite, comendo uma pizza na cozinha, nós conversamos. Lucas estava triste, eu disponibilizei meus ouvidos.

— A Dani ligou naquela hora. Falou um monte pra mim.

— Ouvi a discussão, mas nem prestei atenção.

— Ela foi toda grossa, disse que tava foda a distância, essas coisas. O pior é que tá mesmo, que nem eu tava te falando mais cedo.

— Tô ligado viado. A Gabi também fica falando disso. Mas porra, não posso fazer nada. Isso é o pior de tudo.

— É, tá foda. Ela disse que tá querendo vir morar aqui no Rio, perguntou o que eu acho...

— E tu disse o que?

— Que não acho boa ideia, né Pedrão. Ela quer vir por causa de mim, e se a gente não der certo no futuro? Tá doido, nao quero iludir ninguém.

— Pô, fez o certo.

— Tá ligado, né? Não quero que ela venha só por causa de mim, tem que rolar outro propósito, tipo uma faculdade, emprego, essas paradas.

— Papo reto.

Conversamos mais um pouco sobre Dani e o namoro de Lucas. Se o dele estava complicado, por outro lado o meu tava indo até bem. Até aqueles dias.

De noite, deitado na cama, prestes a dormir, eu fiquei por uns minutos pensando em minha vida, em como tudo tinha mudado, e nas coisas que estavam acontecendo. Novamente, a imagem de Lucas pelado e eu ensaboando o seu corpo vinha à minha mente. Eu resisti, tentei pensar em outra coisa, mas não deu. Não fiquei excitado, mas aquilo estava mexendo cada vez mais com os meus sentimentos. Ao meu lado, o celular tocou. Era minha namorada.

— Oi amor. Tá tudo bem? — me preocupei devido a hora.

— Oi. Tá tudo bem sim. Eu só tô com saudades.

— Também tô. — eu realmente estava. Dos beijos, de seu toque, de seu cheiro...

— Tô indo praí amanhã.

— Sério??? — me surpreendi.

— É, eu queria fazer surpresa, mas quero te avisar logo, pra não rolar um desencontro.

— Vai vir de que horas?

— Saio daqui cedo, chego por aí lá pra meio dia.

— A hora que eu chego da faculdade. Tudo certo.

— Eu passo em algum lugar e levo o almoço, pra gente comer juntos.

— Beleza. Tudo certo.

Tava marcado. Gabi viria me ver no dia seguinte. Mas por que eu não me sentia tão animado quanto deveria?...

No dia seguinte, cheguei da faculdade, tomei um banho, dei um jeito no apê, fiquei de boa no sofá esperando por Gabi. Tínhamos o apê livre para nós dois, Lucas estava de serviço, nada nos atrapalharia. Gabi não demorou para chegar. Ao abrir a porta, ela pulou em meus braços e me deu um beijo incrível. Aos amassos, ela jogou as bolsas com comida pelo sofá e nós seguimos pro quarto. Não entrarei em detalhes, obviamente, mas preciso dizer algumas coisas para a narrativa se encaixar. Nossa transa, aquela tarde, foi, apesar de boa, monótona. Consegui satisfazer Gabi, mas eu não senti prazer nenhum, nem sequer gozei. Tentei imitar Lucas durante a transa, metendo com força, como ele fazia com Dani naquela árvore. Mas deu errado. 30 minutos metendo e eu não conseguia gozar. Gabi, provavelmente, percebeu, mas era educada demais para falar.

Nós almoçamos em seguida, conversamos bastante, trocamos carícias. No fim da tarde, ela se foi. Depois de me despedir, me joguei no sofá, preocupado comigo mesmo. "Que porra é essa?": essa frase ficava repetindo em minha mente o tempo todo. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Daí, fiz o que todo mundo faz quando entra em desespero: dei um google. Lembro que escrevi algo como "é normal começar a sentir atração por homens?" e todos os resultados apontaram para o termo bissexualidade. Dei uma lida em alguns artigos e li a respeito. Ate aquele momento, nunca pensei que eu estaria fazendo aquilo algum dia. Sempre fui muito certo sobre minha sexualidade, mas depois daquela transa com Gabi, as minhas dúvidas se expandiram mais.

Insatisfeito e rejeitando o que eu estava sentindo, deixei o notebook de lado. Botei uma música no fone e deitei. Dormi, em seguida.

Eu tentei esquecer aquelas coisas nos dias seguintes. Mas foi difícil demais. Todo dia aquelas coisas ficavam martelando a minha cabeça, e eu resistia a excitação interna, não me masturbava já para tentar evitar. Mas era inevitável. Lucas passava por mim apenas de calção de jogar bola, sem camisa, ou até enrolado na toalha. Eu dava umas olhadas discretas, ele não percebia, claro, mas aquilo começou a me afetar. Não só na faculdade e estudos, como também na alimentação, aparência, pensamentos... Eu definitivamente não sabia pensar em outra coisa que não fosse aquele cara, o meu melhor amigo... Tava doendo por dentro, minha mente tava confusa demais. Mas aconteceu. As respostas vieram.

Umas semanas depois, Lucas ja havia percebido que eu estava diferente, mais sério, sem querer comer direito. Fiquei mal de verdade. Minhas desculpas se resumiam a faculdade, eu dizia que as coisas estavam difíceis etc. Mesmo não estando convencido, ele mudava de assunto ou tentava me alegrar. Tudo para que eu ficasse melhor. Mas, no final, quem precisou de minha ajuda foi ele. De novo.

Certa noite, sai do meu quarto, já de madrugada, para tomar um copo d'água. No sofá, sentado, chorando, com a luz do abajur refletindo em seu rosto, estava Lucas.

— Tá fazendo o que aí?

Ele não respondeu. Estava sério, com o celular na mão, corpo encurvado...

— Tá chorando viado? — perguntei, curioso.

Lucas não respondeu, novamente. Ele abaixou a cabeça e desabou no choro. Me preocupei de imediato, sentei do seu lado e o abracei, sem saber porque ele chorava. Lucas passou a chorar em meu peito, inundando minha camisa com seu choro árduo e, aparentemente, inconsolável. Deixei-o chorar por alguns minutos, sem falar nada, apenas abracando-o, dando apoio. Mas não pude me controlar. O cheiro que aquele cara exalava era bom demais. Tava limpinho, com cheiro de recem-banhado, com o adicional cheiro de macho, o seu cheiro próprio.

Minutos depois, Lucas conteve o choro. Conversamos.

— Ela me deixou, cara. Ela me deixou.

— A Dani?

— Ela terminou comigo. Porra, ela terminou comigo!!!

— Mas por que? Por que ela fez isso?

— Ela disse que achou um outro cara. Deve ser um zé mané. Porra viado, ela me traiu. Tu tem noção? Eu sou um merda, Pedro. Eu sou um merda, um merda.

— Não viado, tu não é um merda não. Tu é o cara mais foda que eu conheço. Não diz isso não mano.

Lucas me olhou, com bastante raiva em seu peito, e tirou toda sua revolta de dentro.

— Eu sou um merda! — Lucas levantou-se, falou olhando para mim — Eu sou um merda! Sou um corno filho da puta agora! É isso que eu sou! Um bosta, mereço me fuder muito. — Lucas falou gritando, sem conseguir parar de chorar.

Eu tive que tomar uma atitude. E, sem dúvidas, isso nos mudou para sempre.

— Olha aqui, caralho — Puxei Lucas e colei minha testa na testa dele, olho no olho — Tu não é um merda não. Tu é foda. Tu é o cara mais foda que eu conheço. Não vou deixar tu falar assim não, porque tu não é isso. Tu é foda, não vai ser uma mina qualquer que vai te mudar. Tu entendeu, porra?

Também gritei, e nossos rostos continuavam colados um no outro. De repente, Lucas me olhou como nunca havia olhado antes. Eu estava arrepiado, respirando ofegantemente por estar tão perto do cara que, há semanas, era o meu ponto fraco sexualmente falando. Tudo o que eu mais queria era abraçá-lo e senti-lo novamente, nem que fosse a última vez. Até que não aguentei. Após dar uma ultima olhada naquele rosto lindo, eu o beijei. Beijei firme, com muita força e desejo. Não quis saber das consequências. Eu só queria que aquele cara, aquele cara foda, o meu melhor amigo, me quisesse da mesma forma que eu queria ele.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 114 estrelas.
Incentive ..._... a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Puta que pariu!! Que final de parte! Que história! Caralho!!

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Vai ter continuação ou é uma fase de interregno? Para que lê, é bom ficar prevenido antes que se esqueça do conto de vez!

0 0
Foto de perfil genérica

Bom demais! Ansioso pelos próximos. Vem conferir meus contos tbm. ;*

0 0
Foto de perfil genérica

UAUUUUUU. DEMOROU A SAIR ESSE BEIJO APAIXONADO. FOI PRECISO O NAMORO DE LUCAS TERMINAR, MAS CREIO QUE VAI VALER A PENA. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS MELHOR DO QUE TRIAR. VAMOS VER A REAÇÃO DE LUCAS. ESPERO QUE SEJA A MELHOR POSSÍVEL. SEI QUE ELE ESTÁ NUM MOMENTO DE FRAGILIDADE E PODE PENSAR QUE VC ESTÁ ABUSANDO DELE. MAS PODE SER QUE PENSE O CONTRÁRIO TB. QUE SE ENTREGUE...

0 0
Foto de perfil genérica

Chocado com a atitude vamos ver a reação. Ansioso

0 0